Victoria Hayes Acordei com a luz suave do sol entrando pelas cortinas do quarto. O dia começava calmo, mas minha mente ainda estava repleta das confusões da noite anterior. A lembrança do beijo de Clark e o flash daquela noite no hotel me assombravam. Suspirei profundamente, tentando afastar as dúvidas, e me concentrei nos sons ao meu redor. Ouvi as risadas de Luna e Lion vindas do corredor e soube que o dia seguiria seu curso normal, ao menos por algumas horas. Depois de me vestir, encontrei Eliza na cozinha, com um sorriso no rosto enquanto preparava o café da manhã para as crianças. — Bom dia, Vic — disse ela, animada. — Tenho uma novidade incrível para te contar! — O que houve? — perguntei curiosa, enquanto servia suco para Luna e Lion. — Consegui muitas encomendas depois do bolo que fiz para a festa! As pessoas adoraram, e várias me procuraram para fazer bolos para festas e eventos! — Eliza respondeu, visivelmente feliz. Sorri com a notícia, genuinamente contente por minha
Victoria Hayes Depois do jantar, as crianças e Eliza foram brincar com os pais de Clark, e eu aproveitei a oportunidade para me retirar e explorar uma das salas da casa, que abrigava uma enorme biblioteca. As estantes repletas de livros eram acolhedoras, e por um momento, senti um certo alívio, como se a tranquilidade daquele lugar pudesse acalmar minha mente confusa. Mas antes que eu pudesse me perder nos livros, senti Clark se aproximando. Ele entrou silenciosamente, e quando nossos olhares se encontraram, algo mudou no ar. Ele caminhou em minha direção, e, sem dizer uma palavra, me beijou verozmente. Eu o correspondi com uma intensidade que me surpreendeu, e, antes que pudesse pensar duas vezes, rasguei a camisa dele em um impulso. Foi então que vi a tatuagem. O mesmo desenho que eu havia visto naquela noite de anos atrás, no quarto de hotel. — Acho que eu não sou fruto dos seus sonhos, Clark — sussurrei, chocada. Clark ficou paralisado, seus olhos arregalados enquanto ele a
Victoria Hayes —Victoria, acorde!— A voz de Eliza cortou o silêncio do quarto, sua voz era suave, mas insistente. Eu senti suas mãos sacudirem levemente meu ombro, e, quando finalmente abri os olhos, encontrei seu rosto sorridente a poucos centímetros do meu. —Você tem que se levantar, senão ficaremos atrasadas! Acordei com uma sensação estranha, como se estivesse emergindo de um lugar distante e nebuloso. Meus olhos ainda estavam pesados, a mente confusa e atordoada. Por um momento, me perguntei onde estava, sentindo o peso de algo que parecia importante, algo que eu precisava lembrar... Clark, gêmeos, tatuagem… as lembranças flutuavam em minha cabeça como fragmentos de um sonho. Aquela sensação de confusão se aprofundou. Tentei focar na realidade à minha frente, mas as cenas que minha mente havia criado ainda estavam lá, tão vívidas, tão reais. —O que...?— Minha voz saiu rouca, como se eu tivesse passado horas falando. —O jantar na casa do Clark, lembra? Você não quer c
Victoria Hayes Eu ainda estava tentando me recompor do sonho esquisito enquanto terminava de arrumar meu cabelo. Mesmo com Eliza tagarelando alegremente ao meu lado, minha mente estava em outro lugar. Tudo parecia ter mudado desde que acordei daquele sonho, embora, ao mesmo tempo, nada tivesse mudado. Era uma sensação estranha, como se houvesse algo no ar, algo que eu ainda não conseguia identificar. —Você está estranhamente quieta!—Eliza comentou, ajeitando o vestido dela no espelho. —Está nervosa por causa do Clark? Eu pisquei e voltei à realidade. —Eu? Nervosa? Não... só estava... distraída, eu acho. Ela ergueu uma sobrancelha, claramente não acreditando em mim, mas não pressionou. Em vez disso, ela virou a cabeça em direção à janela. —Ouviu isso? Acho que ele chegou. Antes que eu pudesse reagir, os meus filhos que já estavam arrumados, correram pela sala como furacões, empolgados ao ouvir o som do carro se aproximando da entrada. Meu coração deu um pequeno salto, mas tentei
Clark Collins Assim que estacionei o carro em frente à casa, o peso do momento caiu sobre mim. Apresentar Victoria e os filhos dela à minha família não era apenas um gesto formal, era um passo que eu não tomaria a menos que tivesse certeza de onde estávamos indo. E eu sabia, no fundo do meu coração, que essa noite era o começo de algo mais profundo. —Prontos?—perguntei, virando-me para Victoria. Seus olhos encontraram os meus, e pude ver uma mistura de nervosismo e expectativa. Ela sorriu, aquele sorriso que me deixava desconcertado toda vez. —Pronta. E honrada de conhecer sua família. Seu tio e seu primo são escritores renomados, depois de tudo o que me contou. Eu sorri de volta, apertando levemente sua mão —Quem está honrado sou eu por ter você aqui, Victoria. E os meninos... Eles já são parte disso tudo, sabe? Ela não respondeu de imediato, mas pude ver nos seus olhos que aquelas palavras a tocaram profundamente. Assim que saímos do carro, Lion, Luna e Eliza já estavam à n
Victoria Hayes —Somos reais, você é real e eu sou grato por não fazer parte apenas dos meus sonhos, preciso ir, amanhã tenho que chegar cedo a editora, podemos almoçar juntos amanhã?—ele me perguntou e eu apenas respondi com um sorriso.Ele me beijou e acabou saindo, sem que eu revelasse a ele sobre nossos filhos, mas no dia seguinte eu estava disposta a dizer a ele.Naquela mesma noite, depois que Clark me deixou em casa, ainda com o calor do beijo dele nos meus lábios, decidi que era hora de terminar o meu livro. Me sentei em frente ao computador, o coração ainda acelerado, mas a mente completamente focada. Eu sabia exatamente como queria encerrar a história da minha protagonista, Amanda. Ela, assim como eu, tinha passado por um turbilhão de emoções, mas agora estava pronta para encarar o próximo desafio. Respirei fundo e comecei a digitar, deixando os sentimentos fluírem através das palavras.Sentada à mesa da varanda, Amanda olhava para os gêmeos brincando no jardim. Os olhos del
Victoria Hayes Acordei com pequenos pés cutucando meu corpo e risadinhas abafadas no meu quarto. Lion e Luna estavam deitados ao meu lado, me olhando com aqueles grandes olhos brilhantes, que me faziam sorrir, apenas só por olhar para eles.—Mamãe, estamos com fome!— Lion disse, sorrindo enquanto puxava o cobertor.Eu bocejei e me espreguicei, sorrindo de volta para eles. —Certo meu príncipe, vamos tomar café da manhã.Eu os beijei e abracei os dois na cama.Levantei-me, e nós três fomos até a cozinha. Preparei panquecas, e as crianças mal podiam esperar para começar a comer. Era sempre uma alegria vê-los juntos, Lion concentrado, com sua panqueca com seriedade, enquanto Luna tentava colocar o máximo de frutas no prato.Assim que terminamos de comer e eu começava a limpar a cozinha, a campainha tocou. Fui até a porta, e quando a abri, lá estava Clark, segurando uma cesta de café da manhã e dois embrulhos coloridos.—Bom dia!— Ele sorriu, aquele sorriso que sempre derretia qualquer
Clark Collins A verdade ecoava na minha cabeça, uma verdade que eu não esperava ouvir de Victoria, mas que, de algum modo, fez todo o sentido. Lion e Luna... meus filhos. O que eu deveria sentir? Raiva? Ressentimento? Não. O que senti foi um alívio imenso, uma felicidade inesperada que me encheu de um calor que eu nunca havia experimentado antes.Eu sempre soube de alguma forma. E agora, eu sabia que ela não era apenas fruto dos meus sonhos, mas de algo real que vivi, antes do acidente. Meu coração batia rápido enquanto olhava para Victoria, sua expressão vulnerável e ao mesmo tempo esperançosa. Sem pensar duas vezes, me aproximei e a beijei com uma intensidade que nem eu sabia que possuía. O gosto dela, o toque suave de seus lábios, era como se algo tivesse finalmente se encaixado no lugar. Era a mulher que eu sempre quis, e agora era a mãe dos meus filhos. Tudo fazia sentido.Quando nos separamos, ofegantes, eu sabia o que queria fazer naquele dia. —Vamos sair!— Sugeri, com um sorr