Victoria Hayes —Somos reais, você é real e eu sou grato por não fazer parte apenas dos meus sonhos, preciso ir, amanhã tenho que chegar cedo a editora, podemos almoçar juntos amanhã?—ele me perguntou e eu apenas respondi com um sorriso.Ele me beijou e acabou saindo, sem que eu revelasse a ele sobre nossos filhos, mas no dia seguinte eu estava disposta a dizer a ele.Naquela mesma noite, depois que Clark me deixou em casa, ainda com o calor do beijo dele nos meus lábios, decidi que era hora de terminar o meu livro. Me sentei em frente ao computador, o coração ainda acelerado, mas a mente completamente focada. Eu sabia exatamente como queria encerrar a história da minha protagonista, Amanda. Ela, assim como eu, tinha passado por um turbilhão de emoções, mas agora estava pronta para encarar o próximo desafio. Respirei fundo e comecei a digitar, deixando os sentimentos fluírem através das palavras.Sentada à mesa da varanda, Amanda olhava para os gêmeos brincando no jardim. Os olhos del
Victoria Hayes Acordei com pequenos pés cutucando meu corpo e risadinhas abafadas no meu quarto. Lion e Luna estavam deitados ao meu lado, me olhando com aqueles grandes olhos brilhantes, que me faziam sorrir, apenas só por olhar para eles.—Mamãe, estamos com fome!— Lion disse, sorrindo enquanto puxava o cobertor.Eu bocejei e me espreguicei, sorrindo de volta para eles. —Certo meu príncipe, vamos tomar café da manhã.Eu os beijei e abracei os dois na cama.Levantei-me, e nós três fomos até a cozinha. Preparei panquecas, e as crianças mal podiam esperar para começar a comer. Era sempre uma alegria vê-los juntos, Lion concentrado, com sua panqueca com seriedade, enquanto Luna tentava colocar o máximo de frutas no prato.Assim que terminamos de comer e eu começava a limpar a cozinha, a campainha tocou. Fui até a porta, e quando a abri, lá estava Clark, segurando uma cesta de café da manhã e dois embrulhos coloridos.—Bom dia!— Ele sorriu, aquele sorriso que sempre derretia qualquer
Clark Collins A verdade ecoava na minha cabeça, uma verdade que eu não esperava ouvir de Victoria, mas que, de algum modo, fez todo o sentido. Lion e Luna... meus filhos. O que eu deveria sentir? Raiva? Ressentimento? Não. O que senti foi um alívio imenso, uma felicidade inesperada que me encheu de um calor que eu nunca havia experimentado antes.Eu sempre soube de alguma forma. E agora, eu sabia que ela não era apenas fruto dos meus sonhos, mas de algo real que vivi, antes do acidente. Meu coração batia rápido enquanto olhava para Victoria, sua expressão vulnerável e ao mesmo tempo esperançosa. Sem pensar duas vezes, me aproximei e a beijei com uma intensidade que nem eu sabia que possuía. O gosto dela, o toque suave de seus lábios, era como se algo tivesse finalmente se encaixado no lugar. Era a mulher que eu sempre quis, e agora era a mãe dos meus filhos. Tudo fazia sentido.Quando nos separamos, ofegantes, eu sabia o que queria fazer naquele dia. —Vamos sair!— Sugeri, com um sorr
Victoria Hayes Meses se passaram desde aquele momento inesquecível em que ele me pediu em casamento. Às vezes ainda me pego revivendo a sensação do anel em meu dedo, a felicidade que transbordou em meu coração, e a certeza de que nosso amor era para sempre. Mas a vida, como sempre, segue em frente, e esses meses trouxeram mais do que eu jamais poderia ter imaginado, Clark sempre doce, romântico e carinhoso, mas eu tinha medo, um medo que tentava esconder dele. O lançamento do meu livro foi um sucesso estrondoso. De uma pequena sessão de autógrafos para leitores dedicados, passei a salas lotadas, entrevistas em programas de TV. Meu livro se tornou um best-seller, e de repente, eu me vi na posição de uma autora reconhecida. Era surreal, quase inacreditável, e às vezes eu olhava para Lion e Luna, brincando em nossa sala, e me perguntava se tudo aquilo estava mesmo acontecendo comigo.Já estava prestes a lançar o segundo volume do meu livro, toda minha vida havia passado por uma grande
Victoria HayesNa manhã seguinte , fui à confeitaria da Eliza, estava cheia, e isso me fez sorrir. Ver o sucesso dela me trazia uma alegria genuína. Eliza sempre foi determinada e merecia tudo aquilo. Assim que entrei, ela me avistou e acenou, me chamando para ir até a pequena sala nos fundos, onde sempre conversávamos com mais tranquilidade.— Vic, preciso falar com você — ela disse, com uma expressão séria que me fez ficar preocupada imediatamente.Sentei-me, tentando esconder a inquietação que começava a tomar conta de mim.— O que foi, Eliza? — perguntei, nervosa. Eliza respirou fundo, como se estivesse preparando as palavras, o que só aumentou minha ansiedade.— O Hiago... Ele esteve aqui algumas vezes, pedindo informações sobre o Heitor — começou ela. — A mãe dele não aceita que ele esteja morto. Ela quer alguma prova concreta. Como nunca encontraram o corpo... ela acredita que ele ainda possa estar vivo.Fiquei em choque, incapaz de falar por alguns instantes. Meu coração ace
Victoria HayesQuando voltei para casa, a luz suave do início da tarde entrava pelas janelas, e meus filhos brincavam no tapete da sala. O som das risadas deles sempre me trazia uma sensação de paz, como se, por alguns momentos, todas as minhas preocupações desaparecessem.Passei a mão pelos cabelos deles e me abaixei para brincar com eles. Ver a felicidade no rosto dos meus filhos sempre foi o que me manteve de pé, mesmo nos dias mais difíceis. O medo que eu sentia ainda estava ali, rondando meus pensamentos, mas naquele instante, eu só queria aproveitar o presente.Após algumas horas, final de tarde, Clark chegou, com aquele sorriso que sempre faz meu coração acelerar. Ele me beijou suavemente na testa e depois fez o mesmo com nossos filhos, que correram para os braços dele, animados.— Papai! — eles gritaram , rindo enquanto Clark os levantava no ar.Eu observei aquela cena, sentindo um misto de amor e culpa. Clark era tão bom, tão presente. Ele merecia todo o meu amor, mas aqui
Clark CollinsDepois da nossa conversa, senti que algo dentro de Victoria havia mudado, como se ela estivesse finalmente começando a se abrir, a confiar que o futuro não precisava carregar o peso do passado. Eu sabia que ela ainda lutava com seus medos, mas estávamos juntos nisso, e era isso que importava.— Vamos subir? — perguntei suavemente, acariciando seu rosto.Ela assentiu com um sorriso tímido, e eu a segui até o quarto. A intimidade daquele momento parecia diferente, mais profunda, como se ambos estivéssemos prontos para nos reconectar, não apenas fisicamente, mas emocionalmente também.No quarto, comecei a tirar sua roupa devagar, sem pressa. Queria aproveitar cada segundo, cada detalhe do corpo dela, como se estivesse redescobrindo-a. Victoria retribuiu, deslizando suas mãos pelo meu peito e retirando minha camisa, o toque dela quente e reconfortante. Cada peça de roupa que caía no chão nos aproximava mais, e logo estávamos completamente nus, nossos corpos tão próximos que
Victoria HayesDeitei-me na cama ao lado de Clark, ainda sentindo o calor do nosso momento juntos. Ele já estava relaxado, com os olhos fechados, e eu me permiti observar seu rosto tranquilo por um tempo. Havia algo reconfortante em vê-lo assim, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão forte. Tudo nele me trazia uma sensação de segurança que eu nem sempre conseguia admitir, mas que estava lá, sempre presente.Estendi a mão para pegar meu celular na mesinha de cabeceira, querendo verificar algumas coisas antes de finalmente me entregar ao sono. Quando desbloqueei a tela, uma notificação no calendário chamou minha atenção. Era um lembrete de algo que eu já vinha tentando evitar pensar: a data do aniversário de Heitor estava se aproximando.Suspirei, sentindo aquele aperto familiar no peito. Fazia tanto tempo, e ainda assim a lembrança dele nunca deixava de me atingir com força. Cada vez que via aquela data marcada, era como reviver tudo de novo. A perda, a dor, a dúvida. O vazio que ele tinh