Victoria HayesQuando voltei para casa, a luz suave do início da tarde entrava pelas janelas, e meus filhos brincavam no tapete da sala. O som das risadas deles sempre me trazia uma sensação de paz, como se, por alguns momentos, todas as minhas preocupações desaparecessem.Passei a mão pelos cabelos deles e me abaixei para brincar com eles. Ver a felicidade no rosto dos meus filhos sempre foi o que me manteve de pé, mesmo nos dias mais difíceis. O medo que eu sentia ainda estava ali, rondando meus pensamentos, mas naquele instante, eu só queria aproveitar o presente.Após algumas horas, final de tarde, Clark chegou, com aquele sorriso que sempre faz meu coração acelerar. Ele me beijou suavemente na testa e depois fez o mesmo com nossos filhos, que correram para os braços dele, animados.— Papai! — eles gritaram , rindo enquanto Clark os levantava no ar.Eu observei aquela cena, sentindo um misto de amor e culpa. Clark era tão bom, tão presente. Ele merecia todo o meu amor, mas aqui
Clark CollinsDepois da nossa conversa, senti que algo dentro de Victoria havia mudado, como se ela estivesse finalmente começando a se abrir, a confiar que o futuro não precisava carregar o peso do passado. Eu sabia que ela ainda lutava com seus medos, mas estávamos juntos nisso, e era isso que importava.— Vamos subir? — perguntei suavemente, acariciando seu rosto.Ela assentiu com um sorriso tímido, e eu a segui até o quarto. A intimidade daquele momento parecia diferente, mais profunda, como se ambos estivéssemos prontos para nos reconectar, não apenas fisicamente, mas emocionalmente também.No quarto, comecei a tirar sua roupa devagar, sem pressa. Queria aproveitar cada segundo, cada detalhe do corpo dela, como se estivesse redescobrindo-a. Victoria retribuiu, deslizando suas mãos pelo meu peito e retirando minha camisa, o toque dela quente e reconfortante. Cada peça de roupa que caía no chão nos aproximava mais, e logo estávamos completamente nus, nossos corpos tão próximos que
Victoria HayesDeitei-me na cama ao lado de Clark, ainda sentindo o calor do nosso momento juntos. Ele já estava relaxado, com os olhos fechados, e eu me permiti observar seu rosto tranquilo por um tempo. Havia algo reconfortante em vê-lo assim, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão forte. Tudo nele me trazia uma sensação de segurança que eu nem sempre conseguia admitir, mas que estava lá, sempre presente.Estendi a mão para pegar meu celular na mesinha de cabeceira, querendo verificar algumas coisas antes de finalmente me entregar ao sono. Quando desbloqueei a tela, uma notificação no calendário chamou minha atenção. Era um lembrete de algo que eu já vinha tentando evitar pensar: a data do aniversário de Heitor estava se aproximando.Suspirei, sentindo aquele aperto familiar no peito. Fazia tanto tempo, e ainda assim a lembrança dele nunca deixava de me atingir com força. Cada vez que via aquela data marcada, era como reviver tudo de novo. A perda, a dor, a dúvida. O vazio que ele tinh
Victoria Hayes Acordei naquela manhã de sábado sentindo a suave luz do sol atravessar as cortinas do quarto. O som tranquilo de Lion e Luna brincando já podia ser ouvido, eles estavam com a babá e, por um breve momento, deixei-me relaxar. Clark ainda estava adormecido ao meu lado, sua respiração lenta e estável, o que me dava uma sensação de segurança. Levantei-me devagar, tentando não fazer barulho, e caminhei até a janela, observando o dia que se iniciava. Havia uma calma no ar, mas dentro de mim, algo parecia fora de lugar. Talvez fosse o cansaço ou as muitas questões pendentes que rondavam a minha mente. Minutos depois, ouvi uma batida leve na porta. Era Eliza. Seu olhar parecia mais preocupado do que de costume, e isso me fez franzir a testa. — Bom dia, Victoria — ela disse com suavidade. — Tudo bem com você? Eu sorri, tentando afastar qualquer sinal de preocupação. — Estou bem, só um pouco cansada. Ela assentiu, mas seu olhar me dizia que não estava convencida. Sen
Victoria Hayes — Victoria — ele começou, sua voz suave, mas cheia de sinceridade —O amor é uma coisa incrível, maravilhosa, mas também assusta, não é? Eu não esperava por aquilo. De repente, meu coração acelerou, e eu sabia que o que ele diria a seguir mudaria tudo. Clark continuou a me olhar com uma intensidade que me fez perder o fôlego. Eu sempre soube que ele tinha uma capacidade única de ler o que eu sentia, mesmo quando eu tentava esconder, ou talvez a Eliza tivesse a ver com isso. — Quero te propor algo — ele disse, com a voz baixa e firme. — Quero que tente não ter medo de amar. Sei que parece difícil, e entendo que não temos controle sobre o futuro, mas mesmo que um de nós tenha que partir, seja por um acidente ou até por amar outra pessoa, quero que você ame sem medo. Suas palavras me atingiram como um golpe suave, mas profundo. Era como se ele estivesse abrindo uma porta que eu sempre mantive fechada. Eu sabia que o amor trazia consigo uma vulnerabilidade que eu t
Victoria Hayes Dois meses depois... O sol estava radiante naquela manhã, enquanto eu caminhava em direção à confeitaria da minha melhor amiga, Eliza. O dia parecia ser de pura alegria; eu estava a poucas semanas do meu casamento e a última prova do meu vestido estava marcada para mais tarde. Eliza, sempre tão animada, havia insistido que tomasse o café da manhã na confeitaria antes de irmos à prova do vestido. Eu não podia estar mais feliz. Tudo estava finalmente se encaixando. Ao entrar na confeitaria, fui recebida com o familiar cheiro doce de bolos e pães frescos. Eliza já estava lá, sorrindo para mim do balcão, ocupada com alguns clientes. Acenei para ela enquanto me aproximava e me sentei em nossa mesa favorita, perto da janela, onde a luz entrava suavemente, iluminando o espaço com um brilho dourado. O clima era tranquilo, e meus pensamentos estavam completamente voltados para o casamento. Enquanto conversávamos sobre os últimos preparativos, a porta da confeitaria se abriu
Victoria Hayes Sentei-me no sofá da pequena sala, sentindo um peso enorme nos ombros. A doutora Teresa me observava com uma expressão de compreensão, enquanto eu tentava encontrar as palavras certas para começar. Havia tantas coisas para processar que era difícil saber por onde começar. — Tudo começou com Heitor… — comecei, sentindo um aperto no peito ao dizer o nome dele. — Nós estávamos noivos. Ele era o amor da minha vida, ou pelo menos eu achava que era. Mas aí… houve o acidente. Minhas mãos começaram a tremer, e eu tentei conter as lágrimas. A psicologa me ofereceu um lenço, e eu o aceitei, respirando fundo antes de continuar. — Fui informada de que ele tinha morrido. Passei meses devastada, acreditando que nunca mais o veria. Ele simplesmente desapareceu da minha vida, e eu tive que aprender a seguir em frente. Mas… as coisas mudaram. Doutora Teresa me olhou, encorajando-me a continuar. — Então, conheci Clark. Ele apareceu na minha vida quando eu estava no fundo do p
Victoria Hayes Saí do consultório da psicóloga sentindo-me mais leve, como se uma carga imensa tivesse sido tirada dos meus ombros. Eliza estava me esperando do lado de fora, encostada no carro, com o semblante preocupado. Quando me aproximei, ela endireitou o corpo, pronta para perguntar como eu estava, mas eu a interrompi antes que ela dissesse qualquer coisa. — Vamos para a loja de vestidos? — sugeri com um sorriso, tentando aliviar a tensão que pairava no ar. — Estou pronta para a última prova. Ela sorriu, mas o olhar preocupado ainda estava lá. — Vic, você tem certeza de que está bem? Entrei no carro ao lado dela e suspirei, tocando levemente a mão dela. — Eliza, eu sou muito grata por tudo o que você tem feito por mim. Você sempre esteve ao meu lado, me apoiando em todos os momentos difíceis. E eu sei que você está preocupada… com tudo isso, com Heitor, com o casamento. — Fiz uma pausa, sentindo o peso das palavras que estava prestes a dizer, mas sabendo que precisav