Victoria Hayes — Victoria — ele começou, sua voz suave, mas cheia de sinceridade —O amor é uma coisa incrível, maravilhosa, mas também assusta, não é? Eu não esperava por aquilo. De repente, meu coração acelerou, e eu sabia que o que ele diria a seguir mudaria tudo. Clark continuou a me olhar com uma intensidade que me fez perder o fôlego. Eu sempre soube que ele tinha uma capacidade única de ler o que eu sentia, mesmo quando eu tentava esconder, ou talvez a Eliza tivesse a ver com isso. — Quero te propor algo — ele disse, com a voz baixa e firme. — Quero que tente não ter medo de amar. Sei que parece difícil, e entendo que não temos controle sobre o futuro, mas mesmo que um de nós tenha que partir, seja por um acidente ou até por amar outra pessoa, quero que você ame sem medo. Suas palavras me atingiram como um golpe suave, mas profundo. Era como se ele estivesse abrindo uma porta que eu sempre mantive fechada. Eu sabia que o amor trazia consigo uma vulnerabilidade que eu t
Victoria Hayes Dois meses depois... O sol estava radiante naquela manhã, enquanto eu caminhava em direção à confeitaria da minha melhor amiga, Eliza. O dia parecia ser de pura alegria; eu estava a poucas semanas do meu casamento e a última prova do meu vestido estava marcada para mais tarde. Eliza, sempre tão animada, havia insistido que tomasse o café da manhã na confeitaria antes de irmos à prova do vestido. Eu não podia estar mais feliz. Tudo estava finalmente se encaixando. Ao entrar na confeitaria, fui recebida com o familiar cheiro doce de bolos e pães frescos. Eliza já estava lá, sorrindo para mim do balcão, ocupada com alguns clientes. Acenei para ela enquanto me aproximava e me sentei em nossa mesa favorita, perto da janela, onde a luz entrava suavemente, iluminando o espaço com um brilho dourado. O clima era tranquilo, e meus pensamentos estavam completamente voltados para o casamento. Enquanto conversávamos sobre os últimos preparativos, a porta da confeitaria se abriu
Victoria Hayes Sentei-me no sofá da pequena sala, sentindo um peso enorme nos ombros. A doutora Teresa me observava com uma expressão de compreensão, enquanto eu tentava encontrar as palavras certas para começar. Havia tantas coisas para processar que era difícil saber por onde começar. — Tudo começou com Heitor… — comecei, sentindo um aperto no peito ao dizer o nome dele. — Nós estávamos noivos. Ele era o amor da minha vida, ou pelo menos eu achava que era. Mas aí… houve o acidente. Minhas mãos começaram a tremer, e eu tentei conter as lágrimas. A psicologa me ofereceu um lenço, e eu o aceitei, respirando fundo antes de continuar. — Fui informada de que ele tinha morrido. Passei meses devastada, acreditando que nunca mais o veria. Ele simplesmente desapareceu da minha vida, e eu tive que aprender a seguir em frente. Mas… as coisas mudaram. Doutora Teresa me olhou, encorajando-me a continuar. — Então, conheci Clark. Ele apareceu na minha vida quando eu estava no fundo do p
Victoria Hayes Saí do consultório da psicóloga sentindo-me mais leve, como se uma carga imensa tivesse sido tirada dos meus ombros. Eliza estava me esperando do lado de fora, encostada no carro, com o semblante preocupado. Quando me aproximei, ela endireitou o corpo, pronta para perguntar como eu estava, mas eu a interrompi antes que ela dissesse qualquer coisa. — Vamos para a loja de vestidos? — sugeri com um sorriso, tentando aliviar a tensão que pairava no ar. — Estou pronta para a última prova. Ela sorriu, mas o olhar preocupado ainda estava lá. — Vic, você tem certeza de que está bem? Entrei no carro ao lado dela e suspirei, tocando levemente a mão dela. — Eliza, eu sou muito grata por tudo o que você tem feito por mim. Você sempre esteve ao meu lado, me apoiando em todos os momentos difíceis. E eu sei que você está preocupada… com tudo isso, com Heitor, com o casamento. — Fiz uma pausa, sentindo o peso das palavras que estava prestes a dizer, mas sabendo que precisav
Clark Collins Entrei no restaurante com o coração acelerado, animado para fazer uma surpresa para a Victoria. Eliza e eu havíamos combinado que eu apareceria de surpresa, e estava ansioso para ver o sorriso dela. Mas, ao entrar, parei por um segundo quando vi quem estava sentado com elas. Victoria e Eliza estavam na mesa com Heitor e Hiago. Não pude deixar de sentir um aperto no peito ao ver os dois ali, especialmente Heitor, que eu sabia ser uma parte complicada do passado de Victoria. Era notável como Victoria ficou surpresa ao me ver. Seus olhos se arregalaram por um instante antes de suavizarem, e eu pude perceber que ela ainda estava processando a situação. Eliza me viu primeiro, se levantou e me cumprimentou com um sorriso animado. — Clark! Que bom que você chegou. Senta com a gente, pede algo também — disse ela, tentando manter a leveza, mas logo senti a tensão no ar. — Ah, só para esclarecer, Heitor e Hiago apareceram por coincidência. Não estávamos esperando. An
Clark collins Chegamos à editora , o sol já se pondo e tingindo o céu com tons de laranja e rosa. Victoria caminhava ao meu lado, seu sorriso discreto e olhar brilhante me capturavam cada vez mais. Eu sabia que a proximidade do nosso casamento a deixava ansiosa, mas aquele momento, só nós dois ali, parecia suficiente para nos fazer esquecer de tudo. Quando a porta do meu escritório se fechou atrás de nós, o silêncio tomou conta, e o desejo que vinha crescendo entre nós durante todo o dia se tornou insuportável. Cada gesto dela parecia um convite, cada palavra carregada de promessas que eu não podia mais ignorar. Aproximando-me, toquei seu rosto, sentindo a suavidade da pele dela sob meus dedos, e a puxei para um beijo lento, profundo. Seus lábios eram uma promessa de algo mais, e eu estava pronto para cumprir. —Clark!— ela murmurou, interrompendo o beijo, seu olhar preso ao meu. —Nós... estamos na sua editora. —Exatamente!—Respondi, com um sorriso malicioso. —E estamos sozinhos a
Victoria Hayes Horas depois, já estávamos em casa, nossas noite eram com jantares em famílias e após todos dormirem, eu precisei sair para buscar algo no quarto da Eliza. A noite estava quieta, o único som era o tic-tac do relógio na parede. Eu fui até o quarto de Eliza para pegar o hidratante labial que eu havia a emprestado, o silêncio da casa me envolvia. Ao entrar no quarto, peguei o hidratante da mesa de cabeceira, mas algo me fez parar. Ouvi vozes do lado de fora, e a curiosidade me venceu. Me escondi atrás da porta entreaberta, e foi quando ouvi a voz de Heitor, grave e suave ao mesmo tempo, falando com Eliza. —Eu quero uma chance, Eliza.—ele dizia, sua voz carregada de uma sinceridade quase dolorosa. —Quero namorar você. Meu coração deu um salto no peito. Heitor? Namorar Eliza? Como isso era possível? Eu me aproximei mais, meu corpo tenso, tentando processar o que estava acontecendo. —Você sabe que sempre te amei.—Eliza disse, sua voz trêmula. —Desde que te conheci anos
Victoria Hayes Ao chegar à cozinha, a visão que encontrei assim que sai fez meu sangue gelar. Laura estava lá, com os olhos arregalados e vermelhos de tanto chorar, segurando uma arma. Ela parecia completamente fora de controle, sua respiração ofegante, seu corpo tenso. Assim que me viu, seus olhos brilharam de fúria. —Eu não vou deixar você se casar com ele.—ela disse, sua voz cortante e fria, enquanto apontava a arma diretamente para mim. Meus pés se cravaram no chão, meu coração batendo tão forte que eu sentia como se fosse sair do peito. Um dos seguranças se aproximou rapidamente, tentando acalmar a situação. —Senhorita, por favor, entregue a arma.—disse o segurança, com uma calma que eu não conseguia entender. Mas Laura não estava disposta a ceder. Ela me encarava com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes em alguém. Seus olhos, antes apenas tristes, agora estavam cheios de ódio. —Você tirou o único homem que eu amo de mim.— ela disse, sua voz falhando levemente.