Clark CollinsO som dos tiros ainda reverberava em meus ouvidos quando senti o corpo de Victoria escorregar pelos meus braços. Meu coração batia tão forte, quase explodindo de raiva e medo. O sangue dela manchava minhas mãos, a prova de que eu não tinha conseguido protegê-la.— Eliza!— gritei, minha voz ecoando pela casa. —Chama uma ambulância, agora!Eliza ligou naquele momento, mas eu mal conseguia me concentrar na Vic. Toda a minha atenção estava em Laura. Ela estava parada ali, como se não entendesse o que tinha acabado de fazer, suas mãos ainda tremendo. O segurança, finalmente, avançou e tirou a arma das mãos dela, mas meu corpo já estava se movendo por conta própria. Cada passo que eu dava em direção a Laura era cheio de raiva. Quando cheguei perto o suficiente, agarrei o pescoço dela com força. Meu aperto era firme, sentia sua pele fria contra a minha mão quente. Seus olhos, agora cheios de medo, me encaravam, mas eu não me importava. Todo o ódio que eu tinha por ela, por te
Clark CollinsQuando chegamos ao hospital, tudo se moveu rápido demais, mas ao mesmo tempo parecia em câmera lenta. Os médicos levaram Victoria direto para a emergência, e eu fui deixado para trás, observando-a desaparecer pelas portas duplas. Minha mente estava um caos, tentando processar tudo.Eu sentia que estava à beira de perder o controle completamente, mas então ouvi uma voz familiar atrás de mim.— Clark!Me virei e, para minha surpresa, lá estava Alexander, meu primo. Ele se aproximou com passos rápidos, o rosto sério. A presença dele me trouxe uma pontada de alívio, como se finalmente eu pudesse respirar um pouco.Alexander era um dos melhores cirurgiões do país, e se alguém poderia salvar a vida de Vic, era ele. Seu olhar firme encontrou o meu, e eu soube, naquele momento, que ele entendia a gravidade da situação.— Ela está em estado crítico, Clark? — Ele perguntou, sem rodeios, sempre direto ao ponto.— Sim... ela foi baleada. — Minha voz falhou, as palavras pesadas na ga
Clark CollinsHoras pareciam passar como uma eternidade enquanto eu esperava. Sentado em uma das cadeiras desconfortáveis da sala de espera, a imagem de Victoria, ferida e vulnerável, não saía da minha cabeça. Cada vez que alguém entrava ou saía da sala de cirurgia, meu coração disparava, mas ninguém vinha com notícias.Então, finalmente, vi meu primo Alexander se aproximando. Ao lado dele, minha mãe caminhava com um olhar tenso, mas havia um brilho de esperança em seus olhos. Alexander com o rosto. cansado, mas ele sorriu para mim assim que nossos olhos se encontraram.— Clark, ela está fora de perigo.— Ele disse, sem rodeios, exatamente como sempre foi. — A Victoria vai ficar bem.Aquela simples frase fez um peso sair dos meus ombros. Senti como se pudesse respirar novamente. Minha mãe, ao meu lado, soltou um suspiro de alívio e me abraçou forte.— Foi complicado! — continuou Alexander, o tom dele ficando mais sério enquanto explicava. — A bala estava alojada no pulmão, e isso pode
Victoria Hayes Quando abri os olhos, a luz suave do quarto de hospital me fez piscá-los algumas vezes até que a visão ficasse mais clara. Tudo parecia enevoado, como se estivesse acordando de um longo sonho. Aos poucos, as formas ao meu redor começaram a se definir, e o som das máquinas que monitoravam meus sinais vitais preencheu o ambiente. Então, senti algo quente e familiar segurando minha mão. Virei a cabeça lentamente e vi Clark sentado ao meu lado, os olhos cansados, mas repletos de emoção. Ao perceber que eu estava acordada, ele se levantou de imediato, o rosto se iluminando de alívio e amor. — Vic...— Sua voz saiu baixa, quase um sussurro, como se tivesse medo de quebrar aquele momento. Eu tentei sorrir, mas estava tão fraca que mal consegui mover os lábios. Mesmo assim, sabia que ele entendia. Sem dizer mais nada, Clark se aproximou de mim, os olhos presos aos meus, e me deu um beijo delicado nos lábios. Foi um toque suave, repleto de amor e carinho, como se ele estiv
Victoria Hayes Dois meses depois... O som suave dos violinos preenchia o ar enquanto eu respirava fundo, tentando absorver cada detalhe daquele momento. Meu coração estava acelerado, mas não por nervosismo — era a antecipação de algo que eu sempre sonhei, e agora estava prestes a acontecer. Quando as portas da igreja se abriram, senti todos os olhares se voltarem para mim, mas meus olhos procuravam apenas um: Clark. O vestido de seda marfim caía suavemente sobre meu corpo, e o véu flutuava delicadamente com cada passo que eu dava. O peso das emoções era palpável. Eu podia ouvir os sussurros, os risos baixos, e a leve movimentação dos convidados enquanto avançava lentamente pelo corredor. O cheiro das flores, que decoraram cada canto da igreja, misturava-se com o incenso, criando uma atmosfera única e sagrada. Quando finalmente o vi, parado no altar, minha respiração quase parou. Clark estava tão lindo, com seu terno preto impecável, e seus olhos brilhavam de uma forma que fez m
Clark Collins Quando saímos da festa, o som das risadas e a música ainda ecoavam na noite. Victoria estava radiante, ainda com seu vestido de noiva, e enquanto nos despedíamos dos convidados, senti uma mistura de euforia e calma. Tínhamos compartilhado nosso dia com todos que amamos, mas agora, o momento era só nosso. Lion e Luna, já cansados, estavam prontos para ir embora com os meus pais. Lion ainda segurava a pequena almofada de cetim das alianças, os olhos sonolentos, enquanto Luna, em seu vestido lindo, quase não conseguia manter os olhos abertos. Me abaixei até eles, passando a mão nos cabelos de Lion. — Vocês foram incríveis hoje — sussurrei, com um sorriso. — Papai, vocês vão voltar logo? — Lion perguntou, piscando lentamente, lutando contra o sono. Victoria se abaixou ao lado deles e beijou a testa de Luna, que já estava aninhada nos braços da minha mãe. — Em uma semana, amorzinho — respondeu, Vic com ternura. — Você vai se divertir tanto com seus avós que nem vai sen
Clark Collins Meses se passaram após o nosso casamento e ainda me pego pensando em como tudo mudou. Não foi apenas o fato de ter me casado com a mulher dos meus sonhos, mas a maneira como cada detalhe de nossa vida juntos tem se encaixado perfeitamente, como se fosse planejado desde o início. Acordo todas as manhãs com Victoria ao meu lado, e não consigo deixar de me perguntar como tive tanta sorte. O jeito que ela respira, os pequenos movimentos que faz enquanto dorme, a maneira como o sol ilumina seus cabelos logo pela manhã... tudo nela me fascina. E hoje, enquanto a observo se arrumar para mais um dia, me dou conta de que a sensação que me acompanha desde o dia do nosso casamento permanece. Aquela certeza inabalável de que fiz a escolha certa, de que tudo o que vivi até aqui me trouxe a ela. Levanto-me devagar, tentando não acordá-la, e caminho até a varanda. O sol está nascendo no horizonte, e o som das ondas quebrando na praia me traz uma paz imensa. Lion e Luna ainda est
Clark CollinsEu estava no escritório, olhando fixamente para as fotos e os documentos que Alexander havia me entregue. Não conseguia tirar os olhos das imagens... cada detalhe daquelas fotos parecia estar ali para me lembrar de um passado que eu nunca quis esquecer, mas que a vida e o acidente haviam me obrigado a deixar para trás. "Minha filha", pensei, tentando absorver essa ideia. Uma filha que estava ali, na casa dos meus pais, esperando para conhecer o pai que ela provavelmente nunca soube que tinha. Eu precisava contar isso para Victoria, mas como? Como explicar para a mulher que amo que, por mais que eu tenha começado uma nova vida ao lado dela, ainda havia um pedaço do meu passado que nem eu sabia que existia? E mais que isso, um pedaço de mim, perdido, mas agora trazido de volta na forma de uma menina de quase seis anos. Alexander ficou ao meu lado por um tempo, em silêncio, me dando o espaço de que eu precisava para processar. Depois de um tempo, ele se aproximou, colocou