Clark Collins — Você é patético, Clark. — Sua voz era cheia de desprezo. — Ela não é nada para você. Eu sou a mulher da sua vida, sempre fui! Aquele foi o limite para mim. O olhar cheio de desprezo que ela lançou sobre Victoria foi a gota d'água. Me coloquei entre as duas, encarando Laura com uma frieza que eu sabia que ela nunca tinha visto antes. — Acabou, Laura. — Minha voz era firme, sem espaço para discussão. — Eu estou cansado de repetir isso. Pare de me procurar, pare de tentar trazer de volta algo que nunca mais vai existir. Eu não te amo. Nunca amei. Por um breve momento, vi o brilho de dor nos olhos dela, e aquilo quase me fez hesitar. Mas então ela olhou para Victoria novamente, com tanto ódio que tudo o que eu sentia por ela desapareceu de vez. — Diz o que quiser — ela cuspiu, os olhos ardendo de raiva. — Mas você vai se arrepender. Ela nunca vai ser o que eu fui para você. Olhei diretamente nos olhos dela, minha expressão implacável. — Você está certa. — Eu disse,
Victoria HayesEu observava Hiago se afastar pela porta, e só então soltei o ar que estava prendendo. O choque ainda pulsava em minhas veias, e meu coração não sabia se batia por causa da presença de Hiago ou pelas lembranças que ele havia trazido com sua chegada."Isso não pode estar acontecendo", pensei, enquanto olhava para Eliza. — Não posso ir agora — murmurei, tentando me recompor. — Diga à sua mãe que estou lisonjeada com o convite, mas, no momento, as coisas estão muito complicadas para mim. Mas prometo que, em breve, marcaremos algo.Hiago me encarou por alguns instantes, talvez percebendo o peso nas minhas palavras, mas, como um verdadeiro cavalheiro, apenas assentiu com um sorriso compreensivo.— Entendo, Victoria. A semana que vem é o aniversário da minha mãe, e a empresa vai fazer uma grande festa para comemorar o aniversário dela e da fundação da empresa. Seria importante para ela, sabe? Se você aparecesse por lá, como um presente. Pela memória de Heitor.Meu coração ap
Uma semana depois...Clark Collins Eu estava de pé ao lado do bar, observando o ambiente com um copo de whisky na mão. A festa estava em seu ápice. Convidados ilustres, empresários e figuras da alta sociedade circulavam pelo salão luxuoso. Luzes douradas refletiam nos cristais pendurados, e tudo parecia cuidadosamente montado para impressionar. Mas nada disso me importava. Eu estava com meus pensamentos apenas por ela. Victoria Hayes.Não sabia ao certo o que sentir. Nosso último encontro na editora ainda ecoava na minha mente, cada palavra, cada gesto. Desde então, não conseguia tirá-la dos meus pensamentos. Ela era a mulher que eu amava, mas parecia tão distante, tão presa ao passado. E, agora, aqui estava eu, cercado de pessoas, mas perdido em pensamentos que só me levavam a ela.Então, de repente, o murmúrio no salão diminuiu. Um silêncio respeitoso se espalhou.Olhei para a entrada e lá estava Victoria. Ela parecia deslumbrante, usando um vestido impecável, daqueles que faziam q
Clark Collins Eu não sabia o que esperar quando me aproximei de Victoria, mas certamente não estava preparado para o que veio a seguir. Ela olhou para mim com uma expressão calma, embora eu soubesse que algo mais se escondia por trás de seus olhos. O salão ao redor de nós parecia se distanciar, as conversas e as risadas abafadas agora irrelevantes diante do que ela estava prestes a dizer.Ela abaixou os olhos por um momento e depois os levantou novamente, dessa vez fitando-me diretamente. Aquele olhar... por um instante, eu pensei que veria um reflexo do que sentia, mas tudo o que encontrei foi uma sombra de algo que já estava existindo antes que eu pudesse quebrar o silêncio, ela se aproximou, trazendo os gêmeos ao seu lado.— Clark, esses são Luna e Lion, meus filhos — disse Victoria, sua voz suave, mas firme. Eu olhei para as duas crianças e fiquei em silêncio. Eles eram lindos, uma combinação perfeita de inocência e vivacidade. Luna, com seus cabelos dourados, e Lion, que parecia
Victoria HayesA festa estava chegando ao fim, e a mãe de Heitor, sempre amável, aproximou-se de mim com um sorriso suave.— Feliz aniversário, senhora Winston. Eu preciso ir agora, mas queria deixar meu carinho e os melhores desejos para a senhora. — Minhas palavras, embora gentis, carregavam uma melancolia que eu reconhecia bem. Ela me abraçou com uma ternura que quase me fez chorar, mas eu me contive.— Obrigada — murmurei, segurando suas mãos por um instante antes de vê-la sair.Clark, sempre atento, se aproximou logo em seguida, tomando minha mão. Seu toque me trouxe de volta à realidade, e ele sorriu antes de falar:— Vamos? Vou levar você, Luna, Lion e Eliza para casa.Assenti, seguindo-o até o carro onde as crianças já aguardavam. O silêncio do trajeto de volta foi confortável, mas minha mente estava em turbilhão. Eu ainda não conseguia processar completamente a intensidade da noite, e mais do que isso, o que estava sentindo por Clark. Ele era tão diferente de qualquer homem q
Victoria Hayes Acordei com a luz suave do sol entrando pelas cortinas do quarto. O dia começava calmo, mas minha mente ainda estava repleta das confusões da noite anterior. A lembrança do beijo de Clark e o flash daquela noite no hotel me assombravam. Suspirei profundamente, tentando afastar as dúvidas, e me concentrei nos sons ao meu redor. Ouvi as risadas de Luna e Lion vindas do corredor e soube que o dia seguiria seu curso normal, ao menos por algumas horas. Depois de me vestir, encontrei Eliza na cozinha, com um sorriso no rosto enquanto preparava o café da manhã para as crianças. — Bom dia, Vic — disse ela, animada. — Tenho uma novidade incrível para te contar! — O que houve? — perguntei curiosa, enquanto servia suco para Luna e Lion. — Consegui muitas encomendas depois do bolo que fiz para a festa! As pessoas adoraram, e várias me procuraram para fazer bolos para festas e eventos! — Eliza respondeu, visivelmente feliz. Sorri com a notícia, genuinamente contente por minha
Victoria Hayes Depois do jantar, as crianças e Eliza foram brincar com os pais de Clark, e eu aproveitei a oportunidade para me retirar e explorar uma das salas da casa, que abrigava uma enorme biblioteca. As estantes repletas de livros eram acolhedoras, e por um momento, senti um certo alívio, como se a tranquilidade daquele lugar pudesse acalmar minha mente confusa. Mas antes que eu pudesse me perder nos livros, senti Clark se aproximando. Ele entrou silenciosamente, e quando nossos olhares se encontraram, algo mudou no ar. Ele caminhou em minha direção, e, sem dizer uma palavra, me beijou verozmente. Eu o correspondi com uma intensidade que me surpreendeu, e, antes que pudesse pensar duas vezes, rasguei a camisa dele em um impulso. Foi então que vi a tatuagem. O mesmo desenho que eu havia visto naquela noite de anos atrás, no quarto de hotel. — Acho que eu não sou fruto dos seus sonhos, Clark — sussurrei, chocada. Clark ficou paralisado, seus olhos arregalados enquanto ele a
Victoria Hayes —Victoria, acorde!— A voz de Eliza cortou o silêncio do quarto, sua voz era suave, mas insistente. Eu senti suas mãos sacudirem levemente meu ombro, e, quando finalmente abri os olhos, encontrei seu rosto sorridente a poucos centímetros do meu. —Você tem que se levantar, senão ficaremos atrasadas! Acordei com uma sensação estranha, como se estivesse emergindo de um lugar distante e nebuloso. Meus olhos ainda estavam pesados, a mente confusa e atordoada. Por um momento, me perguntei onde estava, sentindo o peso de algo que parecia importante, algo que eu precisava lembrar... Clark, gêmeos, tatuagem… as lembranças flutuavam em minha cabeça como fragmentos de um sonho. Aquela sensação de confusão se aprofundou. Tentei focar na realidade à minha frente, mas as cenas que minha mente havia criado ainda estavam lá, tão vívidas, tão reais. —O que...?— Minha voz saiu rouca, como se eu tivesse passado horas falando. —O jantar na casa do Clark, lembra? Você não quer c