Conquistá-la é o meu foco....

Clark Collins

Enquanto Victoria continua falando sobre seu livro, eu me perco na narrativa. A protagonista, uma mulher que, após perder seu noivo, acaba passando a noite com um desconhecido, e a revelação de uma gravidez inesperada adiciona uma camada de complexidade à sua história. Eu escuto cada palavra, mas, ao mesmo tempo, meu pensamento imagina. Essa história, de alguma forma, toca uma parte profunda de mim. A dor da perda e a busca por algo que preencha o vazio são temas que eu conheço muito bem, ao menos é como me sinto sem poder ter ela e os nossos filhos, que são frutos do meu sonho.

— É uma trama poderosa — digo, tentando manter a voz firme. — É baseado em alguma experiência sua?

Ela hesita, um silêncio se instala entre nós. Por um momento, sinto que a resposta pode revelar um segredo profundo, algo que poderia nos conectar de forma ainda mais intensa. Finalmente, como eu queria poder beijá-la e abracá-la naquele momento, acabo retornando a observá-la , quando a mesma responde:

— Em partes, sim.

O meu coração dispara com a sugestão de que, talvez, ela tenha passado por algo semelhante. Desejo mais detalhes, mas a ideia de forçá-la a compartilhar algo tão pessoal me faz hesitar.

— E quanto à continuidade? Você enviou apenas uma parte do livro. Já tem o restante?

— Sim, já tenho a história completa, mas talvez não o agrade — ela diz, a expressão dela se fechando ligeiramente.

Uma ideia surge em minha mente. Esta mulher, com seu talento e sua história única, poderia ser a chave para uma nova fase em minha vida. Preciso dela por perto, e essa poderia ser a oportunidade que esperava, eu não posso mais deixar que seja apenas fruto dos meus sonhos, ela é real e eu quero que o que vivi em sonho seja real ao lado dela.

— Então, me envie o restante. Eu lerei e posso ajudar a tornar seu livro um bestseller — proponho, observando a esperança se acender em meu peito, pois eu iria estar ao lado dela e conquistá-la.

Ela levanta, e uma onda de desespero me invade. Não quero que isso termine. Preciso de mais tempo com ela.

— Victoria, não quer jantar comigo? — pergunto, a sinceridade em minha voz.

Ela hesita, e sua resposta me faz sentir um frio na barriga.

— Eu não estou disponível. Isso se o convite for com outras intenções além do que se refere ao meu livro.

Seus olhos se desviam, e, enquanto passa as mãos pelos cabelos, eu noto algo que me faz o coração acelerar: uma aliança de noivado brilha em seu dedo. A realidade me atinge como um golpe.

— Sei que é noiva; a aliança não nega — digo, tentando disfarçar o turbilhão de emoções. — Então pode levar seu noivo para o jantar que se refere a negócios.

Ela me observa, e por um instante, vejo uma mistura de confusão e algo mais em seu olhar. O desejo que sinto por ela é palpável, mas também entendo que há barreiras que não posso cruzar. O peso da aliança em seu dedo me lembra que ela pertence a outro, mas isso não apaga a conexão que sinto e que ainda posso ter uma chance, já que ela ainda não está casada.

A conversa se torna um jogo de palavras, um duelo entre o que desejo e o que é possível. Eu posso ser um estranho na vida da Victoria , mas sua presença evoca sentimentos que não posso ignorar. Enquanto nos encaramos, uma tensão palpável se forma entre nós, e, mesmo que a realidade esteja contra mim, não posso deixar de me perguntar se existe uma chance, por menor que seja, de que ela não seja apenas a esposa e mãe dos meus filhos, apenas em meus sonhos.

Continua....

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