A noite parecia se arrastar, Andromeda admirava o breu no quarto se recusando a fechar os olhos, ela lutava contra o sono. Não queria dormir e esquecer o que tinha acontecido, Ela nem se lembrou de tudo e se dormisse ia se esquecer do que aconteceu hoje. Mas o passado não precisava de convite para invadi-la, muito menos de olhos fechados e de repente, ela se viu ali outra vez.O salão de mármore branco. As tapeçarias douradas tremulando com a brisa celestial.Andrômeda, ainda uma jovem sacerdotisa, vestida de azul claro, quebrava a maior de todas as leis: atravessar o véu para ver Kael, o demônio que não deveria amar.Ela tocou o portal proibido e sentiu o frio percorrer sua espinha, o medo de tudo que viria depois quase a fez mudar de ideia.Mas do outro lado, Kael a esperava. A aura negra dele contrastava violentamente com a sua, ele e seus olhos — aqueles olhos que carregavam o sol — a faziam esquecer de qualquer punição futura.Ela correu para ele.Foi ela quem deu o prim
— O chá está forte, And? — Boldar perguntou, notando a forma como ela admirava a fumaça que saía da xícara.— Não, claro que não. Eu só estava entretida com um pensamento. O Kaito me falou que certos níveis de magia são considerados inexistentes em humanos, mas podem crescer de acordo com o crescimento do ser humano.— É verdade. Veias de mana são manipuláveis, diferente de magia arcana. — Alinna respondeu, escorando o queixo na mão e fechando os olhos, quase vencida pelo sono.— Ela está certa, mas eu nunca vi magia arcana de perto, pelo menos não desde que saí do inferno. — Boldar respondeu, levantando da mesa e colocando as xícaras na pia.— Magia arcana é mais forte? — ela perguntou, interessada.Boldar se virou, escorando-se na pia.— Eu não sei dizer, mas pode perguntar ao capitão ou à Agui. Por que o interesse repentino?— Tive uma sensação ruim. Senti que perdia algo muito importante e que talvez eu nunca fosse recuperar. — Andromeda respondeu, cabisbaixa.Boldar suspirou.— P
Oi, meus leitores! Espero que vocês estejam bem. Esse é meu primeiro livro e coloquei meu coração nele. Espero que sintam e vejam a história como eu vi e senti e viajem pelo mundo em que eu vivo quando escrevo. Curtam muito o livro e sigam a autora, pois Os 7 Pecados Capitais terá continuação. Beijos! --- CAPÍTULO 1: O INÍCIO DE TUDO Houve um tempo em que os gigantes esculpiam montanhas com as mãos nuas, as fadas dançavam em florestas de cristal e os demônios brindavam com vinho sob a luz de duas luas. A Terra era uma tapeçaria de raças, tecida com magia e sangue. Mas o equilíbrio é frágil, e a ganância dos deuses, ainda mais. Nas ruínas de um mundo outrora grandioso, Andrômeda observava o céu, o olhar perdido entre as estrelas. O eco da voz de Kael era longínquo, mas presente. Ela sentia o sangue escorrer entre os dedos, que freneticamente pressionavam o ferimento profundo em seu ventre. — AHHHHHH! O grito de Kael rompeu a planície destruída. A terra rachada se estend
Kael segurava Andrômeda no colo. Sentia seus braços falharem, mas ficou ali, parado, sentindo o cheiro de lírio que ela amava. Kael tentava se controlar. Focava no som da risada dela, mas, a cada instante, seu peito se enchia mais de fúria. Ele não aceitava que, por uma competição estúpida entre dois deuses velhos, arrogantes e gananciosos, nunca mais veria sua amada. Seus olhos brilhavam em carmesim pela segunda vez na vida. A primeira foi quando descobriu que sua mãe havia sido morta num ataque aos níveis inferiores do inferno — e que sua irmã também morrera lá. Ele tinha cinco anos, mas mesmo assim matou treze demônios com um poder que, mais tarde, chamou de neve negra — um toque daquela neve na pele de qualquer ser vivo o mataria antes que abrisse a boca outra vez. Tentáculos negros surgiam do chão como garras. Kael estava tomado pelo ódio. Andrômeda queria proteger todos, se sacrificava para isso... e, no fim, morreu. Morreu defendendo quem a matou. Kael levitou, ainda se
Antes que ele pudesse protestar, Ágata já caminhava até a porta. Seus passos eram lentos, medidos, carregando uma calma enervante. Kael a observou em silêncio, tentando decifrar sua intenção. Não confiava nela, mas também não encontrava um motivo convincente para que o tivesse salvo. A porta se fechou, e ele soltou um longo suspiro. Sentia-se exausto, como se algo dentro dele tivesse sido arrancado. Seus olhos vagaram pelo quarto. As paredes de pedra escura, a lareira acesa num canto, os frascos de poções deixados por Ágata. Tudo parecia estranho e familiar ao mesmo tempo. Mas o desconforto não vinha do ambiente. Vinha de dentro. Ele fechou os olhos, tentando se lembrar da última coisa antes de apagar. Sangue. Dor. Azrael caindo morto a seus pés. A fúria queimando como uma tempestade sem fim. E então... o toque frio de Ágata puxando algo dele. Os olhos de Kael se abriram de repente. E se seu pai tivesse a ver com isso? Não fazia sentido. O medo do pai era que ele desenvolve
— Fez uma promessa a ela, lembra-se? Kael parou, estático. Ele a olhou por cima do ombro. — É mesmo? Uau, como eu pude esquecer disso — Kael disse sarcasticamente. — Eu também prometi que daria minha vida por ela se ela decidisse ficar comigo. E ela morreu. Não era difícil sentir o que Kael estava sentindo naquele momento. Seus olhos estavam cheios de tristeza e raiva. — É claro. Com um mundo desse tamanho, somente Kael, o escolhido, sofre — Ágata falou, dando a volta na mesa. — Eu pedi com gentileza, mas acho que você não entendeu: você vai fazer isso. Teria destruído um reino inteiro se eu não o impedisse, e isso é contra a lei. Pode ser visto como um ataque do próprio rei dos demônios. Imagina o problema que você traria aos outros demônios que vivem escondidos no mundo humano. Se não fizer por bem, amanhã pela manhã o exército estará atrás de você, e talvez à tarde sua cabeça decore uma estaca no centro da cidade, depois de ser acusado de alta traição. Kael bufou, olhando
Kael desceu do sótão, ainda perdido em pensamentos sobre o encontro inesperado com Boldar. Caminhava pelo corredor rumo ao quarto quando algo do lado de fora chamou sua atenção. Ao passar por uma das janelas, parou abruptamente. Lá fora, uma das árvores se moveu. Não foi um simples balançar de vento ou o farfalhar rotineiro das folhas. Ela deslizou pelo solo, como se estivesse viva. Franziu o cenho, inclinando-se para enxergar melhor. Outra árvore repetiu o movimento, depois outra, e mais outra, como se a floresta inteira estivesse… caminhando. Foi então que as palavras de Agatha ecoaram em sua mente: "A casa anda em reforma." Ele piscou. Aquilo não era uma metáfora. A casa realmente andava. Kael recuou um passo, observando melhor a estrutura ao redor. Por fora, parecia pequena, quase insignificante, mas lá dentro… era imensa, confortável, aconchegante de um jeito estranho. Aquilo exigia um nível altíssimo de magia. Ele soltou um riso curto. — Uma maga de primeiro nível
Nos três dias seguintes, Kael e Ágata permaneceram na vila. Kael reforçou as cercas, cavou um novo poço e inspecionou os estábulos. Ágata, por sua vez, canalizou sua magia para restaurar parte das plantações ressecadas. Apesar dos esforços, os ataques às carroças dos viajantes continuavam sem sentido, e Kael precisava descobrir a verdade. À noite, na taverna da aldeia, ele espalhou um boato: um novo carregamento de cerveja estava a caminho, escoltado por um mercador rico, dono da fabricação. Como esperado, o "lobo" atacou novamente. Mas não havia mercador, apenas uma armadilha cuidadosamente montada para revelar a verdade. Durante o confronto, Kael percebeu que não era um lobo atacando as carroças — eram homens. Os bandidos usaram a lã das ovelhas desaparecidas para criar disfarces e encobrir seus rastros. Após um combate breve, Kael os capturou e os levou ao ancião da vila. Exausto, retornou à casa onde estavam hospedados. Quando o terceiro dia amanheceu, a vila respirava com ma