CAPÍTULO 6: A emboscada

Nos três dias seguintes, Kael e Ágata permaneceram na vila. Kael reforçou as cercas, cavou um novo poço e inspecionou os estábulos. Ágata, por sua vez, canalizou sua magia para restaurar parte das plantações ressecadas. Apesar dos esforços, os ataques às carroças dos viajantes continuavam sem sentido, e Kael precisava descobrir a verdade.

À noite, na taverna da aldeia, ele espalhou um boato: um novo carregamento de cerveja estava a caminho, escoltado por um mercador rico, dono da fabricação. Como esperado, o "lobo" atacou novamente. Mas não havia mercador, apenas uma armadilha cuidadosamente montada para revelar a verdade. Durante o confronto, Kael percebeu que não era um lobo atacando as carroças — eram homens. Os bandidos usaram a lã das ovelhas desaparecidas para criar disfarces e encobrir seus rastros.

Após um combate breve, Kael os capturou e os levou ao ancião da vila. Exausto, retornou à casa onde estavam hospedados.

Quando o terceiro dia amanheceu, a vila respirava com mais alívio.

Kael não voltou mais à aldeia. Já tinham as ervas e os suprimentos necessários. Mas, ao passar pelo portão da cidade, pronto para seguir viagem a Bazzard, uma voz o chamou:

— Ei... senhor... obrigado.

Kael se virou e ficou surpreso ao ver o lobo ao lado do menino, Milo, aquele que chorara de medo ao ver o amigo acusado injustamente.

Ele sorriu de canto.

— Adeus, Milo.

Queria parar e se despedir de verdade, mas detestava demonstrações de afeto. Além disso, a prisão de Bazzard ainda estava longe.

Horas depois, a quietude da estrada tornou-se inevitável. O silêncio era incômodo. Os galhos das árvores balançavam sob o vento, projetando sombras alongadas sobre o caminho de terra.

Era o tipo de silêncio que precedia um problema.

Kael pousou a mão sobre o cabo da espada.

— Você sente isso? — murmurou.

— Você sente coisas demais — Ágata retrucou, revirando os olhos. — Mas sim, eu sinto.

Antes que Kael pudesse responder, um estalo veio da floresta.

— Emboscada — ele murmurou.

O ataque foi rápido. Seis figuras encapuzadas emergiram das sombras, lâminas reluzindo sob a luz do entardecer.

— Sejam bonzinhos, deixem as bolsas e ninguém sai ferido — disse um dos ladrões.

Kael sorriu de lado.

— Tenho uma proposta melhor: vocês correm, e eu não quebro os dentes de vocês.

O líder riu, confiante.

— Engraçadinho. Pena que sua sorte acaba aqu—

Kael o acertou antes que pudesse terminar a frase. O homem desabou como um saco de batatas, e o caos se instaurou.

Kael se movia como um trovão, desviando de golpes e revidando com precisão brutal. Ele não matou ninguém, mas cada um dos ladrões terminou desacordado ou com membros torcidos em ângulos pouco naturais.

Enquanto isso, Ágata murmurava um encantamento, a voz tão suave quanto uma brisa noturna.

— Durma... e leve consigo o peso da consciência.

Um sopro azulado dançou no ar. Os últimos dois ladrões tentaram fugir, mas caíram como bonecos de pano antes de dar três passos.

Kael cutucou um dos corpos no chão, certificando-se de que ainda respirava.

— Me lembra de nunca mais reclamar de tédio.

Ágata sorriu.

— Isso é só o começo.

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