Ele era maravilhoso, e apesar da diferença de idade, aquele homem mexia comigo de uma forma que eu mal conseguia controlar. A rivalidade entre nossas famílias, que durava décadas, parecia insignificante diante do desejo que queimava em mim. Cada encontro clandestino, cada toque, só reforçava o quanto eu estava disposta a desafiar todas as regras por ele.
Cerrei os lábios quando ele empurrou o pau para dentro de mim com força, me prendendo contra a parede, fazendo-me revirar os olhos de prazer. A intensidade do momento me consumia, arrancando-me suspiros a cada investida dele e eu lutava para manter sob controle.
Suas mãos seguravam firmemente minhas coxas, erguendo-me para ajustar melhor nossos corpos. A parede fria contra minhas costas contrastava com o calor que irradiava de nossos corpos em contato. O atrito entre nós era eletrizante, uma dança de prazer que eu nunca queria que terminasse.
Eu podia sentir cada movimento, cada pulsar dentro de mim, e isso só aumentava a urgência do momento. Meus dedos cravaram-se em seus ombros enquanto ele se movia dentro de mim com uma precisão que me deixava à beira do êxtase. Minhas unhas arranhavam sua pele, marcando-o, como se eu quisesse deixar um pedaço de mim com ele, mesmo depois que essa loucura terminasse.
— Gabriel… — murmurei, tentando manter minha voz baixa, mas não conseguindo conter o som que escapava dos meus lábios.
Ele aumentou o ritmo, cada estocada me levando mais perto do limite. Eu mordi o lábio, tentando sufocar um grito que ameaçava escapar. A sensação de estar tão próxima, tão conectada a ele, era algo que eu nunca havia experimentado antes. Parecia que estávamos destinados a isso, a nos encontrar mesmo no meio de tanta confusão e obstáculos.
Sentia que o clímax estava próximo, o prazer acumulando-se dentro de mim como uma onda prestes a quebrar. Ele percebeu, seus movimentos se tornaram ainda mais intensos, como se quisesse me levar ao limite e além.
E então, finalmente, aconteceu. Um prazer explosivo me dominou, fazendo meu corpo tremer em seus braços. Mordi o ombro dele para abafar o grito de êxtase que ameaçava escapar. Meu corpo inteiro se apertou ao redor dele, cada fibra minha se entregando ao prazer que ele proporcionava.
Ele não parou, continuando até alcançar seu próprio clímax, seu corpo tenso contra o meu enquanto liberava tudo de si. Ficamos assim, nossos corpos colados, ofegantes, enquanto o mundo ao nosso redor lentamente voltava ao foco.
Quando finalmente nos separamos, ainda com as respirações pesadas, ele me olhou nos olhos, uma mistura de satisfação e preocupação neles. Eu sabia que aquela noite não resolveria nossos problemas, mas no momento, tudo o que importava era o que acabávamos de compartilhar.
De repente, ouvimos passos se aproximando. Meu coração disparou, e vesti-me rapidamente, tentando recompor minha aparência. Antes que pudesse pensar em uma saída, dei um pulo de susto ao ver meu pai surgindo das sombras, o rosto contorcido de raiva.
— Seu pedófilo! — gritou, apontando o dedo acusadoramente para Gabriel.
Meu sangue gelou, mas tentei manter a calma.
— Não diga besteira, pai, sou maior de idade!
— Cala a boca, vagabunda! — Perdeu o controle, antes de me acertar com um tapa na cara.
O impacto fez minha cabeça virar para o lado, e senti o ardor instantâneo se espalhar pela minha pele.
Antes que eu pudesse reagir, ouvi um rugido vindo de Gabriel. Ele avançou para cima do meu pai, os olhos cheios de fúria, os punhos cerrados.
— Como ousa tocar nela?! — Gabriel rugiu, empurrando meu pai com força.
Meu pai tropeçou para trás, mas sua raiva só parecia aumentar. Ele tentou avançar novamente, mas Gabriel estava pronto para enfrentá-lo. As emoções se desenrolavam rapidamente, como uma tempestade prestes a explodir. Eu sabia que precisava intervir antes que as coisas saíssem do controle.
— Parem! — gritei, colocando-me entre os dois. — Não assim, por favor!
Gabriel respirava pesadamente, com as mãos ainda cerradas em punhos. Ele olhou para mim, evidenciando o conflito em seus olhos.
Meu pai, por outro lado, me encarava com um ódio que eu nunca havia visto antes.
— Seu cretino! — ele gritou, ainda tentando alcançar Gabriel. — Sempre soube que você era um desgraçado, mas isso?! Ultrapassa todos os limites!
— E você acha que me controlar com ameaças vai mudar alguma coisa? — Gabriel retrucou, a voz firme. — Ela é uma mulher, e pode fazer suas próprias escolhas.
Meu pai tentou avançar novamente, mas desta vez fui eu que me coloquei diretamente em seu caminho, encarando-o com determinação.
— Pai, eu te amo, mas você não pode controlar minha vida assim. Estou com Gabriel porque eu quero, porque eu o amo. E você vai ter que aceitar isso.
Ele me olhou com uma mistura de choque e raiva, mas percebi que, por um momento, ele não sabia como responder.
— Vamos embora daqui. — Ele agarrou meu braço com força e me puxando em direção à sua caminhonete.
Gabriel tentou intervir, mas com um olhar suplicante, pedi que ele deixasse. Eu sabia que, se continuássemos ali, a situação só pioraria.
— Nos vemos depois, Gabriel — murmurei, tentando transmitir confiança. Ele hesitou, mas finalmente recuou, permitindo que eu fosse com meu pai.
Entrei na caminhonete, sentindo o corpo rígido pela tensão. Meu pai entrou do outro lado, batendo a porta com força antes de dar partida no motor. Enquanto ele dirigia, o silêncio no veículo era cortante, mas logo foi preenchido por sua voz, elevada e cheia de fúria.
— Como você pôde fazer isso, Anne?! — gritou, apertando o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. — Você não tem noção do que acabou de fazer! Esse homem vai arruinar sua vida!
Olhei pela janela, tentando manter a calma enquanto ele continuava a gritar, transbordando raiva em cada palavra.
— Ele é velho o suficiente para ser seu pai! E ainda por cima, é um Hernandez! Você está cega? — Sua voz soava desesperada, quase sufocada pela intensidade das emoções.
Cada palavra dele era como um golpe, mas eu sabia que precisava me manter firme. Eu não podia deixar que ele destruísse o que Gabriel e eu tínhamos, mesmo que isso significasse enfrentar sua ira.
— Você não entende, pai — murmurei, ainda olhando para fora.
— Eu o amo. Não posso simplesmente ignorar o que sinto.
— Isso não é amor, é loucura! — Ele parou bruscamente o carro à beira da estrada, derrapando os pneus no asfalto. — Ele está te usando, não vê isso? Para me atingir, para me destruir!
Virei-me para ele, finalmente encarando-o.
— Você acha que tudo gira em torno de você? Que não sou capaz de tomar minhas próprias decisões? Gabriel não está me usando. Ele se importa comigo, e eu me importo com ele.
Ele socou o volante, atingindo um novo pico de frustração.
— Você é jovem demais para entender as consequências disso.
Está arriscando tudo por um capricho!
As lágrimas ameaçavam cair, mas eu as contive, mantendo minha voz firme.
— Não é um capricho. Eu sei o que estou fazendo. E mesmo que você não consiga ver agora, um dia vai entender.
Meu pai respirou fundo, tentando recuperar o controle, mas a raiva ainda pairava no ar. Finalmente, ele deu a partida na caminhonete novamente, continuando a dirigir em silêncio, enquanto as palavras amargas ainda ecoavam entre nós.
O caminho de volta para casa foi tenso, cada segundo carregado de emoções que nenhum de nós sabia como lidar. Eu sabia que, as coisas entre nós, nunca mais seriam as mesmas, mas estava disposta a enfrentar as consequências. O amor por Gabriel me dava forças para continuar, mesmo diante da tempestade que se aproximava.
Que porra! Eu deveria ter ido atrás dela, ter feito alguma coisa, mas permaneci parado, observando a caminhonete desaparecer no horizonte. A sensação de impotência tomou conta de mim, uma mistura amarga de raiva e frustração. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, e tudo o que consegui pensar foi o quanto havia falhado em protegê-la.Merda!Passei a mão pelos cabelos, puxando-os com força, tentando encontrar uma solução para o caos que havia se instalado. Meu coração ainda estava acelerado, o sangue fervendo nas veias. Gustavo, aquele desgraçado, havia aparecido do nada, e eu me vi paralisado, sem saber como reagir. Mas a verdade era que ele tinha razão em uma coisa: eu deveria ter feito mais para proteger Anne, deveria ter lutado por ela ali mesmo, sem hesitação.Olhei ao redor, o parque vazio e silencioso, como se o mundo tivesse parado para observar meu fracasso.A brisa noturna, que antes trazia um certo alívio, agora parecia fria e cortante. A única coisa que eu queria era es
Meu pai me mandou ir para o meu quarto assim que chegamos em casa. Obedeci sem questionar, subindo as escadas até meu quarto em silêncio. Não disse uma única palavra, talvez porque, no fundo, sabia que seria melhor esperar o dia seguinte antes de provocá-lo. Ele estava furioso, e confrontá-lo naquele momento só pioraria a situação.A noite foi horrível. Rolei várias vezes na cama, molhando o travesseiro de lágrimas que não paravam de cair. Cada vez que fechava os olhos, a cena do parque se repetia, o tapa, a raiva nos olhos do meu pai, a impotência que senti. Não consegui dormir, e quando finalmente adormeci, os sonhos foram perturbadores, cheios de rostos distorcidos e sussurros que não faziam sentido.Quando o dia começou finalmente a clarear, levantei-me com uma sensação de vazio no peito. O que quer que tivesse acontecido na noite anterior, sabia que as coisas só piorariam. Suspirei, levantando-me devagar. Meu corpo parecia pesado, os músculos tensos, como se eu tivesse corrido um
— Que cara é essa? — perguntou meu irmão Benício, quando nos cruzamos no corredor pela manhã.Surpreendi-me com a presença dele. O trabalho como advogado o fazia ir e vir da capital, e muitas vezes passava mais tempo fora de casa do que aqui. Ele era o tipo de pessoa que sempre estava em movimento, resolvendo problemas e defendendo causas, o que o tornava um visitante raro no velho casarão da família.Depois que Celina, minha esposa, morrera, minha mãe me convenceu a voltar para a casa da família. Não queria que eu ficasse sozinho, perdido em meus pensamentos e na dor que parecia não ter fim. Ela achava que estar cercado por aqueles que me amavam me faria bem, que talvez o peso do luto fosse mais fácil de carregar se estivesse entre familiares. Mas eu não poderia afirmar que isso tinha me feito bem.— Benício — cumprimentei, tentando parecer mais animado do que realmente estava. — Chegou quando?— Ontem à noite. Achei que ia te encontrar no jantar, mas parece que você estava ocupado —
O clima no carro era sufocante, cada segundo que passava aumentava a tensão. Eu estava de braços cruzados, emburrada, como se fosse uma criança de cinco anos colocada de castigo. Mas a verdade é que me sentia exatamente assim, impotente diante da autoridade do meu pai, que parecia decidido a controlar cada aspecto da minha vida.Aquilo não era justo!Olhei para a estrada pela janela, as árvores passando rápido, o asfalto estendendo-se interminavelmente à frente. Minha mente começou a divagar, imaginando o que aconteceria se eu simplesmente abrisse a porta e saísse rolando pela pista. Por mais desesperada que estivesse, ainda tinha o mínimo de amor à vida, então descartei essa ideia insana quase imediatamente. Mas o pensamento persistia, uma fuga imaginária do que parecia uma prisão em movimento.Meu pai dirigia em silêncio, com a mandíbula tensa e as mãos apertando o volante com força. Ele não olhava para mim, mas eu sabia que estava prestando atenção em cada movimento que eu fazia, c
Passei o dia na prefeitura, entre compromissos e conversas intermináveis com o legislativo. Cada palavra que trocava, cada documento que assinava, parecia desprovido de importância real. Minha mente estava em outro lugar, concentrada em um ponto fixo: o celular. A cada pausa meus olhos voltavam para a tela, esperando o instante em que Anne me ligaria, mandaria alguma mensagem, bilhete, qualquer coisa. Até mesmo um sinal de fumaça seria bem-vindo. Mas o dia passou lentamente, e o silêncio dela tornou-se ensurdecedor.Anne não era de desaparecer assim, sem deixar rastros. O fato de ela não ter dado nenhum sinal me deixava inquieto, como se algo muito errado estivesse acontecendo. O pensamento de que Gustavo poderia ter feito algo só aumentava minha preocupação, transformando cada minuto que passava sem notícias em uma tortura silenciosa.O telefone sobre a mesa continuava mudo, e cada vez que o olhava, sentia uma pontada de frustração e ansiedade. Eu tentava manter a compostura, fingir
Meu pai me abandonou lá sem olhar para trás. Assim que o som do motor da caminhonete desapareceu ao longe, tirei o celular do bolso, na esperança de encontrar algum sinal. Nada. Nenhuma barra, nenhuma conexão com o mundo exterior. Eu estava presa no meio do nada, completamente isolada.Senti o desespero me invadir, e a única coisa que consegui fazer foi enfiar a cabeça no travesseiro e deixar as lágrimas correrem. Chorei, não apenas pelo que estava acontecendo, mas pela impotência de não poder fazer nada para mudar aquela situação. A solidão naquele lugar parecia ainda mais pesada com o silêncio que me envolvia.Enquanto eu soluçava baixinho, ouvi a porta do quarto se abrir. Minha tia entrou, seus passos firmes e decididos, ignorando completamente as minhas lágrimas. Ela era uma mulher prática, sem tempo para sentimentalismos. O que eu sentia naquele momento parecia irrelevante para ela.— Se vai ficar aqui, tem que ajudar — disse com a voz firme, sem espaço para negociações.Levantei
— Está tudo bem, meu filho? — A voz da minha mãe surgiu de repente, suave, como se ela tivesse se materializado das sombras do lugar.— Sim — menti, tentando afastar a preocupação que sabia que ela sentiria se soubesse a verdade.— Não parece — respondeu, desconfiada.— Só me deixa, mãe. — As palavras saíram mais ríspidas do que eu pretendia, mas estava no limite da minha capacidade de suportar aquela angústia.— Problemas na prefeitura? — insistiu, fixando o olhar em mim, buscando respostas.— Antes fosse — murmurei, mais para mim mesmo do que para ela. Não havia como explicar a verdadeira extensão do que estava acontecendo sem revelar mais do que eu estava disposto a compartilhar.— Gabriel…Ignorei o tom preocupado dela, segui direto para o meu quarto, sem olhar para trás. Deixei-a falando sozinha, sabendo que ela estava apenas tentando ajudar, mas naquele momento, não havia nada que ela pudesse dizer ou fazer que aliviasse o peso que eu carregava.No meu quarto, fechei a porta e m
Após lavar uma pilha de sapatos sujos e fedorentos da minha tia e do seu marido, finalmente consegui escapar por alguns minutos. Corri até o ponto mais alto do terreno, a esperança de conseguir algum sinal no celular me impulsionava. Balançava o aparelho, tentando captar qualquer resquício de conexão, mas nada… Nenhuma barra, nenhuma chance de contato com o mundo exterior.Olhei ao redor, a vastidão daquele lugar parecia me engolir. O campo se estendia até onde meus olhos podiam alcançar, sem nada além de colinas, árvores distantes e o céu acima, que começava a se tingir com as cores do entardecer. O silêncio era quebrado apenas pelo som do vento e dos animais ao longe. A sensação de isolamento era esmagadora.Sentei-me na grama, ainda segurando o celular inutilmente. Senti as lágrimas ameaçarem cair novamente, mas as segurei. Não podia me permitir fraquejar, não ali. Precisava encontrar uma maneira de sair daquele lugar. Mas como? Sem sinal, sem transporte, sem uma alma viva por pert