A reunião começou, e fiz o meu melhor para me concentrar nos pontos discutidos. Gabriel manteve uma postura profissional, mas eu podia sentir a tensão entre nós. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, era como se uma corrente elétrica passasse entre nós.
Depois de algum tempo, o diretor pediu uma pausa. Gabriel se aproximou de mim, com um sorriso que fazia meu coração acelerar.
— Como você está, Anne? — perguntou, roçando levemente sua mão na minha.
— Tentando me concentrar — respondi, com um sorriso tímido.
— Também estou.
O toque dele era breve, mas suficiente para me fazer lembrar de tudo o que aconteceu. O desejo estava ali, apenas sob a superfície, esperando para explodir novamente. Sabíamos que precisávamos ser cuidadosos, mas a atração entre nós era inegável.
A pausa terminou e voltamos à reunião, mas eu sabia que aquele momento roubado era apenas um prenúncio do que ainda estava por vir.
Quando a reunião terminou, num instante, Gabriel passou por mim enquanto se despedia de todos e me entregou um pequeno papel dobrado sem que ninguém visse. Esperei até que todos saíssem da sala para abrir o bilhete. Minhas mãos tremiam levemente de expectativa enquanto desdobrava o papel.
“Nos encontramos às 18h no parque. Preciso falar com você.”
Guardei o bilhete na bolsa, tentando disfarçar a excitação que pulsava em meu peito. Saí da sala de conferências, ainda sentindo a presença de Gabriel ao meu redor. Voltei para minha sala de aula, tentando focar nas crianças e em suas atividades, mas minha mente continuava a vagar para o encontro que se aproximava.
O dia passou devagar, cada minuto parecendo se arrastar. Finalmente, quando o relógio marcou 17h30, arrumei minhas coisas e saí da escola. Caminhei em direção ao parque, o coração batendo mais rápido a cada passo. O ar fresco da tarde trazia um pouco de alívio para minha ansiedade, mas nada poderia dissipar a mistura de nervosismo e antecipação que sentia.
Ao chegar no parque, fui direto para uma região mais afastada, perto de uma casa de manutenção, onde costumávamos nos encontrar às escondidas. Meu coração disparou quando o vi esperando ali, encostado na parede com um olhar sério.
— Anne, não podemos continuar fazendo isso — ele começou.
— Por que não? — choraminguei, sentindo as lágrimas se acumularem. — Eu te amo.
Ele passou a mão pelos cabelos, claramente frustrado.
— Não sou homem para você.
Dei um passo à frente, tentando desesperadamente tocar sua mão.
— Disse que não tem medo do meu pai.
— E não tenho — ele respondeu, firme. — Mas tenho o dobro da sua idade.
— E daí? — retruquei, com minha voz saindo mais alta do que pretendia.
— Anne, isso não é apenas sobre nós. — Ele segurou meus ombros com firmeza, me obrigando a encará-lo nos olhos. — Há tantas coisas em jogo. Sua família, minha posição… Não quero que você sofra por minha causa.
As lágrimas finalmente escaparam, deslizando pelo meu rosto.
— Mas eu não ligo para isso. Só quero estar com você.
Gabriel suspirou profundamente, puxando-me para um abraço apertado. — Eu também quero +. Mas precisamos ser cuidadosos.
Afastei-me um pouco, apenas o suficiente para olhar em seus olhos novamente.
— Vamos encontrar uma maneira, Gabriel. Eu acredito nisso.
Ele acariciou meu rosto, enxugando minhas lágrimas com o polegar.
— Também quero acreditar, Anne. Mas precisamos ser inteligentes sobre isso.
Ficamos em silêncio por alguns momentos, apenas abraçados, enquanto o mundo ao nosso redor parecia desaparecer. A luz do entardecer pintava o céu com tons de laranja e rosa, e por um breve instante, tudo parecia mais simples, como se nada pudesse nos separar.
Busquei seus lábios para um beijo, sentindo a urgência crescer dentro de mim. Precisava de mais dele, desesperadamente. Nossos lábios se encontraram com uma intensidade que quase me fez esquecer de tudo ao nosso redor. Minhas mãos deslizaram até sua nuca, puxando-o para mais perto, querendo sentir cada parte dele.
Gabriel correspondeu, segurando minha cintura, me puxando contra seu corpo. O calor de seu toque atravessava minhas roupas, fazendo meu coração acelerar ainda mais. Cada movimento, cada carícia, aumentava o desejo que sentia. Não queria que aquele momento terminasse.
— Anne… — ele sussurrou entre beijos, com a respiração pesada.
— Precisamos ser cuidadosos.
— Eu sei — respondi, minhas mãos deslizando por seu peito, sentindo os músculos tensos sob meus dedos. — Mas, agora, só quero você.
Ele me encarou, e sua expressão estava tomada por uma mistura de desejo e preocupação.
— Promete que vai ser cuidadosa? Assenti, sem soltar seu olhar.
— Prometo.
Nosso beijo continuou, mais lento e profundo. O mundo parecia distante, apenas nós dois naquele pequeno canto do parque. Os sons ao nosso redor se misturavam em um murmúrio suave, enquanto a brisa da noite começava a esfriar o ar. Mas o calor entre nós era tudo o que eu conseguia sentir.
Finalmente, ele se afastou um pouco, respirando fundo.
— Precisamos ir. Não quero que ninguém nos veja juntos aqui.
— Agora não! — Agarrei-o pelo pulso, puxando-o de volta para mim.
O toque da sua pele contra a minha era um lembrete do desejo que queimava dentro de mim. Puxei-o para mais perto, sentindo seu corpo quente pressionado contra o meu. O olhar de Gabriel era uma mistura de preocupação e desejo, mas ele não resistiu.
— Anne, temos que ser cuidadosos…
— Só mais um pouco — implorei, num sussurro.
Ele me puxou para um abraço apertado, e nossos lábios se encontraram novamente. O beijo era urgente, cheio de paixão reprimida. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, segurando-me firmemente. Cada toque dele fazia meu corpo responder, como se estivesse feito para isso.
— Preciso de você — sussurrei, meus lábios roçando os dele. Ele suspirou, seu fôlego quente contra minha pele.
— Anne…
— Você pode ir embora ou transar comigo.
— Você é terrível.
— Louca por você, prefeito.
Voltamos a nos beijar, a urgência crescendo entre nós. Tudo o que eu queria eram seus beijos, suas mãos pelo meu corpo todo. As minhas subiram por sua nuca, entrelaçando-se em seus cabelos enquanto nos movíamos para um lugar mais discreto, atrás da casa de manutenção. A brisa noturna misturava-se com o calor de nossos corpos, criando um contraste que apenas aumentava o desejo.
Ele me empurrou contra a parede, explorando minha cintura com suas mãos, subindo lentamente. Meu vestido se ergueu com cada toque, revelando mais da minha pele. Minhas pernas se entrelaçaram ao redor de sua cintura, aproximando-nos ainda mais.
Gabriel beijou meu pescoço, seus lábios quentes traçando um caminho de fogo até minha clavícula. A sensação de sua boca contra minha pele me fez arfar, meu corpo respondendo a cada toque. Suas mãos encontraram meu seio, apertando suavemente, enviando ondas de prazer por todo o meu corpo.
Ele puxou meu vestido para cima, expondo-me completamente. Sua mão desceu até minha intimidade, tocando-me com uma habilidade que apenas aumentava minha necessidade. Nossos olhos se encontraram, a conexão entre nós, tão intensa que era quase palpável.
— Quero te sentir — ele murmurou, sua respiração quente contra minha orelha.
Uma onda de excitação atravessou meu corpo. Ele desabotoou a calça rapidamente, libertando-se. Nossos corpos se alinharam, e quando ele entrou em mim eu revirei os olhos, mordendo os lábios para conter um grito de prazer.
Minhas mãos deslizaram por suas costas, unhas arranhando levemente, enquanto nossos movimentos se intensificavam. O som de nossa respiração pesada misturava-se com os ruídos suaves da noite.
Ele era maravilhoso, e apesar da diferença de idade, aquele homem mexia comigo de uma forma que eu mal conseguia controlar. A rivalidade entre nossas famílias, que durava décadas, parecia insignificante diante do desejo que queimava em mim. Cada encontro clandestino, cada toque, só reforçava o quanto eu estava disposta a desafiar todas as regras por ele.Cerrei os lábios quando ele empurrou o pau para dentro de mim com força, me prendendo contra a parede, fazendo-me revirar os olhos de prazer. A intensidade do momento me consumia, arrancando-me suspiros a cada investida dele e eu lutava para manter sob controle.Suas mãos seguravam firmemente minhas coxas, erguendo-me para ajustar melhor nossos corpos. A parede fria contra minhas costas contrastava com o calor que irradiava de nossos corpos em contato. O atrito entre nós era eletrizante, uma dança de prazer que eu nunca queria que terminasse.Eu podia sentir cada movimento, cada pulsar dentro de mim, e isso só aumentava a urgência do
Que porra! Eu deveria ter ido atrás dela, ter feito alguma coisa, mas permaneci parado, observando a caminhonete desaparecer no horizonte. A sensação de impotência tomou conta de mim, uma mistura amarga de raiva e frustração. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, e tudo o que consegui pensar foi o quanto havia falhado em protegê-la.Merda!Passei a mão pelos cabelos, puxando-os com força, tentando encontrar uma solução para o caos que havia se instalado. Meu coração ainda estava acelerado, o sangue fervendo nas veias. Gustavo, aquele desgraçado, havia aparecido do nada, e eu me vi paralisado, sem saber como reagir. Mas a verdade era que ele tinha razão em uma coisa: eu deveria ter feito mais para proteger Anne, deveria ter lutado por ela ali mesmo, sem hesitação.Olhei ao redor, o parque vazio e silencioso, como se o mundo tivesse parado para observar meu fracasso.A brisa noturna, que antes trazia um certo alívio, agora parecia fria e cortante. A única coisa que eu queria era es
Meu pai me mandou ir para o meu quarto assim que chegamos em casa. Obedeci sem questionar, subindo as escadas até meu quarto em silêncio. Não disse uma única palavra, talvez porque, no fundo, sabia que seria melhor esperar o dia seguinte antes de provocá-lo. Ele estava furioso, e confrontá-lo naquele momento só pioraria a situação.A noite foi horrível. Rolei várias vezes na cama, molhando o travesseiro de lágrimas que não paravam de cair. Cada vez que fechava os olhos, a cena do parque se repetia, o tapa, a raiva nos olhos do meu pai, a impotência que senti. Não consegui dormir, e quando finalmente adormeci, os sonhos foram perturbadores, cheios de rostos distorcidos e sussurros que não faziam sentido.Quando o dia começou finalmente a clarear, levantei-me com uma sensação de vazio no peito. O que quer que tivesse acontecido na noite anterior, sabia que as coisas só piorariam. Suspirei, levantando-me devagar. Meu corpo parecia pesado, os músculos tensos, como se eu tivesse corrido um
— Que cara é essa? — perguntou meu irmão Benício, quando nos cruzamos no corredor pela manhã.Surpreendi-me com a presença dele. O trabalho como advogado o fazia ir e vir da capital, e muitas vezes passava mais tempo fora de casa do que aqui. Ele era o tipo de pessoa que sempre estava em movimento, resolvendo problemas e defendendo causas, o que o tornava um visitante raro no velho casarão da família.Depois que Celina, minha esposa, morrera, minha mãe me convenceu a voltar para a casa da família. Não queria que eu ficasse sozinho, perdido em meus pensamentos e na dor que parecia não ter fim. Ela achava que estar cercado por aqueles que me amavam me faria bem, que talvez o peso do luto fosse mais fácil de carregar se estivesse entre familiares. Mas eu não poderia afirmar que isso tinha me feito bem.— Benício — cumprimentei, tentando parecer mais animado do que realmente estava. — Chegou quando?— Ontem à noite. Achei que ia te encontrar no jantar, mas parece que você estava ocupado —
O clima no carro era sufocante, cada segundo que passava aumentava a tensão. Eu estava de braços cruzados, emburrada, como se fosse uma criança de cinco anos colocada de castigo. Mas a verdade é que me sentia exatamente assim, impotente diante da autoridade do meu pai, que parecia decidido a controlar cada aspecto da minha vida.Aquilo não era justo!Olhei para a estrada pela janela, as árvores passando rápido, o asfalto estendendo-se interminavelmente à frente. Minha mente começou a divagar, imaginando o que aconteceria se eu simplesmente abrisse a porta e saísse rolando pela pista. Por mais desesperada que estivesse, ainda tinha o mínimo de amor à vida, então descartei essa ideia insana quase imediatamente. Mas o pensamento persistia, uma fuga imaginária do que parecia uma prisão em movimento.Meu pai dirigia em silêncio, com a mandíbula tensa e as mãos apertando o volante com força. Ele não olhava para mim, mas eu sabia que estava prestando atenção em cada movimento que eu fazia, c
Passei o dia na prefeitura, entre compromissos e conversas intermináveis com o legislativo. Cada palavra que trocava, cada documento que assinava, parecia desprovido de importância real. Minha mente estava em outro lugar, concentrada em um ponto fixo: o celular. A cada pausa meus olhos voltavam para a tela, esperando o instante em que Anne me ligaria, mandaria alguma mensagem, bilhete, qualquer coisa. Até mesmo um sinal de fumaça seria bem-vindo. Mas o dia passou lentamente, e o silêncio dela tornou-se ensurdecedor.Anne não era de desaparecer assim, sem deixar rastros. O fato de ela não ter dado nenhum sinal me deixava inquieto, como se algo muito errado estivesse acontecendo. O pensamento de que Gustavo poderia ter feito algo só aumentava minha preocupação, transformando cada minuto que passava sem notícias em uma tortura silenciosa.O telefone sobre a mesa continuava mudo, e cada vez que o olhava, sentia uma pontada de frustração e ansiedade. Eu tentava manter a compostura, fingir
Meu pai me abandonou lá sem olhar para trás. Assim que o som do motor da caminhonete desapareceu ao longe, tirei o celular do bolso, na esperança de encontrar algum sinal. Nada. Nenhuma barra, nenhuma conexão com o mundo exterior. Eu estava presa no meio do nada, completamente isolada.Senti o desespero me invadir, e a única coisa que consegui fazer foi enfiar a cabeça no travesseiro e deixar as lágrimas correrem. Chorei, não apenas pelo que estava acontecendo, mas pela impotência de não poder fazer nada para mudar aquela situação. A solidão naquele lugar parecia ainda mais pesada com o silêncio que me envolvia.Enquanto eu soluçava baixinho, ouvi a porta do quarto se abrir. Minha tia entrou, seus passos firmes e decididos, ignorando completamente as minhas lágrimas. Ela era uma mulher prática, sem tempo para sentimentalismos. O que eu sentia naquele momento parecia irrelevante para ela.— Se vai ficar aqui, tem que ajudar — disse com a voz firme, sem espaço para negociações.Levantei
— Está tudo bem, meu filho? — A voz da minha mãe surgiu de repente, suave, como se ela tivesse se materializado das sombras do lugar.— Sim — menti, tentando afastar a preocupação que sabia que ela sentiria se soubesse a verdade.— Não parece — respondeu, desconfiada.— Só me deixa, mãe. — As palavras saíram mais ríspidas do que eu pretendia, mas estava no limite da minha capacidade de suportar aquela angústia.— Problemas na prefeitura? — insistiu, fixando o olhar em mim, buscando respostas.— Antes fosse — murmurei, mais para mim mesmo do que para ela. Não havia como explicar a verdadeira extensão do que estava acontecendo sem revelar mais do que eu estava disposto a compartilhar.— Gabriel…Ignorei o tom preocupado dela, segui direto para o meu quarto, sem olhar para trás. Deixei-a falando sozinha, sabendo que ela estava apenas tentando ajudar, mas naquele momento, não havia nada que ela pudesse dizer ou fazer que aliviasse o peso que eu carregava.No meu quarto, fechei a porta e m