10- Gabriel.

Passei o dia na prefeitura, entre compromissos e conversas intermináveis com o legislativo. Cada palavra que trocava, cada documento que assinava, parecia desprovido de importância real. Minha mente estava em outro lugar, concentrada em um ponto fixo: o celular. A cada pausa meus olhos voltavam para a tela, esperando o instante em que Anne me ligaria, mandaria alguma mensagem, bilhete, qualquer coisa. Até mesmo um sinal de fumaça seria bem-vindo. Mas o dia passou lentamente, e o silêncio dela tornou-se ensurdecedor.

Anne não era de desaparecer assim, sem deixar rastros. O fato de ela não ter dado nenhum sinal me deixava inquieto, como se algo muito errado estivesse acontecendo. O pensamento de que Gustavo poderia ter feito algo só aumentava minha preocupação, transformando cada minuto que passava sem notícias em uma tortura silenciosa.

O telefone sobre a mesa continuava mudo, e cada vez que o olhava, sentia uma pontada de frustração e ansiedade. Eu tentava manter a compostura, fingir
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