Estava em casa, com os trigêmeos, cada um em seu carrinho, enquanto tentava ao mesmo tempo, cuidar deles e manter minha mente ocupada. Era difícil não pensar em Gabriel e em tudo o que estava acontecendo. A campanha para a reeleição estava começando a pesar sobre nós, e eu sabia o quanto ele estava se esforçando para manter a calma e a serenidade, mesmo quando as coisas ficavam difíceis.
O coração disparou quando ouvi o som familiar do carro dele estacionando na garagem. Sempre que Gabriel chegava em casa, era como se o mundo ficasse um pouco mais leve. Contudo, naquele dia, quando ele finalmente apareceu na porta, percebi imediatamente que algo estava errado. Havia uma tensão em seus ombros, uma rigidez em sua expressão que não consegui ignorar.
Levantei-me rapidamente e fui ao seu encontro.
— O que aconteceu? — perguntei, tentando manter a voz calma, em
Eu sabia que lidar com o Gustavo seria um desafio, mas, ao contrário dele, eu tinha Anne ao meu lado, e isso me dava a força necessária para enfrentá-lo como opositor. Não seria fácil, mas a presença dela, o apoio incondicional que ela me dava, era tudo o que eu precisava para seguir em frente.Naquele dia, o debate no canal de TV local seria crucial. Eu estava um tanto nervoso, mas ao avistar o sorriso de Anne na plateia, um alívio tomou conta de mim. Aquele simples gesto, aquele brilho no olhar dela, me lembrava do motivo pelo qual eu estava ali. Não era apenas sobre política, sobre poder. Era sobre o futuro da minha família, da cidade que eu amava, e de todos que dependiam de mim.Ajustei minha gravata, tentando disfarçar o nervosismo que ainda insistia em me acompanhar. Respirei fundo, buscando a calma necessária para enfrentar o que viria a seguir. Assim que meu nome foi cha
Enquanto Gabriel estava na prefeitura, minha sogra cuidava dos trigêmeos para que eu pudesse descansar. Selma estava ocupada fazendo uma faxina pela casa, e eu aproveitei aquele raro momento de silêncio para me deitar no sofá da sala e tentar relaxar um pouco. Meus pensamentos estavam dispersos, variando entre a exaustão da rotina e a felicidade de ter meus filhos e Gabriel ao meu lado. No entanto, antes que pudesse me desligar completamente, a campainha tocou.Clara, minha melhor amiga, entrou com um sorriso no rosto, segurando uma caixa de chocolates.— Você merece um pouco de prazer em forma de comida, Anne— disse, entregando-me a caixa.Eu franzi o cenho, pegando os chocolates, mas estranhando o tom da sua voz.— Por quê? O que está acontecendo? — perguntei, já sentindo um nó se formando no estômago.Clara hesitou, o que só aumentou minha pre
Os dois meses que se seguiram foram exaustivos. Gustavo não poupou esforços para tentar virar a opinião pública contra mim. Cada dia trazia um novo desafio, uma nova acusação, uma nova mentira que ele plantava entre os moradores. Eu fazia o possível para responder com a verdade, mas o medo de que, talvez, ele estivesse conseguindo seu objetivo pairava constantemente sobre mim.Chegou, enfim, o grande dia da eleição. A ansiedade estava no ar, e a casa estava mais silenciosa do que de costume. Anne estava ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, como sempre fazia nos momentos em que eu precisava de apoio. Os trigêmeos dormiam no quarto, e minha família estava reunida, todos esperando o resultado das urnas.Meu coração batia forte. A cada minuto que passava, a sensação de incerteza aumentava. Por mais que eu tivesse confiança no trabalho que fiz pela
O pai do Gabriel, Francisco, abriu uma garrafa de champanhe, e a sala se encheu de risadas e brindes. Estávamos todos comemorando, sentindo a leveza da vitória, quando a campainha tocou.— Eu vou atender! — disse, levantando-me com um sorriso ainda no rosto. Caminhei até a porta, esperando encontrar mais alguém para se juntar à nossa celebração. Mas quando abri, a alegria no meu rosto se dissipou imediatamente. Meu pai estava lá, me encarando com um olhar sério e cansado.— Parece que vocês já sabem o resultado — ele comentou, a voz carregada de uma amargura que me deixou tensa.— Sim — respondi, sentindo o desconforto crescendo dentro de mim. Por um momento, pensei em simplesmente fechar a porta, mas ele continuou.— É, parece que não tem mais espaço pra mim nessa cidade — disse, num tom que me surpreendeu.
AnneCinco anos depois…As risadas suaves e os olhares curiosos dos trigêmeos me rodeavam enquanto eu lia uma historinha para eles na cama. Pedro, Paulo e Pablo se aglomeravam ao meu redor, cada um competindo por um espacinho mais perto de mim, e eu não conseguia evitar o sorriso que se espalhava pelo meu rosto. Eles estavam crescendo tão rápido, cada um com sua personalidade única, mas ainda tão unidos e próximos de mim e do Gabriel.— E então, o pequeno dragãozinho adormeceu sob as estrelas, sabendo que sempre estaria seguro — terminei, fechando o livro com cuidado.— Conta de novo, mamãe! — pediu Pablo, com os olhinhos brilhando de expectativa.— Amanhã à noite, querido. Agora é hora de dormir — respondi, acariciando seus cabelos e dando um beijo em sua testa.<
A festa de inauguração do novo hospital estava a todo vapor. Era um grande feito para nossa cidade, finalmente os moradores não precisariam mais viajar por duas horas para receber atendimento médico de qualidade. Eu estava orgulhoso, e isso se refletia no meu sorriso confiante enquanto subia ao palco.As luzes dos flashes me cegavam momentaneamente, mas eu já estava acostumado com a atenção.— Boa noite a todos — comecei, ajustando o microfone. — Hoje é um dia histórico para nossa cidade. A inauguração deste hospital é um marco que nos permitirá oferecer cuidados de saúde de qualidade, sem que precisemos nos deslocar por horas. Este hospital representa nosso compromisso com a saúde e o bem-estar de nossa comunidade.Os aplausos ecoaram pelo salão, mas, ao olhar para o fundo, vi Gustavo Trancoso com os braços cruzados e uma expressão de descontentamento. Ele nunca apoiou a ideia do hospital, sempre acreditando que os recursos poderiam ser melhor utilizados de outras formas. Seu olhar e
Minhas mãos deslizaram por suas costas, descendo até a curva de seus quadris. Ela suspirou contra meus lábios, seus dedos enroscando-se em meus cabelos. A sensação de sua pele através do tecido fino do vestido era intoxicante. Seus seios pressionavam contra meu peito, e eu podia sentir a ausência de qualquer barreira entre nós.— Gabriel… — ela murmurou, a urgência em sua voz refletindo o que eu sentia.Nossos beijos se tornaram mais intensos, cada toque, cada carícia, alimentando o desejo crescente. Minhas mãos exploraram seu corpo, traçando caminhos que pareciam desenhar um mapa de paixão e desejo.Anne puxou minha gravata novamente, guiando-me até o sofá. Sentamos, ainda entrelaçados, e ela se acomodou em meu colo, suas pernas envolvendo minha cintura. A proximidade aumentou a intensidade do momento, e eu a segurei firmemente.Seus dedos deslizaram pelo meu peito, desabotoando lentamente minha camisa. Cada botão aberto revelava mais da minha pele, e seus lábios seguiam o caminho tr
Rolei na cama e soltei um longo suspiro, sentindo o lençol macio contra minha pele. A noite passada ainda estava fresca na minha mente, cada detalhe gravado como se fosse um sonho.— Continua transando com o prefeito? — perguntou minha melhor amiga, Clara, enquanto se jogava ao meu lado na cama, com um sorriso provocador.— Ei, esse é meu segredinho! — respondi, dando-lhe um leve empurrão.— Você é maluca! — Ela gargalhou, jogando a cabeça para trás.Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso. Clara sempre conseguia me fazer rir, mesmo nas situações mais complicadas. Sentei- me na cama, puxando o cobertor para cobrir meus ombros nus. O quarto estava iluminado pela luz suave da manhã, filtrada pelas cortinas finas.— E aí, como foi? — perguntou Clara, agora com um tom mais sério, apoiando-se nos cotovelos.— Foi… incrível. Mas complicado. Sempre é. — Suspirei novamente, desta vez com uma mistura de nostalgia e desejo.— Eu imagino. Com seu pai e tudo mais… — Clara assentiu, enten