A festa de inauguração do novo hospital estava a todo vapor. Era um grande feito para nossa cidade, finalmente os moradores não precisariam mais viajar por duas horas para receber atendimento médico de qualidade. Eu estava orgulhoso, e isso se refletia no meu sorriso confiante enquanto subia ao palco.
As luzes dos flashes me cegavam momentaneamente, mas eu já estava acostumado com a atenção.
— Boa noite a todos — comecei, ajustando o microfone. — Hoje é um dia histórico para nossa cidade. A inauguração deste hospital é um marco que nos permitirá oferecer cuidados de saúde de qualidade, sem que precisemos nos deslocar por horas. Este hospital representa nosso compromisso com a saúde e o bem-estar de nossa comunidade.
Os aplausos ecoaram pelo salão, mas, ao olhar para o fundo, vi Gustavo Trancoso com os braços cruzados e uma expressão de descontentamento. Ele nunca apoiou a ideia do hospital, sempre acreditando que os recursos poderiam ser melhor utilizados de outras formas. Seu olhar era desafiador, mas eu não permitiria que sua oposição manchasse este momento.
Depois do discurso, desci do palco e comecei a cumprimentar os convidados. Entre apertos de mão e felicitações, meus olhos encontraram Anne. Ela se destacou na multidão, era impossível ignorar sua beleza. A jovem de 20 anos estava deslumbrante em um vestido azul, que se moldava às suas curvas majestosas, e havia algo nela que sempre capturava minha atenção.
— Parabéns, senhor prefeito. O hospital é realmente incrível — ela disse, aproximando-se de mim.
— Obrigado, Anne — respondi, sentindo um calor familiar se espalhar pelo meu peito. — É um grande passo para nossa Espero que isso faça uma diferença positiva na vida de todos nós.
Nossos olhares se encontraram e, por um momento, tudo ao nosso redor pareceu desaparecer. Havia uma conexão silenciosa entre nós, uma promessa de algo proibido. Sabíamos que nosso relacionamento era arriscado, especialmente com seu pai observando cada um dos meus movimentos.
A festa continuava, e eu fui cumprimentado por vereadores e outras pessoas de interesse da nossa pequena cidade. Meus pais e irmãos também estavam ali para comemorar aquele momento comigo. Minha mãe, sempre elegante, me abraçou com força.
— Estou tão orgulhosa de você, Gabriel — disse ela, segurando minhas mãos com ternura. Meu pai, um homem de poucas palavras, assentiu com um sorriso satisfeito.
— Você fez um excelente trabalho, filho.
Agradeci, sentindo a pressão aliviar um pouco enquanto me afastava para pegar uma taça de champanhe de uma bandeja próxima. O salão estava cheio, com música suave ao fundo e a conversa animada dos convidados preenchendo o espaço. As luzes amarelas davam um toque acolhedor ao ambiente, refletindo nas decorações festivas.
Enquanto eu me movia pelo salão, cumprimentando conhecidos e trocando palavras de cortesia, percebi Anne novamente. Ela estava perto da mesa de bebidas, mexendo em um guardanapo, inquieta. Me aproximei, tentando parecer casual.
— Aproveitando a festa? — perguntei, pegando uma taça para mim.
Ela assentiu, sorrindo.
— Sim, está tudo muito bonito. Vocês realmente se superaram.
Olhei ao redor, observando o ambiente.
— A equipe fez um ótimo trabalho. Mas o mais importante é o que isso significa para a nossa comunidade.
Anne me olhou com uma intensidade que fez meu coração acelerar.
— Eu sei. E sei também o quanto isso significa para você.
Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo suas palavras. Ela entendia a importância desse projeto para mim, mais do que a maioria das pessoas ali.
— Não podemos continuar conversando — disse, vasculhando o salão por cima do ombro dela, procurando pela sombra do Gustavo.
— Um homem como você tem medo do meu pai? — questionou com um sorrisinho provocativo.
— É claro que não. Estou preocupado com o que ele pode fazer com você.
Anne riu suavemente, um som que parecia cortar a tensão no ar.
— Eu posso cuidar de mim mesma, Gabriel. Já estou acostumada com as reações dele.
Antes que eu pudesse responder, um dos vereadores se aproximou, me chamando para uma foto oficial. Olhei para Anne com um pedido silencioso de desculpas e ela assentiu, compreendendo.
— Nos falamos depois — disse, me afastando para atender ao pedido do vereador.
A noite continuou com discursos e mais cumprimentos. A cada passo, sentia os olhos de Gustavo Trancoso em mim, como um lembrete constante dos riscos que eu estava correndo. Mas, mesmo assim, meus pensamentos continuavam voltando para Anne. Havia algo irresistível naquela jovem mulher que me atraía como um ímã.
Depois das fotos, encontrei um momento de respiro e decidi sair para a varanda do salão. O ar fresco da noite me envolveu, proporcionando um breve alívio da atmosfera carregada do interior. Apoiei-me no parapeito, olhando para a cidade iluminada abaixo.
— Bela vista, não é? — Anne apareceu ao meu lado, com uma expressão suave.
— Sim, muito bela — respondi, mas meus olhos estavam nela, e não na vista.
Anne se aproximou, seu perfume delicado preenchendo o espaço entre nós. Por mais que eu quisesse resistir, ela não facilitava. Sua mão subiu pelo meu peito, cada toque enviando uma onda de calor pelo meu corpo, enquanto seus lábios se aproximavam dos meus.
— Anne… — murmurei, tentando manter o controle.
— Shhh… — ela sussurrou, seus dedos pousando em meus lábios, silenciando qualquer objeção. — Esquece o meu pai.
— Ele pode nos ver — disse, olhando para a porta da varanda,
— Que se dane meu pai — ela respondeu, com um brilho de desafio nos olhos.
Antes que eu pudesse responder, ela puxou minha gravata, aproximando nossos rostos até que nossos lábios finalmente se encontraram. Senti o coração disparar, uma mistura de excitação e receio.
A língua dela encontrou a minha com urgência, explorando cada canto da minha boca, enquanto nossas respirações se entrelaçavam. Minhas mãos deslizaram pelas curvas de seu corpo, sentindo o calor de sua pele através do tecido fino do vestido. Seus seios, sem sutiã, pressionavam contra meu peito, tornando cada toque ainda mais eletrizante.
— Gabriel… — Anne gemeu baixinho contra meus lábios, sua voz rouca e carregada de desejo.
Seus pedidos foram como combustível para o fogo que já ardia dentro de mim. Minhas mãos subiram por suas costas, traçando o caminho até seus ombros, antes de descer novamente para a curva de sua cintura. O toque era, ao mesmo tempo, possessivo e adorador, cada movimento revelando o quanto eu a desejava.
Ela puxou minha gravata com mais força, aprofundando o beijo. Senti suas mãos se moverem para meus ombros, segurando-me como se tivesse medo que eu escapasse. Sua urgência espelhava a minha, e o mundo ao nosso redor parecia desaparecer, deixando apenas nós dois naquela varanda.
Minhas mãos continuaram a explorar seu corpo, deslizando pela linha de sua cintura e descendo até seus quadris. O vestido fino mal conseguia conter a paixão que queimava entre nós.
— Anne… — murmurei contra seus lábios, tentando recuperar o fôlego, mas ela não me deixou
— Não pare — sussurrou, com a voz rouca — Por favor…
Seu pedido, tão carregado de necessidade, me fez perder o pouco controle que ainda restava. Apertei-a contra mim, sentindo cada centímetro de seu corpo, enquanto nossos lábios se moviam com uma fome insaciável.
Finalmente, quando o ar se tornou uma necessidade urgente, nos afastamos, ofegantes. Nossos olhos se encontraram, ambos cientes de que aquele momento havia mudado tudo. O desejo ainda ardia em seus olhos, refletindo o que eu sentia dentro de mim.
— Precisamos ser cuidadosos — disse, assumindo uma postura mais séria. — Não quero que nada aconteça com você por minha causa.
— Então vamos para outro lugar — sugeriu, com um brilho desafiador nos olhos.
— Anne…
— Por favor? — Ela jogou um charme difícil de resistir, mordendo levemente o lábio.
Suspirei, sentindo-me derrotado pela intensidade do momento.
— Okay! — Me rendi.
Olhei ao redor, certificando-me de que não seríamos seguidos, e então peguei sua mão, conduzindo-a através do salão. Passamos discretamente pelos convidados, que estavam distraídos com suas conversas e brindes. Minhas mãos ainda estavam quentes do contato com sua pele, e o calor parecia se intensificar a cada passo.
Abrimos a porta para uma das salas privadas do prédio, uma área geralmente usada para reuniões importantes. Fechei a porta atrás de nós, garantindo que estávamos isolados do mundo exterior. O ambiente era elegante, com móveis de madeira escura e estofados de couro, iluminado apenas por um abajur suave no canto.
Anne olhou ao redor, apreciando o local antes de se virar para mim. Sem perder tempo, ela se aproximou. Puxei-a para mais perto, sentindo seu corpo moldar-se ao meu. Nossos lábios se encontraram novamente, dessa vez sem restrições.
Minhas mãos deslizaram por suas costas, descendo até a curva de seus quadris. Ela suspirou contra meus lábios, seus dedos enroscando-se em meus cabelos. A sensação de sua pele através do tecido fino do vestido era intoxicante. Seus seios pressionavam contra meu peito, e eu podia sentir a ausência de qualquer barreira entre nós.— Gabriel… — ela murmurou, a urgência em sua voz refletindo o que eu sentia.Nossos beijos se tornaram mais intensos, cada toque, cada carícia, alimentando o desejo crescente. Minhas mãos exploraram seu corpo, traçando caminhos que pareciam desenhar um mapa de paixão e desejo.Anne puxou minha gravata novamente, guiando-me até o sofá. Sentamos, ainda entrelaçados, e ela se acomodou em meu colo, suas pernas envolvendo minha cintura. A proximidade aumentou a intensidade do momento, e eu a segurei firmemente.Seus dedos deslizaram pelo meu peito, desabotoando lentamente minha camisa. Cada botão aberto revelava mais da minha pele, e seus lábios seguiam o caminho tr
Rolei na cama e soltei um longo suspiro, sentindo o lençol macio contra minha pele. A noite passada ainda estava fresca na minha mente, cada detalhe gravado como se fosse um sonho.— Continua transando com o prefeito? — perguntou minha melhor amiga, Clara, enquanto se jogava ao meu lado na cama, com um sorriso provocador.— Ei, esse é meu segredinho! — respondi, dando-lhe um leve empurrão.— Você é maluca! — Ela gargalhou, jogando a cabeça para trás.Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso. Clara sempre conseguia me fazer rir, mesmo nas situações mais complicadas. Sentei- me na cama, puxando o cobertor para cobrir meus ombros nus. O quarto estava iluminado pela luz suave da manhã, filtrada pelas cortinas finas.— E aí, como foi? — perguntou Clara, agora com um tom mais sério, apoiando-se nos cotovelos.— Foi… incrível. Mas complicado. Sempre é. — Suspirei novamente, desta vez com uma mistura de nostalgia e desejo.— Eu imagino. Com seu pai e tudo mais… — Clara assentiu, enten
A reunião começou, e fiz o meu melhor para me concentrar nos pontos discutidos. Gabriel manteve uma postura profissional, mas eu podia sentir a tensão entre nós. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, era como se uma corrente elétrica passasse entre nós.Depois de algum tempo, o diretor pediu uma pausa. Gabriel se aproximou de mim, com um sorriso que fazia meu coração acelerar.— Como você está, Anne? — perguntou, roçando levemente sua mão na minha.— Tentando me concentrar — respondi, com um sorriso tímido.— Também estou.O toque dele era breve, mas suficiente para me fazer lembrar de tudo o que aconteceu. O desejo estava ali, apenas sob a superfície, esperando para explodir novamente. Sabíamos que precisávamos ser cuidadosos, mas a atração entre nós era inegável.A pausa terminou e voltamos à reunião, mas eu sabia que aquele momento roubado era apenas um prenúncio do que ainda estava por vir.Quando a reunião terminou, num instante, Gabriel passou por mim enquanto se despedia de
Ele era maravilhoso, e apesar da diferença de idade, aquele homem mexia comigo de uma forma que eu mal conseguia controlar. A rivalidade entre nossas famílias, que durava décadas, parecia insignificante diante do desejo que queimava em mim. Cada encontro clandestino, cada toque, só reforçava o quanto eu estava disposta a desafiar todas as regras por ele.Cerrei os lábios quando ele empurrou o pau para dentro de mim com força, me prendendo contra a parede, fazendo-me revirar os olhos de prazer. A intensidade do momento me consumia, arrancando-me suspiros a cada investida dele e eu lutava para manter sob controle.Suas mãos seguravam firmemente minhas coxas, erguendo-me para ajustar melhor nossos corpos. A parede fria contra minhas costas contrastava com o calor que irradiava de nossos corpos em contato. O atrito entre nós era eletrizante, uma dança de prazer que eu nunca queria que terminasse.Eu podia sentir cada movimento, cada pulsar dentro de mim, e isso só aumentava a urgência do
Que porra! Eu deveria ter ido atrás dela, ter feito alguma coisa, mas permaneci parado, observando a caminhonete desaparecer no horizonte. A sensação de impotência tomou conta de mim, uma mistura amarga de raiva e frustração. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, e tudo o que consegui pensar foi o quanto havia falhado em protegê-la.Merda!Passei a mão pelos cabelos, puxando-os com força, tentando encontrar uma solução para o caos que havia se instalado. Meu coração ainda estava acelerado, o sangue fervendo nas veias. Gustavo, aquele desgraçado, havia aparecido do nada, e eu me vi paralisado, sem saber como reagir. Mas a verdade era que ele tinha razão em uma coisa: eu deveria ter feito mais para proteger Anne, deveria ter lutado por ela ali mesmo, sem hesitação.Olhei ao redor, o parque vazio e silencioso, como se o mundo tivesse parado para observar meu fracasso.A brisa noturna, que antes trazia um certo alívio, agora parecia fria e cortante. A única coisa que eu queria era es
Meu pai me mandou ir para o meu quarto assim que chegamos em casa. Obedeci sem questionar, subindo as escadas até meu quarto em silêncio. Não disse uma única palavra, talvez porque, no fundo, sabia que seria melhor esperar o dia seguinte antes de provocá-lo. Ele estava furioso, e confrontá-lo naquele momento só pioraria a situação.A noite foi horrível. Rolei várias vezes na cama, molhando o travesseiro de lágrimas que não paravam de cair. Cada vez que fechava os olhos, a cena do parque se repetia, o tapa, a raiva nos olhos do meu pai, a impotência que senti. Não consegui dormir, e quando finalmente adormeci, os sonhos foram perturbadores, cheios de rostos distorcidos e sussurros que não faziam sentido.Quando o dia começou finalmente a clarear, levantei-me com uma sensação de vazio no peito. O que quer que tivesse acontecido na noite anterior, sabia que as coisas só piorariam. Suspirei, levantando-me devagar. Meu corpo parecia pesado, os músculos tensos, como se eu tivesse corrido um
— Que cara é essa? — perguntou meu irmão Benício, quando nos cruzamos no corredor pela manhã.Surpreendi-me com a presença dele. O trabalho como advogado o fazia ir e vir da capital, e muitas vezes passava mais tempo fora de casa do que aqui. Ele era o tipo de pessoa que sempre estava em movimento, resolvendo problemas e defendendo causas, o que o tornava um visitante raro no velho casarão da família.Depois que Celina, minha esposa, morrera, minha mãe me convenceu a voltar para a casa da família. Não queria que eu ficasse sozinho, perdido em meus pensamentos e na dor que parecia não ter fim. Ela achava que estar cercado por aqueles que me amavam me faria bem, que talvez o peso do luto fosse mais fácil de carregar se estivesse entre familiares. Mas eu não poderia afirmar que isso tinha me feito bem.— Benício — cumprimentei, tentando parecer mais animado do que realmente estava. — Chegou quando?— Ontem à noite. Achei que ia te encontrar no jantar, mas parece que você estava ocupado —
O clima no carro era sufocante, cada segundo que passava aumentava a tensão. Eu estava de braços cruzados, emburrada, como se fosse uma criança de cinco anos colocada de castigo. Mas a verdade é que me sentia exatamente assim, impotente diante da autoridade do meu pai, que parecia decidido a controlar cada aspecto da minha vida.Aquilo não era justo!Olhei para a estrada pela janela, as árvores passando rápido, o asfalto estendendo-se interminavelmente à frente. Minha mente começou a divagar, imaginando o que aconteceria se eu simplesmente abrisse a porta e saísse rolando pela pista. Por mais desesperada que estivesse, ainda tinha o mínimo de amor à vida, então descartei essa ideia insana quase imediatamente. Mas o pensamento persistia, uma fuga imaginária do que parecia uma prisão em movimento.Meu pai dirigia em silêncio, com a mandíbula tensa e as mãos apertando o volante com força. Ele não olhava para mim, mas eu sabia que estava prestando atenção em cada movimento que eu fazia, c