12- Gabriel.

— Está tudo bem, meu filho? — A voz da minha mãe surgiu de repente, suave, como se ela tivesse se materializado das sombras do lugar.

— Sim — menti, tentando afastar a preocupação que sabia que ela sentiria se soubesse a verdade.

— Não parece — respondeu, desconfiada.

— Só me deixa, mãe. — As palavras saíram mais ríspidas do que eu pretendia, mas estava no limite da minha capacidade de suportar aquela angústia.

— Problemas na prefeitura? — insistiu, fixando o olhar em mim, buscando respostas.

— Antes fosse — murmurei, mais para mim mesmo do que para ela. Não havia como explicar a verdadeira extensão do que estava acontecendo sem revelar mais do que eu estava disposto a compartilhar.

— Gabriel…

Ignorei o tom preocupado dela, segui direto para o meu quarto, sem olhar para trás. Deixei-a falando sozinha, sabendo que ela estava apenas tentando ajudar, mas naquele momento, não havia nada que ela pudesse dizer ou fazer que aliviasse o peso que eu carregava.

No meu quarto, fechei a porta e m
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