Após lavar uma pilha de sapatos sujos e fedorentos da minha tia e do seu marido, finalmente consegui escapar por alguns minutos. Corri até o ponto mais alto do terreno, a esperança de conseguir algum sinal no celular me impulsionava. Balançava o aparelho, tentando captar qualquer resquício de conexão, mas nada… Nenhuma barra, nenhuma chance de contato com o mundo exterior.Olhei ao redor, a vastidão daquele lugar parecia me engolir. O campo se estendia até onde meus olhos podiam alcançar, sem nada além de colinas, árvores distantes e o céu acima, que começava a se tingir com as cores do entardecer. O silêncio era quebrado apenas pelo som do vento e dos animais ao longe. A sensação de isolamento era esmagadora.Sentei-me na grama, ainda segurando o celular inutilmente. Senti as lágrimas ameaçarem cair novamente, mas as segurei. Não podia me permitir fraquejar, não ali. Precisava encontrar uma maneira de sair daquele lugar. Mas como? Sem sinal, sem transporte, sem uma alma viva por pert
Peguei o aparelho e disquei o número do delegado da cidade, a única pessoa em quem eu podia confiar para lidar com essa situação discretamente.— Delegado, preciso que venha ao meu gabinete agora — disse, deixando a urgência clara na minha voz.— Estarei aí em minutos, senhor prefeito — ele respondeu prontamente.Enquanto esperava, minha mente não parava de girar com as possíveis consequências do que eu estava prestes a fazer. Gustavo tinha muitos contatos, e qualquer movimento em falso poderia complicar ainda mais as coisas. Mas eu estava sem alternativas. Precisava usar todos os recursos que tinha para encontrar Anne.O delegado chegou pouco depois, carregando um semblante sério enquanto entrava no meu gabinete.— Senhor prefeito, em que posso ajudar? — perguntou, sentando-se à minha frente.Respirei fundo, sabendo que o que eu es
A festa de inauguração do novo hospital estava a todo vapor. Era um grande feito para nossa cidade, finalmente os moradores não precisariam mais viajar por duas horas para receber atendimento médico de qualidade. Eu estava orgulhoso, e isso se refletia no meu sorriso confiante enquanto subia ao palco.As luzes dos flashes me cegavam momentaneamente, mas eu já estava acostumado com a atenção.— Boa noite a todos — comecei, ajustando o microfone. — Hoje é um dia histórico para nossa cidade. A inauguração deste hospital é um marco que nos permitirá oferecer cuidados de saúde de qualidade, sem que precisemos nos deslocar por horas. Este hospital representa nosso compromisso com a saúde e o bem-estar de nossa comunidade.Os aplausos ecoaram pelo salão, mas, ao olhar para o fundo, vi Gustavo Trancoso com os braços cruzados e uma expressão de descontentamento. Ele nunca apoiou a ideia do hospital, sempre acreditando que os recursos poderiam ser melhor utilizados de outras formas. Seu olhar e
Minhas mãos deslizaram por suas costas, descendo até a curva de seus quadris. Ela suspirou contra meus lábios, seus dedos enroscando-se em meus cabelos. A sensação de sua pele através do tecido fino do vestido era intoxicante. Seus seios pressionavam contra meu peito, e eu podia sentir a ausência de qualquer barreira entre nós.— Gabriel… — ela murmurou, a urgência em sua voz refletindo o que eu sentia.Nossos beijos se tornaram mais intensos, cada toque, cada carícia, alimentando o desejo crescente. Minhas mãos exploraram seu corpo, traçando caminhos que pareciam desenhar um mapa de paixão e desejo.Anne puxou minha gravata novamente, guiando-me até o sofá. Sentamos, ainda entrelaçados, e ela se acomodou em meu colo, suas pernas envolvendo minha cintura. A proximidade aumentou a intensidade do momento, e eu a segurei firmemente.Seus dedos deslizaram pelo meu peito, desabotoando lentamente minha camisa. Cada botão aberto revelava mais da minha pele, e seus lábios seguiam o caminho tr
Rolei na cama e soltei um longo suspiro, sentindo o lençol macio contra minha pele. A noite passada ainda estava fresca na minha mente, cada detalhe gravado como se fosse um sonho.— Continua transando com o prefeito? — perguntou minha melhor amiga, Clara, enquanto se jogava ao meu lado na cama, com um sorriso provocador.— Ei, esse é meu segredinho! — respondi, dando-lhe um leve empurrão.— Você é maluca! — Ela gargalhou, jogando a cabeça para trás.Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso. Clara sempre conseguia me fazer rir, mesmo nas situações mais complicadas. Sentei- me na cama, puxando o cobertor para cobrir meus ombros nus. O quarto estava iluminado pela luz suave da manhã, filtrada pelas cortinas finas.— E aí, como foi? — perguntou Clara, agora com um tom mais sério, apoiando-se nos cotovelos.— Foi… incrível. Mas complicado. Sempre é. — Suspirei novamente, desta vez com uma mistura de nostalgia e desejo.— Eu imagino. Com seu pai e tudo mais… — Clara assentiu, enten
A reunião começou, e fiz o meu melhor para me concentrar nos pontos discutidos. Gabriel manteve uma postura profissional, mas eu podia sentir a tensão entre nós. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, era como se uma corrente elétrica passasse entre nós.Depois de algum tempo, o diretor pediu uma pausa. Gabriel se aproximou de mim, com um sorriso que fazia meu coração acelerar.— Como você está, Anne? — perguntou, roçando levemente sua mão na minha.— Tentando me concentrar — respondi, com um sorriso tímido.— Também estou.O toque dele era breve, mas suficiente para me fazer lembrar de tudo o que aconteceu. O desejo estava ali, apenas sob a superfície, esperando para explodir novamente. Sabíamos que precisávamos ser cuidadosos, mas a atração entre nós era inegável.A pausa terminou e voltamos à reunião, mas eu sabia que aquele momento roubado era apenas um prenúncio do que ainda estava por vir.Quando a reunião terminou, num instante, Gabriel passou por mim enquanto se despedia de
Ele era maravilhoso, e apesar da diferença de idade, aquele homem mexia comigo de uma forma que eu mal conseguia controlar. A rivalidade entre nossas famílias, que durava décadas, parecia insignificante diante do desejo que queimava em mim. Cada encontro clandestino, cada toque, só reforçava o quanto eu estava disposta a desafiar todas as regras por ele.Cerrei os lábios quando ele empurrou o pau para dentro de mim com força, me prendendo contra a parede, fazendo-me revirar os olhos de prazer. A intensidade do momento me consumia, arrancando-me suspiros a cada investida dele e eu lutava para manter sob controle.Suas mãos seguravam firmemente minhas coxas, erguendo-me para ajustar melhor nossos corpos. A parede fria contra minhas costas contrastava com o calor que irradiava de nossos corpos em contato. O atrito entre nós era eletrizante, uma dança de prazer que eu nunca queria que terminasse.Eu podia sentir cada movimento, cada pulsar dentro de mim, e isso só aumentava a urgência do
Que porra! Eu deveria ter ido atrás dela, ter feito alguma coisa, mas permaneci parado, observando a caminhonete desaparecer no horizonte. A sensação de impotência tomou conta de mim, uma mistura amarga de raiva e frustração. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, e tudo o que consegui pensar foi o quanto havia falhado em protegê-la.Merda!Passei a mão pelos cabelos, puxando-os com força, tentando encontrar uma solução para o caos que havia se instalado. Meu coração ainda estava acelerado, o sangue fervendo nas veias. Gustavo, aquele desgraçado, havia aparecido do nada, e eu me vi paralisado, sem saber como reagir. Mas a verdade era que ele tinha razão em uma coisa: eu deveria ter feito mais para proteger Anne, deveria ter lutado por ela ali mesmo, sem hesitação.Olhei ao redor, o parque vazio e silencioso, como se o mundo tivesse parado para observar meu fracasso.A brisa noturna, que antes trazia um certo alívio, agora parecia fria e cortante. A única coisa que eu queria era es