Tess eram um redemoinho de puro ódio, gelo, vingança e aço, cortando quantos dos inimigos pudesse. Ela deslizava para fora do caminho das espadas com um misto de graça feérica misturada com a antiga frieza e ferocidade humana. Deslizar para longe do ferro a lembrava de quando desviava dos bêbados no Garras de Tigre.
Ela sentiu vagamente algo grudento cobrindi cada centímetros de seu corpo. Um lampejo vermelho a mostrou que ela estava coberta de sangue. Pernas braços, cabelos e tronco; tudo coberto com o líquido morno e carmesim.
Ela usava sua magia para defender ataques, criando um pequeno escudo de gelo entre sua cabeça e as espadas, cujo cheiro fazia mal ao seu nariz.
Nos primeiros vinte minutos, tudo ia bem, mas so
Enquanto andava pelas ruas lotadas da feira de Holirya, capital comercial de Naskra, Tess olhava os bolsos mais do que às pessoas. As damas, sempre com quilos de jóias para atrair os nobres que passavam por ali sempre que havia feira, era o que a atraia até ali. Mas um homem, de aparência rica, chamou sua atenção mais do que as damas. Ele mantinha um saco de couro cheio de moedas amarrado à alça do cinto. Tão fácil,ela sorriu. Como Finn a ensinara, ela esbarrou no homem e quase foi ao chão. Recobrando o equilíbrio, ela se virou para o homem com os olhos azuis brilhando com a inocência que nunca teria. " Sinto muito, senhor. " Ela puxou a trança de cabelos castanhos-claros para o ombro direito.
Tess se sentia ridícula naquele vestido cheio de pregas e seda. Mas ela tinha que admitir que gostava de como o filho da dona da loja olhava para ela. O vestido era carmim e prateado. Magnífico. Não eramuito chique, mas deixava-a linda. Era melhor que a túnica velha e as calças rasgadas que normalmente usava. Mas a pior parte ainda era o salto irritante. Ela mal conseguia ficar de pé naquelas duas agulhas. A dona da loja, Ayla, era uma mulher de meia-idade cujo filho, Beau, ajudava-a quando não estava no trabalho como ajudante de mercador. Era uma espécie de amiga para Finnick e Tess, então concordara em arrumar a garota para o baile de inverno pelo custo de duas moedas de ouro. Já era noite quando Ayla finalm
Depois de uma rápida inspeção, Tess descobriu exatamente em qual quarto estava: no de Lady Pearl Valentine, filha de um conde. Ela era famosa por se recusar a usar vestidos em dias comuns. Ela sorriu, pensando em como a sorte estava sorrindo para ela. Tess foi em direção ao quarto de vestir e pegou uma túnica roxa escura, uma calça justa e preta e, para sua felicidade, havia também um manto cinza escuro com capuz. Ela vestiu tudo e pegou também uma bota parecida com a que tinha–mas que não estava em um estado deplorável como a dela–que ia até o joelho. Colocou as adagas no cinto e vestiu a máscara do baile. Antes de sair do quarto, ela viu uma espada longa e prendeu a bainha dela ao seu cinto. Como Pearl era gentil em
Ela sacou a espada, o coração batia irregularmente no peito. Ela estava morrendo de medo. " Fiquem longe." Ela mais pediu do que mandou. Os guardas riram e se aproximaram com uma lentidão agonizante. Ela, buscando um jeito de sair dali, atacou os dois que vinham à sua direita. Ela desferiu um golpe contra a perna de um deles e conseguiu cortá-lo um pouco antes que ele recusasse. Ele fez uma careta de dor. " Eu vou adorar matar você. " Ele rosnou e desembainhou a espada. Ela defendeu os dois primeiros golpes dele, mas o companheiro dele a golpeou com a parte chata da espada, fazendo-a quase cair. Num segundo, a espada do primei
Ela sentiu o calor antes mesmo de acordar. Aos poucos, foi tomando conhecimento do mundo ao seu redor. Estava deitada em algo macio e havia um cobertor por cima dela. Provavelmente havia uma lareira acesa ali perto, pois o fraco brilho avermelhado podia ser visto até de olhos fechados. E o calor. Ah, o calor era maravilhoso depois de quase ter morrido de frio num beco estúpido. Ela abriu os olhos devagar. Estava no que parecia ser uma sala. Estava deitada num sofá com um grosso cobertor de pele de alce sobre si. Era uma sala pequena, cuja maior coisa ali era a lareira de pedra. Não era muito decorada, fora cortinas verdes nas janelas. " Enfim acordou. " Uma voz veio detrás dela. Ela tentou se virar, mas gemeu de dor. A região do e
Tess acordou com um barulho de metal contra metal. Ela abriu os olhos, alerta, e se levantou. Ignorou a dor no abdômen e olhou ao redor. Atrás do sofá onde estava, ela podia ver Alek na cozinha. Como se algo o chamasse, ele olhou na direção dela. "Com fome?" Ele perguntou. Como se esperasse o momento, seu estômago roncou alto. Tão alto que o garoto ouviu da cozinha. Ele riu. " Venha comer." Ela se levantou. Por um milagre, a dor na barriga e nas costelas havia diminuído consideravelmente. " O que colocou nessas bandagens?" Ela tocou a barriga. " Uma pomada para dor. Sou apre
Antes mesmo de acordar, ela viu as imagens da cabeça dele. Ele sonhava com campos que ela sabia e não sabia que eram de Varinth, o antigo lar de Alek. Ele corria sobre um cavalo branco absolutamente lindo. Mas aquilo era errado. Tess não conhecia os campos de Varinth e jamais havia montado num corcel daqueles. Ela acordou abruptamente e se sentou no sofá duro e desconfortável. A dor no estômago e nas costelas havia diminuído consideravelmente no último dia, devido aos cuidados de Alek. Ela ouviu passos apressados vindos do corredor e Alek surgiu na sala. Ele estava sem camisa, apenas com uma calça larga de veludo barato cinza. Seus cabelos estavam espetados e desajeitados. Ela percebeu que ele saíra correndo da cama--isso explicaria os olhos estranhamente alertas.
Tess acordou com um leve balanço. Algo rígido a segurava, percebeu. Ela abriu os olhos devagar e viu que um dos ogros a carregava. Ele tinha o nariz achatado, cabelos ralos e embaraçados e cicatrizes demais no rosto e nos braços. Devia ter quase dois metros de vinte de altura e era extremamente forte, como um mercenário de guerra. O ogro percebeu que ela o examinava e bufou. Gandor, que ia na frente, se virou e sorriu para ela. " Ora, olá garota-Tess. Estamos quase chegando. Sinto muito por ter que usar a Calicia em você, mas vocês dois não estão acostumados a viajar com Narlfe, por isso achei melhor que dormisse. Mas não perderam nada, essa viagem é especialmente chata. Solte-a, Nythu." O ogro ,Nythu, obedeceu e a pousou no chão.