Collin Morris [Cinco meses antes]
— És uma mulher directa, gosto disso numa mulher — completo num sorriso maroto e satisfeito. Só faltou pular de emoção e soltar alguns balões agora. Porra! A minha deusa de ébano concordou com a minha loucura, o que vai me garantir uma noite muito quente de sexo doce e selvagem ao lado dela. Não pensei que fosse realmente terminar assim a noite mas porra! Isso saiu mais do que o esperado, ela é um verdadeiro anjo sedutor e porra! Eu sou um verdadeiro fraco por cair no feitiço dela. — Porra! Onde está essa deusa de Ébano? — falo andando de um lado para o outro totalmente impaciente, ela não me deu um bolo, me recuso a aceitar que levei um bolo de uma m*****a feiticeira de Ébano. Ela não pode ter feito isso comigo. Não sei o nome dela, não sei onde fica o quarto dela, não sei nada sobre ela, a única coisa que sei sobre ela é que ela é um verdadeiro pecado e uma verdadeira tentação para mim, não sei como vou resolver o meu problema de bolas roxas, mas parece que terei que lidar com o meu pequeno problema, por conta própria. Olho para o relógio pela décima vez, mas nada de ela aparecer. — Será que ela vai parecer? — estou falando sozinho pelo quarto igual a um louco. A desejo tanto que dói, estou enfeitiçado por ela, pela imagem dela desde que a vi, com sua imagem sedutora e encantadora, ela é alta, magra, com pernas torneadas, uma cintura fina de vespa e uns peitos altos e fulgentes. Seu cabelo perfeitamente amparado pelo lenço de capulana. O desejo é tanto em mim que sinto vontade de me afundar dentro dela e me amparar nos cabelos lindos dela. Sinto vontade de devorar seus lábios carnudos, beijar seu pescoço esguio. Nunca agi assim como uma mulher, mas porra que se foda, eu quero ela para mim, mesmo que seja por algumas horas ou alguns minutos. Um som suave preenche o meu quarto, um toc toc bastante fino e suave vindo da porta, eu sei que não devo ficar com muita expectativa, mas porra! Eu desejo que realmente seja ela. Abro a porta com bastante expectativa e como esperado, ela está na porta esperando por mim. Ela está deliciosamente tímida, olhando-me com suas duas íris castanhas café, ela está com a respiração totalmente ofegante, seus lábios parecem mais carnudos e beijaveis. Olhando para ela agora mais clareza, vejo o quão linda e totalmente tentadora ela. — Eu sei que você me deu uma chave — ela sussura timidamente olhando entre mim e a cama completamente arrumada e esperando por ela para terminar com a minha sanidade mental — Mas não me pareceu correcto entrar aqui, assim sem mais nem menos — ela completa passando seu cabelo para trás, só agora percebi que ela não está mais com o lenço. Seu cabelo é tão belo que porra! É um verdadeiro martírio, tentar parecer um cavalheiro diante dela, sendo que a única coisa que quero dela e j**a-la na cama e comer sua boceta. — Fico contente que tenhas vindo — Sussurro finalmente, quando consigo recuperar o meu fôlego que nem sabia que estava prendendo. Dou espaço para que ela entre dentro da minha suíte, eu planejava ser um verdadeiro cavalheiro com ela, planejava ir devagar com ela, mas porra! Não me vejo indo devagar. Cedendo aos comandos mais selvagens da minha mente, prendo-a contra os meus braços a deusa de ébano logo treme, não a dou tempo de sequer processar o que está acontecendo, não resisto aos seus lábios. Abaixo a minha cabeça até a sua boca e a tomo para mim. Eu só quero sobrea-la mais uma vez, só mais uma vez, para tentar dissipar essa névoa que tanto me consome. Mas quando os nossos lábios se fundem, esqueço completamente a minha intenção de levar as coisas com calma. A deusa de ébano reage com ardor e rodeia-me com seus braços. Sua pele arde em contacto com a minha. Desejo tê-la nua, estar nu também, em contacto com a pele dela. Eu tinha o plano de seduzir ela aos poucos e poucos, mas agora, eu não sei quem está seduzindo quem. Desenho uma linha de beijos em seu pescoço, enquanto tento abrir de forma impaciente o zíper do seu vestido. Sua pele suave e cremosa fica a amostra, ela é macia e doce como pérolas do mar. Encaminho os meus lábios até sua pele amostra, de forma desesperada e aflita. A deusa geme suavemente e treme enquanto a minha língua desliza pela curvatura do seu ombro. O vestido cai no chão provocando um som totalmente sedutor e satisfatório. A minha deusa de ébano fica despedida, vestindo apenas uma reduzida peça de lingerie, a calcinha vermelha de renda, deixa pouco para a imaginação. Sua imagem quase nua e totalmente tentadora, ela me deixa sem fôlego, contemplo totalmente embasbacado a forma arrendada dos seus seios. Seus mamilos entrumescidos parem me chamar efusivamente. Brinco com os mamilos de forma desvergonhada, a deusa solta um gemido contigo. Agarro um peito na mão e baixo a cabeça para beijar o círculo de seu paraíso. Seu sabor explode em minha boca, doce, delicado como uma flor, feminino, perfeito. Theos¹, esta mulher está me deixando louco, deixa-me com a sensação de estar fazendo amor pela primeira vez na vida. Tenho que ir com calma, para não parecer um adolescente emocionado. Primeiro tenho que deixar ela louca por mim, totalmente entregue e só depois, poderei a possuir. Ela está se entregando a mim com facilidade, a única coisa que preciso fazer é ser calmo e deixar que a noite seja óptima para nós os dois. A deusa de ébano fraqueja em meus braços, como se não aguentasse mais ficar em pé, os joelhos dela logo cedem, a seguro em meus braços e a guio até a cama. Deito-a e começo a tirar a minha própria roupa. Os olhos negros de café, acompanham cada um dos meus movimentos. De forma atenta, como se ela quisesse guardar cada um dos meus traços.Manuela Cardoso O deus grego gostoso, tirou a camisa mostrando-me os ombros atléticos, um peito robusto e uma cintura cuja musculatura sugeria não se tratar apenas de um ocioso homem de negócios. A penugem salpicava-lhe o tronco e estendia-se até os mamilos, depois espessava á medida que descia para o umbigo até se estender precisamente acima do cós das calças. Observo-o com desejo a desapertar as calças, que ele deslizou até ao chão juntamente com as cuecas. A ereção ficou, por fim, libertada no meio de um escuro ninho de veludos. Meus olhos arregalaram-se maravilhados perante a impossível curvatura ascendente. Nem meu ex noivo ficam assim por minha causa. — Poderia alguém duvidar do meu desejo por ti, yineka mou? — ele desliza para a cama e abre as minhas pernas com seus joelhos. — Não! — sorriu para ele. — Desejo-te muito — diz ele com uma voz rouca antes de abaixar a cabeça e beijar me nos lábios. Meu corpo curvou-se para o receber. Tinha passado muito tempo desde a última v
Manuela Cardoso Acordei com a luz pálida do amanhecer invadindo meu quarto, uma claridade fria que contrastava dolorosamente com a chama intensa da noite anterior. Por um breve instante, permaneci imóvel, tentando agarrar cada resquício do êxtase que vivi – o calor dos beijos, o toque inebriante, os sussurros que pareciam prometer segredos proibidos. Contudo, ao abrir os olhos completamente, a realidade se impôs de forma brutal: a cama, que ainda exibia os traços de nossa paixão, estava estranhamente vazia.Eu me sentei na beira do leito, o coração acelerado, enquanto uma onda de confusão e desamparo invadia minha mente. Quem era aquele homem que me fez sentir tão viva, tão desejada? E, agora, por que ele havia desaparecido sem deixar vestígio ou sequer uma palavra de despedida? O vazio em minha alma ecoava o vazio do lençol, e, lentamente, uma sensação amarga de abandono começou a se instalar.Levantando-me com dificuldade, encarei meu reflexo no espelho. Havia nele os traços de uma
Manuela Cardoso Estou deitada na cama do hospital, minha mão direita continua aferrada ao celular, minhas lágrimas caiem sem parar. — Tenho que ligar para ele, não tenho escolha — murmuro para mim mesma, não tenho escolha, preciso ligar. Minhas lágrimas banham o meu rosto e minha roupa de hospital. Como será que Collin vai reagir a notícia? E se ele me expulsar de novo, como tinha feito há cinco meses atrás, se ele pensar que quero o dinheiro dele? Eu não posso me humilhar novamente. — Você precisa fazer isso Manu, seja forte — murmuro mais uma vez, para me encorajar. Pressiono a tecla de chamada, o celular toca por alguns segundos, mas não tenho coragem e desligo o celular. — Como está hoje, senhorita Cardoso? — os meus pensamentos são interrompidos pela enfermeira que entra em meu quarto sorrindo. — Bem — sussuro fracamente. — Já tem tudo organizado? — indaga controlando o soro que está conectado a minha veia. Engulo em seco, mas não respondo. — Sabe muito bem q
Sinto o peso do silêncio no carro enquanto deixamos o hospital para trás. O som constante do motor e o farfalhar tímido da chuva na lataria parecem marcar o compasso dos meus pensamentos inquietos. Collin dirige em silêncio, o olhar fixo na estrada à frente, enquanto as luzes da cidade se desfazem em manchas borradas pela janela.Após alguns minutos de tensão quase palpável, ele finalmente rompe o silêncio, a voz embargada por dúvidas e emoções contidas:— Manuela, eu… eu preciso te perguntar uma coisa. (A mão dele treme ligeiramente sobre o volante.) Esses bebês, serão realmente meus?Minhas mãos se apertam no encosto do banco, tentando segurar o turbilhão que se forma dentro de mim. Sinto um frio percorrer minha espinha, e minhas palavras saem trêmulas:— Collin, eu… Eu te juro que eles são seus. Cada batida do meu coração confirma isso.Ele solta um suspiro longo, e por um instante o silêncio volta a dominar o carro. Então, com os olhos fixos na imensidão da estrada, ele insiste:—
A sala de estar da mansão de Collin era ampla, fria e imponente. As paredes decoradas com retratos de ancestrais pareciam nos julgar, como se cada olhar pintado cobrasse a verdade dos nossos passos. Senti o peso do ambiente – e, sobretudo, o peso da história que nos unira de forma tão cruel – enquanto ele permanecia sentado em uma poltrona de couro escuro, os dedos tamborilando nervosamente na mesa de mármore.— Manuela, eu… — Collin começou, a voz hesitante, quase sufocada pelo silêncio que se instalara entre nós.Respirei fundo, tentando reunir forças para falar. Não éramos amantes, não tínhamos um romance; éramos dois estranhos que, por um impulso, passaram a noite juntos e agora teriam dois filhos. E, como se isso não bastasse, ele havia me demitido assim que soube daquilo. Eu não conseguia deixar de reviver a humilhação daquele dia, o frio na espinha, o desprezo estampado em seus olhos enquanto me dispensava sem cerimônia.— Você quer casar comigo? — a pergunta dele pairou no ar,
— E se eu não conseguir ser esse pai que você espera? Se a dúvida sobre a paternidade continuar corroendo minha alma?— Então, aceite que talvez nunca saibamos tudo. Mas não use essa dúvida como desculpa para se afastar. Nós não podemos deixar que o medo impeça que esses filhos tenham uma chance de conhecer quem realmente os gerou – ou, pelo menos, quem os criou com responsabilidade.— Eu… — ele hesitou, os olhos se perdendo em lembranças que eu jamais conheceria. — Você não entende, Manuela. Toda essa situação me destrói por dentro. Fui forçado a agir de maneira impensada, e agora tenho que pagar o preço por algo que, se pudesse voltar atrás, jamais teria permitido.— Você não tem o direito de me culpar por isso, Collin! Eu também sofri, e cada dia que passo é um lembrete do quanto fui deixada de lado. Você me demitiu sem nem uma palavra de explicação, sem sequer tentar entender o que se passava comigo.— Eu agi como achei melhor na hora – ele replicou, mas a voz falhou.— Melhor? Vo
Collin MorrisO sol já havia se posto em Cabo Verde, e a brisa noturna soprava através da sacada do meu quarto, trazendo consigo o cheiro salgado do oceano. Eu estava sentado na poltrona de couro escuro, um copo de uísque intocado ao meu lado, enquanto esperava a chamada conectar.Do outro lado da tela, a imagem do meu irmão mais novo, Louis, surgiu. Ele estava em seu apartamento em Paris, os cabelos desalinhados e uma expressão cética estampada no rosto. Assim que a conexão estabilizou, ele cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.— Então, finalmente decidiu me contar o que está acontecendo? — Ele inclinou a cabeça para o lado. — O que diabos você está fazendo em Cabo Verde?Eu inspirei fundo, passando a mão pelo rosto antes de responder.— É complicado.— Claro que é. — Louis soltou um riso seco. — Você some, aparece num país que nunca mencionou antes e agora me liga com essa cara de quem foi atropelado por um caminhão.Eu bufei, sabendo que ele não facilitaria as coisas.— Tem
Manuella Cardoso Eu, ainda sentia o gosto amargo da noite anterior – não só pelo uísque derramado nas dúvidas de Collin, mas também pelo peso de uma responsabilidade que me fora imposta sem piedade. Cabo Verde, com suas brisas salgadas e o constante murmúrio do oceano, sempre me lembrava que, por mais que tentássemos fugir do passado, ele sempre voltava para nos assombrar. E agora, com a chegada dos irmãos de Collin, tudo parecia estar prestes a se transformar em uma tempestade inevitável.Era uma manhã fresca, o sol mal despontava no horizonte tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. Eu preparava um café na pequena cozinha do apartamento que, há pouco, fora cenário de tantas discussões e promessas vazias. Ainda com o coração pesado, recebi uma mensagem no celular: Collin havia informado que seus irmãos, incluindo o infame Lois, estariam chegando naquela tarde para tratar de alguns “assuntos pendentes”.— Hoje eles chegam. Prepare-se, Manuela – dizia a mensagem de Collin, com um