A volta de quem deveria ter partido
É noite, a noite do último dia de verão. Está fazendo calor, aproximadamente 34 graus. O tempo está seco e o barulho das festas nas praias de Miami ecoavam para dentro da mansão da família Bucker.A mansão nova a qual foi comprada para surportar uma família de cinco pessoas. 3 mães e duas filhas. Uma de 17 e a outra de 11. Olivia Bucker, já com seus 38 anos, andava preocupada com o rumo em que sua filha, Liz, estava tomando. Ela não era nada popular, não tinha amigos, nenhum interesse normal de adolescente.
Passava horas e horas socada nos livros escolares, quase nunca saía de casa, a não ser, é claro, para ir à biblioteca. Olivia estava irritada com aquela situação e quase todos os dias reclamava para suas esposas sobre suas frustrações . E naquela noite, não foi diferente :
- Me digam se isso não é preocupante!! - Disse Olivia, enquanto olhava para Alice e Rebeca.
- Querida, já pensou que talvez, ela seja diferente de você? - Perguntou Alice.
- Concordo, meu amor! - Exclamou Rebeca. - Liz pode ser diferente. Sei lá, daquelas garotas que preferem estudar ao invés de sair por aí. Isso não é um problema, é?
- Eu quero que ela aproveite a vida! - Disse Olivia, reencostando sua cabeça à poltrona. - Eu sei que as nossas vidas sempre foram um pouco diferente das outras pessoas...Mas... Isso não deveria ser um motivo para ela se fechar assim.
- Amanhã é o primeiro dia na faculdade. Ela pode fazer amigos lá. - Disse Rebeca - Você não deve se preocupar, amor.
- Onde ela está? - Perguntou Alice.
- Foi no shopping com a Hope, comprar algumas coisas. - Respondeu Rebeca. - Já devem estar chegando.
- Ótimo! Daí podemos conversar sobre isso com ela. - Olivia impõe.
- Não devemos dar a entender que ela ser assim é um problema, Olivia. - Rebeca diz, um pouco irritada. - Ela não ser igual você ou a mim, não significa que tem um problema.
- Eu sei, eu sei.
Alice, um pouco cansada daquela conversa, foi até a cozinha preparar alguma coisa para comerem. E Rebeca, que estava irritada, resolveu ir, também.
Olivia ficou sozinha na sala de estar, sentada em sua poltrona enquanto olhava para a janela que era de frente para uma das praias de Miami. É claro que sua filha ser um pouco anti-social não era um enorme problema. Porém, ela achava que Liz perderia toda a diversão de ser uma adolescente bonita. E com isso, jamais poderia se orgulhar de ter vivido o melhor da vida. Festas, paixões, garotos loucos por ela e etc..
Já haviam se passado alguns minutos desda conversa que tivera com suas esposas Alice e Rebeca, quando a campainha da mansão tocou. Olivia se levantou para atender e a surpresa foi enorme ao ver quem era :
- Jayden Ross! - Disse Olivia, sem acreditar muito no que estava vendo.
- Olivia Bucker! - Exclamou Jayden, sorrindo. - À quanto tempo não nos vemos!!
- Muitos anos, já, não é mesmo? Mas o que te traz aqui?
- Precisamos conversar, Olivia. Creio que o que eu tenho a lhe dizer não seja nada bom.
Olivia engoliu seco ao ouvir aquilo e ver a expressão de seu velho amigo. Sua vida andava estável desde que viu Megan pela última vez, à dez anos atrás. Tudo estava totalmente normal. E imaginar que aquilo poderia acabar, deixava Olivia nervosa:
- Entre! - Olivia o convidou,abrindo a porta para Jayden passar.
- Onde estão Rebeca e Alice? - Perguntou Jayden, um tanto curioso.
- Estão na cozinha, por que?
- Seria bom se elas ouvissem o que eu tenho à dizer, também ! - Respondeu ele, sendo enfatico.
- Você está me assustando já, Jayden.
- Chame elas, por favor. É um assunto sério. - Concluiu Jayden, enquanto arrumava seu paletó.
- Claro! - Disse Olivia - Sente-se aí na sala, eu já volto.
Jayden se sentou em um sofá branco que combinava com os outros móveis da sala. Incluindo um piano branco a qual ele ficou encarando por alguns segundos, até Olivia voltar acompanhada por Alice e Rebeca. Ambas com o semblante preocupado.
Ele se levantou para comprimenta-las e viu que todas estavam já muito ansiosas, então tratou logo de começar a falar o que estava acontecendo :
- Vamos nos sentar! - Sugeriu Jayden. - Bom pessoal, não sei se vocês sabem mas o caso Anderson não foi ainda fechado.
- Não estavamos sabendo. - Disse Olivia.
- Pois bem, ainda não foi fechado. A polícia militar de Miami acha que a família Anderson ainda pode ser uma ameaça, por eles se tratarem de um tipo de máfia. - Disse Jayden, encarando Olivia.
- Como poderiam? Estão mortos, não estão? - Perguntou Rebeca, retóricamente.
- Meu pai uma vez me disse que os pais de Rayn já haviam morrido à vários anos - Disse Olivia, certa de suas palavras.
- Deveriam estar! Aliás, até semana passada pensavamos que estavam.
- Até semana passada? - Perguntou Alice, surpresa. - Como assim?
- Em uma blitz ocorrida nos arredores de South beach, um documento de um tal de Peter Anderson foi passado para nós, pela policia militar. - Respondeu Jayden. - Lógico que ficamos preocupados com isso e o FBI tratou logo de vasculhar tudo sobre esse Peter Anderson.
- E o que encontraram? - Perguntou Alice, assustada, também.
- Bom.. Peter Anderson é o irmão mais velho de Rayn. E ele se mudou para uma casa aqui em Miami.- Respondeu Jayden, calmamente - Então eu sugiro que tomem muito cuidado.
- Vocês levantaram a ficha dele? - Perguntou Olivia, um pouco euforica.
- Sim... É claro! - Respondeu Jayden. - Não tem passagem! A ficha dele está limpa. Parece até que ele nunca teve contato com Rayn desde quando moravam no Brasil. Seu pai o deserdou muito cedo.
- Ele pode ser um perigo para a nossa família? - Perguntou Rebeca.
- Não sei te responder isso. Por esse motivo estou aqui. Vim alertar. Não dêem nenhum motivo para que ele venha procurar vocês. Fiquem longe. E de resto, nós faremos.
- Era só o que faltava! - Exclamou Rebeca - Parece que nunca iremos nos livrar desse sobrenome maldito.
- Calma Beca! - Disse Alice, dando a mão para ela, na tentativa de acalmar Rebeca.
- Por enquanto, isso é só um alerta. Não sabíamos que um Anderson ainda estava vivo. - Disse Jayden - Porém, não podemos julga-lo apenas por carregar esse sobrenome. Não é?
- É claro! - Respondeu Olivia. . - Muito obrigada por tudo, Jayden.
- Imagina! Só estou fazendo o meu trabalho - Respondeu ele - Agora eu tenho que ir. Ainda tenho muito trabalho à fazer.
- Eu te acompanho até a porta! - Exclamou Olivia, se levantando.
Os dois caminharam até a porta e Jayden, então, se despediu de sua velha amiga:
- Até mais.. Qualquer notícia, tratarei logo de lhe informar. - Disse ele.
- Jayden...
- Sim?
- Megan já saiu da prisão? - Perguntou Olivia, curiosa.
- Faltam dois meses para a sentença dela terminar. - Respondeu Jayden. - Por que a pergunta?
- Só curiosidade, mesmo. - Respondeu Olivia, de cabeça baixa. - Uns anos atrás eu recebi uma carta dela pedindo para que eu não fosse visita-la.
- É.. Ela não queria ninguém lá. Megan não vê ninguém desde que foi presa. - Disse Jayden - Bom, eu tenho que ir. Até mais.
- Até mais.
Não pare a sua vida por mimAs sirenes tocavam alto, eram oito e meia da noite. E isso significava que era horário de visita aos detentos da prisão federal de Miami :- Megan Acaster! Se dirija até a sala de visitas. Tem alguém que veio te ver. - Disse Norman, o carcereiro.- Mas eu não...- Vá logo! Você tem apenas 15 minutos. - Exclamou ele.O uniforme cinza escuro não lhe caia bem, mas ainda sim, por onde ela passava, garotas assobiavam. Mandavam beijos. Tentavam passar a mão na bunda da ruiva. Mas só tentavam mesmo, pois sabiam que Megan não era alguém com quem queriam intriga. Sabiam que a moça já havia
Seja bem-vindaPiercings, cabelos cor-de-rosa, um olhar sombrio. Daqueles tipos de que já vem escrito "Cai fora" em suas íris, combinados com um sorriso lindo e dentes perfeitos.Garotas assim são difíceis de se encontrar por aí. A maioria só quer chamar a atenção, conseguir inflar o próprio ego, pisando em outras pessoas apenas por diversão. Mas não Ana, Ana Anderson. Ela era assim por natureza. Preferia guardar seu lado doce para sí mesma.Sentia que não era bom se entregar logo de cara, ser simpática com quem não devesse ou merecesse. Empatia só era bom quando houvesse reciprocidade. RE-CI-PRO-CI-DA-DE. Ta aí uma palavra que ela sempre prezou. Mas nunca provou da mesma.
Não fale sobre quem eu souNervoso, suador, confusão, medo, vontade, desejo, pernas bambas, delirio... Tudo isso passava pela a cabeça de Liz enquanto ela andava e olhava para trás, na direção de Ana. Seu coração estava disparado e Liz ofegava sem saber o porquê:- Olha por onde anda! - disse uma garota, após levar um empurrão involuntário de Liz.- M-Me desculpe! Eu.. Não vi você aí! - Respondeu Liz, arrumando os óculos.- Você está no corredor, tem que olhar para frente! - Disse a garota - Você é nova aqui? É uma caloura?- Sou!
Na calada da noiteNa calada da noite, um lobo com a pele negra e algumas mechas acinzentadas, caminhava dentre a floresta. Solitário. Seus olhos vermelhos e brilhantes vibrava ao se conectar com a lua. Com um uivo estrondoso ele saldava sua velha companheira tão esplendida aos céus.Um outro lobo, dessa vez branco, aparecia dentre as árvores e observa o lobo preto sentado a beira de uma montanha, uivando para a lua. Ele ao notar a presença do lobo branco, o olhava com doçura e fazia reverência para que ele soubesse que estava tudo bem.O lobo branco se aproximou se sentando, também, a beira da montanha. E em um piscar de olhos, o lobo preto o atacou. Ele devorava sua carne sem dó nem piedade.Seu olhos, a
GostosaCheiro de suor, vomito, desodorante barato e gel de cabelo. Andar de ônibus é ter que aguentar esse pacote de odores por exatamente quarenta minutos.O dia estava aparentemente lindo, com várias nuvens e um clima chuvoso. Na visão de Liz, esse era um dia perfeito. Porém, isso não inibia o fato de algumas pessoas parecerem não tomar banho à dias.E estar em um cubículo cheio de outras pessoas, fazia o cheiro de alastrar ainda mais. O único jeito era tentar prestar atenção nas ruas, pela janela:- Rum-Rum - picarriou uma pessoa - Com licença, esse lugar está vago? - Perguntou um rapaz, de pele bronzeada e lindos olhos azuis escuros.
Dias iam se passando, como o vento passava dentre as palmeiras em Miami. E o destino, cada vez mais, ia fazendo com que encontros-não-planejados acontecesse entre Ana e Liz.Cada olhar profundo trocado, meias palavras e sorrisos de canto iam aproximando um sentimento mútuo entre as duas. Era uma incontrolável conexão existente entre dois seres que não conseguiam nem mesmo disfarçar.Estava na cara! Estampado para quem quisesse ver. Mas todos eles ignoravam, inclusive Liz.Naquela noite fria de sábado, a loura já tinha planos . O que não era nem um pouco normal. Mas não podia ignorar que desde que Kai apareceu. Sair começou a ser uma prática meio comum. Mesmo que fosse para ir à uma lanchonete na
Não olhe para trásApós a morte de Oliver Bucker, muito de seus patrimônios foram destruídos. Mas ainda havia um de seus escritórios em Miami, onde Olivia ia com frequência para conversar com Bryan. Mesmo que fosse através de um computador, os dois sempre acharam arriscado se comunicarem em aparelhos particulares.O escritório localizado na Flórida era em um prédio antigo, uma espécie de QG que só foi descoberto à alguns anos atrás pelo Agente Jayden Ross, quando vasculhava os assuntos do pai de Olivia e Bryan.Ainda era sete e meia da noite quando Olivia entrou dentro do prédio e subiu até o último andar - vigésimo sexto - ela apertou no elevador.
A despedida de um heróiFlash's, vozes embargadas, visão turva e uma sensação estranha de hiperatividade.. Liz sentia todas essas coisas de uma só vez.Tentava controlar aquilo mas seus movimentos pareciam incontrolaveis. Não conseguia pensar em nada além de achar que, talvez, algo estivesse errado.Um apagão se fez e a garota loira desmaiou após horas de festa. Ela caiu em meio a várias palmeiras, poucos metros longe do mar. Um grupo de garotos viu aquela cena e foram ver o que tinha acontecido :- Olhem só aquela garota! - disse um rapaz, se aproximando do corpo de Liz ao chão. Outros três rapazes chegaram, rindo ao ver a menina.
Último capítulo