2016, Novembro :
O dia estava caótico, pessoas indo e vindo pelas ruas. Andando para lá e para cá, cheias de sacolas nas mãos, tentando entrar nas lojas depressa, com pressa atrás das melhores promoções.
O cheiro dos livros, tanto antigos quanto novos, sempre fizeram o coração de Megan Acaster bater um pouco mais forte. A Rowling Story nunca ficara tão lotada, quanto no final de Novembro, perto do Natal. As pessoas costumam presentear uns aos outros com um bom livro, de vez em quando.
Megan estava próxima de fechar sua livraria, quando Natália entrou pela porta da frente, segurando dois copos brancos que continham capuccinos quentes e com uma bela e generosa quantidade de chantilly.
Megan nunca foi fã de café, mas aprendeu a gostar depois que sua namorada ensinou à ela os prazeres da bebida:
- Vendeu muito hoje, meu amor? - Perguntou Natália, após dar um beijo no rosto de Megan.
- Nossa, e muito! Estou acabada de tanto trabalhar. - Respondeu Megan, enquanto colocava as mãos nas costas. - Sabe aquela massagem maravilhosa que só você faz?
- Sei...
- Pois é, amor, vou precisar.
- É claro que eu faço, amor.- Disse Natália, dando outro beijo em Megan.
As duas já estavam se preparando para fecharem as portas da livraria para irem para casa, porém, Megan ao pegar as chaves, notou duas viaturas do FBI se aproximando. Presumiu logo que algo estivesse errado, e então, voltou para trás do balcão.
Sem que Natalia visse, ela pegou um papel e escreveu algo nele o mais rápido que conseguiu. Segurou o pequeno bilhete em suas mãos, esperando para ver o que iria acontecer.
Um agente moreno e robusto saiu de uma das viaturas e entrou no recinto, indo em direção à Megan, Natália à olhava apreensiva, como se prevesse que algo ruim iria acontecer à sua namorada :
- Megan Acaster? - Perguntou o agente - Sou o agente Tyler, você está presa!
- Presa? - Perguntou Natália, olhando preocupada.
Megan, ao contrário de sua namorada, abaixou a cabeça como se tivesse aceitado aquela condição sem nem menos contestar algo. Tyler se dirigiu à ela com as algemas em suas mãos e após algema-la, levou Megan até a viatura que estava atrás.
Natália não sabia muito o que fazer, porém, ao ir atrás do balcão para pegar as chaves e fechar a loja para ir até a delegacia, notou que junto havia um bilhete de Megan : Me desculpe por todo esse transtorno, leve as chaves até meu irmão e peça que ele tome conta daqui. Se cuide,meu amor. Adeus.
Dentro da viatura, Megan ficou calada o tempo todo, no fundo ela já esperava que esse dia iria chegar. Olhava pela janela e um filme se passava em sua cabeça, cada dia em especial martelava em sua mente: Rebeca. Layla. Margot. Rayn.... Eram como pregos.
Ao chegar no destino, o agente abriu a porta da viatura e à tirou de lá com brutalidade :
- Tudo o que disser poderá ser usado contra você! - Exclamou ele, enquanto à levava para dentro do prédio.
Mais uma vez, Megan se fez quieta, sem dizer nada. Seus olhos marejados eram a única coisa que ela não conseguia controlar. Deixou escapar algumas lágrimas de desespero, pois ela já sabia o que à esperava. Tinha certeza de que o melhor à fazer era aceitar aquela condição. Um dia teria que pagar por tudo o que fez.
No corredor da delegacia, Tyler à levava para um sala escura. Com apenas uma câmera, uma mesa e duas cadeiras:
- Pois bem, entre na sala, sente-se naquela cadeira. - Disse Tyler, apontando para uma cadeira velha atrás de uma mesa cheia de fotos e papéis. - Megan... Candice... Ex agente especial do FBI... - dizia Tyler ao olhar os papéis.
- Exato... - respondeu Megan, em voz baixa.
- Você sabe por que está aqui, Megan?
- Posso imag..
- Você raptou Rebeca Grabel, depois à ajudou a matar Rayn Anderson. Ajudou esconder Rebeca, soltou Margot Baúsing. Deu fuga à ela em um helicóptero do FBI... - Disse Tyler, encarando Megan. - Achou que nada disso iria vir a tona?
- Eu não achei nada, senhor.
- Você confessa todas essas coisas?
- Sim.. Eu fiz todas essas coisas, sim. - Respondeu Megan, fria.
- Ótimo! Você está presa! - Disse Tyler - Ficará dez anos atrás das grades.
- 10 anos?
- Poderia ser até mais se você não fosse a queridinha do capitão Artur Shaw.
- PODEM LEVA-LA! -gritou Tyler. Dois outros agentes entraram na sala e levaram Megan até o caminhão da penitenciária. Apesar de tudo o que ainda estava por vir.. Megan não se sentiu arrependida. E isso queria dizer que ela teria feito a coisa certa. Nenhuma prisão iria tirar esse sentimento. Sua consciência estava limpa.
A volta de quem deveria ter partidoÉ noite, a noite do último dia de verão. Está fazendo calor, aproximadamente 34 graus. O tempo está seco e o barulho das festas nas praias de Miami ecoavam para dentro da mansão da família Bucker.A mansão nova a qual foi comprada para surportar uma família de cinco pessoas. 3 mães e duas filhas. Uma de 17 e a outra de 11. Olivia Bucker, já com seus 38 anos, andava preocupada com o rumo em que sua filha, Liz, estava tomando. Ela não era nada popular, não tinha amigos, nenhum interesse normal de adolescente.Passava horas e horas socada nos livros escolares, quase nunca saía de casa, a não ser, é claro, para ir à biblioteca. Olivia estava irritada com aquela situaç&at
Não pare a sua vida por mimAs sirenes tocavam alto, eram oito e meia da noite. E isso significava que era horário de visita aos detentos da prisão federal de Miami :- Megan Acaster! Se dirija até a sala de visitas. Tem alguém que veio te ver. - Disse Norman, o carcereiro.- Mas eu não...- Vá logo! Você tem apenas 15 minutos. - Exclamou ele.O uniforme cinza escuro não lhe caia bem, mas ainda sim, por onde ela passava, garotas assobiavam. Mandavam beijos. Tentavam passar a mão na bunda da ruiva. Mas só tentavam mesmo, pois sabiam que Megan não era alguém com quem queriam intriga. Sabiam que a moça já havia
Seja bem-vindaPiercings, cabelos cor-de-rosa, um olhar sombrio. Daqueles tipos de que já vem escrito "Cai fora" em suas íris, combinados com um sorriso lindo e dentes perfeitos.Garotas assim são difíceis de se encontrar por aí. A maioria só quer chamar a atenção, conseguir inflar o próprio ego, pisando em outras pessoas apenas por diversão. Mas não Ana, Ana Anderson. Ela era assim por natureza. Preferia guardar seu lado doce para sí mesma.Sentia que não era bom se entregar logo de cara, ser simpática com quem não devesse ou merecesse. Empatia só era bom quando houvesse reciprocidade. RE-CI-PRO-CI-DA-DE. Ta aí uma palavra que ela sempre prezou. Mas nunca provou da mesma.
Não fale sobre quem eu souNervoso, suador, confusão, medo, vontade, desejo, pernas bambas, delirio... Tudo isso passava pela a cabeça de Liz enquanto ela andava e olhava para trás, na direção de Ana. Seu coração estava disparado e Liz ofegava sem saber o porquê:- Olha por onde anda! - disse uma garota, após levar um empurrão involuntário de Liz.- M-Me desculpe! Eu.. Não vi você aí! - Respondeu Liz, arrumando os óculos.- Você está no corredor, tem que olhar para frente! - Disse a garota - Você é nova aqui? É uma caloura?- Sou!
Na calada da noiteNa calada da noite, um lobo com a pele negra e algumas mechas acinzentadas, caminhava dentre a floresta. Solitário. Seus olhos vermelhos e brilhantes vibrava ao se conectar com a lua. Com um uivo estrondoso ele saldava sua velha companheira tão esplendida aos céus.Um outro lobo, dessa vez branco, aparecia dentre as árvores e observa o lobo preto sentado a beira de uma montanha, uivando para a lua. Ele ao notar a presença do lobo branco, o olhava com doçura e fazia reverência para que ele soubesse que estava tudo bem.O lobo branco se aproximou se sentando, também, a beira da montanha. E em um piscar de olhos, o lobo preto o atacou. Ele devorava sua carne sem dó nem piedade.Seu olhos, a
GostosaCheiro de suor, vomito, desodorante barato e gel de cabelo. Andar de ônibus é ter que aguentar esse pacote de odores por exatamente quarenta minutos.O dia estava aparentemente lindo, com várias nuvens e um clima chuvoso. Na visão de Liz, esse era um dia perfeito. Porém, isso não inibia o fato de algumas pessoas parecerem não tomar banho à dias.E estar em um cubículo cheio de outras pessoas, fazia o cheiro de alastrar ainda mais. O único jeito era tentar prestar atenção nas ruas, pela janela:- Rum-Rum - picarriou uma pessoa - Com licença, esse lugar está vago? - Perguntou um rapaz, de pele bronzeada e lindos olhos azuis escuros.
Dias iam se passando, como o vento passava dentre as palmeiras em Miami. E o destino, cada vez mais, ia fazendo com que encontros-não-planejados acontecesse entre Ana e Liz.Cada olhar profundo trocado, meias palavras e sorrisos de canto iam aproximando um sentimento mútuo entre as duas. Era uma incontrolável conexão existente entre dois seres que não conseguiam nem mesmo disfarçar.Estava na cara! Estampado para quem quisesse ver. Mas todos eles ignoravam, inclusive Liz.Naquela noite fria de sábado, a loura já tinha planos . O que não era nem um pouco normal. Mas não podia ignorar que desde que Kai apareceu. Sair começou a ser uma prática meio comum. Mesmo que fosse para ir à uma lanchonete na
Não olhe para trásApós a morte de Oliver Bucker, muito de seus patrimônios foram destruídos. Mas ainda havia um de seus escritórios em Miami, onde Olivia ia com frequência para conversar com Bryan. Mesmo que fosse através de um computador, os dois sempre acharam arriscado se comunicarem em aparelhos particulares.O escritório localizado na Flórida era em um prédio antigo, uma espécie de QG que só foi descoberto à alguns anos atrás pelo Agente Jayden Ross, quando vasculhava os assuntos do pai de Olivia e Bryan.Ainda era sete e meia da noite quando Olivia entrou dentro do prédio e subiu até o último andar - vigésimo sexto - ela apertou no elevador.
Último capítulo