Não olhe para trás
Após a morte de Oliver Bucker, muito de seus patrimônios foram destruídos. Mas ainda havia um de seus escritórios em Miami, onde Olivia ia com frequência para conversar com Bryan. Mesmo que fosse através de um computador, os dois sempre acharam arriscado se comunicarem em aparelhos particulares.
O escritório localizado na Flórida era em um prédio antigo, uma espécie de QG que só foi descoberto à alguns anos atrás pelo Agente Jayden Ross, quando vasculhava os assuntos do pai de Olivia e Bryan.
Ainda era sete e meia da noite quando Olivia entrou dentro do prédio e subiu até o último andar - vigésimo sexto - ela apertou no elevador.
Em cinco minutos seu irmão entraria em contato com ela, segundo ele "para uma conversa muito séria e muito sigilosa, de extrema importância" Apesar daquilo preocupar Olivia, de certa forma ela estava feliz em ver seu irmão gêmeo novamente.
Ao abrir a porta com sua chave, ela logo se sentou de frente para uma enorme tela e ligou o notebook que ficava embutido à ela. Logo Bryan apareceu na tela, todo vestido elegantemente. Ele usava um terno prateado com uma camisa de botão preta. Seus cabelos haviam sido raspados e sua barba estava maior do que de costume. Já quase encostavam na gola de sua camisa. Ao ver sua irmã, ele deu um sorriso mas quase não dava para notar por conta da enorme barba em seu rosto:
- E aí, maninha! - Disse Bryan
- Heyy! - Exclamou Olivia, sorrindo - O que houve com o seu cabelo?
- Só tentei um estilo novo! Achei que fiquei um pouco mais másculo. Não acha?
- Concordo Bryan... Mas e aí? O que tem de tão importante para me falar?
- Olivia.. Acho que temos um problema muito sério. - Disse Bryan, se encostando em uma mesa e cruzando os braços - Alguém entrou no sistema da PetroRio e vasculhou os arquivos.
- Os arquivos? - Perguntou Olivia, ainda sem entender. - Mas quais?
- Os arquivos de 2001 da empresa...
- O ano em que a PetroRio passou a ser do papai.. - Disse Olivia - Mas quem você acha que é?
- Eu não sei.. Mas seja lá quem for, estava muito interessado no paradeiro do Sr. Anderson. - Respondeu Bryan. - Você acha que...?
- Talvez.. Quer dizer.. É possível, Bryan. Há alguns dias atrás eu recebi a visita de Jayden e ele veio nos contar que um tal de Peter Anderson estava na cidade. Ele é irmão mais velho de Rayn.
- Você acha que ele pode estar querendo algo?
- Eu não sei te dizer, Bryan. Jayden confirmou que o passado dele é limpo e que o pai o deserdou muito cedo. Quase não acompanhou o crescimento de Rayn. - Disse Olivia - Não sei se ela está a procura de vingança ou algo do tipo.
- Bom... Depois que eu assumi a PetroRio, eu descobri várias coisas...
- Que tipo de coisas? - Perguntou Olivia.
- Bom.. O Brasil é um país de corrupção. Há uns anos atrás eu descobri que o papai participava de esquema de lavagem de dinheiro...
- Meu Deus... Além de tudo ele era corrupto?
- Um pouco mais do que isso! - Respondeu Bryan - Bom, de qualquer jeito.. Tome cuidado, Liv.
- Eu tomarei, irmão. E você também, por favor! - Exclamou Olivia.
- Qualquer coisa você me avisa e eu viajo até aí o mais rápido que der.
- Tudo bem, eu aviso, sim.
- Não podemos deixar que façam mal à nossa família.
- Eu sei...
- E como vão as coisas por aí? Rebeca, Alice.. As meninas?
- Estão todas bem! Hope lembra muito à você. Cheia de energia, bonita, descolada... Já Liz...
- O que tem ela? - Perguntou Bryan, sério.
- Bom.. Digamos que ela é o oposto da irmã. Muito oposto mesmo.
- Ora, Liv. Você não deve ligar ou se preocupar com isso. Liz é especial do jeito dela. Tenho certeza de que ela é feliz assim.
- Eu espero que sim, Bryan. - Disse Olivia, de cabeça baixa.
- Ela não é tão diferente de você, lembra? Você só foi ficar popular no último ano do ensino médio. Antes você era uma "nerd filhinha da mamãe" - Disse Bryan, sorrindo - Dê tempo ao tempo.
- Ok... Obrigada pelo conselho, irmão.
- Disponha! Bom... Tenho que ir agora. A gente se encontra semana que vem no mesmo horário. Ok?
- Ok.
- Olivia..." Não olhe para trás"
Essa era a senha para cessar a conversa e desligar a transmissão. Uma ideia de Jayden para que as conversas não fosse monitoradas durante e nem depois. Um dispositivo automático foi instalado nos notebook's para trancar as conversas e barrar quaisquer tipo de hacker's. - Não olhe para trás - Disse Olivia, antes de sair do escritório e tranca-lo.
No caminho para sua casa, uma imagem de Rayn Anderson veio em sua cabeça. Olivia sentiu seu coração disparar e os seus braços arrepiarem. Nunca, jamais, conhecera alguém tão perigoso em sua vida. Vê-lo em seus pensamentos era algo que à atormentava demais.
Do outro lado da cidade, uma festa acontecia no meio da praia. Um Luau cheio de barracas, luzes penduradas nas palmeiras e uma fogueira enorme no meio. As pessoas riam e cantavam alto as músicas que tocavam nos auto-falantes.
Aquilo tudo era muito novo para Liz, mas para Kai era quase uma rotina.
Os dois chegaram e eles logo avistaram um grupo de pessoas da faculdade. Dentre eles, Ana. Liz tratou logo de ficar um pouco distante da garota, já que era um tanto difícil esconder os seus sentimentos por ela:- Hey.. Fica relaxada! - Disse Kai, no ouvido de Liz.
- Não dá! Ela está bem ali, Kai. Não consigo disfarçar.
- Eu sei do que você precisa.. Eu vou buscar umas bebidas para nós. Fique aqui, eu já volto. - Disse Kai, já se afastando de Liz.
-... não... Espera.. - Disse ela, mas o garoto nem ouviu.
Havia algumas barracas vendendo todo tipo de bebidas. Kai escolheu dois copos de vodka pura e levou um outro copo contendo energético. Porém, antes de voltar ao encontro de Liz. Ele tratou de tirar do bolso um comprimido rosa. Um tipo de bala. Ou para os mais leigos : droga sintetica.
Ele derramou o comprimido dentro de um dos copos e esperou disolver para colocar o energético por cima. Fazendo com que aquilo disfarça-se a cor da droga: - Talvez agora ela se solte mais - Pensou Kai.
Ao voltar para perto da loira, ele entregou o copo para sua amiga e tratou de força-la a dar um belo gole :
- Vamos.. Você ter que beber! - Exclamou ele.
- O gosto não é tão ruim... - Disse Liz, após tomar um certa quantidade.
A despedida de um heróiFlash's, vozes embargadas, visão turva e uma sensação estranha de hiperatividade.. Liz sentia todas essas coisas de uma só vez.Tentava controlar aquilo mas seus movimentos pareciam incontrolaveis. Não conseguia pensar em nada além de achar que, talvez, algo estivesse errado.Um apagão se fez e a garota loira desmaiou após horas de festa. Ela caiu em meio a várias palmeiras, poucos metros longe do mar. Um grupo de garotos viu aquela cena e foram ver o que tinha acontecido :- Olhem só aquela garota! - disse um rapaz, se aproximando do corpo de Liz ao chão. Outros três rapazes chegaram, rindo ao ver a menina.
Foi eleDe um susto, Liz acordou sem saber onde estava. De primeiro, tentou buscar algo familiar no local. Mas até aonde seus olhos alcançavam, não encontrou nada lhe trouxesse um conforto. Mas ao se levantar do sofá, Liz viu Ana e então uma dúvida se pois em sua mente "-Como é que eu vim parar aqui?"Ana dormia toda encolhida em uma poltrona bem "desconfortávelmente pequena". Em uma das mão segurava seu celular, enquanto na outra ela segurava um conjunto de chaves.Liz tentou ao máximo levantar sem fazer nenhum tipo de barulho. Tentou ao máximo não acordar, Ana. Nas pontas dos pés procurou achar a porta, para ir embora antes que a outra acorda-se. Era tudo um tanto estranho. Tinha a ligeira sensação de que t
Não conte nada a elaEm sua casa, após tomar um banho quente e relaxante, Ana decidiu olhar no celular. Pois havia lembrado de que algo tinha chegado para ela.Ao olhar, notou que um email dizia "Leia com atenção" e ao abri-lo se espantou ao ver a cara de seu tio Rayn estampado em algum tipo de arquivo : - Então, esse é o tio Rayn! - Ela disse à si mesma.Ao rolar os arquivos, Ana notou que um nome era familiar, dentre todos os outros que estavam ali "Olivia Bucker". E logo se lembrou do primeiro dia em que viu Liz pela primeira vez. Lembrou que o nome de sua mãe também era Olivia, como o seu próprio. E Ana não conseguiu conter o nervosismo e a frustração.Em seu email es
Tudo tem um porquêToda história tem um fim. Não importa quanto tempo passe ou o quanto demore. O fim é algo inevitável. É como se fosse um ciclo pela qual todos passam um dia.Muitos encaram o fim como algo doloroso, outros encaram como o começo de uma nova vida. De um recomeço. Como se fosse uma próxima página de um livro em branco. Tudo pode ser diferente.Não se pode generalizar uma palavra. E em como as pessoas interpretam ela. Cada um vai pensar de um jeito, cada um vai vê-la de uma forma diferente.Mas o caso é que ofimnão é o que define a vida de alguém. Apenas partes dela.
Uma mensagem inesperadaEm outras circunstâncias, Liz já teria surtado pela morte de alguém tão próximo à ela, porém, ter dormido na casa de Ana era algo que ela não podia ignorar por tanto tempo.Só conseguia pensar em como aquela garota mexia com os seus sentindos e em como seus olhos pareciam hipnotiza-la todas as vezes em que ela os encarava.Borboletas no estômago já não definiam mais a sensação de estar apaixonada. Apaixonada? Liz não sabia sequer nomear aquilo. Preferiu até não rotula-lo. Em sua cabeça era como se fosse único e exclusivamente seu. Um sentimento totalmente novo. Que não precisava ser chamado de nada. Apenas senti-lo era suficiente. Talvez assim seria mais f&aa
Olho por olhoTudo poderia ser diferente. O rumo das coisas poderiam ter tomado um outro caminho. Ela poderia ter sido feliz ao lado da pessoa que sempre amou.Nada à fazia mais feliz do que estar ao lado dela. Naquela praia... Praia? : - Eu só estive na praia uma vez. Não? - Ela pensou. Mas imagens continuam vir em sua mente.-"Eu sempre vou te amar" - "Você tem que ficar à salva" - "Eu não posso estar com você" - "Seja feliz" - Ela dizia, com brilho nos olhos. E daquele janela, as duas se namoravam sem parar ao som de seu violão velho.Seu coração batia mais forte do que o normal. E uma sensação de que...: - Eu me lembro de tudo. Meu deus. O que foi que eu fiz? - MEGAN!!!!Layla
CerejaMedo...Do que o medo é capaz de fazer com alguém ? Ele é capaz de impedir tantas coisas. De descobrir novos lugares, novos gostos. De sentir coisas novas, de se apaixonar e se entregar com todo o amor que vive dentro de cada um.O medo faz com que as se escondam dentro de um casulo. Faz com que tenham de suprimir toda aquela vontade de demonstrar a tal felicidade. O medo de ser rejeitado os coloca em uma bolha e com isso, acabam sufocados com coisas que não permitam dizer ou mostrar para ninguém.Alguém um dia disse que precisam ter, pelo menos, vinte segundos de coragem. Para fazerem o que quiserem. Terem a chance de mudarem algo. Fazerem a diferença para sí mesmos. Fazerem tudo acontecer, tudo o que for possível e impossível.
Megan AcasterTudo era novo. Até porque passar dez anos presa dentro de um cubículo, sem janelas e escuro, faria qualquer pessoa esquecer que existe um mundo do lado de fora.Não seria, então, diferente com Megan. Ela havia esquecido, mesmo que por um momento breve, de como as coisas eram do outro lado das grades. E de como tudo parecia estar diferente. Dez anos são muito coisa.Megan estava sem a chave de seu apartamento, sem a chave da Rowling Story ou qualquer outra coisa que lhe pertence-se. Tudo estava à mãos de seu irmão, Aaron. A qual ela não via a muito tempo.E ao estacionar a moto na antiga garagem de sua família, ouviu-se um estalo na porta principal e um garotinho ruivo, de onze a