Na calada da noite
Na calada da noite, um lobo com a pele negra e algumas mechas acinzentadas, caminhava dentre a floresta. Solitário. Seus olhos vermelhos e brilhantes vibrava ao se conectar com a lua. Com um uivo estrondoso ele saldava sua velha companheira tão esplendida aos céus.
Um outro lobo, dessa vez branco, aparecia dentre as árvores e observa o lobo preto sentado a beira de uma montanha, uivando para a lua. Ele ao notar a presença do lobo branco, o olhava com doçura e fazia reverência para que ele soubesse que estava tudo bem.
O lobo branco se aproximou se sentando, também, a beira da montanha. E em um piscar de olhos, o lobo preto o atacou. Ele devorava sua carne sem dó nem piedade.
Seu olhos, agora eram verdes e sua boca rosnava cheia de sangue dentre suas presas. O lobo branco estava morto.
E Liz abriu seus olhos em uma rápidez, ofegando e se afogando com o seu suor :- De novo esse sonho! - Ela disse, se ajeitando em sua cama. Liz estava incharcada e seus olhos pulsavam como se faltasse ar em seus pulmões.
Por conta disso, Liz saltou de sua cama e abriu a janela de seu quarto que ficava no segundo andar de sua mansão. De lá ela pode ver uma movimentação na rua de trás e então confirmou o que tinha pensado, ali era onde Milie morava. E aquilo era a tal festa.
Embaixo de sua sacada, ela ouviu um murmuro e algumas risadas. Então, Liz se abaixou e tentou prestar atenção nas duas pessoas que passavam em frente de sua casa. Para sua surpresa, era Milie abraçada com uma outra garota, logo ao perceber quem era, seu coração quase saltou para fora. Pois Ana beijava Milie loucamente.
Liz não entendeu o por que aquilo a atingira tanto, e soltou um "Não acredito" alto e em bom som. Ana e Milie olharam em direção a janela de Liz e viram uma pessoa correndo para o quarto. Milie, puxou Ana dali e as duas foram para um outro local.
Enquanto Liz se recuperava do que acabará de ver, dentro de seu banheiro, enquanto olhava em seu espelho. Seu coração estava doendo, e lágrimas rolavam por seu rosto pálido: - O que está havendo comigo? - Ela perguntava a sí mesma. Mas a resposta não era obtida, pois sua cabeça estava muito confusa para isso.
E após inúmeros copos d'água e um banho quente e relaxante, Liz conseguiu voltar a dormir. Mas aquela imagem não saia de sua cabeça.
No dia seguinte, seus olhos estavam inchados e vermelhos. Seu corpo parecia que tinha sido atropelado por um trator. E sua vontade de voltar aquela faculdade estava em zero porcento.
Ao sair do banheiro, já quase pronta para ir à aula, uma de suas mães, Olivia, à estava esperando no pé da escada com um sorriso estranhamente gentil:
- Bom dia, meu amor! - Disse Olivia.
- Bom dia, mãe. - Respondeu Liz, seca.
- Meu amor, quero que você venha comigo até o quintal.
- Mãe.. Eu.. Eu queria tomar meu café e depois ir pra faculdade.
- Vem comigo, por favor.
- Está bem! -Disse Liz, concordando.
Olivia conduziu sua filha até o quintal onde havia uma BMW branca com um laço enorme, estacionada em frente.- O que é isso? - Perguntou Liz, boquiaberta.
- É o seu carro... Você não queria um?
- Ta.. Mas.. Uma BMW? É sério isso? - Perguntou Liz, incomodada.
- E qual é o problema? Você merece o melhor.
- Eu tenho dezessete anos, mãe. Eu queria um carro pra ir para a faculdade e não um carro pra... comandar uma empresa de bilhões de dólares.
- Ei.. Qual ta sendo o problema?
- Você! Você é o meu problema! - Respondeu Liz. - É só eu dizer meu sobrenome que alguém automaticamente já me compara com você. Com a "Eleita".
- Eu sei que carregar o nome Bucker pode ser estressante. Quase todos os dias alguém me comparava com o seu avô. Mas...
- Se você sabe como é, por que quer fazer igual? - Perguntou Liz, bufando de raiva - Você vive me dizendo que ele ficava te dando muito dinheiro, carros, apartamentos e você se sentia um nada, por achar que ele queria te comprar com dinheiro. Por que você faz igual?
- Filha.. Eu...
- Só.. Para de agir como se você me entendesse. Acha que eu não sei que você é frustrada por eu não ser popular como você?
- Como..
- Hope ouviu vocês conversando e me contou tudo! - Respondeu Liz, com os olhos marejados. - Eu sei que você queria que eu fosse popular como você. Cheia de amigos e pessoas te amando loucamente... Mas advinha? Eu não sou assim.
- Liz.. Olha.. Eu quero só que você aproveite a vida!
- Você acha que isso é aproveitar a vida? Sabe o que eu quero?
- O que?
- Quero me formar logo e ir embora daqui, pra bem longe. Pra eu nunca mais ser comparada com você. - Respondeu Liz, ao dar as costas para Olivia. Que ficou parada vendo sua filha entrar para dentro.
Ouvir aquilo foi um soco no estômago, pois jamais pensaria que ser quem ela é, incomodaria sua filha. E por um momento, uma sensação de futilidade tomou conta dela.
Imediatamente ela entrou dentro da BMW e saiu em direção a loja para devolver o carro.
Liz a observou da janela e esperou alguns segundos para sair e ir até o ponto de ônibus:- Você não deveria ter falado àquelas coisas para a sua mãe! - disse Rebeca.
- Aí que susto! - Exclamou Liz
- Sabe.. Liz.. Tem muitas coisas que aconteceram na vida de sua mãe que você não entende. Não foi fácil para ela.. Para todas nós. Sua mãe salvou nossas vidas, mais de uma vez.
- Eu já sei de tudo isso... Mas eu não tenho culpa disso, tenho? - Perguntou Liz, encarando Rebeca.
- Não.. Não tem! Mas antes de sair acusando sua mãe de algo, lembre-se de tudo o que ela já fez por você.
- Eu tenho que ir! Vou me atrasar pra faculdade. - disse Liz, saindo pela porta.
GostosaCheiro de suor, vomito, desodorante barato e gel de cabelo. Andar de ônibus é ter que aguentar esse pacote de odores por exatamente quarenta minutos.O dia estava aparentemente lindo, com várias nuvens e um clima chuvoso. Na visão de Liz, esse era um dia perfeito. Porém, isso não inibia o fato de algumas pessoas parecerem não tomar banho à dias.E estar em um cubículo cheio de outras pessoas, fazia o cheiro de alastrar ainda mais. O único jeito era tentar prestar atenção nas ruas, pela janela:- Rum-Rum - picarriou uma pessoa - Com licença, esse lugar está vago? - Perguntou um rapaz, de pele bronzeada e lindos olhos azuis escuros.
Dias iam se passando, como o vento passava dentre as palmeiras em Miami. E o destino, cada vez mais, ia fazendo com que encontros-não-planejados acontecesse entre Ana e Liz.Cada olhar profundo trocado, meias palavras e sorrisos de canto iam aproximando um sentimento mútuo entre as duas. Era uma incontrolável conexão existente entre dois seres que não conseguiam nem mesmo disfarçar.Estava na cara! Estampado para quem quisesse ver. Mas todos eles ignoravam, inclusive Liz.Naquela noite fria de sábado, a loura já tinha planos . O que não era nem um pouco normal. Mas não podia ignorar que desde que Kai apareceu. Sair começou a ser uma prática meio comum. Mesmo que fosse para ir à uma lanchonete na
Não olhe para trásApós a morte de Oliver Bucker, muito de seus patrimônios foram destruídos. Mas ainda havia um de seus escritórios em Miami, onde Olivia ia com frequência para conversar com Bryan. Mesmo que fosse através de um computador, os dois sempre acharam arriscado se comunicarem em aparelhos particulares.O escritório localizado na Flórida era em um prédio antigo, uma espécie de QG que só foi descoberto à alguns anos atrás pelo Agente Jayden Ross, quando vasculhava os assuntos do pai de Olivia e Bryan.Ainda era sete e meia da noite quando Olivia entrou dentro do prédio e subiu até o último andar - vigésimo sexto - ela apertou no elevador.
A despedida de um heróiFlash's, vozes embargadas, visão turva e uma sensação estranha de hiperatividade.. Liz sentia todas essas coisas de uma só vez.Tentava controlar aquilo mas seus movimentos pareciam incontrolaveis. Não conseguia pensar em nada além de achar que, talvez, algo estivesse errado.Um apagão se fez e a garota loira desmaiou após horas de festa. Ela caiu em meio a várias palmeiras, poucos metros longe do mar. Um grupo de garotos viu aquela cena e foram ver o que tinha acontecido :- Olhem só aquela garota! - disse um rapaz, se aproximando do corpo de Liz ao chão. Outros três rapazes chegaram, rindo ao ver a menina.
Foi eleDe um susto, Liz acordou sem saber onde estava. De primeiro, tentou buscar algo familiar no local. Mas até aonde seus olhos alcançavam, não encontrou nada lhe trouxesse um conforto. Mas ao se levantar do sofá, Liz viu Ana e então uma dúvida se pois em sua mente "-Como é que eu vim parar aqui?"Ana dormia toda encolhida em uma poltrona bem "desconfortávelmente pequena". Em uma das mão segurava seu celular, enquanto na outra ela segurava um conjunto de chaves.Liz tentou ao máximo levantar sem fazer nenhum tipo de barulho. Tentou ao máximo não acordar, Ana. Nas pontas dos pés procurou achar a porta, para ir embora antes que a outra acorda-se. Era tudo um tanto estranho. Tinha a ligeira sensação de que t
Não conte nada a elaEm sua casa, após tomar um banho quente e relaxante, Ana decidiu olhar no celular. Pois havia lembrado de que algo tinha chegado para ela.Ao olhar, notou que um email dizia "Leia com atenção" e ao abri-lo se espantou ao ver a cara de seu tio Rayn estampado em algum tipo de arquivo : - Então, esse é o tio Rayn! - Ela disse à si mesma.Ao rolar os arquivos, Ana notou que um nome era familiar, dentre todos os outros que estavam ali "Olivia Bucker". E logo se lembrou do primeiro dia em que viu Liz pela primeira vez. Lembrou que o nome de sua mãe também era Olivia, como o seu próprio. E Ana não conseguiu conter o nervosismo e a frustração.Em seu email es
Tudo tem um porquêToda história tem um fim. Não importa quanto tempo passe ou o quanto demore. O fim é algo inevitável. É como se fosse um ciclo pela qual todos passam um dia.Muitos encaram o fim como algo doloroso, outros encaram como o começo de uma nova vida. De um recomeço. Como se fosse uma próxima página de um livro em branco. Tudo pode ser diferente.Não se pode generalizar uma palavra. E em como as pessoas interpretam ela. Cada um vai pensar de um jeito, cada um vai vê-la de uma forma diferente.Mas o caso é que ofimnão é o que define a vida de alguém. Apenas partes dela.
Uma mensagem inesperadaEm outras circunstâncias, Liz já teria surtado pela morte de alguém tão próximo à ela, porém, ter dormido na casa de Ana era algo que ela não podia ignorar por tanto tempo.Só conseguia pensar em como aquela garota mexia com os seus sentindos e em como seus olhos pareciam hipnotiza-la todas as vezes em que ela os encarava.Borboletas no estômago já não definiam mais a sensação de estar apaixonada. Apaixonada? Liz não sabia sequer nomear aquilo. Preferiu até não rotula-lo. Em sua cabeça era como se fosse único e exclusivamente seu. Um sentimento totalmente novo. Que não precisava ser chamado de nada. Apenas senti-lo era suficiente. Talvez assim seria mais f&aa