Carta as minhas leitoras,
Primeiramente e do fundo do meu coração, muito obrigada por chegarem até aqui.
Eu gostaria de dividir com vocês um pouco mais sobre o livro que acabaram de ler, onde apesar de muitos personagens serem apresentados, a trama gira ao redor do casal Kátia e Edgar.
Na verdade, a ideia original era escrever apenas um conto, que ganhou o título provisório de Exilados no Paraíso, onde a história, bem mais leve, conta como os amigos se conheceram e em que termos eles passaram a confiar um no outro. Conta também a chegada de Hector a Camboriú e como um jovem que sonhava ser produtor de plantas ornamentais, vira dono da Boate Oásis.
Quando terminei o conto ele tinha cerca d
Kátia seca as lágrimas que insistem em cair, vai até o armário da cozinha e pega as chaves do carro de Mir e sai. Ela não quer voltar.- Chega! Isso já é tortura! Eu vou embora e não volto nunca mais!!!Assim ela aproveita que os pais e irmãos foram para a granja e coloca as três malas que trouxe no carro e sai sem destino.Não pode ir para a casa de nenhuma tia ou primo, amigos na cidade? Esquece! Não tem mais nenhum desde que casou com aquele miserável a quatro anos e meio atrás.Numa coisa os pais dela estão certos, eles sabiam e avisaram que ela iria sofrer, mas quem diz que seu coração apaixonado ouviu?Ela dirige até o estacionamento do Centreventos Cau Hansen, liga o rádio para abafar o som do seu choro e deixa o desespero e a frustração tomarem conta dela e se esvaírem em l&aa
Uma aposta entre garçons A noite chega e a cidade aos poucos vai apresentando outros matizes, as lojas de rua e escritórios já fecharam, os estudantes já foram para suas casas e os universitários já passaram tão rápido pelas ruas que mal viram o caminho. - Ufa! Do carro do Mir eu já me livrei. Ainda bem que o Tio Walter tem esse estacionamento aqui no América, se tivesse que ir pra um bairro mais longe ia ser um saco. Olhando para o relógio ela vê que já são quase sete horas. - Hora de me arrumar um pouco e ir pro restaurante e torcer que tenha uma mesa livre. Assim ela volta para o hotel e se arruma. Ela veste uma saia lápis preta e uma blusa de alcinha de seda cinza, os cabelos cacheados naturalmente estão soltos e caem sobre os ombros, um sapato de salto, uma maquiagem leve, um anel largo no dedo anelar esquerdo e uma pulseira de prata, afinal em seu pescoço mora um relicário. Num hotel próximo, Edgard revisa os docum
Edgard estranha um pouco a declaração de Kátia e ela se apressa em explicar. - A quatro anos e meio atrás eu casei e saí da cidade, fui morar primeiro em Itapoá, que é aqui perto e depois fui pra Balneário Camboriú, lá fiz minha faculdade e acabei de formar, coincidentemente, um mês depois da formatura Marco e eu brigamos e nos divorciamos quinze dias atrás. Esse jantar é a melhor coisa que me acontece em três meses. As dúvidas de Edgard quanto a índole de Kátia nessa hora já tinham desaparecido e por mais que a mentira inicial de Samuel fosse clara, a companhia era interessante afinal, ele tinha encontrado uma pessoa que estava disposta a falar sobre a realidade da cidade sem nenhum outro interesse envolvido, no atual momento dele, isso pode valer milhões. &nb
Edgard estranha um pouco a declaração de Kátia e ela se apressa em explicar. - A quatro anos e meio atrás eu casei e saí da cidade, fui morar primeiro em Itapoá, que é aqui perto e depois fui pra Balneário Camboriú, lá fiz minha faculdade e acabei de formar, coincidentemente, um mês depois da formatura Marco e eu brigamos e nos divorciamos quinze dias atrás. Esse jantar é a melhor coisa que me acontece em três meses. As dúvidas de Edgard quanto a índole de Kátia nessa hora já tinham desaparecido e por mais que a mentira inicial de Samuel fosse clara, a companhia era interessante afinal, ele tinha encontrado uma pessoa que estava disposta a falar sobre a realidade da cidade sem nenhum outro interesse envolvido, no atual momento dele, isso pode valer milhões. A partir daí a conversa entre os dois flui naturalmente e acabada a refeição eles saem juntos do restaurante e vão até o Shopping Mueller que é o mais próximo, lá eles sentam numa mesa da praça de alimenta
Edgard chegou no hotel e olhou para a mesa com o notebook e o caderno que ele usava para anotações ainda aberto, ele nem reparou nisso quando saiu para o restaurante mais cedo, acreditando que voltaria logo acabou por ser imprudente. Mas nada aconteceu e ele ainda jantou em boa e bela companhia. Ele que inicialmente pensava em trabalhar mais um pouco depois do jantar, apenas abriu o aplicativo de mensagens e entrando no grupo “família Toniolo” se limitou a informar. Ed: Encerrada a visita a Joinville, sigo amanhã para Camboriú. A área de nosso interesse é inicialmente boa, mas acredito que seja incompatível com o projeto do Escala, conversando com moradores, descobri que existem vários pontos de alagamento e enchente recorrentes por toda cidade, o que demanda uma maior cautela n
Já eram oito e meia quando Edgard chegou ao saguão do hotel e encerrou sua estadia, sem pressa levou as duas malas e sua mochila/escritório para o carro, ele acordou mais tarde do que queria o que atrapalhou e muito os seus planos. Na noite anterior ele tinha enviado algumas mensagens para o Pai e o Tio através do grupo da família, tudo transcorria bem e ele dormiu assim que deitou na cama, porém, a uma e meia da manhã foi acordado pelo toque do telefone, assustado acreditando que fosse algo urgente ele atendeu e foi metralhado por Dona Isabel Lia Toniolo: - Alô? - Filho, como assim você só volta em dez dias? Achei que estaria de volta no máximo no domingo, sabe a Déa me contou que vocês quase não tem conversado, filho isso tá errado, você não pode ignorar tua noiva assim. Na verdade eu acho que já passou da hora de vocês casarem, vocês já estão velhos pra ficar brincando de casinha. - Mãe, já passa da uma da manhã, eu tenho que viajar logo cedo, vou
Vendo que Kátia estava tomando café com outro homem, o estranho sentou numa mesa ao lado e ficou ouvindo a conversa dos dois. Edgard e Kátia perceberam, mas continuaram a conversar normalmente. - Mas, me diz tá viajando pra onde mesmo? - Camboriú. - Balneário? - Não, Camboriú mesmo, fica ao lado. - Vai pra casa então. - Mais ou menos, vou ficar na pousada de um amigo. Ele já preparou um quarto pra mim. - Bom. - Eu ia direto pra Camboriú, mas não posso recusar a gentileza dele e da esposa, até porque eles estão meio brigados e eu acredito que posso acalmar os ânimos dos dois, por isso vou fazer uma parada em Balneário antes de seguir para Camboriú. Durante alguns minutos eles ficam em silencio enquanto comem, o homem estranho continua prestando atenção aos dois até que se levanta e vem em direção a Kátia que está terminando seu café. - Moça, nosso ônibus já está de saída, é melhor embarcarmos. Edg
A declaração de Edgard deixou Kátia preocupada, ele não conhecia a cidade, não tinha reserva em hotel. Nem mesmo uma indicação?- Certo pra onde te levo então?- Meu plano original era ter chegado aqui duas horas antes e rodar um pouco pela orla de Balneário Camboriú e encontrar um hotel ou pousada que me agrade para ficar uns dias. Mas sai tarde do hotel em Joinville o que bagunçou meu cronograma.- Entendi, mas no seu plano original incluía um guia local?Edgard sorriu, Kátia pela primeira vez via um sorriso tão grande e franco daquele homem.- Claro que não, mas é uma ótima alteração além de me poupar muito tempo.- Certo, vamos pra um restaurante ótimo aqui perto, ele não fica na orla mas tem a melhor almoço com frutos do mar da cidade.- Ok. Você dirige.K&aa