Ellie Miller
Espanto com o som do alarme.
Como eu já queria que hoje fosse final de semana, mas infelizmente hoje ainda é quarta-feira.
Me arrumo em meia hora e desço para pegar o ônibus, eu particularmente gosto de pegar ônibus, é claro, exceto quando estão cheios, porque assim posso ir olhando várias paisagens. Como sempre, teve um tempo que nem isso eu podia fazer...
O motorista para e eu desço, e ai são mais 5 minutos de caminhada até o prédio, e 10 até o andar da minha sala, quando chego, vejo Erika, minha secretária vem ao meu encontro.
— Ellie, o Sr. Méier pediu para a senhora comparecer a sua sala assim que chegasse. — Obrigada Erika, vou só colocar a bolsa na minha sala.
Erika é uma das poucas pessoas que eu poderia considerar uma amiga. Ela era baixa, mas tinha um corpo lindo, tinha o cabelo comprido preto, e sempre andava muito bem vestida. Era uma pessoa muito esforçada, e tinha a mesma idade que eu.
Depois de colocar minha bolsa na sala, vou até o andar do Sr. Edgar, como não vejo sua secretária, vou até sua porta e bato nela. Escuto um entre.
— Bom dia senhor, me chamou?
— Bom dia Ellie. — Fala com seu sorriso contagiante, se pudesse escolher ter um pai, eu escolheria um igual o Sr. Edgar. — Sente-se, por favor.
Você pode até pensar que é a visão dele na empresa, mas não, o seu Edgar é totalmente do mesmo jeito fora dela. Ele e Lucy seriam minha definição de família perfeita, de pais perfeitos.
— Como podemos ver ontem, a inauguração foi um sucesso, então agora é nossa vez de fazermos sucesso com a divulgação. — ele fala, e pega algumas pastas em cima da mesa e me entrega. — Essas são as propostas do setor de planejamento, gostaria que desse uma olhada, e que também me acompanhasse à tarde na reunião.
Dou um sorriso e pego as pastas.
— Certo, até logo.
Saio da sua sala já lendo as propostas, ele sempre pede minha opinião em qualquer proposta, as vezes nem entendo sobre o assunto, mesmo assim ele me acha capaz. Tenho quase certeza que ele vê em mim a filha que ele perdeu há alguns anos, ela devia ter minha idade, e ouvi falar que era o orgulho dele, diferente do filho Edward, que só lhe dava dor de cabeça.
Após ler as propostas, penso na minha vida. Faz até graça, a minha vida era cheia de propostas e objetivos, e acabou virando uma vida de merda. Merdas essas que carregarei para toda vida, e queria que fossem apenas emocionais, mas não, as físicas faziam um trabalho pior. Porque mesmo que minha mente desligasse lembranças ruins, bastava olhar para minhas marcas que a dor profunda voltava, marcas essas que eu fazia questão de esconder, mas às vezes era impossível.
A vida é como uma montanha russa, uma gora você está no topo, outra no fundo do poço. Uma hora está transbordando felicidade, outra hora tristeza é a única coisa que vê.
E eu me culpo exatamente por não ter percebido os sinais de que tudo ia me levar ao fundo do poço, e olha, não foram poucos.
Respiro fundo e limpo as lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto.
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O prédio é enorme.
É a primeira impressão que tenho, cheguei a ficar tonta.
Esse povo é realmente rico, minha conta bancária chora.
Depois de passar na recepção, eu e o Sr. Edgar pegamos o elevador em direção ao último andar.
Assim que coloco meus pés para fora do elevador sinto um grande arrepio, me encolhi. Isso já está virando rotina, tenho que ir ao médico, só devo estar doente.
Vamos até a secretária, essa diferente de Erika, não tem um sorriso nada amigável, assim que nós nota, ela me olha de cima a baixo, com um olhar julgador. Até eu me olho para ver se há algo errado com minha saia lápis preta e minha blusa social branca, mas não encontro nada.
Me sinto totalmente desconfortável.
— Bom dia, sou Edgar Méier, e esta é a senhorita Ellie Miller, temos hora marcada com o senhor Mancini. — Seu Edgar fala prontamente, diferente do olhar direcionado a mim, a ele ela deu um sorriso aconchegante.
— Bom dia. — falo
— Um minuto que irei anunciá-lo ao Sr. Mancini. — e ela me ignorou.
Eu em, agora eu vi.
Seguimos até a porta da sala, assim que nos aproximamos sinto outro arrepio, mas esse vem acompanhado de uma tontura súbita. Agarro com força o braço do senhor Edgar, esse já me olha com uma feição preocupada.
— Filha, você está bem?
— Deve ter sido a pressão, não me alimentei bem hoje. — menti, comi o que daria para 50 pessoas.
— Tem certeza? Pode ir para casa, eu termino aqui.
Antes que eu pudesse responder qualquer coisa a secretária abre a porta nos dando passagem, dou um sorriso a seu Edgar, como quem fala que está tudo bem, e seguimos.
A sala era enorme, no centro tinha uma mesa de vidro gigante, a parede de vidro espelhado dava visão para a vista maravilhosa da avenida, do lado direito tinha duas portas, e do esquerdo uma, e sentado na cadeira com os braços apoiados na mesa, estava ele.
Ele que a partir daquele momento, seria o causador das minhas noites de insônia.
Como uma pessoa fica ainda mais linda durante o dia?
Estou louca.
Ele que ao invés de olhar seu Edgar, que com toda certeza ele já conhecia, fixou seus olhos em mim. Um olhar indecifrável.
Outro arrepio.
Fiquei extremamente sem graça, pelo o olhar, e por lembrar da noite de ontem e minha queda vergonhosa.
— Bom dia. — Que voz senhor, que voz. — Sentem-se, por favor.
— Bom dia Dan. — Sr. Edgar vai até a mesa e o cumprimenta como velhos amigos, eu me limite a um pequeno sorriso. — Não tive a oportunidade na festa, mas aqui lhe apresento a editora-chefe da minha empresa, Ellie Miller.
Estendo minha mão.
— É um prazer conhecê-lo. — e quando ele segura em minha mão acontece. O Tchan.
Aquela corrente elétrica.
Meu coração até errou uma batida.
— O prazer é todo meu. — fala, sua voz saiu como uma pessoa que estivesse degustando alguma coisa, saboreando. Seu rosto não demonstra nada, então faço minha melhor cara de paisagem e me sento.
A reunião segue, mostramos a ele as melhores propostas, e ele fala os pontos que gostaria de alterar. Devo ressaltar o pequeno detalhe de que em nenhum momento seus olhos abandonaram meu rosto. Uma curiosidade permeia em seus olhos. Eu estava vermelha de vergonha.
E o pior, alguma coisa nele me intriga, como se eu também estivesse curiosa com ele.
Que coisa estranha.
— Assim que as alterações forem feitas, te enviarei novamente para a aprovação final.— Sr. Edgar fala.
— Aguardo então, para ser o mais rápido possível a Sr. Muller poderia me passar o contato dela para me informar. — Ele fala com maior tranquilidade. Olho para seu Edgar que parece não ter notado nada de incomum, em ele preferir meu número ao invés de um e-mail formal.
— Pronto, Ellie querida você poderia passar seu número para ele, por favor? — ele me encara.
— Claro.....Humm.. Deixarei com a......
— Anote aqui. — ele me corta me entregando um pequeno bloco. Ok.
Anoto rapidamente.
— Ellie, você poderia me aguardar um minuto lá fora? Gostaria de um particular com o Sr. Mancini. — Concordo e vou lá para fora da sala, estranhei apenas a formalidade, mas não é da minha conta.
Sento na frente da mesa da secretária, que me encara assim que me ver lá, dou um sorriso, mas do mesmo jeito de quando cheguei, ela me ignora.
Agora foi que eu vi, nem falei com a mulher direito e ela já me considera uma inimiga.
Ótimo! Vou até chorar.
Enquanto aguardo, penso no Sr. Mancini, e no meu Tchan.
Me arrepio.
Agora é confirmado, estou doente.
Ellie Miller "Escuto o barulho do vidro se espatifando. Escuto os gritos, o choro. Eram meus, saiam da minha boca, mesmo que eu estivesse tentando não fazer nenhum som, mas era impossível. Mais vidro quebrado. Caio no chão, e sinto algo molhado no meu braço. Era meu sangue escorrendo do local onde a pelo se encontrava exposta, e o osso era visível. Um grito alto sai da minha boca............." Acordo assustada e suando. Outro pesadelo. Olho o celular e eram 03 horas da madrugada, dificilmente conseguirei dormir novamente, então me levanto e vou a procura de algo para assistir e passar o tempo. A maioria das noites eram assim, pesadelos, atrás de pesadelos, então me sento no sofá da sala assistindo e quando dou por mim, já está amanhecendo, como agora. E início a rotina de me arrumar para ir trabalhar. Respiro fundo assim que chego na minha sala, na empresa, hoje o dia não estava legal. Reviso algumas reportagens da revista, e depois não faço mais nada, minha cabeça contin
Dan Mancini Coisa mais linda. Linda pra caralho. E a desgraçada ainda era cheirosa. Sim, falo de Ellie Miller. Desde o primeiro dia que coloquei os olhos naquele ser de pura beleza não penso em outra coisa, a não ser tê-la debaixo de mim. Claro que para mim mulheres não faltam, mas quando coloco na cabeça que quero uma mulher, não paro até tê-la. E essa era minha meta para Ellie Miller. Ela tem uma coisa que me intriga, um mistério. E eu quero desvendá-lo. Nem que para isso passe por cima da minha parceria com Méier. Pois o velho teve coragem de me falar que conhecia meu tipo e que me queria longe da funcionária dele. Faça-me rir. Primeiro achei que ele tinha algum tipo de tara nela, mas no dia seguinte a ele me falar isso, quando eu estava no telefone com o meu advogado, acabei escutando ele falar com ela. E percebi ali que ele a considerava uma filha. Do mesmo modo que me lembrei que ele tinha perdido uma a alguns anos, e que ele sofreu muito. Coitado, tentando compensar a c
Ellie Miller "— Quem é você? — me assustei na hora, e me viro para trás. — Oi, sou Lizzie, uma plincesa e tenho cinco aninhos — eu falo sorrindo, mas logo fecho a boca ao me lembrar que o meu dente da frente tinha caído. — Você é um plíncipe também? O garoto a minha frente acha graça. Era um garoto muito bonito. — E o que faz aqui Lizzie? — Eu vim acompanhar o meu papai, ele veio falar com o senhor desse plédio. — Então eu acho que o seu papai e o meu estão tratando de negócios. O que acha de brincarmos enquanto eles conversam? — Sim! — falo muito animada. — Qual o seu nome? — Então Lizzie............ Sua voz saia como um pequeno sussurro. Lizzie" Acordo assustada. Lizzie. Deve ter uns 7 anos que ninguém me chama mais assim. Minha família me chamava de Lizzie até os meus 5 anos, mas depois disso meu pai falou que eu tinha que amadurecer. Uma criança de 5 anos amadurecer. Bem fácil. Não que eu me lembre de algo nessa idade, não tenho essa memória boa, mas porque nos an
Ellie Miller O domingo geralmente eu passava o dia todo assistindo. Especialmente hoje que o dia estava muito frio. Alguém b**e em minha porta e vou abrir. — Surpresa! — Louise está parada em minha porta com bolo e uma garrafa de café na mão. O cabelo ruivo preso a um rabo de cavalo, os olhos azuis pareciam cansados, mas nada impedia o sorriso no rosto direcionado para mim. A cópia da Sadie Sink. Não sei se tive oportunidade de mencionar, mas amo café. Ela me abraça e dou espaço para ela entrar. - Como está? Tem quase uma semana que não te vejo.- Fala sentando no sofá e colocando as coisas sobre a mesinha de centro. - Estou bem e você como anda a faculdade? - Pergunto me sentando no sofá de frente a ela e já pegando um pedaço de bolo.- Droga! Mordi o bolo antes de beber o café, agora vai ficar sem doce. Quem nunca fez isso? Ela ri. - A faculdade anda a mesma merda de sempre, peço todos os dias paciência para sobreviver aquilo.- fala se deitando.- Quando você estava na faculd
Ellie Miller Era um restaurante italiano. — Espero que goste de comida italiana.— fala assim que estaciona o carro em frente ao restaurante.- Vou abrir a porta para você.— fala e sai do carro dando a volta rapidamente. Ele já era lindo, e ficava mais ainda quando era cavalheiro. — Obrigada! — falo assim que ele abre a porta e me dá a mão para segurá-la, ele dá a chave ao manobrista e seguimos para dentro. Ele coloca a mão em minha cintura para me guiar, e no mesmo instante sinto um arrepio. Disfarço e sigo para dentro. Eu já tinha ouvido falar deste restaurante, era anexo a um luxuoso hotel, só uma Água aqui custaria meu rim. — Olá Sidney,- Dan fala assim que paramos na entrada do restaurante.— Nossa mesa já está pronta? — Boa noite Sr. Mancini! — fala o homem, ele era magro, alto e nem conseguia disfarçar sua curiosidade em relação a mim. — Já sim me acompanhe por favor. Se vira e segue entre as mesas, várias delas ocupadas. Por dentro era maior do que eu pensava, seguimos
Ellie Miller “Sinto uma carícia no meu rosto. Não consigo ver quem faz, mas sinto que gosto da pessoa, que ela é carinhosa. Estou nos seus braços, e nunca me senti tão segura igual estou me sentindo nesse momento. - Ellie, você é linda, está perfeita. Então o sonho muda. Estou correndo. A noite está muito fria, e estou sem nenhum casaco, só consigo correr, sem saber direito para onde vou. De repente sinto as mãos puxando meu cabelo. Grito. - Não adianta gritar!- ele grita comigo.- Agora vamos nos resolver em casa. Tento acordar do sonho mas não consigo. Ele está me prendendo, o sonho e a pessoa. Ele me j**a em casa. - O que eu falei para você! - o jarro se quebra quando ele o j**a na parede. - Eee..... - Cala a boca! - ele vem para cima de mim. É o meu fim.” Acordo assustada. Me levanto correndo para fechar a cortina da janela de vidro do meu quarto. Respiro fundo e tento me acalmar. Olho as horas e já são 05 da manhã. Já fazia meses que a paralisia do sono não me
Dan Mancini Sorriso da porra! Era o que ela tinha, ela e seu sorriso não saiam da minha mente, mesmo cinco dias depois do jantar. Eu tinha o numero dela que peguei como desculpa do trabalho, confesso, mas não tinha coragem de mandar um oi. E eu queria tanto descobrir se ela tinha achado o jantar tão bom quanto eu achei, na verdade queria perguntar se ela aceitaria sair comigo , dessa vez um convite certo, não indo a um que não eu certo e ficar foi a opção. Um jantar que iríamos nós dois, porque aí ela saberia que minha intenção era mais que falar palavras em italiano para ela não entender. Era realmente levá-la a um encontro decente. Eu até compraria flores. Ou livros. Ela com certeza deve amar livros. Nunca na minha vida fiquei tão encantado com uma mulher, deve ser a idade chegando. Isso, ou realmente amor à primeira vista existe. E mesmo aqui, no jantar com minha família, não pensava em outra coisa a não ser nela. - O que tanto pensa meu filho? - pergunta meu pai, apesar
Ellie Miller Devo esta parecendo uma idiota! Sim, com certeza, porque estou a 10 minutos encarando a tela do celular, com a mensagem dele, Dan Mancini. A mensagem é a seguinte. "Oi Ellie, é o Dan, gostaria de saber se você poderia me acompanhar em um importante concerto, preciso encontrar um importante investidor que estará presente, e eu gostaria de uma companhia. Aguardo ansiosamente sua resposta. Dan Mancini. " E agora? O que eu respondo? A campainha toca, e vou abrir a porta. — Oi Ellie, — Louise está parada na porta, a tristeza é notável. — Oi, entra— dei espaço para ela.— Aconteceu algo? Ela fica alguns segundos em silêncio. — Não, nada— não acredito muito, mas se ela não se sente segura para contar, não vou pressionar. — Só não queria ficar só em casa, mamãe viajou a trabalho e levou Helena Hope. — Ainda bem apareceu.— falo me sentando no sofá ao seu lado — Recebi um convite para um concerto. — Mulher do céu! — exclama me encarando. — O que você ainda tá fazendo aqu