Capítulo Quatro

    Dan Mancini

Coisa mais linda.

Linda pra caralho.

E a desgraçada ainda era cheirosa.

Sim, falo de Ellie Miller. Desde o primeiro dia que coloquei os olhos naquele ser de pura beleza não penso em outra coisa, a não ser tê-la debaixo de mim.

Claro que para mim mulheres não faltam, mas quando coloco na cabeça que quero uma mulher, não paro até tê-la. E essa era minha meta para Ellie Miller.

Ela tem uma coisa que me intriga, um mistério. E eu quero desvendá-lo. Nem que para isso passe por cima da minha parceria com Méier. Pois o velho teve coragem de me falar que conhecia meu tipo e que me queria longe da funcionária dele.

Faça-me rir.

Primeiro achei que ele tinha algum tipo de tara nela, mas no dia seguinte a ele me falar isso, quando eu estava no telefone com o meu advogado, acabei escutando ele falar com ela. E percebi ali que ele a considerava uma filha. Do mesmo modo que me lembrei que ele tinha perdido uma a alguns anos, e que ele sofreu muito.

Coitado, tentando compensar a culpa pela morte da filha protegendo ela.

O maior erro das pessoas é tentar ajudar os outros por culpa, isso só te machuca mais, porque você pensa no que deixou de fazer pela outra pessoa. Além do que, ninguém merece ser ajudado por pena ou culpa.

Mas uma coisa é certa, vou ficar louco se não tiver essa mulher.

Ela está me encantando e me fascinando, ela é delicada, tem um ar simples e mesmo assim é magnífica. Por ela sim , eu teria coragem de ser uma pessoa melhor. 

Desde criança sempre tive tudo que eu quis, benefícios de vim de uma família rica, mas não julgue, isso não me tornou uma pessoa que não olhasse nada fora do alcance do próprio nariz.

Se tem uma coisa que meus pais souberam fazer, além de lindos filhos, foi nos criar com amor, carinho e respeito. Não sou um santo, mas sei bem meus limites.

E era exatamente isso, limites. Eu queria levá-la ao extremo dos limites.

E eu também saberia dar a ela todo o carinho que ela merecesse, a muito tempo uma mulher não despertava meu desejo assim. 

Como primogênito, carregar o sobrenome dos Mancini não é pouca coisa, vem com vários fardos. E o principal deles é não se envolver em escândalos para não manchar o nome da família.

Mas as vezes é impossível evitar, então aí perco minha total paciência. Como naquele dia, no segundo que gritei com ela me arrependi, percebi a maneira que ela se encolheu, por isso respirei fundo, e se minha mãe estivesse lá naquele momento, ela teria me batido.

Outro detalhe, se engana quem pensa que há vi pela primeira vez naquele corredor na inauguração. Não, não, eu a vi pela primeira vez a caminho do trabalho, o sinal estava parado quando eu vi uma moça apressada passando e ela deixou cair uma das pastas que segurava na mão. Na água.

Eu ri. Com respeito é claro.

Mas quando ela virou seu rosto na minha direção, porra, não sei como não fiquei louco ali mesmo. Que mulher linda.

E eu juro a vocês, que quando eu a vi, eu escutei uma música nos meus ouvidos, pode ter vindo de qualquer outro lugar, mas eu só escutei quando meus olhos bateram nela. Achei até que eu estava em outro lugar.

Até pensei em descer e ir ajudá-la, mas os carros buzinando atrás de mim, falavam ao contrário. Então segui, e juro que achei que nunca mais ia vê-la.

Bem, se fosse para nos encontrarmos novamente, nós íamos. 

Mas no dia da inauguração, assim que ela pisou os pés naquele salão, atraiu meus olhos, como um ímã em direção ao metal, nesse caso eu em direção ao diamante mais espetacular que já vi, e olha que eu achei que fosse impossível ela ficar mais linda.

Fui um tolo.

Passei todo o tempo observando ela, e procurando alguma maneira de descobrir pelo menos seu nome, mas a cada passo que eu dava, eu alguém me parava.

Até que eu a vi pegando o caminho do corredor, e logo pensei ser minha chance. Mas no meio do corredor recebo a ligação do meu advogado, e melhor amigo, me informando que os Houver queriam me passar a perna. Me irritei na hora, e acabei distraído, nessa distração, não vi quando ela dobrou a esquina do corredor e bateu contra mim, nem conseguir pensar em nada, parece que me perdoe quando olhei nos seus olhos, e quando voltei a realidade ela já estava no chão, e droga!

Queria ter pegado ela como naqueles filmes.

Então ela sorriu.

Sorriu.  

E eu nunca tinha visto nos meus 33 anos de idade um sorriso tão lindo como aquele. Acho que fiquei tonto, desnorteado, as palavras quase não saiam da minha boca. Cara, não conseguir nem ajudá-la a levantar do chão, devo ter ido ao paraíso e voltado.

No final dei apenas um sorriso de lado e seguir ligando novamente para Brian, e sem conseguir tirar ela da minha cabeça.  E eu sabia que essa mulher ia atormentar meus sonhos, porque ela parecia aqueles seres que viravam sua vida de cabeça para baixo.

E eu com certeza queria descobrir se iria ser no bom sentido.

E todos os encontros com ela a seguir só me faziam pensar ainda mais na infeliz daquela mulher. Tinha grudado na minha mente como cola.

Se eu não me conhecesse bem, diria com toda certeza que estava de quatro por ela, sem nem um beijo. E talvez se eu fosse mais novo, acreditaria em amor à primeira vista, parece até piada eu pensar em uma coisa dessa.

Eu Dan Mancini, pensar em amor à primeira vista, vê se pode. Fora uma piada, parecia sonho.

Mas ela era real.

Ela era um Paraíso Perfeito.

Eu estou louco, e deveria com toda certeza seguir o conselho de Brian, mulheres só dão dor de cabeça.

Na de cima e a de baixo.

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