Capítulo Seis

Ellie Miller

O domingo geralmente eu passava o dia todo assistindo. Especialmente hoje que o dia estava muito frio.

Alguém b**e em minha porta e vou abrir.

— Surpresa! — Louise está parada em minha porta com bolo e uma garrafa de café na mão. O cabelo ruivo preso a um rabo de cavalo, os olhos azuis pareciam cansados, mas nada impedia o sorriso no rosto direcionado para mim.

A cópia da Sadie Sink.

Não sei se tive oportunidade de mencionar, mas amo café.

Ela me abraça e dou espaço para ela entrar.

- Como está? Tem quase uma semana que não te vejo.- Fala sentando no sofá e colocando as coisas sobre a mesinha de centro.

- Estou bem e você como anda a faculdade? - Pergunto me sentando no sofá de frente a ela e já pegando um pedaço de bolo.- Droga! Mordi o bolo antes de beber o café, agora vai ficar sem doce.

Quem nunca fez isso?

Ela ri.

- A faculdade anda a mesma merda de sempre, peço todos os dias paciência para sobreviver aquilo.- fala se deitando.- Quando você estava na faculdade se sentia assim também?

Louise fazia faculdade de Direito na Universidade de NY, estava  no sétimo período.

Respiro fundo na hora.

- Er.... Foi uma boa época no geral. - ela me encara como quem quer perguntar algo, mas desisti.

- Minha mãe está namorando.- fala baixinho.- Não que eu esteja incomodada, não é isso, estou muito feliz por ela, eu só não quero ver ela sofrer. - Fala e vejo seus olhos marejados.- Eu não quero vê-la do mesmo modo que a vi quando meu pai morreu, minha mãe ficou destruída.

Eu entendo totalmente o que ela quis dizer, e por um segundo eu tive inveja. Por um segundo queria que alguém se preocupasse comigo dessa maneira.

- Eu entendo você.- falo, e ela me dá espaço para sentar ao seu lado.- Todos nós estamos fadados a nos machucar, infelizmente, então temos que nos permitir ser feliz. Sua mãe merece, e se ela se machucar, ela tem você, e a mim também, com todo amor e carinho. Não podemos prever o que pode acontecer, mas independente de qualquer coisa, estaremos aqui.

Ela me abraça.

- Muito obrigada Ellie, muito mesmo, não sei o que seria de mim sem você.

- Não quero nem pensar.- rimos juntas

- E os garotos? Algum pretendente?- cutuco ela enquanto dou um sorriso cúmplice.

- Quem me dera.- dá um suspiro frustrado. - Nem tento mais, os garotos da faculdade são uns idiotas .

- Mas eu sei que você vai achar alguém. É como se eu sentisse.

Ela ri desacreditada.

- Falo sério! - ela ri mais ainda.

- Acho que não acredito nisso, talvez por não querer passar pelo que vi minha mãe passar.

- Bem, eu só quero que você seja feliz.- falo sinceramente.

Não queria que ela estivesse destinada a infelicidade como eu. Sem viver um amor e bloqueando sentimentos.

Eu bloqueava muito meus sentimentos, depois percebi que precisamos deles para nos tornarmos mais humanos. Talvez fosse isso que faltava na minha família.

E eu tento ser o mais diferente deles, faço o possível.

Não, claro que não precisamos de um relacionamento para sermos felizes. Mas precisamos do amor, para alcançar pelo menos uma parte da felicidade, e vejo que às vezes ela bloqueia seus sentimentos e não se permite sentir.

Meu celular vibra.

O Sr. Edgar 

Olá minha filha! Espero que esteja tudo bem, gostaria de lhe pedir um favor. 

Eu: Bom dia Sr. Edgar! Está tudo bem e com o senhor? Claro, pode pedir. 

Sr. Edgar: Eu estou bem, então, Lucy está muito indisposta hoje, e precisávamos acompanhar o Dan em um jantar muito importante. Você poderia ir em nosso nome? 

Dan.....? Ah sim! o Mancini.

Me desanimo na hora.

Eu: Claro! Lucy está bem? Tem algo que eu possa fazer?

Sr. Edgar: Ela vai ficar filha, te enviarei no e-mail o necessário. Muito obrigada! 

Eu: Melhoras para Lucy.

É, tenho um jantar com Dan Mancini. Que empolgante.

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Animação 0.

Era o que eu estava sentindo ao me olhar no espelho, estava usando um vestido lilás de alças finas, era justo até abaixo do busto e depois ia se soltando, uma maquiagem leve, e pego o primeiro salto que vi pela frente e uma bolsa com o necessário.

De acordo com seu Edgar, o sr. Mancini, ou melhor, Dan iria passar às 19:00 e ponto para me buscar. Então fui descendo já que estava faltando apenas 2 minutos. E como dito e certo, assim que saio do prédio, tem um carro, que nem seu trabalhasse minha vida toda conseguiria comprar e ao lado da porta está Dan Mancini, em um terno preto.

Realmente uma perdição.

Ele era como aqueles pecados que você deseja, perfeito e perigoso.

Aqueles que avisavam que o risco de se apaixonar, era a mesma porcentagem para se machucar. E disso eu corria e passo bem longe.

Assim que ele me vê ele me olha do pés a cabeça, lentamente. Parece até que estou nua, e sinto que vou cair quando me encaram, ele não fala nada, estou até achando que tá passando mal.

- Você está linda! - fala depois de alguns segundos, e em seguida limpa a garganta.

Assim que ele fala sinto um arrepio.

- Obrigada! Você é...... também.- falo meio embolada pelo nervosismo.

Ele ri e abre a porta para mim.

- Obrigada!

O carro é muito confortável, ele dá a volta, entra no carro e segue em direção ao nosso destino.

- É muito longe? - pergunto depois que um silêncio desconcertante se instala.

- Não muito.- ele me olha de lado e fala.- Quero te dizer antes de chegarmos lá que eu falei para o nosso convidado que você era minha noiva.

É o que?

Acho que ele viu meu rosto chocado. Ele ri.

- Calma, falei isso porque quem vamos encontrar é conhecido por ser bastante pervertido.

Fico quieta.

- Tudo bem para você? Edgar falou que tudo bem por ele.

- Ok. - falo sem querer prolongar o assunto. Se o sr. Edgar concordou, ele sabe o que é melhor.

Sinto seu olhar em mim durante o caminho quase todo, e ao invés de eu ficar preocupada, sinto meu corpo quente, pegando fogo, apenas com seu olhar.

Pelo visto hoje ia ser uma longa noite.

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