Oi meus amores Por favor me deixem os seus comentários, eles me ajudam muito.
Priscila Barcella Nunca vi meus filhos tão calados. Já se passaram exatos três dias desde que eles não dizem uma palavra, estão fazendo uma greve de silêncio completa. Max está tentando me ajudar com as crianças e também a encontrar o Liam, mas parece ser uma tarefa difícil. Meu medo de voltar ao bairro dele tem me impedido de ir pessoalmente procurá-lo. Acho interessante como o Max lida com as crianças. Me arrependo de não ter recorrido a ele quando minha irmã faleceu; ele certamente estaria na profissão errada. Seria um excelente psicólogo. Ele tem me ajudado a não surtar com a greve de silêncio das crianças. Finalmente, Max voltou para casa, o que é bom, já que ele mora apenas a uma rua do meu apartamento. Ele vai e volta rapidamente. Faz exatamente uma semana desde que demiti o Liam e ele ainda não apareceu para pegar seu dinheiro. Não faço ideia de onde encontrá-lo, e isso me preocupa muito. Tive que contratar outra babá e o caos voltou aqui em casa. As crianças não ace
Priscila Barcella — William, o meu William, o Liam? — perguntei, minha voz trêmula e quase inaudível. Não podia acreditar que aquela senhora tinha notícias do meu Liam. Um turbilhão de emoções invadiu meu peito: esperança, medo e arrependimento. — Sim, eu sou a Marta. Moro próximo à pensão onde ele vivia antes de ir trabalhar com você — ela respondeu, sua expressão marcada pela tristeza. — Aconteceu alguma coisa com o Liam? — Meu coração parecia um tambor descompassado, batendo forte contra meu peito. Os olhos de Marta se encheram de lágrimas, refletindo a dor que ela sentia. — Sim, e por isso vim te procurar. Na comunidade Bem-te-vi, onde moramos, houve um tiroteio e o Liam foi atingido por uma bala. Ele está internado e só permitem familiares. Ele ainda não acordou, mas às vezes chama por você. Meu corpo tremeu, e uma onda de culpa me atingiu como um maremoto. Se eu não tivesse mandado ele embora... — Vamos lá vê-lo. Isso é tudo culpa minha. Se eu não tivesse mandado ele emb
Priscila Barcella Depois de resolver tudo, fui obrigada a deixar o Liam sozinho e ir para a recepção. Meus seios estavam pesados e doloridos, e Max trouxe a Nina, que estava impaciente. Assim que saí, vi Max conversando com Marta, e minha bonequinha estava no colo dela. — Olha quem voltou, Nina, a mamãe — Marta disse, com um sorriso terno, brincando com a minha bebezinha. — Oi, minha bonequinha linda, a mamãe está aqui — falei, pegando-a nos braços. — Obrigada, dona Marta. Obrigada por tudo, viu, Max. Max apenas acenou com a cabeça e me cedeu um lugar para amamentar. O gesto dele, simples, mas cheio de cuidado, trouxe um calor reconfortante ao meu coração. Ele sempre encontra uma forma de me apoiar, pensei com gratidão, enquanto Nina mamava. Mesmo nesses momentos de dor e incerteza. — Eu quem agradeço — ela disse, a preocupação evidente em seu olhar. — E como está o meu menino? — Ele está estável, mas já organizei tudo para a transferência. Já vão levar ele — respondi, sentindo
Priscila Barcella Estou na sala de espera há mais de três horas. Max veio trazer a Nina e resolveu ficar comigo, já que estou uma pilha de nervos. Estou andando de um lado para o outro da sala, com Nina no colo, tentando acalmar a ansiedade que me consome. — Priscila, você vai fazer um buraco no chão. Pelo menos me entrega a minha filha para ela não colocar para fora o que comeu — ele pediu, pegando a Nina dos meus braços com um sorriso suave, tentando aliviar a tensão. — Eu estou nervosa. Ninguém fala nada, eu não sei como está essa cirurgia — falei, sentindo as lágrimas começarem a se formar novamente. Meu coração estava apertado, e a preocupação com Liam estava me sufocando. Max segurou Nina com cuidado, balançando-a suavemente. O amor que ele tinha por ela era palpável, e por um momento, senti uma onda de gratidão por tê-lo ao meu lado. — Eu sei, Priscila. Mas você precisa se acalmar um pouco. Eles estão fazendo o melhor que podem. — Max falou, tentando me tranquilizar. Me s
Priscila Barcella A noite parecia interminável. As primeiras luzes da manhã começavam a invadir o céu quando finalmente recebi a notícia de que poderia visitar Liam. O hospital, envolto em uma quietude quase sagrada, estava cheio de sons suaves de máquinas e passos de enfermeiros.Quando entrei na UTI, meu coração apertou ao ver Liam deitado ali, cercado por máquinas que monitoravam cada batida de seu coração e cada respiração. Ele parecia tão frágil, tão diferente do homem forte que conhecíamos.Aproximei-me lentamente, com medo de fazer qualquer movimento brusco. Sentei-me ao lado da cama, segurando a mão de Liam. Sua pele estava fria, e um nó se formou na minha garganta.— Liam... — sussurrei, com a voz embargada pelas lágrimas. — Me desculpa, por favor — falei chorando.Minha mente estava repleta de lembranças de momentos que compartilhamos. As risadas, as conversas, o apoio... Ele foi o primeiro homem que conseguiu me fazer sentir algo só olhando para ele. E agora, vê-lo ali, im
Priscila Barcella Na manhã seguinte, sem ter dormido, resolvi sair cedo. Assim que o sol nasceu, peguei a Nina e saí, deixando a Josefa dormindo no quarto do Liam. Hoje é sábado, e as crianças podem dormir até mais tarde. Cheguei ao hospital às seis e meia da manhã e logo vi a Marta na recepção. — Bom dia, Marta — falei, e ela abriu um sorriso para minha bebê. — Bom dia, Priscila. Não sabia que você viria tão cedo... — E a senhora conseguiu descansar? — perguntei, preocupada. — Como poderia dormir sem saber se meu menino está bem? Fiquei impaciente e vim até aqui, mas fiquei com vergonha de pedir informações. Algumas pessoas me olharam de forma estranha — ela falou gesticulando, e percebi um hematoma em seu braço. Conheço muito bem hematomas para saber que ele não estava ali ontem. — Entendo, também não consegui dormir. Mas a senhora comeu? — perguntei, e ela desviou o olhar para a Nina. — Ela é uma graça de bebê — disse, sorrindo. — Vamos para a cafeteria, e depois a senhora
Desde o dia que conheci William, o que mais me chocou foi a aparência dele. Ele parece muito com o meu filho, até no coração. É um menino tão bom, que me lembra muito o Manoel. Tenho mais três filhas e nove netos, mas nenhum é como o William. Mesmo trabalhando, ele ligava para saber como eu estava e até me contava da vida dele. Já estava louca para conhecer meus netinhos; pelo que ele fala, os pequenos são maravilhosos, mas bem travessos. Quando vi o Liam caído no chão, sangrando, notei que ele tinha levado um tiro e corri por ajuda. No hospital, não me deixaram chegar perto. Quando finalmente pude vê-lo, ele só chamava pela Priscila. Então, estava determinada a falar com a senhora Priscila, mas não sabia o endereço dela. Só sabia que ela era a CMO da FOS, o que significa... eu não sei, mas deve ser importante. Afinal, ela deve ter muito dinheiro, para ter tantos funcionários em casa e tantos filhos, né? E eu que achava que só pobre tinha muitos filhos, estava muito enganada. E não
Vovó Marta — Tião, Tião, socorro! — Iris começou a gritar.Eu estava nervosa e com medo de que ele fizesse algum mal à menina. Priscila e Liam nunca me perdoariam.— Garota, cale a boca! Você nem deveria estar na minha casa.— Esta é a casa da minha avó — Iris falou, com uma postura de autoridade igualzinha à mãe. — E você não vai tocar um dedo nela. Um homem velho como você pedindo dinheiro a uma senhora? Toma vergonha na cara.— Calada — ele falou, e tentei tirar a minha menina da frente dele.— Tião! — Iris gritou o mais alto possível.— A senhorita me chamou? — o motorista falou entrando. Um homem do tamanho do Sebastião assusta ainda mais com aqueles músculos todos.Quem olha para ele não sabe se ele é motorista ou segurança.— Este homem aí queria bater na minha avó. Acho que ele precisa enfrentar alguém do tamanho dele. — Iris falou autoritária.Ela tem uma postura que nitidamente está copiando de alguém, mas quando o motorista ficou na nossa frente encarando meu genro, conseg