Oi, meus amores, espero que vocês estejam gostando da história
Priscila Barcella Estou na sala de espera há mais de três horas. Max veio trazer a Nina e resolveu ficar comigo, já que estou uma pilha de nervos. Estou andando de um lado para o outro da sala, com Nina no colo, tentando acalmar a ansiedade que me consome. — Priscila, você vai fazer um buraco no chão. Pelo menos me entrega a minha filha para ela não colocar para fora o que comeu — ele pediu, pegando a Nina dos meus braços com um sorriso suave, tentando aliviar a tensão. — Eu estou nervosa. Ninguém fala nada, eu não sei como está essa cirurgia — falei, sentindo as lágrimas começarem a se formar novamente. Meu coração estava apertado, e a preocupação com Liam estava me sufocando. Max segurou Nina com cuidado, balançando-a suavemente. O amor que ele tinha por ela era palpável, e por um momento, senti uma onda de gratidão por tê-lo ao meu lado. — Eu sei, Priscila. Mas você precisa se acalmar um pouco. Eles estão fazendo o melhor que podem. — Max falou, tentando me tranquilizar. Me s
Priscila Barcella A noite parecia interminável. As primeiras luzes da manhã começavam a invadir o céu quando finalmente recebi a notícia de que poderia visitar Liam. O hospital, envolto em uma quietude quase sagrada, estava cheio de sons suaves de máquinas e passos de enfermeiros.Quando entrei na UTI, meu coração apertou ao ver Liam deitado ali, cercado por máquinas que monitoravam cada batida de seu coração e cada respiração. Ele parecia tão frágil, tão diferente do homem forte que conhecíamos.Aproximei-me lentamente, com medo de fazer qualquer movimento brusco. Sentei-me ao lado da cama, segurando a mão de Liam. Sua pele estava fria, e um nó se formou na minha garganta.— Liam... — sussurrei, com a voz embargada pelas lágrimas. — Me desculpa, por favor — falei chorando.Minha mente estava repleta de lembranças de momentos que compartilhamos. As risadas, as conversas, o apoio... Ele foi o primeiro homem que conseguiu me fazer sentir algo só olhando para ele. E agora, vê-lo ali, im
Priscila Barcella Na manhã seguinte, sem ter dormido, resolvi sair cedo. Assim que o sol nasceu, peguei a Nina e saí, deixando a Josefa dormindo no quarto do Liam. Hoje é sábado, e as crianças podem dormir até mais tarde. Cheguei ao hospital às seis e meia da manhã e logo vi a Marta na recepção. — Bom dia, Marta — falei, e ela abriu um sorriso para minha bebê. — Bom dia, Priscila. Não sabia que você viria tão cedo... — E a senhora conseguiu descansar? — perguntei, preocupada. — Como poderia dormir sem saber se meu menino está bem? Fiquei impaciente e vim até aqui, mas fiquei com vergonha de pedir informações. Algumas pessoas me olharam de forma estranha — ela falou gesticulando, e percebi um hematoma em seu braço. Conheço muito bem hematomas para saber que ele não estava ali ontem. — Entendo, também não consegui dormir. Mas a senhora comeu? — perguntei, e ela desviou o olhar para a Nina. — Ela é uma graça de bebê — disse, sorrindo. — Vamos para a cafeteria, e depois a senhora
Desde o dia que conheci William, o que mais me chocou foi a aparência dele. Ele parece muito com o meu filho, até no coração. É um menino tão bom, que me lembra muito o Manoel. Tenho mais três filhas e nove netos, mas nenhum é como o William. Mesmo trabalhando, ele ligava para saber como eu estava e até me contava da vida dele. Já estava louca para conhecer meus netinhos; pelo que ele fala, os pequenos são maravilhosos, mas bem travessos. Quando vi o Liam caído no chão, sangrando, notei que ele tinha levado um tiro e corri por ajuda. No hospital, não me deixaram chegar perto. Quando finalmente pude vê-lo, ele só chamava pela Priscila. Então, estava determinada a falar com a senhora Priscila, mas não sabia o endereço dela. Só sabia que ela era a CMO da FOS, o que significa... eu não sei, mas deve ser importante. Afinal, ela deve ter muito dinheiro, para ter tantos funcionários em casa e tantos filhos, né? E eu que achava que só pobre tinha muitos filhos, estava muito enganada. E não
Vovó Marta — Tião, Tião, socorro! — Iris começou a gritar.Eu estava nervosa e com medo de que ele fizesse algum mal à menina. Priscila e Liam nunca me perdoariam.— Garota, cale a boca! Você nem deveria estar na minha casa.— Esta é a casa da minha avó — Iris falou, com uma postura de autoridade igualzinha à mãe. — E você não vai tocar um dedo nela. Um homem velho como você pedindo dinheiro a uma senhora? Toma vergonha na cara.— Calada — ele falou, e tentei tirar a minha menina da frente dele.— Tião! — Iris gritou o mais alto possível.— A senhorita me chamou? — o motorista falou entrando. Um homem do tamanho do Sebastião assusta ainda mais com aqueles músculos todos.Quem olha para ele não sabe se ele é motorista ou segurança.— Este homem aí queria bater na minha avó. Acho que ele precisa enfrentar alguém do tamanho dele. — Iris falou autoritária.Ela tem uma postura que nitidamente está copiando de alguém, mas quando o motorista ficou na nossa frente encarando meu genro, conseg
Priscila Barcella Acabei dormindo ao lado do Liam. Max veio buscar a Nina após a reunião, para que ela pudesse dormir melhor. Acordei com a coluna doendo e os meus seios vazando. A preocupação com a minha bonequinha, que mama no mínimo duas vezes durante a noite, me consumia. Sabia que, se ela tivesse dormido aqui, teria sido difícil para todos. Liam ainda estava na mesma condição, imóvel e vulnerável. Olhar para ele assim me deixava com um nó na garganta. Peguei meu celular e liguei para casa para saber como estavam meus filhos e se Dona Marta tinha sobrevivido à primeira noite. Ela parecia uma doce senhora, mas não sabia como seria lidar com a rotina intensa dos meus pequenos. — Bom dia, senhora. Como está o Liam? — perguntou Josefa assim que atendeu, com a voz carregada de preocupação. — Está do mesmo jeito. E os meus anjinhos, como estão? — perguntei, tentando manter a voz firme. — A bebê não dormiu, mas Dona Marta já saiu para levá-la até você. Os outros estão se comportando
Priscila Barcella Estava ansiosa. Já fazia duas horas que levaram Liam para fazer os exames, e eu ainda não tinha recebido nenhuma notícia. Andava de um lado para o outro na sala de espera, sentindo-me como uma barata tonta. A cada passo, a angústia aumentava. O silêncio do hospital era perturbador, quebrado apenas pelo som distante de máquinas e passos apressados de enfermeiros. Meu coração estava acelerado, e a mente, repleta de cenários assustadores sobre o que poderia estar acontecendo. De repente, uma mão tocou meu ombro, me assustando. Virei-me rapidamente e vi que era Violet, seu rosto pálido e preocupado. — Ficar andando assim não vai resolver muita coisa — disse ela, me entregando um copo com água e um calmante. — Tome, vai te ajudar a se acalmar. Agradeci com um aceno de cabeça e tomei o calmante, esperando que ele trouxesse algum alívio para meus nervos à flor da pele. Senti o amargo do remédio na garganta, um reflexo de como minha vida parecia naquele momento. — O Max
Priscila Barcella Fiquei naquela sala por mais uma hora, e a cada minuto que passava, minha ansiedade aumentava. Meu coração estava apertado, e cada batida parecia ecoar em meus ouvidos. Me perguntava constantemente onde Liam estava e como ele estava. Recebi uma mensagem do Max, pedindo desculpas por não poder trazer a Nina. Ele teve um imprevisto e precisou ir para Brasília, mas prometeu que alguém estaria ajudando a Marta com as crianças, e que estaria de volta amanhã. Tentei me confortar com isso, mas a preocupação com Liam não deixava espaço para qualquer alívio. Então, para minha surpresa, a porta se abriu e Marta entrou com meus filhos e o senhor Fos. As crianças entraram correndo e me abraçaram com força. Eu precisava disso, precisava sentir o calor e o amor da minha família. Lágrimas de alívio e alegria brotaram em meus olhos quando vi Sebastião, Josefa e Ana entrando também. — Mamãe, o papai vai ficar bom, né? — Belinha perguntou, estendendo os bracinhos para mim, pedindo