Oi meus amores, hoje o meu dia está um pouco corrido, não sei se vou conseguir publicar os três capítulos, mas vou dar o meu melhor. beijos, com carinho da Letícia
Priscila Barcella A noite parecia interminável. As primeiras luzes da manhã começavam a invadir o céu quando finalmente recebi a notícia de que poderia visitar Liam. O hospital, envolto em uma quietude quase sagrada, estava cheio de sons suaves de máquinas e passos de enfermeiros.Quando entrei na UTI, meu coração apertou ao ver Liam deitado ali, cercado por máquinas que monitoravam cada batida de seu coração e cada respiração. Ele parecia tão frágil, tão diferente do homem forte que conhecíamos.Aproximei-me lentamente, com medo de fazer qualquer movimento brusco. Sentei-me ao lado da cama, segurando a mão de Liam. Sua pele estava fria, e um nó se formou na minha garganta.— Liam... — sussurrei, com a voz embargada pelas lágrimas. — Me desculpa, por favor — falei chorando.Minha mente estava repleta de lembranças de momentos que compartilhamos. As risadas, as conversas, o apoio... Ele foi o primeiro homem que conseguiu me fazer sentir algo só olhando para ele. E agora, vê-lo ali, im
Priscila Barcella Na manhã seguinte, sem ter dormido, resolvi sair cedo. Assim que o sol nasceu, peguei a Nina e saí, deixando a Josefa dormindo no quarto do Liam. Hoje é sábado, e as crianças podem dormir até mais tarde. Cheguei ao hospital às seis e meia da manhã e logo vi a Marta na recepção. — Bom dia, Marta — falei, e ela abriu um sorriso para minha bebê. — Bom dia, Priscila. Não sabia que você viria tão cedo... — E a senhora conseguiu descansar? — perguntei, preocupada. — Como poderia dormir sem saber se meu menino está bem? Fiquei impaciente e vim até aqui, mas fiquei com vergonha de pedir informações. Algumas pessoas me olharam de forma estranha — ela falou gesticulando, e percebi um hematoma em seu braço. Conheço muito bem hematomas para saber que ele não estava ali ontem. — Entendo, também não consegui dormir. Mas a senhora comeu? — perguntei, e ela desviou o olhar para a Nina. — Ela é uma graça de bebê — disse, sorrindo. — Vamos para a cafeteria, e depois a senhora
Desde o dia que conheci William, o que mais me chocou foi a aparência dele. Ele parece muito com o meu filho, até no coração. É um menino tão bom, que me lembra muito o Manoel. Tenho mais três filhas e nove netos, mas nenhum é como o William. Mesmo trabalhando, ele ligava para saber como eu estava e até me contava da vida dele. Já estava louca para conhecer meus netinhos; pelo que ele fala, os pequenos são maravilhosos, mas bem travessos. Quando vi o Liam caído no chão, sangrando, notei que ele tinha levado um tiro e corri por ajuda. No hospital, não me deixaram chegar perto. Quando finalmente pude vê-lo, ele só chamava pela Priscila. Então, estava determinada a falar com a senhora Priscila, mas não sabia o endereço dela. Só sabia que ela era a CMO da FOS, o que significa... eu não sei, mas deve ser importante. Afinal, ela deve ter muito dinheiro, para ter tantos funcionários em casa e tantos filhos, né? E eu que achava que só pobre tinha muitos filhos, estava muito enganada. E não
Vovó Marta — Tião, Tião, socorro! — Iris começou a gritar.Eu estava nervosa e com medo de que ele fizesse algum mal à menina. Priscila e Liam nunca me perdoariam.— Garota, cale a boca! Você nem deveria estar na minha casa.— Esta é a casa da minha avó — Iris falou, com uma postura de autoridade igualzinha à mãe. — E você não vai tocar um dedo nela. Um homem velho como você pedindo dinheiro a uma senhora? Toma vergonha na cara.— Calada — ele falou, e tentei tirar a minha menina da frente dele.— Tião! — Iris gritou o mais alto possível.— A senhorita me chamou? — o motorista falou entrando. Um homem do tamanho do Sebastião assusta ainda mais com aqueles músculos todos.Quem olha para ele não sabe se ele é motorista ou segurança.— Este homem aí queria bater na minha avó. Acho que ele precisa enfrentar alguém do tamanho dele. — Iris falou autoritária.Ela tem uma postura que nitidamente está copiando de alguém, mas quando o motorista ficou na nossa frente encarando meu genro, conseg
Priscila Barcella Acabei dormindo ao lado do Liam. Max veio buscar a Nina após a reunião, para que ela pudesse dormir melhor. Acordei com a coluna doendo e os meus seios vazando. A preocupação com a minha bonequinha, que mama no mínimo duas vezes durante a noite, me consumia. Sabia que, se ela tivesse dormido aqui, teria sido difícil para todos. Liam ainda estava na mesma condição, imóvel e vulnerável. Olhar para ele assim me deixava com um nó na garganta. Peguei meu celular e liguei para casa para saber como estavam meus filhos e se Dona Marta tinha sobrevivido à primeira noite. Ela parecia uma doce senhora, mas não sabia como seria lidar com a rotina intensa dos meus pequenos. — Bom dia, senhora. Como está o Liam? — perguntou Josefa assim que atendeu, com a voz carregada de preocupação. — Está do mesmo jeito. E os meus anjinhos, como estão? — perguntei, tentando manter a voz firme. — A bebê não dormiu, mas Dona Marta já saiu para levá-la até você. Os outros estão se comportando
Priscila Barcella Estava ansiosa. Já fazia duas horas que levaram Liam para fazer os exames, e eu ainda não tinha recebido nenhuma notícia. Andava de um lado para o outro na sala de espera, sentindo-me como uma barata tonta. A cada passo, a angústia aumentava. O silêncio do hospital era perturbador, quebrado apenas pelo som distante de máquinas e passos apressados de enfermeiros. Meu coração estava acelerado, e a mente, repleta de cenários assustadores sobre o que poderia estar acontecendo. De repente, uma mão tocou meu ombro, me assustando. Virei-me rapidamente e vi que era Violet, seu rosto pálido e preocupado. — Ficar andando assim não vai resolver muita coisa — disse ela, me entregando um copo com água e um calmante. — Tome, vai te ajudar a se acalmar. Agradeci com um aceno de cabeça e tomei o calmante, esperando que ele trouxesse algum alívio para meus nervos à flor da pele. Senti o amargo do remédio na garganta, um reflexo de como minha vida parecia naquele momento. — O Max
Priscila Barcella Fiquei naquela sala por mais uma hora, e a cada minuto que passava, minha ansiedade aumentava. Meu coração estava apertado, e cada batida parecia ecoar em meus ouvidos. Me perguntava constantemente onde Liam estava e como ele estava. Recebi uma mensagem do Max, pedindo desculpas por não poder trazer a Nina. Ele teve um imprevisto e precisou ir para Brasília, mas prometeu que alguém estaria ajudando a Marta com as crianças, e que estaria de volta amanhã. Tentei me confortar com isso, mas a preocupação com Liam não deixava espaço para qualquer alívio. Então, para minha surpresa, a porta se abriu e Marta entrou com meus filhos e o senhor Fos. As crianças entraram correndo e me abraçaram com força. Eu precisava disso, precisava sentir o calor e o amor da minha família. Lágrimas de alívio e alegria brotaram em meus olhos quando vi Sebastião, Josefa e Ana entrando também. — Mamãe, o papai vai ficar bom, né? — Belinha perguntou, estendendo os bracinhos para mim, pedindo
Priscila Barcella Saí da sala, meu coração batendo acelerado. Cada passo em direção ao quarto onde Liam estava parecia durar uma eternidade. Quando finalmente cheguei à porta, senti um nó se formar no estômago. Eu estava prestes a vê-lo, mas não sabia em que estado ele estaria. Respirei fundo e empurrei a porta devagar. Liam virou a cabeça com cuidado quando me viu entrar. Seu rosto se iluminou com um sorriso fraco, mas reconfortante. — Pris...ci...la — ele disse com esforço, cada sílaba saindo com dificuldade. Seu sorriso, embora frágil, aqueceu meu coração. — Oi — falei, a voz embargada pela emoção enquanto me aproximava de sua cama. Senti uma onda de culpa me invadir. — Me desculpa, eu não deveria ter te mandado embora. Fiquei com raiva e não soube lidar. Mas me arrependi no mesmo minuto. Não tem como viver sem você — as palavras saíram atropeladas, a culpa e o arrependimento queimando em meu peito. Ele colocou a mão suavemente sobre minha boca, interrompendo meu fluxo de pala