Dante Salvatore3 semanas atrás Entrar na mansão da minha ex-esposa sempre me trazia uma mistura de sentimentos. Não havia qualquer ressentimento entre nós; na verdade, éramos bons amigos, mesmo eu não merecendo.O casamento não tinha dado certo, mas não por falta de respeito ou consideração. Simplesmente nunca houve uma paixão profunda, algo que nos mantivesse realmente conectados. E eu lidei com isso de um péssimo jeito.Para ser honesto, parte de mim estava aliviado que, após todos esses anos, pudéssemos finalmente seguir nossos próprios caminhos.Ao ser recepcionado pelos empregados, notei a familiaridade em seus rostos. Eles me conheciam bem, e eu os respeitava por manterem o ambiente tão bem cuidado e sempre serem tão bons conosco.— Bom dia, Sr. Salvatore. — A governanta me cumprimentou com um sorriso cordial, e uma formalidade que eu nunca gostei.— Bom dia, Georgia. Não precisa me chamar de senhor agora. — Respondi, dando uma olhada ao redor, sentindo um toque de nostalgia.
Dante SalvatoreEu nunca fui de admitir fraquezas. Faz parte do pacote de ser um Salvatore, imagino. Sempre mantive a compostura, tomei decisões calculadas e, acima de tudo, me mantive no controle. Pelo menos, era o que eu gostava de acreditar. Mas ali estava eu, de novo, em território desconhecido, tendo que me questionar se o verdadeiro motivo para ter aceitado esse novo cargo não era algo que preferia manter enterrado.— Então, Dante, o que te fez largar o mundo corporativo para se enfiar numa universidade? Abandonou o desejo de lecionar ha muito tempo. — Bia me perguntou, jogando a pergunta como se estivesse lançando uma isca.Ela sempre foi assim, uma observadora nata. Casar com ela me ensinou que, muitas vezes, o que Bia não dizia era tão importante quanto o motivo pelo qual aquilo saía de sua boca. E agora, ela estava me observando com aquela expressão cética que eu conhecia tão bem, esperando que eu entregasse mais do que pretendia.— Precisava de uma mudança. — Respondi, se
Dante SalvatoreCheguei ao restaurante antes de Ester, como de costume. O ambiente ao meu redor parecia conspirar para intensificar meu desconforto. O restaurante, sofisticado e intimidador, estava silencioso, com apenas o som suave de talheres tilintando ao fundo e a música suave ecoando discretamente. A iluminação era baixa, o que tornava o cenário ainda mais opressor. O ar-condicionado estava frio demais, e senti um arrepio percorrer minha nuca, como se pressentisse o que estava por vir.Antes de sair de casa, dei uma desculpa qualquer para Bia, algo sobre um encontro de negócios que eu tinha esquecido. Não queria que ela soubesse que estava me encontrando com Ester, especialmente porque nossa história é mais longa e complicada do que eu gostaria de admitir. Ester sempre foi uma presença constante e inconveniente em minha vida. Achei que me livraria dela quando saísse da editora onde éramos colegas, mas, de alguma forma, ela sempre encontrava um jeito de se infiltrar novamente.
Olivia FernandesEntrei na sala ao lado da reitoria, que foi designada para mim como assistente. Era um espaço pequeno, mas funcional, com uma mesa de madeira clara, prateleiras cheias de pastas e uma grande janela com vista para os jardins da universidade. Deveria ser um ambiente tranquilo, perfeito para o trabalho, mas tudo o que eu conseguia pensar era na proximidade de Dante. Ele estava a apenas uma porta de distância, e isso tornava quase impossível me concentrar em qualquer coisa além dele.Sentei-me na cadeira, respirando fundo, tentando afastar os pensamentos perturbadores. Havia muito a ser feito, e eu precisava provar para mim mesma que era capaz de fazer esse trabalho de forma competente. Mas minha mente continuava a vagar, voltando à noite passada, às sensações que ainda estavam tão vívidas na minha memória.Eu me lembrava claramente de cada toque, cada beijo, como se estivesse acontecendo novamente. Dante tinha um jeito de fazer meu corpo responder de maneiras que eu
Dante Salvatore“Até quando pretende inventar reuniões para evitar que sua mentira seja desmascarada?” Disse ao telefone, minha voz ríspida. Eu já não conseguia conter minha antipatia.Não precisaria saber muito para notar que Ester apenas buscava arrumar tempo e evitar que eu descubra que essa gravidez é falsa.No momento em que recebi a notícia, foi como se um raio tivesse me atingido.Meu corpo amoleceu sobre a cadeira e quase perdi a visão, ficando embaçada a cada segundo que passava.Ter outro filho nunca foi algo que tive vontade, pelo menos não depois de Lucas entrar na pré adolescencia.Até aquela época eu gostava de como ele era fofo e os outros da sua idade eram bochechudos e gentis, mas depois, tudo se torna muito mais complicado do que eu poderia explicar.Ser pai é algo que me deu outra visão da vida, e me fez perceber que tudo teria sido muito diferente se eu tivesse tido ele com outra mulher.E isso foi a primeira coisa que se passou em minha mente no instante em que E
Olivia Fernandes Minha mão direita se estendeu em direção a maçaneta dourada, sentindo o aço gélido contra minhas digitais. Segurei firme e a girei, mas algo em mim impedia que eu continuasse. Haviam vários motivos para eu não querer confrontar Dante, mas o maior deles era destruir a imagem perfeita que criei em minha mente. Eu conseguia visualizá-lo mesmo através da porta, sentado com a postura reta e bonita, observando os papéis enquanto empurra o óculos para cima de um jeito sexy que talvez só eu perceba que ele fazia com tanta peculiaridade. Conseguia sentir o cheiro do seu perfume exalar em contraste com o hidratante de mãos adocicado que ele retoca quando no ar frio. Podia sentir o gosto dele na minha boca mesmo com aquela m*****a porta nos separando, porque parecia que ele havia se gravado em mim. E eu não fazia a mínima ideia do que ele sentia quanto a isso quando se tratava de mim. Mesmo com todas as palavras bonitas, declarações enquanto fazíamos amor, toques que me f
Olivia FernandesPedir para Natália ter um pouco de senso de responsabilidade era como rezar para uma pedra. Eu poderia fingir que minhas preces adiantariam, mas no fim, todos nós sabíamos que aquilo era feito em vão. E, acredite, eu tentei. Pedi, implorei, tentei negociar e fazer trocas onde ela seria plenamente beneficiada para que eles encontrassem outro lugar para fazer essa tal festa. Porque, além de eu não querer arriscar meu cargo na reitoria, eu também não queria um monte de pessoas duvidosamente limpas sujando o carpete do lugar onde eu vivo na maior parte do mês.E eles não eram nada convincentes quanto à higiene. Eu podia ver pelo modo como se jogaram na cama de Natália assim que chegaram da rua, todos sujos pelo sei lá o que eles faziam.“Nós estávamos em uma rave,” o que me apelidou disse, como se tivesse lido meus pensamentos.“Não precisa se explicar,” falei, um tanto rude, mas esperava que ele entendesse que aquilo ali não era nada confortável para mim.“Preciso, senã
Dante SalvatoreTentei aliviar meus pensamentos antes de ir para casa. Não tinha muito o que fazer agora após assumir esse emprego na reitoria. Alguns podem achar corrido e um cargo exaustivo, e eu não poderia discordar, mas acho que meu emprego antigo me mantinha tão ocupado que nada poderia se comparar. Agora eu passava o dia todo sentado. Resolvia burocracias, mexia com papéis, conversava com alunos e pais de alunos infratores, resolvia tudo sobre bolsistas e tudo que envolve as funções de uma universidade. Porém, ao sair da sala e ir até a área de funcionários buscar um café com biscoitos, eu a via. Arrumava muitas desculpas para passar por aquela sala ao lado da minha, apenas para vê-la mais uma vez. Não sei exatamente como isso aconteceu, ou o motivo, mas Olivia me deixou encantado. Era como se agora eu fosse outro. Via tudo de um jeito diferente, enxergava coisas que antes não via. Ela me fazia querer ser melhor, e é peculiar o quanto mexeu comigo em tão pouco tempo. Em q