39: Jogo Perigoso

Dante Salvatore

Eu nunca fui de admitir fraquezas. Faz parte do pacote de ser um Salvatore, imagino. Sempre mantive a compostura, tomei decisões calculadas e, acima de tudo, me mantive no controle.

Pelo menos, era o que eu gostava de acreditar. Mas ali estava eu, de novo, em território desconhecido, tendo que me questionar se o verdadeiro motivo para ter aceitado esse novo cargo não era algo que preferia manter enterrado.

— Então, Dante, o que te fez largar o mundo corporativo para se enfiar numa universidade? Abandonou o desejo de lecionar ha muito tempo. — Bia me perguntou, jogando a pergunta como se estivesse lançando uma isca.

Ela sempre foi assim, uma observadora nata. Casar com ela me ensinou que, muitas vezes, o que Bia não dizia era tão importante quanto o motivo pelo qual aquilo saía de sua boca.

E agora, ela estava me observando com aquela expressão cética que eu conhecia tão bem, esperando que eu entregasse mais do que pretendia.

— Precisava de uma mudança. — Respondi, se
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