26: Mar

Olivia Fernandes

Dante colocou a mão em minhas costas, um toque sutil e respeitoso enquanto me amparava ao passarmos em meio à multidão do bar. Seguimos até seu carro em silêncio. Nos acomodamos, e ele ligou o rádio, ajustando para uma estação que tocava baladas antigas, o som preenchendo o espaço entre nós.

Gosto de sentir o vento em meu rosto enquanto a viagem segue, e não me incomodo com o silêncio enquanto ouvimos apenas o barulho do motor misturado com o chiado eventual do rádio, enquanto nos afastamos mais da cidade. A paisagem que passa pela janela parece um borrão, mas dentro do carro, o mundo parece desacelerar.

Trocamos alguns olhares enquanto ele se mantém atento à estrada, e percebo o quanto ele está tenso diante da pressão que sua mão faz contra o couro do volante. As veias que saltam quando ele tensiona os músculos me chamam atenção.

Desvio o olhar, tentando focar na paisagem lá fora para não me perder em devaneios. Aquele era um território desconhecido para mim, e o me
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