Olivia FernandesO prédio era imponente, com colunas altas e uma arquitetura que mesclava o moderno e o clássico, refletindo o prestígio da instituição.Entramos no grande salão da reitoria, e a primeira pessoa que avistamos foi a secretária do reitor. Ela estava de pé, organizando alguns papéis na mesa. Uma mulher de meia-idade, com um sorriso simpático que amenizava um pouco da minha tensão.— Bom dia, senhorita Fernandes. — Ela me cumprimentou com um sorriso. — Sou Ana. Vou tirar licença maternidade em breve, então vou te mostrar as tarefas básicas aqui na reitoria.
Olivia FernandesO mundo ao meu redor parecia desfocar, como se de repente nada mais fizesse sentido. Meus pulmões lutavam para respirar, e a pressão em meu peito aumentava a cada segundo. Eu precisava de um momento, de um lugar onde pudesse pensar sem a presença dele me dominando.— Olivia? — Kamila me chamou novamente, a preocupação evidente em sua voz.— Eu… — comecei, a voz fraca, quase inaudível. — Preciso de um minuto.Antes que ela pudesse responder, me virei e me dirigi rapidamente ao banheiro mais próximo. A porta se fechou com um clique suave, me isolando do mundo exterior. Meu corpo desabou contra a pia de mármore, e minha respiração se tornou irregular. Hiperventilando, tentei controlar o pânico que ameaçava me consumir."O que eu vou fazer?", pensei, enquanto as memórias da noite anterior me atingiam como um soco. As palavras de Kamila ecoavam na minha mente: "O reitor é um gostoso!". O choque de descobrir que Dante, o homem com quem eu havia passado a noite, agora era
Olivia FernandesEnquanto Kamila e eu caminhávamos em direção à porta da reitoria, meu coração batia forte no peito. Eu tentava manter a calma, mas a simples ideia de encarar Dante do outro lado da porta tornava isso quase impossível. Ana, a moça que estava nos treinando, percebeu nossa tensão e sorriu de forma tranquilizadora.— Não se preocupem, meninas. O novo reitor é um grande amigo e muito conhecido aqui na universidade. Todos sabem que ele é um chefe tranquilo, então não há motivo para nervosismo.Kamila soltou um suspiro audível, claramente aliviada com a informação. Eu, por outro lado, sabia que a realidade era bem diferente para mim. Quando Ana abriu a porta, senti meu estômago revirar. O olhar de Dante como Ana o chamava – encontrou o meu imediatamente.Ele arfou ligeiramente, desabotoando a gravata com um gesto rápido, como se de repente se sentisse sufocado. Eu conhecia aquela expressão. Estava ansioso, e não devido à nova posição. O pensamento de estarmos tão próximos nov
Olivia FernandesO som suave do relógio marcando o passar dos segundos ecoava na sala da reitoria enquanto eu esperava que ele falasse, mas Dante permanecia em silêncio, os olhos fixos nos meus com uma intensidade que me fazia sentir como se todo o ar tivesse sido sugado da sala. Era estranho vê-lo assim, tão sério, tão... diferente da noite passada.— É assim que vai ser, agora sou uma estranha prestes a ser entrevistada? — falei com bom humor, tentando aliviar a tensão que sentia em cada músculo do meu corpo.Ele riu baixinho, o som como uma suave melodia que fazia meu estômago se revirar. — Bom, não sei... eu não sabia que ia ter uma funcionária do seu nível. Acho que fiquei nervoso. — Dante retribuiu a brincadeira. O que deveria ser apenas uma conversa casual se transformou em algo muito mais profundo, algo que exigia palavras que eu não sabia como dizer. Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos. — Dante, eu... — Comecei, mas minha voz vacilou levemente. — Eu dever
Dante Salvatore3 semanas atrás Entrar na mansão da minha ex-esposa sempre me trazia uma mistura de sentimentos. Não havia qualquer ressentimento entre nós; na verdade, éramos bons amigos, mesmo eu não merecendo.O casamento não tinha dado certo, mas não por falta de respeito ou consideração. Simplesmente nunca houve uma paixão profunda, algo que nos mantivesse realmente conectados. E eu lidei com isso de um péssimo jeito.Para ser honesto, parte de mim estava aliviado que, após todos esses anos, pudéssemos finalmente seguir nossos próprios caminhos.Ao ser recepcionado pelos empregados, notei a familiaridade em seus rostos. Eles me conheciam bem, e eu os respeitava por manterem o ambiente tão bem cuidado e sempre serem tão bons conosco.— Bom dia, Sr. Salvatore. — A governanta me cumprimentou com um sorriso cordial, e uma formalidade que eu nunca gostei.— Bom dia, Georgia. Não precisa me chamar de senhor agora. — Respondi, dando uma olhada ao redor, sentindo um toque de nostalgia.
Dante SalvatoreEu nunca fui de admitir fraquezas. Faz parte do pacote de ser um Salvatore, imagino. Sempre mantive a compostura, tomei decisões calculadas e, acima de tudo, me mantive no controle. Pelo menos, era o que eu gostava de acreditar. Mas ali estava eu, de novo, em território desconhecido, tendo que me questionar se o verdadeiro motivo para ter aceitado esse novo cargo não era algo que preferia manter enterrado.— Então, Dante, o que te fez largar o mundo corporativo para se enfiar numa universidade? Abandonou o desejo de lecionar ha muito tempo. — Bia me perguntou, jogando a pergunta como se estivesse lançando uma isca.Ela sempre foi assim, uma observadora nata. Casar com ela me ensinou que, muitas vezes, o que Bia não dizia era tão importante quanto o motivo pelo qual aquilo saía de sua boca. E agora, ela estava me observando com aquela expressão cética que eu conhecia tão bem, esperando que eu entregasse mais do que pretendia.— Precisava de uma mudança. — Respondi, se
Dante SalvatoreCheguei ao restaurante antes de Ester, como de costume. O ambiente ao meu redor parecia conspirar para intensificar meu desconforto. O restaurante, sofisticado e intimidador, estava silencioso, com apenas o som suave de talheres tilintando ao fundo e a música suave ecoando discretamente. A iluminação era baixa, o que tornava o cenário ainda mais opressor. O ar-condicionado estava frio demais, e senti um arrepio percorrer minha nuca, como se pressentisse o que estava por vir.Antes de sair de casa, dei uma desculpa qualquer para Bia, algo sobre um encontro de negócios que eu tinha esquecido. Não queria que ela soubesse que estava me encontrando com Ester, especialmente porque nossa história é mais longa e complicada do que eu gostaria de admitir. Ester sempre foi uma presença constante e inconveniente em minha vida. Achei que me livraria dela quando saísse da editora onde éramos colegas, mas, de alguma forma, ela sempre encontrava um jeito de se infiltrar novamente.
Olivia FernandesEntrei na sala ao lado da reitoria, que foi designada para mim como assistente. Era um espaço pequeno, mas funcional, com uma mesa de madeira clara, prateleiras cheias de pastas e uma grande janela com vista para os jardins da universidade. Deveria ser um ambiente tranquilo, perfeito para o trabalho, mas tudo o que eu conseguia pensar era na proximidade de Dante. Ele estava a apenas uma porta de distância, e isso tornava quase impossível me concentrar em qualquer coisa além dele.Sentei-me na cadeira, respirando fundo, tentando afastar os pensamentos perturbadores. Havia muito a ser feito, e eu precisava provar para mim mesma que era capaz de fazer esse trabalho de forma competente. Mas minha mente continuava a vagar, voltando à noite passada, às sensações que ainda estavam tão vívidas na minha memória.Eu me lembrava claramente de cada toque, cada beijo, como se estivesse acontecendo novamente. Dante tinha um jeito de fazer meu corpo responder de maneiras que eu