Três

Tessa Clark

Já é segunda novamente.

Mais um dia de luta, aguardando seriamente os dias de Glória que prometeram. 

Levanto na força do ódio. 

O final de semana foi maravilhoso, aquele cara, o Elliot, foi maravilhoso. 

Além de muito educado, atencioso, era bom de cama. 

Cheguei em casa às 07:00 da manhã no dia seguinte. E ele ainda pegou meu número, e não, não falei meu nome verdadeiro. 

Deixa ele pensar. 

Dou risada sozinha enquanto me arrumo. 

Visto uma calça jeans, uma camiseta branca, calço um sapato e estou pronta. Sendo sincera, não consigo ir chique, mais pareço uma aluna que uma professora. 

Coloco meu óculos de grau e pego minha mochila, como não conseguir fazer nada no sábado, o domingo todo foi corrigindo provas e fazendo o planejamento semanal. 

E ainda respirando fundo, e pedindo aos céus paciência, já imaginado a indaga dia alunos que tiraram notas baixas. 

Eu não me considero uma professora ruim, na verdade sou muito elogiada pela maior parte dos alunos. 

Mas sempre tem aqueles, e sempre também tem professores ruins, e existem muitos. Mas com meus alunos tento ser o melhor possível. 

Especialmente quando dou aula aos alunos da Creche. Ali são os meus bebês, meu Deus eu amo crianças! 

Quando eu for mãe, com toda certeza serei uma mãe muito babona. 

— Bella! Estou saindo.— grito na porta do seu quarto. Ela ainda chegou depois de mim no outro dia. Respeitando a todo momento que tinha cometido um erro. 

Quando perguntei o que tinha acontecido.

Ela disse que tinha cometido um erro muito gostoso. E riu.

Vai entender essa doida.

— Está certo! — Grita atrás da porta.— Venha para o almoço. 

Bella sabia cozinhar qualquer coisa. Parecia mais de fada, e salvava eu, que sabia cozinhar, mas a comida tinha um gosto duvidoso.

Cheguei no ponto de ônibus bem na hora que ele vai parando! Graças a Deus. 

Táxis estão mais caros que tudo, e a privacidade de eu ser demitida depois dessas notas nós queridinhos era bem grande. Eu recebia bem, mas nem por isso, me dava luxo. 

Quando o ônibus para , eu ainda caminho um pouco e chego em frente ao grande colégio, ao todo, ele atende desde a creche, que pega alunos de 03 anos acima, até o ensino médio.

Era um colégio bem grande, e as áreas eram divididas de acordo com os ensinos. Junto era somente a área que ficava a diretoria e sala dos professores, e sala de reunião. 

E caminho em direção a fala dos professores, às vezes era impossível evitar passar lá. Então era o jeito, chego e abro a porta devagar, quando constato que não tem ninguém eu entro e vou até meu armário. 

Enquanto pego algumas coisas no armário sinto um vento bater e meus pêlos se arrepiam. 

E descubro o porque segundos depois. 

— Olha que beleza logo pela manhã.— escuto e me viro rapidamente para ver Jess atrás de mim. — Gostaria mesmo de ver você.

Meu estômago revira com repulsa só em ver ele. 

Quando ele fala então, parece que estou já vomitando. 

E para completar, ele está a poucos passos de mim.

— O que você quer? — falo com firmeza. 

Ele dá um sorriso, se fosse em outra época, esse sorriso teria sido lindo, mas hoje? Nojo total. 

Mas ele só tinha beleza por fora, os cabelos castanhos em um corte militar,  os olhos encantadores, encantava qualquer uma, menos eu. Não mais. Por dentro ele não tinha nada de bonito.

— Você é tão linda! — fala e passa a língua pelos lábios. — Sonho com você às vezes Tessa.

Vou vomitar.

— Não te dei essa liberdade de me chamar assim. — falo para ele. — Fale o que quer e me deixe em paz! 

— Calma, e só queria ver você e .......— ele fecha rapidamente aí ver que a professora de História, Sra Figueiredo entrou, elas nos encara, mas disfarça rapidamente.— Bom dia Sra Figueiredo, como eu ia dizendo Theresa, quero a participação dos seus alunos de matemática na olimpíada. 

— O quê? — desgraçado muda completamente o que fala. 

— Como eu falei anteriormente,— ele não tem nem vergonha na cara.— Mando para seu e-mail todas as informações. 

Ele dá tchau para mim e para a Sra Figueiredo e sai da sala, me deixando atômica no lugar. 

Eu mereço, era só o que faltava. 

Respiro fundo tentando não surtar, termino de pegar minhas coisas e saio da sala. Só aquele encontro com ele e alguém ter visto, já era motivo para um grande rebuliço de fofocas. 

Vou em direção a sala, quando entro Sarah já está na sala. 

— Bom dia professora! — ela fala animada. — Vai entregar as provas hoje? Estou ansiosa.

— Bom dia! Sim Sarah — falo sorrindo. — Não sei porque a ansiedade, você sempre se sai bem. 

Sarah era uma menina muito doce, vinha de uma família humilde, era bolsista, e umas das, senão a mais inteligente da turma, e não só na minha matéria, em quase todas. 

— Vai que dessa vez eu fui mal.— fala roendo a unha.

— Você sabe que não Sarah! Você é muito esforçada — falo para ela. — Como foi o final de semana? 

Ela murcha um pouco. 

— Foi bom.— fala já não tão animada. Eu desconfiava que Sarah tinha sérios problemas familiares em casa. Eu tentando não me meter, mas eu gostava muito dela. 

Coloco minhas coisas na mesa, e vou em direção a ela. 

— Está tudo bem Sarah? — pergunto olhando nos seus olhos, vejo a mesma vacilar. 

— Eu queria te contar uma coisa, mas.... — Ela começa meio hesitante — Eu...— mas antes que ela termine vários alunos entram na sala, então ela fica quieta novamente. 

— Depois conversamos — falo para ela. — Bom dia turma!

Ela balança a cabeça concordando. 

Então eu vou recebendo uma enxurrada de bons dias.

Toda escola tem seus grupos, eu observo os grupos se formando, à medida que os alunos entram.

Apesar dos pesares, eu amava o que fazia, e não trocava por nada. 

Dou um sorriso a todos, e início a aula. 

O dia já não tinha começado muito bom, mas mal sabia eu que mais tarde era que as coisas iriam piorar. 

Não imaginava nada disso, quando recebi do meu pai, que eu não falava a meses a seguinte mensagem: 

"Thereza, preciso da sua ajuda. Me ligue assim que puder." 

Nem um "Como você está filha." 

Mas devia esperar.

Ela não mandaria uma mensagem daquela por nada. 

A coisa era séria. 

E eu não imaginava como iria encontrar uma saída. 

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