Elliot Garden
Eu só podia ter jogado pedra na cruz em outra vida.
Estava tudo ruindo.
E o pior e a preocupação, a preocupação me domina assim que falo com o médico só de o estado do meu pai.
Já estava antes e agora piorou mil vezes. Meu estava internado, passou mal na tarde de domingo.
— Ele não quer o transplante.— falo ao médico.— Não tem outra coisa que poderia ser feito? Algo que pudesse melhorar?
Estou praticamente desesperado.
— Sinto muito.— ele fala me confortando.— O que é possível fazer além do transplante já estamos fazendo. Estamos dando o nosso melhor para a recuperação do seu pai.— ele continua.— Mas a condição dele é preocupante e delicada, e a idade não contribui.
— Ele vai poder ir para casa? — pergunto, minha vontade era chorar, mas precisava ser forte.
— Vou liberar ele, ficar em casa com a família é muito melhor, já que os medicamentos são orais não irá afetar o tratamento.— fala e vai saindo, mas antes que dê muitos passos volta.— Mas a qualquer sinal de alguma coisa, o traga rapidamente para o hospital. Sem nem pensar duas vezes.
— No mesmo instante.— galo.
— Então estamos combinados.
Concordo e vou para o quarto onde meu pai está.
— Filho..— ele fala com sua voz em um tom forte. — Vou poder ir para casa?
Meu pai foi um belo rapaz em sua juventude, acho que se o envelhecimento não tivesse chegado tão rápido ele seria até hoje, mesmo com seus 70 anos. O rosto aparentava todo o cansaço das dores que sentiu no dia anterior.
— Sim.— falo também cansado.— Mas cuidado dobrado, e pai, por favor, se sentir qualquer coisa me fale.— suplico a ele.
Meu pai não me falava quando estava sentindo alguma coisa. Quando eu vi, ele já estava sem conseguir respirar e segurando forte o peito.
Ele tinha essa mania teimosa.
— Eu não quero preocupar você com alarmes falsos.— ele fala. — E você também precisa descansar.
— Pai, em relação a você e sua saúde nunca são alarmes falsos. — falo o olhando. — O médico deu alta então vamos para casa, irei procurar alguém para ficar com você.
— Não precisa fi.....
— Isso não está em discussão. — corto ele, tento não ser tão duro, mas se deixar ele com essas ideias, ele insiste até o fim.
Suspiro.
— Só estou preocupado pai.— falo e vou até ele e seguro sua mão.
— Eu sei filho, eu sei.— ele fala.
Então arrumamos as coisas dele, as enfermeiras vêm preparar ele para ir para casa, tirar o aparelhos, depois recebemos a alta e a receita dos medicamentos.
Algum tempo depois que saímos do hospital, chegamos em casa. Lídia, a governanta da casa do meu pai, nos recebe.
Lídia era como uma segunda mãe, na casa dos 60 anos, mas ainda tinha todo seu espírito de vida.
Depois de acomodarmos meu pai no quarto dele. Desço com ela para a cozinha.
— Ele está bem agora? — ela pergunta preocupada. — Se perguntar a ele, ele sempre fala que está bem.
Lídia conhece meu pai desde que era criança, já que sua família também trabalhou para meus avós.
Eles se consideravam irmãos.
— Não muito Lídia, mas espero que ele fique.— falo me sentando na mesa da cozinha e apoiando meus braços nela. — O que você acha de contratar alguém para ficar com ele aqui?
— Acho que dou conta.— ela fala se sentando ao meu lado. — Não tem nenhum procedimento complexo, mas se for mais seguro para você contratar.
— Eu confio em você e sei que sabe agir.— falo e suspiro lentamente.— Acho que vou voltar a morar aqui.
Estava com essa decisão desde que ele adoeceu, e agora só se confirma.
— Eu acho muito bom isso filho. Ele ter você por perto.— ela fala e segura minha mão, olho para ela e vejo seus olhos cheios de água.
Dou um abraço nela.
Lídia era uma pessoa muito sensível, mas quando eu e meu pai precisamos do seu apoio na morte da minha mãe ela foi a pessoa mais forte do mundo.
Mas agora dava para perceber que ela não aguentaria ser forte.
— Você está uma manteiga derretida Lídia.— brinco com ela para tirar a tensão. — Vou subir para dar tchau a ele, e vou na empresa. Qualquer coisa você me avisa.
— Vá, cuidado.
Dou tchau a ela e subo as escadas para o quarto do meu pai.
A casa do meu pai era uma mansão, muito grande mesmo, toda branca, com área de piscina, de lazer, sala de música e muita coisa que se imaginar.
Cheguei ao quarto que meu pai agora ficava, depois que minha mãe morreu, ele mudou de quarto, não conseguiu dormir no quarto que viveu com ela, com todas as lembranças.
— Pai? — o chamo quando vejo ele sentado ao lado da janela. Ele se vira para mim. — Vou para empresa, então qualquer coisa me liga, qualquer coisa mesmo.
— Vai tranquilo filho.— ele me dá um sorriso.
— Mais tarde quando sair da empresa — começo a falar ainda em pé escorado na porta. — Vou passar em casa e pegar algumas roupas e minhas coisas, vou passar um tempo aqui.
— Filho, já falei que.....
— Eu só quero que melhore, como vou trazer minha namorada aqui se o senhor não melhorar?
Ele arregala os olhos na hora.
— Uma namorada? — ele fala e vejo um sorriso no seu rosto.
Olha só o que deixa o velho feliz.
— Isso te deixa feliz né meu velho? — eu ri.
— Claro filho,— ele fala sentado me olhando rindo.— Eu vou partir feliz sabendo que não estará sozinho nesse mundo.
— Pai....
— Eu quero que você encontre o mesmo amor que eu encontrei em sua mãe.— ele fala e dá um sorriso com os olhos fechados, provavelmente lembrando dela.— Um dia você vai saber do que eu estou falando, e quero que isso aconteça antes que eu parta dessa vida.
— Não fale em parti, vai dar certo, ainda vou ver você correndo com meus filhos no quintal. — falo e ele sorri mais ainda.
— Meu sonho filho, meu sonho. — fala caminhando até onde estou, seguro meu ombro e completa: — Agora cá trabalhar, tem um futuro para garantir.
Até me sinto mal de mentir para meu pai sobre uma namorada, mas ele fica tão feliz que desmentir não é uma opção.
Eu vou arrumar alguma pessoa que finja só por um tempo, um contrato onde ela não irá perder.
Eu só quero ver meu pai feliz.
Já perdi minha mãe, perder outra pessoa não quero por tão cedo sentir a mesma dor novamente.
Assim que penso como fazer para isso dar certo.
Ela vem a minha mente, a Feiticeira.
Dou um sorriso.
Agora quem vai te enfeitiçar sou eu.
Antes só preciso resolver algumas coisas em minha vida.
Tessa ClarkEu devia estar parecendo uma louca correndo pelas ruas, as buzinas fazendo uma festa.Eu só espero que eles não me atropelem, eu posso parecer louca, mas tenho amor à minha vida.Os óculos de grau já devem ter caído umas 20 vezes. Mas era necessário, meu pai se encontrava na lanchonete que eu acabei de para em frente. Aproveitei o horário de almoço para ir falar com ele, e só precisaria retornar à escola nas últimas duas aulas da tarde.Respiro fundo e entro procurando ele, o vejo sentado em uma mesa no canto, lendo um jornal.Caminho até ele meio hesitante. Parecia vários anos mais velho, que da última vez. — Oi pai.— falo assim que chegou à mesa. Ele tira os olhos do jornal e me olha com seus óculos. — Como vai? — Theresa, sente-se — fala, e eu sinto falta de outras palavras de carinho. — Aconteceu alguma coisa? — pergunto me sentando à sua frente. Ele coloca o jornal de lado.— Eu caí em um golpe.— ele fala como se fosse a coisa mais simples do mundo. — Como? — a
Elliot Garden Começo o dia na empresa analisando os novos projetos para construção das filiais. Os negócios já estavam em quase todo o país, e eu estava pensando em abrir filiais em outros países, e também investir em outros negócios.Logo que cheguei fui informado pela minha secretária que alguém chamada Theresa Clark gostaria de marcar um horário para falar a respeito das terras que comprei.Mas comprei tantas nos últimos dias que será difícil saber qual foi.E esse nome não me era estranho.E como sendo óbvio, pedi para Albert investigar, e ela era filha do ex-proprietário das terras, que perdeu elas em uma aposta. Patético, e muito bom para mim.Os Clarks.Dei um sorriso.Um plano sorrateiro começa a surgir em minha mente, mudando meus planos iniciais. Isso só poderia ser os ventos soprando a meu favor. Como não pensei nisso antes? Aceitei a reunião com ela, para saber o que ela quer falar, então estava marcada para depois do almoço. Meu pai tinha apresentado uma pequena me
Tessa Clark Ele só poderia estar louco. Não tinha cabimento. Será que os parafusos dele eram a menos? O idiota na cara dura me oferece um absurdo desse. Certo, claro, que eu queria as terras de volta, me oferecer como moeda de troca por conta da estupidez do meu pai? Nunca! — Você está louco? — pergunto indignada. — Como tem coragem de me oferecer uma coisa dessas? Pela sua cara ele não esperava uma reação diferente. — Você é do jeito que eu imaginava — ele ri. Rir. Como pode uma coisa dessas? — Qual a graça? — pergunto mais indignada ainda. — Você achou que eu ia me vender? — Longe de mim,— ele encontra na sua grande cadeira. — Imaginava que sua reação seria exatamente essa. Bem Thereza, você tem uma semana para me dar uma resposta. Apenas uma semana. Aguardo ansiosamente sua resposta. Nem me dou ao trabalho de responder ele, dou as costas e saio de sua sala, passo voando por sua secretária que me encara, e entro no elevador. Minha cabeça estava a mil, n
Tessa ClarkJá tinha mais de uma hora que Sarah dormia, então aproveitei para fazer alguma coisa para quando ela acordar comer.Estou seriamente preocupada, ela deu até febre depois que dormiu. E falava coisas desconexas durante o sono.Pensei em ligar para escola e pedir o número da casa dela para falar com a mãe.Só que pensei melhor e decidi aguardar ela, para me falar direito o que houve. Sarah é uma boa menina, ela não iria fugir de casa atoa. Quanto mais eu penso, mas minha cabeça dois.Espero realmente que não seja o que estou pensando. Ela não merece, ninguém merece isso.Estou escorado no balcão que divide a sala e a cozinha, observando ela.Vejo ela se mexer e abrir os devagar.— Oi, como está se sentindo? — pergunto e vejo seus olhos confusos focaram em mim.Ela me encarou, então arregalou os olhos se sentando rapidamente.— Professora, eu, eu — ela começa a ficar agitada, vou para o seu lado e seguro em seus ombros.— Sarah! Fica calma, por favor — falo e ela me encara.—
Elliot Garden O que um bom CEO não faz por um belo contrato? Não é? Pois é, porque cá estou eu há três dias, três longos dias enfiado onde Judas perdeu as botas, e nem wi-fi nesse lugar tem. Um calor dos infernos. Será a primeira coisa que farei, colocar uma wi-fi e um sistema de ar condicionado. O sacrifício dos homens devem ser exaltados. Mas graças a Deus tá chegando, só precisamos achar o caminho correto para voltar para o hotel e assinar o maldito contrato. Quando resolvi comprar o hotel Sharma eu não imaginava que ia ter que passar por tudo isso. — Calma, vamos achar o caminho certo!— ele fala rindo, sempre rindo. — Assim espero.— falo baixo. — Frescura homem! — ele fala balançando a mão. — Até parece que nunca andou em uma floresta. Tenho vontade de esganar o homem à minha frente. É claro que nunca andei. Se tivesse, com certeza estaria menos suado e fedido. Preciso urgente de um banho. Ah, se eu não precisasse desse contrato. — Pense em algo que te mo
Theresa Clark Já faz 2 dias que aquele ser respondeu meu email marcando para hoje o nosso "encontro" para tratar de negócios. Porque era isso que era, negócios. E cá estava eu me arrumando para encontrar ele às 19 horas. Sim, ele quis um jantar para "acertamos", apesar de minha insistência para resolvermos tudo na sua empresa, mas não, o bonito quer lá. Mas se é ele que vai pagar, quem sou eu para falar nada.E ele me enviou o absurdo do contrato dele, onde eu fiz questão de riscar a maior parte das cláusulas. Filho de uma mãe daquele.Como ele ousa dizer que se não quiser passar a ideia de chifruda devo satisfazer ele? Louco. Ele não disse exatamente com essas palavras, mas quis dizer isso. Ah mais eu ia esfregar sua cara no hoje. Ou não me chamo Theresa!Vesti um vestido simples preto, um salto baixo, não passei maquiagem e vamos lá. Queria estar vestida para matar, porém estou sem uma gota de ânimo. Sarah ainda me preocupa, ela anda calada, não está indo a escola, e eu
Elliot Garden Mulher era um ser que deveria ser estudado. E ela principalmente. Feiticeira do cão!Mulher do gênio forte, e ainda por cima era muito inteligente. Mas também era um desastre em pessoa. Dou risada só de lembrar. Ela quebrou três taças no restaurante, e quase que caia de cara no chão, se não tivesse batido na parede. Não sei qual dos dois seria pior.Deve ter doido, pra cacete.Ainda bem que o restaurante fazia parte dos meus investimentos, se não ela seria cobrada por tudo.Mas também, aquela criatura quase bota o prédio abaixo.Dou gargalhada só de lembrar daquela cena. E ela ficou vermelha como um pimentão.Mas me surpreendeu ao saber analisar o contrato.Eu enviei, para provocar ela, um contrato absurdo, sabia que ela iria vir como uma onça para cima de mim.Uma bela onça.Eu iria gostar, não nego.Mas ela agiu muito bem.Porque na verdade não me importei em pesquisar muito sobre o que ela era. Simplesmente era filha dele, e já era suficiente.Mas naquela noite a
Tessa Clark Merda! Tenho vontade de arrancar meus cabelos fora! É mestria mas as vezes dá, porque o bonito não quer ficar arrumado. Estou tentando fazer um rabo de cavalo, mas está parecendo mais um ninho. Que ódio, meu cabelo sempre faz assim em dias que preciso sair. Mas respiro fundo e tento ajeitar ele mais uma vez. E mais uma vez não deu certo. Suspiro frustrada e desisto. Olho minha roupa e acho que está bom assim. Um vestido branco colado, ia até os joelhos, um salto baixo, uma bolsa simples, e uma imitação barata de um rabo de cavalo. E assim estou proenta para ir assinar aquele maldito contrato que eu só poderia esta com a cabeça enfiada no meio da bunda para pensar em aceitar uma coisa daquelas. E como de lei, antes de conseguir sair do quarto, me abaixei para pegar o meu cartão que deixei cair, e ao levantar me desequilibro e caio contra a cômoda, essa que tinha um lindo porta retrato de vidro, que vai ao chão, só podia ser eu. — Droga! Assim vou acabar c