Seis

Elliot Garden 

Começo o dia na empresa analisando os novos projetos para construção das filiais. 

Os negócios já estavam em quase todo o país, e eu estava pensando em abrir filiais em outros países, e também investir em outros negócios.

Logo que cheguei fui informado pela minha secretária que alguém chamada Theresa Clark gostaria de marcar um horário para falar a respeito das terras que comprei.

Mas comprei tantas nos últimos dias que será difícil saber qual foi.

E esse nome não me era estranho.

E como sendo óbvio, pedi para Albert investigar, e ela era filha do ex-proprietário das terras, que perdeu elas em uma aposta. 

Patético, e muito bom para mim.

Os Clarks.

Dei um sorriso.

Um plano sorrateiro começa a surgir em minha mente, mudando meus planos iniciais. 

Isso só poderia ser os ventos soprando a meu favor. 

Como não pensei nisso antes? 

Aceitei a reunião com ela, para saber o que ela quer falar, então estava marcada para depois do almoço. 

Meu pai tinha apresentado uma pequena melhora, era pouca, mas qualquer coisa já era bom. 

Contratei um fisioterapeuta para fazer alguns exercícios com ele em casa, o médico recomendou e eu achei uma boa ideia. 

Mesmo com ele sendo bem cuidado, a preocupação não passa, então eu estou agora ligando novamente para Lídia, para saber.

— Oi Lídia.—  falo assim que ela atende.

— Elliot, essa já é a sexta vez filho,— ela fala rindo.— A última foi a dez minutos. Admiro sua preocupação, mas está tudo bem, trabalhe tranquilo.

E desliga.

Acho que o medo de perder alguém está me enlouquecendo antecipadamente, é como dizem, mesmo que um dia todos iremos morrer, ninguém está pronto para perder quem ama.  E eu sou uma delas.

Mortes esperadas sofremos antecipadamente, a cada dia.

Mortes repentinas, a ocorrência nos tira o chão.

A sensação que senti quando minha mãe morreu não desejo a ninguém. 

Não se preocupe mãe, eu vou cuidar de tudo, como eu prometi.

Saio dos pensamentos com batidas na porta.

— Sr. Garden — Vivian, minha secretária entra na sala.  — Vim trazer esses documentos para o senhor assinar.

E debruça exageradamente para frente me entregando os documentos, e a visão esclarecedora do seu decote.

— Obrigada Vivian, pode se retirar.

Porém ela permanece no mesmo lugar.

Encaro ela esperando que fale alguma coisa.

— O senhor tem certeza que não precisa de mais nada? —  pergunta lambendo os lábios.

— Não Vivian, pode sair.—  a decepção toma conta do seu rosto, mas ela se vira e sai rapidamente.

Já tive um caso com Vivian, apenas uma noite, mas foi o suficiente para ela ficar no meu pé desde então.

Era um saco.

Alguém b**e à porta novamente, não vou terminar esse relatórios nunca, só pode ser os secretários do diabo.

— Cara,— e não é que realmente era? Albert entra pela minha sala, em seu habitual terno.— Você está sabendo? 

— Não?— falo ainda com os olhos nos documentos que estava revisando.

— O acionista McCal passou tudo para seu filho.— Agora eu infarto. 

— É o'que?— perguntei sem acreditar. 

— Você não recebeu o e-mail? — fala e eu rapidamente abri meu notebook e entro em meu e-mail. 

A bomba está lá. 

McCal é um dos acionistas da minha empresa. Um excelente profissional, totalmente diferente do irresponsável do filho. Que eu odiava com todas as minhas forças. 

— Será se ele não aceita vender as suas ações? — Pergunto a Albert.— Faça uma proposta. 

— Posso até fazer Elliot, mas acho difícil. — ele fala e vai até o sofá da minha sala e se deita. — O que o filho dele mais quer é atrasar sua vida. 

Isso é verdade com toda certeza.

Nossa raiva um com o outro não é de agora, estudamos juntos e desde já a rivalidade já existia. 

— Como ele faz uma coisa dessa de uma hora para outra?  — pergunto indignado, ele estava em uma reunião comigo semana passada. 

— Isso já é fofoca — ele fala — Ouvi dizer que ele vai se casar com a ex-namorada do filho.

Ele me encara e eu encaro ele.

— Sério que ele não percebeu esse golpe? — falo. 

— Aparentemente não, já que as ações vão ser divididas entre os dois, e agora o que ele vai deixar para o filho mais novo é muito menor que o esperado. 

— Meu deus — falo e passo a mão na cabeça. 

— Existe de tudo nesse mundo. 

— Com essa bomba é que eu sei que não vou me concentrar. — fala suspirando.

— Cara, relaxa, ele só tem 5% das ações.— ele fala e se levanta e vem até mim.

— Só em vê-lo já me irritarei — falo, mas volto às meus documentos. 

— Você vai almoçar? — ele me pergunta já na porta. 

— Não, pedi para entregarem aqui.

— Certo, qualquer coisa me chama. 

E vai embora.

Depois do almoço volto até usar os contratos, até que Vivian liga avisando que a Theresa Clark já está aguardando, autorizo ela entrar e aguardo.

E a maior surpresa eu tenho quando ela passa pela porta. 

Theresa era nada mais, nada menos que Bella.

A Feiticeira da balada.

Esses últimos dias estiveram tão corridos que nem pude procurar por ela, mas o destino é muito bom, porque a trouxe até mim. Porra!

— Theresa Clark, ou devo dizer Bella? — falo sorrindo. 

Ela ainda se encontra me encarando atômica.

— Vo..Você? — pergunta — Meu Deus.

Como o mundo é pequeno.

— Sente-se Theresa — falo apontando para a cadeira na frente da minha mesa. — Esse é seu nome mesmo né? 

— Sim — ela fala baixo — Eu....me...

— Vamos deixar essa questão para lá por enquanto — falo, mas sua cara estava hilária.

Ela respira fundo.

— Certo,— ele fala mais calma agora — Você sabe por que estou aqui? 

— Desconfio. — mentira, eu sabia exatamente, além da pesquisa, o cara que me vendeu ligou avisando que o pai dela ligou desesperado. 

— Certo.— começa ainda nervosa, apertando a alça da sua bolsa.— O meu pai fez uma aposta, uma estúpida aposta e perdeu todas as suas terras, ele está juntando dinheiro para recuperar, mas descobriu que já tinham vendido elas. 

— Sim,— falo, mas estou mais concentrado em sua boca se movendo. — Continue.

— Eu vim aqui, ver se teria alguma maneira de você nos vender de volta? — fala apreensiva.

Uma ideia começou a surgir na minha cabeça.

Ia lançar meu encanto.

— Você tem o dinheiro? — pergunto apoiando minhas mãos na mesa e lhe encarando. — Eu vendo de volta por 1 milhão de dólares. 

Ela arregala os olhos imediatamente.

— Isso tudo? Eu não… — ela se cala e respira fundo — Teria alguma maneira de você dividir? Não temos tudo isso, mas podemos conseguir pelo menos alguma coisa, não precisa ser o terreno todo. 

— Infelizmente não posso. O que planejo ocupa toda a área, se eu for vendê-la, venderei toda ou nenhuma. — falo encarando ela. 

Vejo seu rosto se desanimar na hora. 

— Certo — se levanta da cadeira — Obrigada pelo seu tempo. 

E se vira para ir embora, mas antes que ela alcance a porta, eu jogo o meu próprio feitiço. 

— Eu tenho uma proposta para você.— falo e ela se vira rapidamente. — Case-se comigo, e dentro de um ano as terras serão suas novamente. 

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