Capítulo LV

A noite transcorreu normalmente e Carlos já estava entretido na sua tarefa matinal. Ramon fizera o turno anterior e voltara a dormir. De repente, em meio ao sono, foi surpreendido por Carlos.

— Ramon, Ramon! Acorde! Tem alguma coisa estranha aqui!

Ramon, num sobressalto, agarrou sua automática e saiu rapidamente da barraca. Mesmo com os olhos embaçados pelo sono, ainda teve tempo de ver algo se formando no centro do acampamento.

— Chame os outros, disse a Carlos. Acho que temos visita.

Em poucos segundos o corpo estava completo. Era um homem calvo, barbudo e com as vestes sujas e esfarrapadas.

Ramon se aproximou. O homem recobrou os sentidos, levantou a cabeça e sorriu ao mesmo tempo em que deixava transparecer sua incredulidade. Além das roupas em trapos, apenas uma lupa na mão direita. Ramon tentou reconhecer o rosto diante de si, mas não foi preciso. O visitante se apresentou.

— Sou eu, Ramon! Sou eu! Júlio Gobby! O Julião, cara! Eu

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