Minha mãe escorraçou Arthur aos gritos. — Você não passa do filho do dono do mercado. Minha filha não vai perder jamais essa oportunidade! Eu não vou deixar! Fora daqui agora! Eu meneava a cabeça desesperada, tentando evitar o delírio da minha mãe. Ela parecia enlouquecida de ódio. Alguns funcionários correram para saber o que acontecia. — Coloquem esse rapaz para fora daqui! Ele está ameaçando o emprego de vocês! O motorista, a cozinheira e a arrumadeira não entenderam bem o que a minha mãe quis dizer, mas seguraram o braço de Arthur e pediram para que se retirasse por bem. — Isso não pode ficar assim! — Arthur gritou antes de sair. Quando minha mãe se achegou para os funcionários e descaradamente começou a explicar a situação, eu subi para o meu quarto envergonhada. — Nora está prometida a Victor Sorano, entenderam? Precisamos evitar que esse rapaz estrague tudo! Eu bati a porta do meu quarto para não ouvir mais a voz da minha mãe. Deitei
Chegou finalmente o dia do meu casamento. Eu não estava feliz como uma noiva deveria estar, mas como me vi em situação pior quando fui comunicada que estava prometida ao homem de pedra, estava no lucro. Eu só pensava que Arthur era meu amigo e iria me ajudar a se livrar da sorte em que minha mãe me colocou. Tudo de ruim que eu havia ouvido falar de Victor Sorano era suficiente para alimentar o meu trauma de moça simples do interior que até aquela idade não pensava em casar e havia dado apenas alguns beijinhos de leve em alguns rapazes da cidade. Desses que encontramos na praça nos fins de semana com as amigas. Arthur foi o primeiro a me beijar. Eu só tinha quinze anos, assim como ele. Ainda custava a acreditar que o pai dele fazia gosto no nosso casamento. Nós nem namoramos. Chegamos com a notícia bombástica de que precisávamos nos casar para reparar um erro. Eu era tão boba e ingênua que acreditei. Eu tinha fama de moça rica e estudada que não cairia nas graças de p
Não demorou muito e a minha casa foi praticamente invadida por curiosos. Minha mãe entrou afastando as pessoas. Ela as reprovava impaciente: — Saiam da minha casa, bando de abutres! Eu estava confusa. Não conseguia acreditar no que as pessoas diziam. — Não é verdade, é mãe?— foi a primeira vez em que eu segurei o meu ventre lembrando-me de que carregava um filho ali. — Filha, não acredite nessas pessoas! Não houve sequestro algum! Eu não sabia como minha mãe tinha tanta certeza do que dizia, mas aceitei o seu abraço que era tudo o que precisava naquele momento. Depois de um tempo, Ana e Maria chegaram da cozinha com um copo de água e minha mãe se afastou falando como quem escolhe as palavras: — Eu não queria te deixar triste, filha, mas eu creio que o seu noivo desistiu de se casar. Ele é jovem e deve ter ficado assustado com tanta responsabilidade, ainda mais você estando grávida! Eu olhei para a minha mãe sem acreditar em tamanha crue
Eu acordei como se tivesse levado uma surra. O corpo todo doía. Maria veio me trazer um chá calmante e me ajudou a sair da cama. — Venha menina! Precisa ser forte. Vamos comer alguma coisa e irá enfrentar o mundo de cabeça erguida. Eu olhei curiosa para ela. Claro que Maria e Ana sabiam de tudo o que acontecia. Minha mãe as tinha como fiéis escudeiras. Ana entrou para arrumar o meu quarto e não me olhou nos olhos. Então eu comecei a falar sem parar: — O que vocês sabem que eu ainda não sei? O que pode ser pior do que ser deixada no altar? Descobrir que o noivo passou mal e está num hospital? Andem, conte tudo logo de uma vez! Foi armação da minha mãe, não foi? Maria suspirou me encarando com os braços cruzados, enquanto Ana se aproximava. — Não tenha pressa, menina! Logo vai saber o tamanho da lambança que a sua mãe e o tal homem de coração gelado foram capazes de fazer. Eu suspirei resignada e caminhei para fazer minha higiene pessoal. Quando vo
Eu entrei em casa bufando e encontrei a minha mãe com ar de satisfeita. — Quem são esses seguranças na porta? São homens dele, não é?— eu fui logo falando. — Sim, são homens do seu noivo!— minha mãe respondeu tranquilamente enquanto examinava as unhas da mão. — Estou presa em minha própria casa, é isso?— questionei irritada. — Eles sempre estiveram aí, querida. Você é que nunca percebeu! Eu ainda fiquei confusa na minha ingenuidade. Claro que esses homens nunca estiveram ali. Victor ligou para minha mãe e lhe deu ordens para me guardar. Eu subi as escadas batendo os pés com força no assoalho. Ana veio correndo atrás de mim. Ela fechou a porta atrás de si e foi falando: — Foi isso mesmo, Nora! O homem ligou aqui e avisou que estava mandando esses seguranças para evitar que você fugisse. Sua mãe mandou mensagem para o Antônio atrasar um pouco a viagem para que vocês fossem ultrapassados. Eu consegui me lembrar que Antônio parou numa loja de conven
Eu fiquei bem à vontade. Deixei que parte dos meus seios ficassem à mostra e as pernas sempre entreabertas fazendo movimentos contínuos para que a minha calcinha aparecesse. Era branca, rendada e minúscula. Eu me divertia pensando na reação de Victor. De fato, ele estava incomodado. Tentava disfarçar o sentimento de incômodo que as fotos lhe causavam. Temia que percebessem que por vezes elas lhe provocavam ereção. Eu via pelas fotos que chegavam de volta o quanto ele estava impaciente. Por vezes colocava uma mão sobre o roupão na altura das coxas, comprimindo o tecido sobre a roupa íntima. As vezes eu achava que Victor se deixava fotografar propositadamente de forma sensual para me provocar, mas a tola achava que só ela teria a brilhante ideia. Ficamos assim, sutilmente mandando recado um para o outro através de fotos ousadas até que uma das moça disse: — Chega de fotos, vocês vão ter a noite inteira para se exibir um para o outro. Agora precisam se vestir
Eu pensei que fosse desmaiar, tamanho foi o pavor que eu senti ao ver tanto ódio naqueles olhos sombrios do então meu marido. Vontade não me faltou de sair correndo, implorando para que anulasse aquele casamento. Na verdade, eu também tinha um desejo enorme de pedir perdão e dizer que estava apaixonada por ele. Eu estava mesmo perdida. O que seria de mim agora? Eu estava num mato sem cachorro. Por mais que eu achasse que era perigoso estar ao lado de Victor eu sabia que o que eu sentia por ele era mais forte. As mãos fortes dele comprimiam minha pele delicada e os meus olhos imploravam clemência. Acho que eu tentei dizer algo em minha defesa, mas as palavras morreram em minha garganta. Eu vi Victor se afastar contrariado e o meu mundo desabou. Eu realmente estava apaixonada pelo temido Homem de pedra. Eu queria ir atrás dele, me humilhar diante de todos, mas ainda tinha um pouco de juízo. Já pensou? Ele iria tripudiar sobre mim diante de um
Eu parecia uma adolescente ansiosa atrás do meu príncipe falando animada: — Está bem, está bem! Chegamos finalmente ao tal quarto e não ouvíamos mais o som da música nem dos falatórios dos convidados. Victor me puxou com violência, logo que passou a chave na porta. — Vamos acabar logo com isso!— ele disse me empurrando sobre o leito. Ele nem tirou o meu vestido. Abaixou-se no meio das minhas pernas e ergueu o vestido com dificuldade pois ele era acinturado e justo no meu corpo. Eu pensei que ele iria rasgar. Foi tudo muito rápido. A minha roupa íntima de baixo foi arrancada, melhor, rasgada. Victor ficou de pé abaixando as calças e me encarando sério. Eu já não tinha certeza se queria mais aquilo. Seria outra experiência traumática. — Não! — eu gritei. Mas ele não me deu ouvidos, ergueu as minhas pernas e me penetrou de uma vez. Eu senti uma dor terrível. Pior que da primeira vez. — Não Victor, não! — eu implorava em vão. Victor estava tão ereto, parecia me fu