Capítulo 4

Mason  

Deixei de ser racional no momento em que entrei na sala que agora me pertencia e me deparei com uma bela de uma bunda inclinada na minha direção.

A saia que a vestia, parecia ser justa, o tecido bom, pois não conseguia ver o formato da calcinha que a mulher na minha frente usava ou se não usava.

Não quis imaginar o tipo de calcinha, pois não queria no primeiro dia sendo presidente da empresa ser acusado de assedio, mas pude olhar com atenção a medida que me aproximava e quando estava perto o bastante, inalei profundamente o perfume que seu corpo exalava; diferente da maioria das mulheres que conhecia, não era um perfume doce ou que lembrava alguma flor que não fazia ideia de qual era o nome.

O aroma que me envolve é como uma brisa fresca em uma manhã de outono, sutil e intrigante.

Não é doce nem floral, mas sim uma mistura de notas amadeiradas e cítricas que dançam delicadamente ao meu redor.

Quando ela se vira de repente na minha direção, nossos corpos ficam separados por poucos centímetros, o suficiente para que meus olhos percorram pelos olhos redondos, maçãs do rosto altas e lábios definidos, moldados em um rosto com formato invertido.

Sinto meu coração bater mais rápido enquanto meu olhar é capturado pela intensidade daqueles olhos, tão profundos e expressivos, que parecem refletir um universo inteiro de emoções.

Cada traço do seu rosto parece esculpido com precisão, criando uma beleza única e hipnotizante. É como se o tempo congelasse nesse momento, e eu me encontro completamente cativado pela sua presença deslumbrante.

Mas não há um sorriso no seu rosto, como esperava, nem mesmo quando me apresento, acreditando que facilitaria as coisas para mim.

— Pode muito bem fazer isso — As janelas em minhas costas tremem, quando ela b**e a porta ao sair e só sei pensar em como os próximos dias seriam interessantes.

Pego o gancho do telefone, apertando a discagem rápida, sendo atendido no instante seguinte.

— Manson, algum problema? — Jen pergunta ao atender.

— Quem é a secretária? — pergunto sem rodeios.

Breve pausa.

— Eu mesma a entrevistei — diz rapidamente — O curriculum dela é excelente para uma secretária, quase extraordinário. Tem ótimas referências, além da carga de aprendizado. Tenho certeza, que ela foi a melhor opção.

Reviro os olhos,  nem um pouco curioso com as especializações da secretária. Na verdade, queria saber se ela era especializada em outras coisas, coisas essas que poderíamos fazer entre nós dois ou quantas outras pessoas ela quisesse.

— Não sei o nome dela.

— Ela não se apresentou?

— Nome, Jen.

— Tara. O nome dela é Tara.

— O que mais?

— Posso mandar o curriculum dela.

— Prefiro que você diga — rebato.

— Ela tem vinte e seis anos, solteira, não tem filhos, se formou com honras em administração na universidade e... — Ela solta o ar dos pulmões —  é a melhor opção que você tem no momento.

Tinha uma leve impressão que Gemma, havia dado um jeito para que Jen garantisse que a presidência seria minha. E para Jen, a melhor forma de garantir isto, era sendo auxiliado por uma pessoa que acreditasse ser capaz.

— Descubra o endereço dela.

— Por quê?

— Desde quando faz perguntas? — Ela não responde, apenas ouço sua respiração baixa do outro lado da linha — Não costuma fazer perguntas quando está em baixo de mim.

— Mason...

— Sou seu chefe agora, então acredito que tenha que fazer tudo o que quiser e agora quero que descubra aonde minha secretária mora.

Um breve silêncio se instala mais uma vez, até que Jen me dá a melhor resposta que poderia me dar.

— Certo.

— Quero o endereço em vinte minutos por mensagem de texto — digo antes de deslizar e recostar na cadeira de couro que, giro em direção da janela, observando por um momento a imensidão de prédios ao redor.

Antes mesmo dos vinte minutos, o endereço da minha secretária chegou por mensagem de texto e agradeci meu pau por ter feito mais uma vez um ótimo trabalho com Jen.

Percebi apenas na hora seguinte de que estava diante de um desafio, quando Tara passava as ligações para mim sem qualquer aviso prévio, documentos chegavam em minha mesa para ser assinados sem eu ter ideia do que se tratava e até mesmo, precisava olhar na minha agenda reuniões e ligações que tinha marcado.

O comportamento de Tara me deixava pensar que queria ser demitida no seu primeiro dia de trabalho, era como se assim como eu, não quisesse estar ali. E se isto fosse verdade, até a entendia, não queria estar ali e pressentia que aquela cadeira não seria minha.

No fim do expediente, após nem ter almoçado, sentia que havia trabalhado por dois: por Tara e por mim.

Ao sair da minha sala, depois de horas lá dentro, a encontro folheando uma revista qualquer e pela sua expressão, nada do que via a interessava. Mas assim que percebeu que o expediente acabou, deixou a revista de lado e se concentrou em pegar suas coisas.

— Você não é de falar muito, não é? — pergunto sem tirar os olhos dela.

— Deveria contratar outra secretária — diz sem ao menos olhar em meus olhos.

— Por quê?

— Não é óbvio? — Ela começa a andar para longe de mim — Acho que cometi um erro.

Não penso duas vezes em a seguir, sem deixar de notar o modo que sua bunda se movia apertada naquele tecido. Podia até ouvi-la gritando, implorando para que a liberta-se.

— Está se demitindo? — pergunto confusa, quando ela entra no elevador, finalmente me olhando.

Ela ergue as sobrancelha, estreitando os olhos.

— É estou e você é mais burro do que pensei — Ela aperta um dos botões do painel.

— Podemos conversar sobre isso, enquanto levo você... — Antes que pudesse terminar, as portas se fecham e me pego incrédulo.

Ela havia mesmo se demitido no primeiro dia de trabalho!

E isto poderia fazer com que Gemma ficasse ainda mais no meu pé. Não podia deixar ela ir.

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