Mason
Deixei de ser racional no momento em que entrei na sala que agora me pertencia e me deparei com uma bela de uma bunda inclinada na minha direção.
A saia que a vestia, parecia ser justa, o tecido bom, pois não conseguia ver o formato da calcinha que a mulher na minha frente usava ou se não usava.
Não quis imaginar o tipo de calcinha, pois não queria no primeiro dia sendo presidente da empresa ser acusado de assedio, mas pude olhar com atenção a medida que me aproximava e quando estava perto o bastante, inalei profundamente o perfume que seu corpo exalava; diferente da maioria das mulheres que conhecia, não era um perfume doce ou que lembrava alguma flor que não fazia ideia de qual era o nome.
O aroma que me envolve é como uma brisa fresca em uma manhã de outono, sutil e intrigante.
Não é doce nem floral, mas sim uma mistura de notas amadeiradas e cítricas que dançam delicadamente ao meu redor.
Quando ela se vira de repente na minha direção, nossos corpos ficam separados por poucos centímetros, o suficiente para que meus olhos percorram pelos olhos redondos, maçãs do rosto altas e lábios definidos, moldados em um rosto com formato invertido.
Sinto meu coração bater mais rápido enquanto meu olhar é capturado pela intensidade daqueles olhos, tão profundos e expressivos, que parecem refletir um universo inteiro de emoções.
Cada traço do seu rosto parece esculpido com precisão, criando uma beleza única e hipnotizante. É como se o tempo congelasse nesse momento, e eu me encontro completamente cativado pela sua presença deslumbrante.
Mas não há um sorriso no seu rosto, como esperava, nem mesmo quando me apresento, acreditando que facilitaria as coisas para mim.
— Pode muito bem fazer isso — As janelas em minhas costas tremem, quando ela b**e a porta ao sair e só sei pensar em como os próximos dias seriam interessantes.
Pego o gancho do telefone, apertando a discagem rápida, sendo atendido no instante seguinte.
— Manson, algum problema? — Jen pergunta ao atender.
— Quem é a secretária? — pergunto sem rodeios.
Breve pausa.
— Eu mesma a entrevistei — diz rapidamente — O curriculum dela é excelente para uma secretária, quase extraordinário. Tem ótimas referências, além da carga de aprendizado. Tenho certeza, que ela foi a melhor opção.
Reviro os olhos, nem um pouco curioso com as especializações da secretária. Na verdade, queria saber se ela era especializada em outras coisas, coisas essas que poderíamos fazer entre nós dois ou quantas outras pessoas ela quisesse.
— Não sei o nome dela.
— Ela não se apresentou?
— Nome, Jen.
— Tara. O nome dela é Tara.
— O que mais?
— Posso mandar o curriculum dela.
— Prefiro que você diga — rebato.
— Ela tem vinte e seis anos, solteira, não tem filhos, se formou com honras em administração na universidade e... — Ela solta o ar dos pulmões — é a melhor opção que você tem no momento.
Tinha uma leve impressão que Gemma, havia dado um jeito para que Jen garantisse que a presidência seria minha. E para Jen, a melhor forma de garantir isto, era sendo auxiliado por uma pessoa que acreditasse ser capaz.
— Descubra o endereço dela.
— Por quê?
— Desde quando faz perguntas? — Ela não responde, apenas ouço sua respiração baixa do outro lado da linha — Não costuma fazer perguntas quando está em baixo de mim.
— Mason...
— Sou seu chefe agora, então acredito que tenha que fazer tudo o que quiser e agora quero que descubra aonde minha secretária mora.
Um breve silêncio se instala mais uma vez, até que Jen me dá a melhor resposta que poderia me dar.
— Certo.
— Quero o endereço em vinte minutos por mensagem de texto — digo antes de deslizar e recostar na cadeira de couro que, giro em direção da janela, observando por um momento a imensidão de prédios ao redor.
Antes mesmo dos vinte minutos, o endereço da minha secretária chegou por mensagem de texto e agradeci meu pau por ter feito mais uma vez um ótimo trabalho com Jen.
Percebi apenas na hora seguinte de que estava diante de um desafio, quando Tara passava as ligações para mim sem qualquer aviso prévio, documentos chegavam em minha mesa para ser assinados sem eu ter ideia do que se tratava e até mesmo, precisava olhar na minha agenda reuniões e ligações que tinha marcado.
O comportamento de Tara me deixava pensar que queria ser demitida no seu primeiro dia de trabalho, era como se assim como eu, não quisesse estar ali. E se isto fosse verdade, até a entendia, não queria estar ali e pressentia que aquela cadeira não seria minha.
No fim do expediente, após nem ter almoçado, sentia que havia trabalhado por dois: por Tara e por mim.
Ao sair da minha sala, depois de horas lá dentro, a encontro folheando uma revista qualquer e pela sua expressão, nada do que via a interessava. Mas assim que percebeu que o expediente acabou, deixou a revista de lado e se concentrou em pegar suas coisas.
— Você não é de falar muito, não é? — pergunto sem tirar os olhos dela.
— Deveria contratar outra secretária — diz sem ao menos olhar em meus olhos.
— Por quê?
— Não é óbvio? — Ela começa a andar para longe de mim — Acho que cometi um erro.
Não penso duas vezes em a seguir, sem deixar de notar o modo que sua bunda se movia apertada naquele tecido. Podia até ouvi-la gritando, implorando para que a liberta-se.
— Está se demitindo? — pergunto confusa, quando ela entra no elevador, finalmente me olhando.
Ela ergue as sobrancelha, estreitando os olhos.
— É estou e você é mais burro do que pensei — Ela aperta um dos botões do painel.
— Podemos conversar sobre isso, enquanto levo você... — Antes que pudesse terminar, as portas se fecham e me pego incrédulo.
Ela havia mesmo se demitido no primeiro dia de trabalho!
E isto poderia fazer com que Gemma ficasse ainda mais no meu pé. Não podia deixar ela ir.
TaraAo adentrar no pequeno apartamento, libero um suspiro pesado e descontente, jogando minha bolsa descuidadamente sobre o sofá antes de andar em direção à cozinha, após remover os saltos são prontamente perto da porta, libertando meus pés de sua prisão desconfortável.A mente minha fervilha de pensamentos negativos, e as palavras ásperas ecoavam em minha cabeça.Aquele idiota, xingo mentalmente, enquanto me movo com passos largos em direção ao armário onde guardo uma garrafa de conhaque.Não é a primeira vez que me socorro na bebida, que descobri ter um gosto peculiar há alguns meses. Uma herança não tão bem-vinda da minha mãe, cujo hábito de beber excessivamente sempre me causou angústia.No entanto, o conhaque se tornou um refúgio, uma maneira de escapar temporariamente da pressão e da dor que parecem sufocar cada aspecto da minha vida.Enquanto sirvo um pouco da bebida âmbar em um copo, sinto um certo alívio se infiltrar em minha alma inquieta. É como se cada gole fosse uma peq
Mason— Bom dia, Sr. Teller — diz Mayra, assim que passo por sua mesa. Acabo por a cumprimentar com um sorriso, sem parar de andar, entendendo finalmente o por quê Otto escolheu estar cercado por mulheres.Estar cercado por mulheres perfumadas logo cedo, deixava as coisas um pouco melhores, homens não tinham graça alguma, já as mulheres... eram um bálsamo para os olhos.Diminuo os passos ao me aproximar da mesa da minha secretária, esperando encontrá-la ali. Checo o horário no relógio do pulso andando em direção da minha sala, sendo nocauteado por um cheiro de rosas assim que passo pela porta.Franzo o cenho ao andar devagar em direção da minha mesa, notando diversos pedaços de pétalas de cor pêssego rasgadas por toda parte. À medida que me aproximo, o coração se aperta, antecipando o que vou encontrar. E ali, mais à frente, em cima da minha mesa, está o que deveria ser o buquê que mandei na noite passada para o endereço que Jen me mandou. É como se um vendaval tivesse passado por a
Era hora do almoço e poderia ignorar Mason, colocar uma distância segura entre nós, sem que perdesse a cabeça e acabasse sendo presa antes do tempo.Aperto o botão do térreo, quando o vi sair de sua sala.— Segura o elevador! — Inclino a cabeça para o lado, sem mover um músculo se quer, o observando correr e entrar no último segundo no espaço. Sorrindo, ele me olha, respirando pelos lábios entre aberto — Vai almoçar com alguém?— Não é da sua conta — digo encarando o visor dos andares.— Se importa se almoçasse com você? — Viro o rosto em sua direção, estreitando os olhos — Poderíamos almoçar juntos, como bons colegas de trabalho.Fecho meus olhos, massageando as pálpebras, tencionando meu maxilar. O único momento de paz que tinha além do final do expediente, Mason queria estragar com sua presença insuportável.Ainda assim, se quisesse minha vingança, teria que continuar fazendo pequenos sacrifícios.— Tudo bem — digo quando as portas do elevador se abrem.— Sério? — Ele pergunta sem
MasonTara não entrou em minha sala até o final do expediente, me deixando sem saber se ela havia mais uma vez interpretado mal a situação ou se simplesmente estava mantendo uma distância segura.A incerteza pairava no ar, mas no fundo, não importava muito. Não estava disposto a desistir tão facilmente.Estava me preparando para ir embora, pouco tempo depois do final do expediente, ciente de que Tara já deveria ter ido embora, quando a porta da sala abre.— Ainda aqui? — digo ao ver Jen andando em minha direção.— Estava esperando todos irem.— Por quê?— Mason — diz sorrindo, só então ergo o olhar e percebo que já havia desabotoando os primeiros botões da blusa social que vestia.— O que está fazendo? — pergunto sério.— O que acha que estou fazendo? — Ela morde o lábio inferior, tentando ser sexy.Solto o ar dos pulmões.— Estou sem tempo para isso.— O quê?Jen era uma mulher legal, sem dúvida. Ela tinha um jeito cativante e uma personalidade encantadora.No entanto, nunca a enxer
TaraEnquanto termino meu jantar, me movo de um lado para o outro na cozinha, desfrutando da sensação familiar e reconfortante de preparar uma refeição.Cozinhar sempre foi mais do que apenas uma tarefa para mim — era uma forma de expressão, uma maneira de conectar-me com minhas raízes e com as memórias preciosas que compartilhei com minha mãe.Desde que os problemas de saúde dela se tornaram mais persistentes, fui forçada a assumir o controle da situação, e isso incluía assumir as rédeas da cozinha.Me lembro vividamente dos dias em que minha mãe, confinada a uma cadeira de rodas, me ensinava os segredos da culinária enquanto ainda era apenas um pré-adolescente.Quando queria trazer um sorriso ao rosto dela, preparava seu prato favorito, recriando os sabores e aromas que tanto a confortavam.Com o aroma reconfortante do macarrão com molho branco preenchendo o ar, me acomodo diante do balcão da cozinha, ansiosa para saborear a refeição que preparei com tanto cuidado.Cada garfada é u
MasonPermaneço em um canto da sala de estar, observando silenciosamente a pequena agitação ao meu redor.Gemma, com sua habilidade natural para socializar, divide sua atenção entre os convidados, mantendo um sorriso gracioso no rosto.Minha tia, junto com seu marido e seus dois filhos adolescentes, está presente, contudo a atenção dos filhos está em outro lugar, entretidos com os dispositivos eletrônicos em suas mãos. Enquanto isso, uma amiga íntima da minha mãe se envolve em uma conversa animada com Gemma, compartilhando risadas e confidências.Do outro lado da sala, vejo Otto, com seus cabelos brancos característicos, envolvido em uma conversa com o marido da minha tia.A expressão séria em seus rostos sugere que o assunto provavelmente gira em torno de negócios, talvez até mesmo sobre ações, considerando o histórico de Otto no mundo financeiro.Enquanto os observo, me sinto um tanto deslocado, como se estivesse à margem daquela realidade social. Minha mente vagueia para longe, bus
TaraÀ medida que o telefone sobre minha mesa insistia em tocar incessantemente.Cada vez que atendia, a mesma desculpa era dada: Mason entrará em contato em breve. No entanto, a verdade era que Mason estava atrasado há uma hora, e cada tentativa de ligação para seu celular resultava em uma chamada direcionada para a caixa-postal.Minha paciência estava chegando ao limite. Cada toque do telefone parecia uma provocação da parte de Mason, um lembrete constante da falta de compromisso e da situação cada vez mais tensa em que me encontrava. A irritação crescia dentro de mim a cada segundo que passava.Na última tentativa de ligação, minha paciência finalmente se esgotou. A voz tensa e irada transpareceu em minhas palavras enquanto exprimia minha frustração para o vazio do telefone. Com um suspiro de exasperação, desligo o telefone, resignado ao fato de que a única coisa que poderia fazer era arrastar Mason até a empresa.— Aonde você vai? — Mayra pergunta, quando passo por sua mesa.— Ach
MasonFranzo o cenho ao perceber Tara entrando na sala e começando a gesticular freneticamente. Enquanto tento manter a compostura diante do investidor do outro lado da tela, meu olhar se desvia para ela, tentando entender o que está acontecendo.— Desculpe, um momento — murmuro para o investidor, antes de desviar minha atenção totalmente para Tara — O que está acontecendo?"Tara parece ansiosa, seus olhos transmitindo urgência enquanto continua a gesticular de forma frenética. Meu coração começa a bater mais rápido, preocupado com o que poderia estar errado. Será que ela está tentando me dizer que está grávida? Justo naquele momento?!— Espere um instante — digo ao investidor antes de encerrar a chamada — O que houve, Tara? Por que você está agindo assim?— Deixaram um bebê aqui.Ergo as sobrancelhas, pego de surpresa, não esperando que ela tivesse um filho.— Seu bebê?— Não — diz devagar, séria — Seu.Sorrio, dando de ombros.— Não sou pai e não tenho um bebê.Ela revira os olho