— Chefe, os manos estão aprontando lá na rota dois – o clima foi quebrado quando Gringo falou alto. Gringo lhe mostrou o celular, Túlio viu alguma mensagem, suspirou e antes que dissesse algo, Gringo falou. – Deixa que a gente resolve isso, é seu aniversário hoje. Vamos, pessoal!Túlio relaxou, os meninos e as meninas passaram pelos dois, bateram uma palma na mão dos dois que ficariam e desceram a Colina rindo e falando entre si.Cloe o tinha só para si agora e novamente se recostou nele. Ficaram em silêncio olhando os amigos descendo, só a silhueta deles era visível e logo pareciam apenas borrões.— Onde paramos? – Túlio se virou novamente para ela, um meio sorriso nos lábios, a proximidade dos narizes a centímetros, ela sentiu novamente o hálito dele a aquecer suas bochechas, mesmo no escuro, ela podia ver que ele olhava para seus lábios, e quando os olhos dele pousaram nos seus, quando ele parou de acariciar os lábios dela com os olhos e passou a lhe adorar os olhos, colocou uma mã
Como um menino a abrir o pacote de presente no dia do aniversário, ele passou os dedos pelos mamilos, sentindo Cloe ofegar ao seu toque.Cloe estava em brasas, cada toque dele em sua pele sensível a deixava mais e mais em brasas.Túlio curtiu mais um pouco aquele corpo, suas mãos subiam pela barriga dela, passeavam pelos seios expostos à luz da lua, subiam pelo pescoço delgado dela, com o indicador ele brincou com os lábios dela, inseriu o dedo na boca dela, umedecendo-o para em seguida passar o dedo úmido pelos biquinhos atrevidos dos seios dela, fazendo a se contorcer de prazer, se abaixando e os soprando. Os bicos respondiam, a corrente elétrica lhe perpassava, torturando-a. Ela o queria. Precisava dele.Cloe levantou um pouco o tronco do chão para tirar a camisa dele e ele permitiu, levantando os braços para facilitar.Ela o beijou com sofreguidão para que ele sentisse o quanto o desejava, o quanto o queria. Mas nem era necessário, o corpo dela lhe dizia, ele sentia a resposta do
ANGÚSTIACloe não entendia o que tinha feito para ser rejeitada por ele. Seu coração doía quando chegaram ao fim da Colina em silêncio. Ela duvidava que fosse porque ele tinha que resolver algo, como dissera.Quando entrou pela janela de seu quarto, sem que os pais soubessem de sua rebeldia e, só então, quando fechou novamente a janela de seu quarto e se sentou na cadeira da mesinha de seu computador, se permitiu chorar. Os soluços a balançavam e ela chorou até se sentir vazia.Deitou-se torcendo para dormir logo, mas os pensamentos não a deixavam. Julgou que ele não a desejara porque ela era virgem. Quem iria querer transar com uma mulher sem experiência alguma? Como podia uma noite tão mágica e promissora, se transformar tão rápido em desastre?Ela pensou em quando os pais a buscaram no colégio, quem sabe isso pesara também? Claro que pesara! Só podia ser isso, seus pais o assustaram.Sua confirmação veio na manhã seguinte, quando ao se sentar para o café da manhã, seu pai, que mal
ESTÚDIO LAYLACloe achou que pudesse ser um pensamento para depois dos pais, trocarem de escola, deveria ser só uma ameaça vazia, ou aqueles pensamentos de desespero e que logo se arrefecem, mas estava enganada. Levaram até o fim.— Não nos odeie, filha, estamos pensando em seu futuro e faremos o que quer que seja para que não se desvie de seus caminhos, do seu futuro – o pai foi o escolhido para falar com ela. Ela pensou que sua mãe era uma covarde para não vir ela mesmo lhe falar.O pai era o mais calmo do casal, colocava panos quentes quando a mãe estava irritada e quando ele veio ao seu quarto lhe dar a notícia de que a tinham transferido para outra escola, o mundo dela caiu.Peter e sua mãe tinha saído, ela agora sabia que era uma estratégia dos pais e já podia até imaginar a mãe dando a ideia, dizendo ao pai que já que ele era mais calmo, o mais tranquilo dos dois, seria melhor ela sair com o caçula enquanto ela jogava a bomba na primogênita.— Pai, passei a tarde treinando a n
— Obrigada por não deixar Túlio me bater ou arrancar meus dedos. Valeu mesmo.Cloe sabia que só por esse motivo a garota a via de forma diferente. Se tivesse enfrentado, gritado com ela e as outras, na certa ela ainda guardaria mágoa, ou se tivesse deixado Túlio a agredir, estaria na lista negra dela. Sua humildade mostrara á Milla que ela não era metida.— De nada. Será que poderia me ajudar? – ela aproveitou que a menina estava de guarda baixa, pedindo desculpas e tudo.— Te devo uma, Cloe. O que precisa?— Preciso vê-lo, Milla. Preciso falar com ele ou vou acabar enlouquecendo. – desabafou.Milla deu uma risadinha antes de dizer:— Amiga tu sabe que ele tem um estúdio de tatuagens, né?— Não, eu não sabia! Cloe estava estupefata, não sabia mesmo que ele tinha um estúdio.— Pois é, mana. É para ele que vim ver a tal impressora. A dele deu um problema e ele precisa para os transfers, aqueles papéis que usa para os desenhos, sabe, para colocar na pele da pessoa o desenho e tal, antes
DOIS MALUCOS NA AVENIDA— Você fará novas amizades, filha – sua mãe quebrou o silêncio. Parecia que sabia o que a filha estava pensando. Pensava exatamente isso. Claro que não queria substituir Hanna. Mandou mensagens para a amiga e se desculpou por estar sendo negligente com ela. Hanna, claro, disse que não havia o que desculpar, lhe desejou boa sorte e disse que a amava. Cloe quis sorrir para a mãe, via o esforço que ela fizera desde o dia anterior para animá-la, lhe comprara uma linda mochila, cheia de adereços como sabia que ela gostava. Pendurou chaveiros com fotos dos quatro juntos na mochila, inclusive o chaveiro de piano que ela tanto amava. A mãe amava e queria o melhor para ela.— Aham – ela concordou.— Pedirei para o Jebber levar seu piano na próxima semana. Sei que é melhor ter seu piano ao seu lado, né, amor? – Liz perguntou ao marido, querendo que ele ajudasse a motivar a filha.— Claro. O melhor para minha princesa. Logo não irá mais querer nos visitar aos fins de se
O coração dela martelava a caixa torácica. Peter estava com o queixo apoiado no ombro dela e assistia a cena. O irmão estava como ela, rindo e pareciam que os dois irmãos assistiam a uma corrida de moto, a janela do carro era a tela de uma TV e, embasbacados, torciam para que o motociclista vencesse. Túlio sentia um frenesi. Cloe estava certa ao pensar que ele pensava nela. Estava certa ao pensar que para ele era o mesmo que para ela. Ela não lhe saía da cabeça um segundo sequer! E, ao contrário dela, ele já amava há anos. Só não sabia até conhecê-la de fato. Ele a vira anos antes naquela janela, ainda tinha o som do dedilhar dela ao piano. Tão mais jovem, tão inocente e quando lhe sorriu através da janela, fizera o sangue dele bombar mais rápido em suas veias. Cloe povoou seus pensamentos por todos aqueles anos, estava guardada e tatuada em sua mente como uma fotografia, uma obra de arte em que se põe os olhos e sempre que pode, você busca em seus arquivos de memória e se sente aqu
SÍMBOLO DO INFINITOFoi lindo e romântico, mas um gatiLho foi acionado nele quando ela o lembrou de quem ele era.Ele era um gangster! Ela era uma estudante, uma garota de família e uma musicista com um futuro pela frente. A realidade o atingiu como um martelo e ele a empurrou devagar, a afastou de si e por mais que o olhar dela tenha se modificado num estalo, por mais que soubesse que ela o amava sim e acabara de afirmar isso, se desvencilhou dos braços que o queria de volta e se estendia para ele.— Não podemos, Cloe – falou amargurados — Por quê? Disse que me ama e eu o amo também, Túlio! – os olhos da pianista marejaram instantaneamente, pesarosos o fitavam, as delicadas mãos o buscava e ele se afastava.— Você não entende? Somos como água e óleo, presa e predador, Cloe. Não é fantasia nem novela Mexicana, eu sou cativo, não sou livre como aparento ser. Você mesma acabou de dizer e está certa, sou um gangster, trabalho para Paco, e todos sabem, seus pais sabem e estão certos