Pela manhã, algumas horas depois, dirigindo o carro de Tatu, chegou à mansão de Paco e apenas foi entrando de cabeça baixa e fingindo falar ao celular. Mesma altura, mesmo porte e vestido igual, passou fácil pelos seguranças do portão e chegou ao escritório do mafioso em minutos e Paco não percebeu de imediato que aquele não era seu fiel Tatu. Ele não deveria ter baixado a guarda depois da morte de Jânio.— Não quero atirar em você como fez comigo – Túlio falou, depois de entrar no escritório dele e trancar a porta atrás de si – Não, nem pense nisso! – Avisou quando viu que o homem deu um passo para perto da mesa, que era onde ficava o botão de pânico. – Preferiria matá-lo de modo mais humano, mas não me importo de lhe meter uma bala na testa como fiz com Tatu.— Você é bom, Boy, eu sempre soube – Paco riu, sabia que ia morrer.— Mas não bom o suficiente para que não atirasse em mim, né? – Túlio apontava a arma para a testa do homem, o dedo firme no gatilho.— São negócios, Boy – Pac
EVOLUÇÃOMais uma rodada de risadas – Mas a mamãe sempre lhe disse que nunca sentiu falta de namorados e que já tinha amado por uma vida, não foi? Agora somos uma família!— Sim, somos uma família perfeita e tenho duas avós! Ganhei na loteria! – gritou eufórico o garoto, agarrando a bisavó pelo pescoço e Layla não poderia estar mais feliz. Jeron e Liz, bem como Hanna, Peter e Fiona, se apaixonaram por Túlio.— Você é um homem de verdade, rapaz – falou Jeron para o genro e pai de seu neto – quando conheceu Cloe, confesso que o odiei. Minha princesinha estava apaixonada por um gangster, um rapaz envolvido com a máfia que nem sequer veio falar com a gente.— E pelo perdão a vocês mais uma vez, senhor Jeron. Mas em minha defesa, eu era um garoto naquela época. E sua família me enfeitiçou, me aprisionou e eu não raciocinava mais.— Ela é apaixonante mesmo, nossa menina – Liz falou orgulhosa da filha. Eram dias de alegria e paz, mas ele viu uma sombra toldar o lindo rosto de Cloe e naquela
ENLACE FINAL— Ah, desculpem, mas vou ter que me interferir! – uma das vendedoras adoráveis da loja, Sônia, entrou na conversa. – Sua mãe e sua avó têm razão, Cloe. É o seu casamento. É o seu dia e ninguém, a não ser você, pode decidir qual cor de vestido quer usar. Veja, olhe esses!Sônia lhe mostrava vestidos maravilhosos em cores extravagantes de roxo, vermelho, azul marinho, tafetá coloridos, sedas e tantos outros.— Verdade – ela falou com um sorriso largo, decidindo-se pelo branco mesmo. Mas ela escolheu um modelo simples e sem babados. Ia até pouco abaixo de seus joelhos, a cintura era cingida por uma faixa delicada de seda. O corpete era transpassado e se ajustava com perfeição ao seu corpo, modelando-o. Túlio filho tinha ficado com o pai e tinha insistido tanto para ir com elas, registrar a compra do vestido, só o pai o convenceu a ficar com ele e lhe disse para deixar só as meninas verem o vestido. Os dois já tinham saído dias antes e escolhido juntos os ternos que usariam.
— Onde diabos você vai, Cloe? – Perguntou, sua melhor amiga, ao vê-la atravessando o corredor da escola e indo de encontro a um burburinho. As amigas estavam combinando de estudarem juntas mais tarde a nova partitura que o professor Oscar havia lhe dado ao final da aula de piano. Estavam animadas e sentindo-se a preferida do professor, já que foi só para as duas que ele liberou a partitura, nem Alana havia recebido a sua e Alana era, sem dúvida, a melhor da classe de aulas de piano. Prometeram que nada as distrairiam do estudo mais tarde e estavam conspirando em voz baixa. — Acho que tem alguém apanhando, Hanna, você não está vendo?! – Cloe continuava descendo os poucos degraus da saída da escola para ver o que acontecia. Quatro caras chutavam um rapaz caído no chão. De onde ela estava, via-se que o rapaz caído tentava proteger o rosto já ensanguentado e os capangas o chutavam nas costas e barriga. – Vamos ajudá-lo!Hanna então a segurou pelo braço com força, antes que terminassem
SINFONIA PARA PIANO N° 5— Olá – ela cumprimentou cada um e quando Túlio entrou e pegou no volante, sentada no banco de trás com os rapazes, ela se voltou para ele. – Não precisam me buscar mais. Foi bom você ter aparecido porque queria lhe falar pessoalmente sobre isso. Agradeço muito, mas não há necessidade disso.— Coloque o cinto – ele falou e a olhou pelo retrovisor. Parecia bem menos ferido, o olho ainda inchado, escoriações no pescoço, mas parecia bem melhor do que da última vez que o vira caído no asfalto quente. – Não é trabalho algum e é o mínimo que posso fazer para agradecê-la, Cloe. Sopapo, Gringo e Canibal estarão sempre a postos para buscá-la caso eu não possa.Ele falou sério, seus amigos estavam em silêncio e Cloe gostou de ouvir seu nome na boca dele. O que diabos estava acontecendo com ela? A imponência dele parecia preencher o automóvel e ela achou melhor ficar calada. Como era normal, já que era levada e trazida da escola todos os dias, sabiam onde ela morava, mas
ATAQUE GRATUITO Túlio a levava para casa depois da luta que ela não assistiu até o final. Entrando no veículo, colocando o cinto, ele se virou para ela e perguntou: — Você está bem? Ele não era mesmo normal por lhe perguntar isso e olhando para fora do carro onde o povo dispersava, ela conseguiu sorrir: — Se eu estou bem? Foi você quem acabou de lutar! Deixe-me ver – ela virou o rosto dele, segurando o queixo dele e olhando-lhe o rosto para que visse se havia ferimentos. – Pelo menos não acertaram de novo seu olho dessa vez. Não vou mais salvá-lo, esteja avisado. Uma vez por vida é o suficiente pra mim. Ele também riu e ligou o carro. Não queria que ela percebesse que o toque dela tinha lhe causado sentimentos diferentes. — Estou bem. Vamos embora? Onde estava indo? — À manicure, mas já devo ter perdido minha hora agendada. Pode me deixar no salão dela mesmo assim. — Gostou da música? – Ele deu uma rápida olhada para ela e continuou dirigindo. — Amei, Túlio! Obrigada, veio bem
UMA CORRIDA DE CARRO AO VIVO! Túlio a deixou na porta da escola de músicas e quando desligou o carro, geralmente ele nem desligava e tão logo ele descia, ele ia embora. Tendo desligado dessa vez o automóvel, olhou para ela e Cloe esperou, sabia que ele queria lhe dizer algo. — Gosta de corridas de carros? – Perguntou meio tímido, coisa rara e Cloe abriu um sorriso para ele. — Adoro! Sempre assisto pela tv aos domingos, mas nunca fui a uma corrida. Por isso você está sempre com esse carro esportivo? — Curto muito carros potentes e esportivos. Vamos comigo à uma corrida hoje à noite? Cloe foi pega de surpresa, não imaginava que ele a convidaria para esse tipo de evento, mas se lembrou que hoje seria a noite em que o professor Oscar lhes daria aula após às dezoito horas. Túlio percebeu a indecisão no rosto dela, achando que ela não gostaria de acompanhá-lo, falou: — Está tudo bem se não quiser ir. — Quero sim, Túlio, acontece que hoje terei aulas à noite e meu professor não anda l
BORBOLETAS NO ESTÔMAGO— Está atrasada de novo, está tudo bem, Cloe? – Lívia, sua professora de aritmética e encontra no corredor do colégio e lhe para, segurando-a delicadamente pelo cotovelo, o sorriso sempre amável nos lábios.— Está sim, senhora Lívia. Ando praticando muito algumas aulas de piano, sabe, mas vou procurar não me atrasar mais, prometo.— Que coisa boa, Cloe, fico muito orgulhosa por ser pianista. Só tente unir as duas coisas, meu bem, os dois estudos são fundamentais. Já pensou, uma famosa pianista que viaja o mundo e não sabe contas básicas de matemática? – A professora zombava dela e Cloe sabia que ela a admirava e só estava dando um jeito de lhe chamar a atenção.— Quem me dera ser uma pianista que viaja o mundo inteiro! – Cloe uniu as duas mãos em sinal de oração e sorriu para a professora.— É possível sim, Cloe. Você é muito aplicada nos estudos, só espero que continue assim. – Passando um braço pelo da aluna, instou-a a entrarem na sala de aula.Cloe queria ac