Sim, ela o amava também e parecia amá-lo ainda mais a cada dia que passava. Cada vez que ia até a cabana e ficava o dia todo com ele, lhe levava coisas fortes para que ele recuperasse os mais de dez quilos que havia perdido, lhe trazia notícias e o deixava a para dos passos de Jânio, mais ela sentia seu coração aprisionado por ele. — Não existe uma chance de você me amar, não é? – um dia, do nada ela perguntou. Naquele dia ele estava especialmente lindo. Ainda bem magro, o rosto encovado, mas Shay sentiu uma onda de amor tão grande que extravasou:— Sinto muito, Shay – ele a olhou com pena nos olhos e ela sorriu.— Só estava testando, não me culpe por tentar. Mas quem sabe um dia, né? – ela ainda tentou uma última vez e Túlio não respondeu – só de ter me perdoado por tudo o que fiz, já está de grande tamanho para mim.— Você salvou a minha vida.— Depois de quase a tirar! – ela falou triste e arrependida.Ela não mais tentou seduzir Túlio. Essa fase já estava findada. Ela se uniu a
— Não vou com você, Jânio, estou indisposta – ela lhe falou quando ele se arrumava no quarto e insistira que ela fosse com ele ao grande evento em uma chácara que ele havia comprado e faria a grande inauguração essa noite. — Assim que se fala. Vamos ver o ponto cego mais uma vez, repassar tudo de novo – ela falou e se puseram a rever os passos que fariam para derrubar de uma vez por todas o cruel e sanguinário Jânio. — Mesmo? Você quem sabe, pensei em deixá-la se divertir com alguém lá enquanto eu assistia – ele piscou para ela pelo reflexo do espelho e ela quase vomitou de nojo. Ela sentia asco por ele.— Sendo assim, acho que vou sim – ela piscou de volta para ele e pulou da cama animada.— Safadinha, mas vai chupar mau p*u enquanto alguém te enraba – ele falou e dessa vez sim ela quase vomitou ao pensar no pau murcho dele dentro de sua boca, mais parecendo um chiclete e que não levantava por nada, nem ele gritando e a espancando como fazia sempre. Ela vestiu o melhor vestido que
A voz de Túlio pipocava estridente em seus ouvidos e ela aproveitou para senti-la, ouvi-lo em seus ouvidos uma última vez. Ela sorriu ao ouvir a voz do Boy Incendiário que iniciara sua vida através do fogo. Ela tinha ouvido vezes sem conta a história de como ele entrara no mundo da máfia. Nunca se cansava de ouvir como um garotinha franzino enfrentara um homem abusivo com gasolina e um fósforo aceso. Ela o viu se transformar em homem. O viu se transformar de um molequinho franzino e espinhento, a um homem alto e imponente, temido e respeitado por onde quer que passasse. Um molequinho criado pela sua avózinha, falava fino, apanhava na rua por ser genioso e enfrentar pessoas com o dobro do seu peso e tamanho. Ela ouvia a voz grossa dele agora em seus ouvidos, lhe pedindo que recuasse. Preocupado com ela. O menininho que só temia uma pessoa nesse mundo, sua avó. Só baixava a cabeça para sua avó e ainda agora, adulto, quando advertido pela avó na frente dos outros, ficava enrubescido, mas
A QUEDA DE MAIS UM PEÃOAntes que ele morresse, a última coisa que ouviu foi a voz de seu amado. A voz do único homem que ela já tinha amado.“ Por Deus, Shayenne, não faça isso!” – e essa foi a única vez que ele a chamou assim e ela soltou um riso engasgado e respondeu, apenas em sua mente:“ Acabou que finalmente te toquei, hein?” – era o que ela queria dizer a ele, mas não o disse, sua boca não se abriu para que falasse isso. Ela tinha terminado por aqui. Era aqui que se findava a amizade e cumplicidade dos dois, e em seguida a explosão quase fez sangrar os ouvidos dele, seus tímpanos doeram com o barulho da explosão.E Shay se fora. Ela se sacrificou por ele. Paco não saberia que ele estava vivo. Não tinha sido alertado por Jânio graças à Shay.De onde estava, Túlio não tinha como ver nada, mas o crepitar do fogo era bem audível em seus fones de ouvido e ele caiu de joelhos há mais de cem quilômetros de onde Shay tinha perdido a vida.— Ah, Deus – ele exclamou com a voz engasgada.
Pela manhã, algumas horas depois, dirigindo o carro de Tatu, chegou à mansão de Paco e apenas foi entrando de cabeça baixa e fingindo falar ao celular. Mesma altura, mesmo porte e vestido igual, passou fácil pelos seguranças do portão e chegou ao escritório do mafioso em minutos e Paco não percebeu de imediato que aquele não era seu fiel Tatu. Ele não deveria ter baixado a guarda depois da morte de Jânio.— Não quero atirar em você como fez comigo – Túlio falou, depois de entrar no escritório dele e trancar a porta atrás de si – Não, nem pense nisso! – Avisou quando viu que o homem deu um passo para perto da mesa, que era onde ficava o botão de pânico. – Preferiria matá-lo de modo mais humano, mas não me importo de lhe meter uma bala na testa como fiz com Tatu.— Você é bom, Boy, eu sempre soube – Paco riu, sabia que ia morrer.— Mas não bom o suficiente para que não atirasse em mim, né? – Túlio apontava a arma para a testa do homem, o dedo firme no gatilho.— São negócios, Boy – Pac
EVOLUÇÃOMais uma rodada de risadas – Mas a mamãe sempre lhe disse que nunca sentiu falta de namorados e que já tinha amado por uma vida, não foi? Agora somos uma família!— Sim, somos uma família perfeita e tenho duas avós! Ganhei na loteria! – gritou eufórico o garoto, agarrando a bisavó pelo pescoço e Layla não poderia estar mais feliz. Jeron e Liz, bem como Hanna, Peter e Fiona, se apaixonaram por Túlio.— Você é um homem de verdade, rapaz – falou Jeron para o genro e pai de seu neto – quando conheceu Cloe, confesso que o odiei. Minha princesinha estava apaixonada por um gangster, um rapaz envolvido com a máfia que nem sequer veio falar com a gente.— E pelo perdão a vocês mais uma vez, senhor Jeron. Mas em minha defesa, eu era um garoto naquela época. E sua família me enfeitiçou, me aprisionou e eu não raciocinava mais.— Ela é apaixonante mesmo, nossa menina – Liz falou orgulhosa da filha. Eram dias de alegria e paz, mas ele viu uma sombra toldar o lindo rosto de Cloe e naquela
ENLACE FINAL— Ah, desculpem, mas vou ter que me interferir! – uma das vendedoras adoráveis da loja, Sônia, entrou na conversa. – Sua mãe e sua avó têm razão, Cloe. É o seu casamento. É o seu dia e ninguém, a não ser você, pode decidir qual cor de vestido quer usar. Veja, olhe esses!Sônia lhe mostrava vestidos maravilhosos em cores extravagantes de roxo, vermelho, azul marinho, tafetá coloridos, sedas e tantos outros.— Verdade – ela falou com um sorriso largo, decidindo-se pelo branco mesmo. Mas ela escolheu um modelo simples e sem babados. Ia até pouco abaixo de seus joelhos, a cintura era cingida por uma faixa delicada de seda. O corpete era transpassado e se ajustava com perfeição ao seu corpo, modelando-o. Túlio filho tinha ficado com o pai e tinha insistido tanto para ir com elas, registrar a compra do vestido, só o pai o convenceu a ficar com ele e lhe disse para deixar só as meninas verem o vestido. Os dois já tinham saído dias antes e escolhido juntos os ternos que usariam.
— Onde diabos você vai, Cloe? – Perguntou, sua melhor amiga, ao vê-la atravessando o corredor da escola e indo de encontro a um burburinho. As amigas estavam combinando de estudarem juntas mais tarde a nova partitura que o professor Oscar havia lhe dado ao final da aula de piano. Estavam animadas e sentindo-se a preferida do professor, já que foi só para as duas que ele liberou a partitura, nem Alana havia recebido a sua e Alana era, sem dúvida, a melhor da classe de aulas de piano. Prometeram que nada as distrairiam do estudo mais tarde e estavam conspirando em voz baixa. — Acho que tem alguém apanhando, Hanna, você não está vendo?! – Cloe continuava descendo os poucos degraus da saída da escola para ver o que acontecia. Quatro caras chutavam um rapaz caído no chão. De onde ela estava, via-se que o rapaz caído tentava proteger o rosto já ensanguentado e os capangas o chutavam nas costas e barriga. – Vamos ajudá-lo!Hanna então a segurou pelo braço com força, antes que terminassem