BORBOLETAS NO ESTÔMAGO
— Está atrasada de novo, está tudo bem, Cloe? – Lívia, sua professora de aritmética e encontra no corredor do colégio e lhe para, segurando-a delicadamente pelo cotovelo, o sorriso sempre amável nos lábios.
— Está sim, senhora Lívia. Ando praticando muito algumas aulas de piano, sabe, mas vou procurar não me atrasar mais, prometo.
— Que coisa boa, Cloe, fico muito orgulhosa por ser pianista. Só tente unir as duas coisas, meu bem, os dois estudos são fundamentais. Já pensou, uma famosa pianista que viaja o mundo e não sabe contas básicas de matemática? – A professora zombava dela e Cloe sabia que ela a admirava e só estava dando um jeito de lhe chamar a atenção.
— Quem me dera ser uma pianista que viaja o mundo inteiro! – Cloe uniu as duas mãos em sinal de oração e sorriu para a professora.
— É possível sim, Cloe. Você é muito aplicada nos estudos, só espero que continue assim. – Passando um braço pelo da aluna, instou-a a entrarem na sala de aula.
Cloe queria acreditar nas próprias mentiras. Sabia que a professora estava certa e que ela andava faltando ou chegando tarde às aulas, inclusive nas aulas de piano. Conseguira ludibriar a professora Lívia, por enquanto, mas haviam outros professores, outras matérias. Seu alívio era que era mesmo aplicada e seus atrasos e faltas, eram facilmente recuperados.
Enfiava a culpa para o fundo da mente toda vez que estava com Túlio ou pensando nele, o que vinha acontecendo frequentemente, então sua culpa ficava soterrada em sua mente.
Como no dia seguinte. Esquecida da promessa que fizera para a professora Lívia, não só faltou à aula do colégio como da de piano também. Ficara até tarde da noite conversando com Túlio por mensagens e quando deu por si, eram duas da manhã. Debaixo do edredom, para abafar a luz artificial do celular, que sua mãe observaria ao passar pelo corredor que levava aos quartos e falaria por horas, pior, falaria com seu pai e ele tiraria seu aparelho celular, escondida entre os lençois, enviava mensagens a Túlio.
“ — Você precisa descansar, pianista. Já são três da manhã.”
Túlio a lembrou pela terceira ou quarta vez na mensagem. Até isso a comovia, a preocupação dele com ela, mas dessa vez ela cedeu e se despediu dele.
“ — Ok, nos falamos amanhã?”
“ — Sim, Gringo a levará à aula de piano pela amnhã e ao colégio à tarde. Te ligo no fim da tarde, tudo bem?”
O coração da garota se acelerou. Ela não gostava quando não era ele a levá-la às aulas, mas não podia reclamar. Ele devia ter muitas coisas ao longo do dia para fazer, afinal de contas, mas isso não impedia que ela ficasse triste. Com certeza não o veria no dia seguinte e isso a deixava para baixo. Ansiava pelos momentos que estavam juntos.
Túlio era mais calado, em suas conversas, era ela quem falava quase o tempo todo e quando se dava conta disso, olhava para ele e via que ele parecia beber de suas palavras. Ele gostava de ouvi-la e prestava atenção a tudo que ela falava.
Cloe percebia que os olhos dele se acendiam quando ela falava de suas aulas de piano, de sua paixão por tocar. Fora os pais dela e o professor Oscar, seu professor de piano, só Túlio gostava de ouvi-la falar de piano. Ele até lhe perguntava coisas de suas aulas, claramente interessado e isso a motivava a falar mais e mais sobre sua paixão por música, sua paixão pelo piano.
No dia seguinte Cloe mandou uma mensagem para Gringo dizendo que não ia à aula. Pediu que ele não dissesse ao Túlio. Se arrumou como sempre fazia, tomou café da manhã com os pais, tendo o cuidado de passar um corretivo para disfarçar as olheiras, pois sua mãe a conhecia a quilômetros e saberia que ela não dormiu bem. A ideia que teve, foi de ir à feira central que funcionava apenas às sexta-feiras.
Nesta feira, além de venderem diversas comidas típicas, vendiam artesanatos e Cloe gostava de passear sempre nela com Hanna e quando criança, os pais a levavam para andar de trenzinho, comer algodão doce e churros. Suas melhores lembranças da infância, era nessa feira, porta-retratos dela em criança na feira, estavam espalhados pela casa e uma no aparador da sala, mostrava-lhe com um largo sorriso de janelinha, onde o pai a imortalizara abraçada a uma pessoa fantasiada de um personagem infantil.
Mas o que lhe dera a ideia de ir à feira hoje, foi que se lembrou de um artista que expunha suas obras ali. Fausto, o artista, fazia lindas peças em madeira, desde mais robustas, como cadeiras, a chaveiros e Cloe se lembrou que uma vez vira um chaveiro delicado de um piano em miniatura. Queria presentear Túlio com um chaveiro desses e sorria ao pensar isso quando entrou no ônibus que a levaria ao centro, nem um pouco culpada por ter faltado à aula.
— Bom dia, Castro! – Cumprimentou o motorista com um largo sorriso.
— Olá, bela, bom dia. Faz tempo que não vai à escola de ônibus, heim? – Ele lhe devolveu o sorriso e ela disfarçou uma leve fisgada de culpa que a atacou.
— Tenho conseguido carona, Castro, mas hoje estou aqui.
Sorriu e foi para o fundo do ônibus, esperando que Castro não reparasse que não iria descer no ponto costumeiro.
O ônibus se encheu rapidamente e ela se perdeu em meio a tantos passageiros, desceu junto a um comboio que se destinavam também ao centro e ficou feliz de ver ao longe a feira montada como sempre e Fausto sentado no chão, às voltas com suas obras.
— Bom dia, senhor Fausto! – Ela se agachou ao lado dele e viu que ele executava uma intrincada trama de palha. Não se percebia ainda o que ele desejava fazer, mas a julgar por sua atenção e foco na delicada trama, deveria ser algo bem trabalhoso. Fausto bem poderia trabalhar no shopping no fim de ano, pois era um senhor de cerca de setenta anos com fartos cabelos e barbas brancos. Sua barba era alva e lisinha, chegava a quase tocar seu peito distendido. Seria necessário ele apenas colocar a fantasia do bom velhinho e estaria pronto para levar as crianças ao delírio. Sua barriga também ajudaria.
— Olá, muito bom dia! – O senhor lhe devolveu o cumprimento com um sorriso gostoso, levantou-lhes os olhos somente para a cumprimentar, as mãos não pararam a trama complicada. Cloe sabia que ele era muito procurado, estava ali a anos e seria impossível se lembrar dos nomes de todos os clientes que tivera ao longo das décadas. – O que traz a futura melhor pianista do mundo até meu cantinho?
— O senhor se lembra que sou pianista? – Ela estava mesmo surpresa por ele se lembrar disso. Claro que o pai e a mãe adorava exibi-la e bastava terem um par de ouvidos a ouvi-los para disparar o quão perfeita sua filha era, melhor aluna no colégio, a melhor pianista e blá, blá, blá. Isso ainda a embaraçava, pais, pensava.
— Claro, Cloe. Os melhores clientes a gente nunca esquece, querida.
Cloe se sentiu comovida com isso. Era apaixonada pelo piano, sentia em sua alma a vontade de tocar todos os dias, sua música era como uma extensão dela, seu respirar, mas bem no fundo, temia não ser tão boa quanto achavam que ela era. Fausto fizera uma réplica de um piano a pedido de seu pai para ela quando fez dez anos, mas mesmo assim, como o senhor nunca se esquecera disso? A linda peça parecia um daqueles pianos infantis, mas era só uma peça de enfeite, claro, nem tinham teclas e sua tampa era lacrada, ele era vazio por dentro, mas para quem não sabia ou conhecia, parecia mesmo um piano e sua mãe o colocara no quarto da filha com um espelho em cima. Cloe achava que era a melhor coisa, o melhor móvel em seu quarto.
— Sabe o que gostaria, senhor Fausto?
— Outro piano? – O senhor continuava sua fabricação, clientes passavam e olhavam para sua banca abarrotada de peças lindas em madeira. Olhavam também para o idoso parecido ao papai Noel, obeso sentado no chão. Não deveria ser fácil se levantar depois, Cloe não conseguiu deixar de pensar.
— Outro piano, minha querida?
— Sim – ela respondeu sorrindo. – Mas um pequeno, senhor Fausto. Igual aquele chaveiro que comprei aqui uma vez, sabe, é para presente.
— Claro. Me ajude a levantar. – O homem deu a mão para ela e a garota bufou para ajudá-lo a se pôr de pé, temendo que caísse por cima dele.
O senhor Fausto foi para trás de sua banca e retirou de lá não só um, mas vários mini-pianos, que enterneceu o coração de Cloe. Ficaria difícil escolher um, então ela pegou dois. Eram sem dúvida muito mais bonitos que o chaveiro que ela comprara dele antes. – Me aprimorei mais, gostou?
— Adorei! Nossa, são lindos. Vou levar esses dois, quanto fica?
— Quando a vi notei que está apaixonada, então não vou lhe cobrar nada.
— Oi? – Ela desviou os olhos das peças em sua mão, sentindo o rosto corar, mirou o rosto bondoso do senhor.
— É fácil ver como está diferente, minha querida. O amor está saindo por seus poros e irradiando. Mas ignore um velho romântico. Deixe-me embrulhar para você.
Cloe agradeceu ao senhor com um abraço, registrando na mente que o visitaria mais vezes, até planejou trazer Túlio para conhecê-lo um dia e se foi, maravilhada com os presentes para entregar. Aproveitou que o dia estava ensolarado e lindo e foi ao shopping a duas quadras da praça, andaria pelas lojas um pouco, pegaria uma sessão de cinema e almoçaria por lá.
Há tempos não relaxava um pouco a cabeça. Os estudos tomavam muito do seu tempo e treinava novas músicas ao piano por horas diárias, estava se sentindo ousada e tiraria o dia para si.
Mesmo tendo planejado todo o dia ou a tarde, se sentiu um pouco amuada ao saber que não veria Túlio hoje. Ele pedira que seu amigo a buscasse nas aulas. Sentada na praça de alimentação do shopping e pensando nele, resolveu mandar uma mensagem. Antes que perdesse a coragem, tirou o celular da bolsa, mirou a câmera em seu cappuccino e mandou a foto para ele.
A resposta veio instantânea e quando ela viu que ele digitava, sentiu um frio na espinha e aguardou que a mensagem dele viesse, segurando com força o aparelho e sorrindo por dentro.
“ — Não foi à aula?”
Como podia quatro palavras apenas deixá-la de pernas bambas e suando?
“ Não fui e pedi a Gringo que não lhe dissesse. Não queria preocupá-lo, afinal, só tirei o dia para refrescar as ideias.”
‘“ — Você está bem?”
“ — Estou ótima e lhe comprei um presente.”
Pronto. Tinha dito e, ainda que quisesse a atenção dele, que soubesse que não deveria fazer isso, contou que estava dando cano às aulas e que lhe comprara um presente. Seus batimentos estavam descompassados enquanto aguardava a resposta dele. Olhava a tela como se sua vida dependesse de vê-lo digitar, mas nada. Droga, não devia ter sido precipitada. Será que o tinha pressionado? Meu Deus, agora já foi.
E quando as linhas pontilhadas de digitação começaram, ela quase esmurrou a mesa de emoção. O cappuccino esfriando, esquecido, o resto do seu dia também esquecido e ela sequer olhava para o lado.
“ — Também lhe comprei um presente.”
Pow! Ela deu um murro na mesa e assustou um casal que comia uma salada de frutas na mesa ao lado.
— Desculpe… passei em uma prova. – Ela sorriu amarelo para o casal e voltou a atenção ao celular.
E era o mesmo sentimento, o de passar em uma prova que ela sentia. Aguardou dois minutos para ver se ele dizia mais alguma coisa e a ansiedade prevaleceu, e ela mandou outra mensagem, jurando que seria a última:
“ — Ansiosa. Quando poderei ver meu presente e você o seu?”
Ela roía a unha e a resposta não demorou a chegar:
“ — Breve…”
Com o sorriso mais besta e idiota no rosto, ela se levantou da cedira e viu que o casal a olhava com um sorriso:
— Parabéns. – Disseram à ela quando ela saía.
— Obrigada.
Ela parecia flutuar pelo piso brilhante do shopping. Não conseguia tirar o sorriso dos lábios. As mensagens dele queimando dentro dela, borboletas no estômago.
Entrou em uma loja de sapatos, onde conhecia a vendedora, aguardou que ela atendesse uma cliente e ficaram caminhando pela loja conversando, Cloe fingindo ser uma cliente interessada em alguma sandália e quando se despediu da amiga e saía da loja, quase se chocou com Túlio.
Ela olhou para ele e soube. Era oficial, estava apaixonada por ele.
ANTES— Essa bike é sua? – perguntou Silas e Túlio sentiu o estômago embrulhar ao ouvir a voz do menino mais velho. Todos por ali sabiam que Silas era encrenqueiro do bairro, na verdade, Silas nem era do pedaço, mas adorava se aventurar e implicar com garotos mais novos.— É da minha prima. – Mentiu, mesmo sabendo que independente do que dissesse, Silas não ia se importar, a bicicleta poderia ser do Papa, se ele a quisesse, ele a teria.Túlio estava cansado de ouvir histórias acerca de Silas e outros garotos marmanjos nas redondezas e mesmo sendo bem menor que o covarde, ele não entregaria a bicicleta sem lutar.Já imaginava sua avó dizendo “ Por que não entregou a bicicleta de uma vez, menino! Tinha que puxar tanto seu pai?”Tinha conseguido a bicicleta após ajudar Macca e Digo nas matérias no ano interior e foi sob ameaça forte, prometendo quebrar os dentes de Digo, o irmão mais velho de Macca, que lhe prometeu dar a bicicleta caso aos ajudasse nas matérias, que ele finalmente e som
— Mas o quê… ? – Balbuciou.— Não curte gasolina, só álcool? – o garoto lhe perguntou e nessa hora a luz de fora foi acesa, Macca apareceu e se deparou com a cena, tão chocada quanto o marido embriagado e ensopado de gasolina. Ela então olhou para Túlio, a boca aberta, a mão no ventre distendido em proteção automática e o garoto lhe sorriu e lhe ofereceu a caixa de fósforos.— A decisão é sua. Acabe de uma vez com isso e esteja livre das pancadas de uma vez por todas.Macca levou um tempo para sair de seu choque, mas não fez menção de pegar a caixa de fósforos. Maycon, estupefato, pareceu ficar sóbrio em um estalo e se dar conta do que aconteceria. Como a esposa, ele sabia do feito do garoto e que ele não hesitaria em lhe botar fogo.— Quer que eu o faça para você? – Túlio perguntou à Macca e antes que ela respondesse, sentiram o cheiro de urina que exalava de Maycon, se misturar ao odor já forte da gasolina, e o bebum caiu de joelhos implorando pela vida. – Quer, senhora Macca? – Ins
BATIZADO NO FOGO— Você viu, fio – era assim que a avó o chamava. – , a mulher sai de casa agora. O marido não a deixava sair nem no portão, ela não tinha amizade com ninguém da vizinhança, você não se lembra? – perguntou após apagarem a luz e o garoto montar sua cama de ferro ao lado da cama da avó.— Nunca reparei, vó.— Pois tô te dizendo, a mulher era branca quase transparente, agora, vira e mexe, olha lá ela andando por aí, tá até mais viçosa! Logo o bebê nasce, né? Que Deus o traga com bastante saúde e nossa senhora do bom parto dê a ela uma boa hora.Layla até passara a deixar que ele lesse suas apostilas e livros de eletricista de seu pai por uma hora antes de apagar a luz. Macca deu à luz a um menino no final daquele ano, a amizade com Layla cresceu e a senhora foi convidada para ser a madrinha do menino e ficou emocionada. Macca o levava à casa de Layla todos os dias, e a pedia que o benzesse de mau olhado e tantas moléstias que crianças padeciam, segundo Layla, não havia u
CASTIGO VERSUS ANIVERSÁRIOA mãe de Hanna ligou, preocupada e Liz, mãe de Cloe falou com ela por quase uma hora, a decepção lhe escorrendo em cada palavra. Estavam em casa e seu pai, sempre tão calado, parecia procurar as palavras certas para incutir na mente da filha toda a loucura que ela estava fazendo ao começar a namorar, independente de quem fosse agora.— Filha, não é só porque esse rapaz é quem é…— É por isso também, sim, Calo! – gritou Liz. – Esse Túlio vive envolvido com pessoas barra pesadas! Não é um homem que mãe alguma desejaria para sua filha.As lágrimas de Liz caíam profusamente. E Cloe sentiu necessidades de defender seu amado, lhe doía ouvir a mãe falando dele. Mesmo tendo um pouco de razão, não deveria ser tão preconceituosa assim.— A senhora o conhece, mãe?— Ei – o pai interrompeu-a. Estavam na sala de casa, tinham acabado de chegar e ela já sabia que os ânimos iriam esquentar muito ainda. – Não vamos por esse lado, filha.— Qual lado, pai? Estão falando de uma
— Chefe, os manos estão aprontando lá na rota dois – o clima foi quebrado quando Gringo falou alto. Gringo lhe mostrou o celular, Túlio viu alguma mensagem, suspirou e antes que dissesse algo, Gringo falou. – Deixa que a gente resolve isso, é seu aniversário hoje. Vamos, pessoal!Túlio relaxou, os meninos e as meninas passaram pelos dois, bateram uma palma na mão dos dois que ficariam e desceram a Colina rindo e falando entre si.Cloe o tinha só para si agora e novamente se recostou nele. Ficaram em silêncio olhando os amigos descendo, só a silhueta deles era visível e logo pareciam apenas borrões.— Onde paramos? – Túlio se virou novamente para ela, um meio sorriso nos lábios, a proximidade dos narizes a centímetros, ela sentiu novamente o hálito dele a aquecer suas bochechas, mesmo no escuro, ela podia ver que ele olhava para seus lábios, e quando os olhos dele pousaram nos seus, quando ele parou de acariciar os lábios dela com os olhos e passou a lhe adorar os olhos, colocou uma mã
Como um menino a abrir o pacote de presente no dia do aniversário, ele passou os dedos pelos mamilos, sentindo Cloe ofegar ao seu toque.Cloe estava em brasas, cada toque dele em sua pele sensível a deixava mais e mais em brasas.Túlio curtiu mais um pouco aquele corpo, suas mãos subiam pela barriga dela, passeavam pelos seios expostos à luz da lua, subiam pelo pescoço delgado dela, com o indicador ele brincou com os lábios dela, inseriu o dedo na boca dela, umedecendo-o para em seguida passar o dedo úmido pelos biquinhos atrevidos dos seios dela, fazendo a se contorcer de prazer, se abaixando e os soprando. Os bicos respondiam, a corrente elétrica lhe perpassava, torturando-a. Ela o queria. Precisava dele.Cloe levantou um pouco o tronco do chão para tirar a camisa dele e ele permitiu, levantando os braços para facilitar.Ela o beijou com sofreguidão para que ele sentisse o quanto o desejava, o quanto o queria. Mas nem era necessário, o corpo dela lhe dizia, ele sentia a resposta do
ANGÚSTIACloe não entendia o que tinha feito para ser rejeitada por ele. Seu coração doía quando chegaram ao fim da Colina em silêncio. Ela duvidava que fosse porque ele tinha que resolver algo, como dissera.Quando entrou pela janela de seu quarto, sem que os pais soubessem de sua rebeldia e, só então, quando fechou novamente a janela de seu quarto e se sentou na cadeira da mesinha de seu computador, se permitiu chorar. Os soluços a balançavam e ela chorou até se sentir vazia.Deitou-se torcendo para dormir logo, mas os pensamentos não a deixavam. Julgou que ele não a desejara porque ela era virgem. Quem iria querer transar com uma mulher sem experiência alguma? Como podia uma noite tão mágica e promissora, se transformar tão rápido em desastre?Ela pensou em quando os pais a buscaram no colégio, quem sabe isso pesara também? Claro que pesara! Só podia ser isso, seus pais o assustaram.Sua confirmação veio na manhã seguinte, quando ao se sentar para o café da manhã, seu pai, que mal
ESTÚDIO LAYLACloe achou que pudesse ser um pensamento para depois dos pais, trocarem de escola, deveria ser só uma ameaça vazia, ou aqueles pensamentos de desespero e que logo se arrefecem, mas estava enganada. Levaram até o fim.— Não nos odeie, filha, estamos pensando em seu futuro e faremos o que quer que seja para que não se desvie de seus caminhos, do seu futuro – o pai foi o escolhido para falar com ela. Ela pensou que sua mãe era uma covarde para não vir ela mesmo lhe falar.O pai era o mais calmo do casal, colocava panos quentes quando a mãe estava irritada e quando ele veio ao seu quarto lhe dar a notícia de que a tinham transferido para outra escola, o mundo dela caiu.Peter e sua mãe tinha saído, ela agora sabia que era uma estratégia dos pais e já podia até imaginar a mãe dando a ideia, dizendo ao pai que já que ele era mais calmo, o mais tranquilo dos dois, seria melhor ela sair com o caçula enquanto ela jogava a bomba na primogênita.— Pai, passei a tarde treinando a n