O CEO e a feia mais bela
O CEO e a feia mais bela
Por: Chloe Reymond
PRÓLOGO

— O que houve? — olhei para Lucile sem saber o que fazer. Várias possibilidades terríveis vinha a minha mente.

Lucile estava na minha porta. Seu olhar desesperado, seu corpo enxarcado pelo dia chuvoso e em prantos. Em todos esses anos que somos amigos nunca a vi assim.

Ela me encarava. Abriu a boca para dizer algo, porém não saiu nenhum som além do choro.

Reagindo, a puxei para dentro de casa e peguei uma toalha e uma manta.

— Precisa se enxugar ou vai pegar um resfriado.

Ela começou a se enxugar devagar, como se nem soubesse o que estava fazendo.

Demorou para que começasse a falar e, quando começou, senti meu coração se partir por ela.

Minha melhor amiga havia descoberto uma doença terminal.

Enquanto falava, ela começou a chorar descontroladamente. E a única coisa que pude fazer foi abraçá-la, me amaldiçoando por não ter o poder de curá-la.

Quando finalmente consegui que se acalmasse e contasse direito, soube que o médico disse que teria no máximo um ano.

Ela ficava repetindo: Como ele poderia saber? Ele é Deus por acaso? Um ano. Eu teria que viver a minha vida toda em um ano.

Naquela noite, ela dormiu na minha cama, como quando éramos crianças, só que desse vez não havia sorrisos ou brincadeiras. Nós dois chorávamos. Ela por sua vida que se acabaria e eu porque perderia a pessoa que considerava uma irmã. Um ano. Era tudo que tínhamos.

Na manhã seguinte, conseguimos conversar melhor e ela me contou que não trataria o câncer porque já estava avançado e as chances eram mínimas e não mudariam tanto o tempo que lhe restava. O que ela pretendia era se casar o mais rápido possível. Sempre foi o seu sonho e o sonho da sua mãe o casamento. Elas estavam esperando o príncipe encantado. Só que agora não teria mais tempo de viver o conto de fadas se o encontrasse.

— Viverei meus sonhos em um ano. — Estava decidida.

Quando perguntei com quem se casaria, ela deu de ombros.

— Não seria por amor, pois envolver alguém seria crueldade. E nem por prazer. A última coisa em que consigo pensar é sexo.

Fiquei encarando seus olhos vermelhos pelo choro, até me decidir e dizer:

— Case-se comigo.

— O que? — ela me encara confusa.

— Não precisa ser por amor o seu casamento mesmo, então que ao menos seja por amizade. Nos conhecemos desde que éramos bebês. Você sempre será minha irmã de coração.

Era a verdade. E eu não teria nenhum problema em realizar esse seu desejo. Tenho algumas colegas para sexo, mas nada sério. Ninguém que devesse satisfações. Além disso, ela perderia tempo procurando o homem que faria esse papel. Eu não quero que além de tudo que estão passando sua família encontre um desgraçado que dará trabalho depois. Todos na família dela são um pouco ingênuos, acreditam fácil. Se não fossem os advogados já teriam caído em golpes terríveis.

Lucile sorri. E sei que significa que gostou da ideia.

— Você não existe. Faria mesmo isso por mim?

— Sou único, mas existo. — Dou uma piscadela. — E sim, faria qualquer coisa por você.

— Estou tentada a aceitar. — Ela colocou seu cabelo atrás da orelha, como sempre fazia ao pensar em algo sério.

— Então aceite — incentivei.

— Para as outras pessoas que não são da família pode ser real? Elas vão descobrir sobre a doença, mas eu gostaria que achassem que nos casamos por amor. Não quero partir como a coitadinha que... — não conseguiu terminar de falar. Seus olhos estavam marejados e lágrimas silenciosas desceram.

— Claro que podemos fazer isso. Não tenho ninguém que deva explicações. Vamos dizer que nossa amizade se tornou amor. Muitos já apostavam nisso.

Ela sorriu entre as lágrimas ao recordar das pessoas que apostavam em nós como casal. No fim, eles acertaram. Pena que de um jeito triste e doloroso.

Lucile segura a minha mão e aperta olhando em meus olhos.

— Então sim. Eu aceito.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo