Para quem já tinha lido antes do dia 23/05/2024. Fiz umas pequenas modificações nos capítulos até aqui. Mas nada que mude o desenrolar da história.
ParisSinceramente, não entendi nada da visita da senhora Anderson. Achei que ela ficaria feliz em ter uma secretária feia. Sempre imaginei que as esposas dos CEOs eram ciumentas. Por que insistir em melhorar minha aparência? Por que se oferecer para ajudar nisso?Começo a me arrepender dessa aposta. Percebi que as pessoas não me veem como uma mulher desprovida de beleza e sim uma relaxada. Se parar para pensar, é a verdade. Afinal, uma pessoa que trabalha pode muito bem cuidar mais da pele, do corpo...“Não esquece que essa não é você.”Quase ri alto da voz da minha consciência. Às vezes eu realmente me esqueço.— Foco, Paris! Não importa a sua aparência. Vamos parar de pensar em marido que não é seu e em esposas estranhas — resmunguei voltando ao trabalho.A senhora Anderson é linda como uma fada de ficção. É triste saber que está doente. Deve ser horrível para os dois.Afasto o pensamento triste e foco no trabalho, que não é pouco.Pouco tempo depois, Joshua foi levar a esposa em c
ParisQuinze dias se passaram desde que comecei a trabalhar com Joshua. Conciliar trabalho, último semestre de faculdade e a farsa da secretária feia é complicado, principalmente o maldito aparelho que machuca minha boca e incomoda quando converso. Penso em tirar ele quando não estiver perto das garotas. Isso seria roubar? Provavelmente.Mas até que me divirto com tudo isso. Gosto de saber que Joshua me conserva ao seu lado por minha competência, gosto de me sentir útil, necessária. E gosto mais ainda quando ele me defende. Já ouvi várias vezes ele discutir com cliente ou executivo, dizendo para esquecer minha aparência e focar no meu trabalho. Ele sempre repetia que a empresa não era uma passarela.Talvez eu seja emocionada, como Barbara diz quando falo sobre meu chefe, mas isso mexe comigo. É, acho que estou apaixonada, porém não sou burra e muito menos estou propicia a ser amante. Ainda que tivesse chance. Sei como é ser traída e não desejo isso para ninguém.Nesses quinze dias nun
JoshuaFaz mais de quinze dias que estou trabalhando com Paris, e já nem sei como seria a minha vida sem ela. Me acostumei com seu trabalho, com sua presença alegre e competência. Ela é uma pessoa incrível, não abaixa a cabeça, mas também não perde a razão. Além de termos gostos musicais parecidos, também gostamos de filmes de ação e livros de mistério, entre outras coisas.A conversa com ela se desenvolve sem dificuldades, seja em assuntos da empresa ou coisas pessoais. Acho que ela sabe tanto sobre mim quanto meus melhores amigos. Também sei muito sobre ela, suas amigas, seu desejo de se formar e ter seu próprio consultório, sobre sua família.A única coisa que não me atrevi a perguntar é sobre sua aparência. Mas confesso, quero ver Paris arrumada, bem cuidada. Ela merece externar toda beleza do seu interior.Tenho planos de levá-la a um evento de lançamento de celular no próximo mês. E gostaria que ela fosse diferente do que vejo no trabalho.— Senhor Anderson?— Sim.— Ouvi algo d
Joshua— Boa tarde, marido! — Lucile cumprimenta. Ela está na sala, deitada no sofá com uma manta e tomando um chá. Seus cabelos castanhos estão presos em uma trança.— Boa tarde, esposa! Como passou o dia?— O de sempre. Médicos, conversar com meus pais. A única diferença foi que o Theo esteve aqui.— É difícil para ele também.— Eu sei. Mas não quero falar sobre como essa doença maldita machuca todos que amo. Me fala sobre você. Como foi seu dia de trabalho com a Paris?Me sento e coloco seus pés no meu colo.— Produtivo. Pretendo levar ela para o evento que te falei.— Isso é excelente!— Quanta empolgação. Até parece que falei que vou levar a chefe das lideres de torcida para um baile.— Não deixa de ser parecido.— Nada a ver. Se trata de trabalho.— Tá. Tá. Se você diz. — Ela deixa a xicara sobre a mesa de centro. — Eu vou deixar aquela garota incrível. Está decidido.— E se ela não quiser?— Acha que ela vai recusar o pedido de uma moribunda? — seu rosto expressa decepção.— Se
ParisEncontrei Joshua na academia hoje. Foi quase um teste de resistência evitar encarar seu corpo perfeito. Ele fica incrível de terno, mas de camiseta chega a ser demoníaco. É muito pecado esse corpo.E pior foi ele me deixando toda atrapalhada com seu jogo de palavras. Cheguei a sentir a queda da esteira, mas consegui me equilibrar e ele pausou o aparelho antes do desastre. A queda ia ser o evento do dia. A feia caindo da esteira.Já imagino as fofocas.Eu não sabia o que dizer, então ele ligou o aparelho novamente. Pude focar no treino. Ou pelo menos fingir que estava focada. Certeza que o ritmo do meu coração não era por causa do exercício.Quando ele se foi, babei um pouco na sua bunda enquanto ia em direção ao vestiário e depois consegui focar no treino de verdade. Há dias que queria treinar aqui.E quando vi que ele realmente transferiu o dinheiro pela empresa, decidi que precisava mostrar que estava levando a sério o que eu disse sobre me cuidar. O que ajudaria a não ter tan
JoshuaA semana está muito agitada com o lançamento do celular e um contrato que surgiu de última hora.Eu não queria abusar da boa vontade de Paris, porque ela já me disse que estuda e trabalha. Mas não vai ter jeito. Pelo menos hoje terei que fazer isso.Fui até a mesa dela. Ela estava tão concentrada que não me viu, parado, a observando trabalhar.Quando finalmente me viu, notei o quanto se assustou. Foi impossível resistir, me apoiei ficando bem perto e encarando seu olhos atrás da lente grossa do óculos. Não importa o que me dizem, ela é linda para mim. Há algo nela que eu quero descobrir.O que está pensando? Estamos trabalhando, lembra-se? E você não tem direito de machucar esse menina. Engoli em seco com meus pensamentos inoportunos.Dava para perceber que minha presença mexia com ela. Se eu a envolver e descobrir que toda essa curiosidade foi só o desejo por uma aventura, ela pode sair quebrada. Paris não merece isso.Sem me decidir sobre o que queria ou sentia, voltei para
ParisSai da empresa como um furacão. Sei que essa não era a atitude ideal, que deveria esclarecer o que aconteceu, mas não consegui. Fiquei em choque, principalmente porque quase me deixei levar. Eu acabaria naquele chão com ele... ou só demitida mesmo porque ele descobriria a minha farsa assim que as roupas começassem a sair.Droga! Essa brincadeira já perdeu a graça. Nunca quis tanto que um homem visse tudo de mim, nem meu ex.— Chegou a tempo. Estamos indo a uma festa. Bora? — Inalda convidou enquanto Barbara pintava seus lábios de vermelho, concentrada nos contornos.Minhas amigas estavam se maquiando. Lindas em roupas extravagantes e sensuais.— Estou cansada, meninas! Acho que vou passar a noite na minha caminha.— Que nada! Reage, tira a roupa de feiosa, bota um cropped e vamos curtir. — Insistiu.Por alguns instantes, enquanto as olhava, até esqueci que estava caracterizada. Faz semanas que venho negando convites, passando minhas noites na cama com pensamentos nada permitidos
JoshuaDepois de levar Lucile até a casa dos seus pais e encarar um almoço emotivo, cheio de recordações de nossa infância e adolescência, decidi passar na academia da empresa. Precisava correr até cansar meu cérebro. Não consegui esquecer o beijo que dei em Paris. E confesso que quero beijá-la novamente. Não vou tentar entender isso. Se é algo que sinto, dane-se, vou sentir até a última gota. Esse sou eu.Estava na esteira quando vi Theo subir na que estava ao meu lado. Ele não era funcionário, mas tinha acesso livre a todos os lugares da empresa, assim como Lucile. Na verdade, ele não trabalhava, era sustentado pelos pais e irmão mais velho, porque apenas o mais velho podia ficar à frente da empresa dos seus pais quando o “velho” se aposentasse. Coisas da família dele, e ele não se importava com isso. Ganhava uma mesada generosa e sabia como administrar para manter o estilo de vida sem risco de falência no futuro. Além disso, costumava dizer que se tudo desse errado, eu o empregaria