ParisEncontrei Joshua na academia hoje. Foi quase um teste de resistência evitar encarar seu corpo perfeito. Ele fica incrível de terno, mas de camiseta chega a ser demoníaco. É muito pecado esse corpo.E pior foi ele me deixando toda atrapalhada com seu jogo de palavras. Cheguei a sentir a queda da esteira, mas consegui me equilibrar e ele pausou o aparelho antes do desastre. A queda ia ser o evento do dia. A feia caindo da esteira.Já imagino as fofocas.Eu não sabia o que dizer, então ele ligou o aparelho novamente. Pude focar no treino. Ou pelo menos fingir que estava focada. Certeza que o ritmo do meu coração não era por causa do exercício.Quando ele se foi, babei um pouco na sua bunda enquanto ia em direção ao vestiário e depois consegui focar no treino de verdade. Há dias que queria treinar aqui.E quando vi que ele realmente transferiu o dinheiro pela empresa, decidi que precisava mostrar que estava levando a sério o que eu disse sobre me cuidar. O que ajudaria a não ter tan
JoshuaA semana está muito agitada com o lançamento do celular e um contrato que surgiu de última hora.Eu não queria abusar da boa vontade de Paris, porque ela já me disse que estuda e trabalha. Mas não vai ter jeito. Pelo menos hoje terei que fazer isso.Fui até a mesa dela. Ela estava tão concentrada que não me viu, parado, a observando trabalhar.Quando finalmente me viu, notei o quanto se assustou. Foi impossível resistir, me apoiei ficando bem perto e encarando seu olhos atrás da lente grossa do óculos. Não importa o que me dizem, ela é linda para mim. Há algo nela que eu quero descobrir.O que está pensando? Estamos trabalhando, lembra-se? E você não tem direito de machucar esse menina. Engoli em seco com meus pensamentos inoportunos.Dava para perceber que minha presença mexia com ela. Se eu a envolver e descobrir que toda essa curiosidade foi só o desejo por uma aventura, ela pode sair quebrada. Paris não merece isso.Sem me decidir sobre o que queria ou sentia, voltei para
ParisSai da empresa como um furacão. Sei que essa não era a atitude ideal, que deveria esclarecer o que aconteceu, mas não consegui. Fiquei em choque, principalmente porque quase me deixei levar. Eu acabaria naquele chão com ele... ou só demitida mesmo porque ele descobriria a minha farsa assim que as roupas começassem a sair.Droga! Essa brincadeira já perdeu a graça. Nunca quis tanto que um homem visse tudo de mim, nem meu ex.— Chegou a tempo. Estamos indo a uma festa. Bora? — Inalda convidou enquanto Barbara pintava seus lábios de vermelho, concentrada nos contornos.Minhas amigas estavam se maquiando. Lindas em roupas extravagantes e sensuais.— Estou cansada, meninas! Acho que vou passar a noite na minha caminha.— Que nada! Reage, tira a roupa de feiosa, bota um cropped e vamos curtir. — Insistiu.Por alguns instantes, enquanto as olhava, até esqueci que estava caracterizada. Faz semanas que venho negando convites, passando minhas noites na cama com pensamentos nada permitidos
JoshuaDepois de levar Lucile até a casa dos seus pais e encarar um almoço emotivo, cheio de recordações de nossa infância e adolescência, decidi passar na academia da empresa. Precisava correr até cansar meu cérebro. Não consegui esquecer o beijo que dei em Paris. E confesso que quero beijá-la novamente. Não vou tentar entender isso. Se é algo que sinto, dane-se, vou sentir até a última gota. Esse sou eu.Estava na esteira quando vi Theo subir na que estava ao meu lado. Ele não era funcionário, mas tinha acesso livre a todos os lugares da empresa, assim como Lucile. Na verdade, ele não trabalhava, era sustentado pelos pais e irmão mais velho, porque apenas o mais velho podia ficar à frente da empresa dos seus pais quando o “velho” se aposentasse. Coisas da família dele, e ele não se importava com isso. Ganhava uma mesada generosa e sabia como administrar para manter o estilo de vida sem risco de falência no futuro. Além disso, costumava dizer que se tudo desse errado, eu o empregaria
JoshuaPairou um silêncio que ele quebrou, enquanto diminuía o ritmo do aparelho para uma caminhada.— E você, meu amigo, como anda seu coração? Ainda vazio de paixões?Na hora a imagem de Paris veio a minha mente. E me ouvi dizendo:— Sabe a minha secretária atual...— O canhão? A coisa mais feia que trabalha aqui? — me interrompeu, antes que eu confessasse que a beijei.Não gostei da forma como ele falou dela, menos ainda da careta.— O nome dela é Paris. E ela não é isso que disse. — Nem repetiria a palavra.— Ela é horrível, e você não pode negar.— Toda mulher é bela, Theo. Paris só precisa despertar suas melhores características.— As verrugas?— Um dermatologista deixaria a pele dela exatamente como deveria ser — retruco. — E ela já mencionou que consultou uma. Vai tirar.— Aquele aparelho horroroso, aqueles óculos.— Pelo que vejo, pode ser retirado o aparelho. Seus dentes parecem perfeitos. Talvez o dentista só esteja enrolando para receber mensalidades. Coisas assim acontece
ParisSegunda-feira acordei sem saber com que “cara” ir ao trabalho. Como precisava do dinheiro e de esclarecimentos, coloquei minha fantasia e fui. Sinceramente, estava começando a me acostumar a ser a Paris “feia”. Eu mesma já fazia a montagem toda manhã. Com o passar dos dias passou a ser algo natural. Só a maquiagem que Barbara precisava fazer para ficar o mais real possível o tom sem vida. Mas até isso eu conseguia fazer quando ela não estava disponível, só demorava muito.— Bom dia, Sandra! — cumprimentei minha amiga do trabalho.— Bom dia, flor! Prepare-se para trabalho em dobro — avisou.— Por que?— Já tem quase meia hora que o CEO chegou.— Eita! Deixa eu enfrentar o trabalho então. — Me despedi dela e fui para o elevador, me
ParisDepois do trabalho, para comemorar o meu romance não iniciado, decidi me arrumar e ir tomar sorvete com minhas amigas, em uma sorveteria dentro do campus.— Arrumar? Você quer dizer colocar a fantasia, certo?Colocar a fantasia que acabei de tirar? Ela deve estar brincando.Só de lingerie, deixo a blusa que estava prestes a vestir de lado e a encaro.— Não. Vou me arrumar. Não vou andar pelo campus caracterizada.— Você aceitou a aposta — retruca. — Sem colocar nenhuma regra.— E vou cumprir. Pelo menos no meu emprego, onde já me viram daquele jeito. Aqui, não adianta ficar reclamando toda vez, vou continuar andando normal.— Inalda, fala alguma coisa. Ela está burlando a aposta outra vez.Minha amiga cantarola, fingindo que não é com ela.<
BarbaraAlguns meses antesFingi que não notei o barulho da porta se abrindo, continuei em cima de Michael, cavalgando, gemendo de forma a tirar a atenção dele de barulhos externos.— Desculpe, eu... — ouvi a voz de Inalda e me virei saindo de cima dele de forma que ela e Paris pudessem ver quem era. Sabia que elas viriam juntas.Se eu gostava de Michael... Talvez sim, talvez não. Se Paris era minha melhor amiga... eu não diria isso. Eu tinha inveja dela desde que nos conhecemos e sempre quis provar que sou melhor. Colocar um chifre em sua cabeça foi o melhor jeito. Ela precisava saber que não era tudo isso que as pessoas insistiam em ficar chamando-a. Linda, educada, gentil, inteligente... a porra da mulher perfeita.Eu estava cansada de ouvir e ver as pessoas a elogiando. Me enchia de &o