Barbara
Alguns meses antes
Fingi que não notei o barulho da porta se abrindo, continuei em cima de Michael, cavalgando, gemendo de forma a tirar a atenção dele de barulhos externos.
— Desculpe, eu... — ouvi a voz de Inalda e me virei saindo de cima dele de forma que ela e Paris pudessem ver quem era. Sabia que elas viriam juntas.
Se eu gostava de Michael... Talvez sim, talvez não. Se Paris era minha melhor amiga... eu não diria isso. Eu tinha inveja dela desde que nos conhecemos e sempre quis provar que sou melhor. Colocar um chifre em sua cabeça foi o melhor jeito. Ela precisava saber que não era tudo isso que as pessoas insistiam em ficar chamando-a. Linda, educada, gentil, inteligente... a porra da mulher perfeita.
Eu estava cansada de ouvir e ver as pessoas a elogiando. Me enchia de &o
ParisMeses atrásEstávamos de férias e eu aproveitei para passar um tempo com meus pais.Como já começaríamos com muita coisa na faculdade e só consegui algumas semanas de férias no trabalho como assistente na biblioteca, cheguei de viagem antes do prazo.Mandei uma mensagem para minhas amigas avisando que estava chegando e acabou que Inalda também estava no aeroporto. Companhia para voltar.Barbara não respondeu as nossas mensagens. Não sabia se chegou a visualizar porque ela desativa esse recurso.Voltamos falando sobre nossas férias e o que poderíamos fazer nos próximos dias, antes de as aulas voltares.Eu estava ansiosa para ver meu namorado. Faz quase uma semana que não o vejo. Sinto falta do seu carinho. Ele me trata como uma princesa, o que compensa muito não ser o rei do sexo ou seu pau não ser nem mesmo médio. Já tive outros dois namorados antes dele e senti a diferença. Os outros eram mais paixão, Michael é mais amor e mimos. Adoro ser mimada.Ouvi gemidos assim que Inalda
JoshuaDepois de dois dias tentando fingir que nada havia acontecido e tratando Paris apenas como minha secretária, me vi como um idiota a seguindo até a faculdade, onde soube que estudava. Não literalmente seguindo. Fui depois do trabalho, depois de passar em um bar e tomar uma dose de uísque sem parar de pensar nela.— Com licença, você conhece uma aluna do último ano chamada Paris? — perguntei a um rapaz que passava segurando um skate.Com meus trinta e cinco anos, estava me sentindo deslocado entre tantos jovens.— Claro! Todos conhecem a deusa Paris.— Deusa? — Pelo jeito ela sofre bullying por sua aparência. Preciso realmente ajudá-la a se encontrar.— Ela está na biblioteca. — Uma garota de dred rosa, que ouviu a conversa, respondeu. Enquanto as outras do grupinho dela cochichavam sobre a minha aparência.Elas devem achar que sou surdo. Garotas frívolas que nunca viram um homem de verdade.— Obrigado! — agradeci e me afastei antes de ser grosseiro com essas pessoas. Não gostei
JoshuaAntes de abrir os olhos já sabia como seria o meu dia, uma dor de cabeça se insinuava enquanto meu corpo não queria sair da cama. Eu devia ter adivinhado que isso aconteceria depois de uma reunião com pessoas gripadas. Acho que as máscaras não foram suficientes.Me arrastei até a beirada da cama e peguei o celular.Sei que precisava levantar e tomar remédio, mas falta força. Sempre fui fraco quando o assunto é gripe. Meu pai costuma rir do exagero, mas minha mãe sempre me mimava. Até hoje é assim. Posso até imaginar ela aqui me fazendo uma sopa enquanto ele resmunga “um homem desse tamanho caído por uma gripezinha”.Sorrio com o pensamento enquanto faço a ligação.O telefone foi atendido no terceiro toque.— Alô! — ouvi a voz de Paris do outro lado. Foi nessa hora que me questionei se realmente havia amanhecido ou se liguei no meio da madrugada.Olhei a hora no celular e suspirei aliviado. Era quase início de expediente na empresa.— Aqui é o Joshua. Peguei um resfriado. Vou pr
JoshuaNa manhã seguinte, acordei bem melhor. Fui pegar o celular que estava na cama jogado e vi algo estranho no lençol branco. Parecia um tipo de inseto, sei lá.Olhei com muita curiosidade.Demorei a entender aquilo, até que me veio à mente o rosto de Paris e o momento em que achei que faltava algo.Porra! Era isso, a verruga dela estava na minha cama.— Que porra é essa? — resmunguei saindo da cama e indo para o banho, onde joguei a verruga no lixo. Era de borracha tipo um silicone. Algo está muito errado.Enquanto tomava banho me lembrei dos alunos na faculdade dizendo que não a conhecia quando eu mostrava a foto e a chamando de deusa quando eu perguntava pelo seu nome.— Tem mesmo alguma coisa errada — resmunguei sozinho.Antes de ir trabalhar, fiz alguns contatos com pessoas influentes na escola e consegui algumas fotos da única Paris que estuda lá. Tinha o mesmo nome e sobrenome da que trabalhava comigo. Era a minha Paris, mas sem óculos, aparelho, verrugas, e com o cabelo e a
ParisQuase tive um infarte ao ver Joshua na universidade. Eu estava saindo da biblioteca e tive que esfregar os olhos para ter certeza de que não estava imaginando coisas.Uma aluna olhou em direção a biblioteca e ele quase me viu, mas me escondi a tempo. Não queria que ele me visse assim. Ainda não.— Aquele homem está te procurando e procurando uma feiosa que nunca vi. — Uma das alunas de medicina veio me contar, ela apontava para um Joshua que mostrava o celular para um aluno. Devia ser uma foto minha fantasiada. — É um gato. Está pegando?Ignoro a pergunta.— Se ele perguntar pode dizer que já fui embora, por favor. Agradeço — pedi e já comecei a andar em direção contrária. — Estou atrasada demais.Nem olhei para trás. Não tinha intimidade nenhuma com a garota para ela vir me perguntar quem pego ou deixo de pegar. Também não sei se ela dará o recado. Só preciso fugir, por enquanto.Estava chegando ao quarto quando recebi sua ligação.Fiquei tão emocionada que parei no meio do cam
ParisNo dia seguinte ao que aconteceu na sua casa, Joshua apareceu no trabalho disposto e estranho. Ele sempre estava me encarando, analisando. Tive vontade de perguntar se era por causa do que aconteceu em sua casa ou se ele recebeu algum vídeo. Mas o dia passou e acabei empurrando para o dia seguinte, que seria o que eu contaria tudo.Claro que Michael não aceitou bem que não fui ao encontro.Quando cheguei em casa, tive a certeza.— Meu Deus! Essa é você? — Barbara enfiou o telefone na frente do meu rosto.Segurei para ver direito o que ela mostrava e um frio tomou conta do meu estômago. Era a porra de um gif que o miserável fez de eu tirando e colocando seu pau na minha boca.Sinceramente, está cada dia mais difícil confiar nas pessoas. Se seu namorado faz isso, como confiar em alguém?O rosto estava censurado de forma que até minha cicatriz não poderia ser vista.— Também recebi isso. E claro que não é a Paris. — Inalda riu. Sabia que ela queria me proteger.— Por que achou isso
JoshuaQuando bateram na minha porta logo de manhã, imaginei que fosse Paris. Ela sempre batia para saber se cheguei mais cedo. Costumo chegar antes dela alguns dias.Quando olhei para a porta foi uma tremenda surpresa. Segurei o sorriso ao vê-la.— Pois não — perguntei a uma Paris nervosa e sem fantasia.Impossível não ficar chocado com sua beleza. E mais ainda com o fato de que ela continuava a mesma para mim. Era como se eu sempre a tivesse visto assim. Aquela combinação perfeita de beleza exterior e interior.— Posso falar com o senhor? — perguntou.Acho justo brincar um pouco com ela. Afinal, ela brincou comigo, independente dos seus motivos.Coloquei minha expressão mais séria e disse:— Estou esperando a minha secretária. Como você não foi anunciada, acredito que ela ainda não chegou. — Encostei os cotovelos na mesa. — Estou livre esse tempo. Mas qual seria o assunto?— Senhor Anderson... — Levantei a sobrancelha ao ouvi-la me chamando assim. Não escondia que era a minha Paris.
Paris— Pronta para ir? — Josh perguntou ao fim do expediente, se aproximando da minha mesa.— Estou nervosa — confessei.Peguei minha bolsa e segui com ele até o elevador.— Não precisa. Lucile é uma pessoa muito especial. Vocês vão se dar bem.— Assim espero.Ela realmente parecia saber sobre nós. O que é estranho, já que são casados.Ele segurou minha mão e apertou até o elevador parar para outros funcionários, quando puxei discretamente. Eles não precisam de um escândalo.Quando entramos no carro, ele voltou a segurar, enquanto o motorista manobrava para fora do estacionamento. Dessa vez permiti. E aproveitei cada segundo.— Por que tanto olha o relógio? Paris? Paris? — Ele chamou minha atenção.Por que? Nem percebi que estava olhando o relógio, mas foi só ele falar para a imagem de Michael me vir a mente.— Com você, até me esqueci a ameaça de Michael — comentei suspirando.— Ameaça? — seu rosto ficou sério, me encarando. — Ele é o seu ex que te traiu, não é? — balancei a cabeça