LUIZA Eu armazenei uma boa quantidade de leite e liguei para o Felipe que estava com o celular desligado. Eu não pensei duas vezes e chamei um Uber para ir até o hospital, deixando os gêmeos com a Clau e a babá. Chegando no setor da maternidade, logo vi o Felipe.— Amor?— Cadê a Mariana?— Por que você não me ligou? Eu ia te buscar.— Eu liguei, mas seu celular está desligado — falei com um semblante sério. — Cadê a Mariana?— O Davi, a Célia e o Luiz entraram lá agora para vê ela.Ele pegou o celular e constatou que estava desligado.— Me desculpa amor, eu não vi que havia descarregado.— Tu sabia o quando eu estava aflita, eu estava lá às cegas, comecei a pensar um monte de besteira.Antes que ele pudesse responder alguma coisa, a Manu e o Rafa se aproximaram.— Como você está amiga? — a Manu perguntou.— Estou bem! E ela como esta?— O pior já passou — a Manu falou me abraçando. — Ela vai ficar bem.— Como estão os gêmeos?— Estão bem! Estão com a Claudinha e a Keila. Nós
FELIPE E LUIZALUIZA: Decidimos contar o final das nossas história juntos, como sempre estivemos desde que nos conhecemos.FELIPE: Verdade amor! Vamos começar pelos antagonistas das nossas histórias. O Gustavo, ex da Mari foi solto, e pediu perdão a Mariana e ao Davi que o perdoaram. A última vez que tivemos notícia, ele havia se casado e ido embora do Rio Grande do sul, junto com a esposa e a mãe. O Mateus, ex-diretor financeiro da construtora permanece preso, e irá permanecer por muito tempo, visto que o roubo não foi seu único crime, já que ele também foi condenado pela morte do Pedro Pinheiro. E por último vamos falar da Gabriela, que não vimos desde aquele encontro dela com a Luiza no shopping, porém recentemente ela viralizou nas redes sociais novamente, aparecendo como pivô da separação de um cantor famoso. A nota mostrava fotos dela com o cantor em uma praia do Rio de Janeiro, e a nota chamava ela de "talarica", pois ela seria amiga da esposa do homem.LUIZA: Agora vamos falar
LUIZA Eu me chamo Luiza Schneider e vou contar um pouco da minha história para vocês. Sou do interior do Rio Grande do Sul, de uma cidade chamada Vale Real e meus pais tinham uma pequena propriedade rural. Eles trabalharam na roça a vida inteira. Minha mãe era uma mulher linda, confiante e muito alegre, mas que foi perdendo sua vaidade, sua confiança e a alegria com o passar dos anos. Meu pai era uma pessoa desprezível e eu não me lembro se ter olhado para ele alguma vez na minha vida com admiração. Eu e a minha mãe tínhamos medo dele. Ele era um alcoólatra, bebia todos os dias, mas não precisava estar bêbado para mostrar o quanto era desprezível. Ele sempre batia na minha mãe e depois a obrigava a se trancar no quarto com ele. Eu lembro que quando eu tinha uns doze anos, a minha mãe levou uma das piores surras da sua vida. Eu havia ido para a escola e quando voltei a vi caída na cozinha, desacordada, toda cheia de hematomas e com um dos olhos inchados. Eu consegui pedir a
LUIZA Aluguei um pequeno apartamento de um quarto em Porto Alegre, e comecei na mesma semana a trabalhar em uma cafeteria. Apesar de tudo, eu precisava ser feliz pela minhas mãe, e apesar de não vê ainda uma forma disso acontecer, eu precisava tentar. Depois de quase 3 meses que eu havia me mudado para Porto Alegre, recebi a ligação de uma "agência de modelos'. Segundo eles, tinham visto minhas fotos nas redes sociais e gostariam de me contratar para alguns trabalhos como modelo. Para isso eu precisava me mudar para São Paulo, porém eles pagariam minhas despesas como passagem de avião, hospedagem, entre outros custos, e que só quando eu chegasse lá e começasse a trabalhar, que eu iria pagando parcialmente as despesas que tivessem comigo. Decidi aceitar, achava que na pior das hipóteses, se eu não me adaptasse, eu voltaria para Porto Alegre. Sai de Porto Alegre em um vôo em direção a São Paulo, e chegando lá, o combinado seria que teria alguém com uma plaquinha com o meu nome me ag
LUIZA Ao abrir a porta o Maguila falou:— Meninas, essa é a nova colega de vocês. Por favor mostrem a ela a cama que ela vai dormir, onde guardar suas coisas e os horários das refeições. Tinham sete meninas no quarto e quatro beliches. Logo uma Ruiva muito bonita e com cara de menina se aproxima. — Prazer, me chamo Tatiana, mas pode me chamar de Tati — falou alisando o meu braço, e completou — Você parece uma Barbie Eu dei um sorriso de canto para ela, mas não conseguia parar de chorar. Uma moça negra, também muito bonita e bem alta, com cara de modelo da Victoria secret vem em seguida. — Não chora — falou limpando minhas lágrimas — Nós estamos nessa juntas. Ah, e meu nome é Bruna.Ela me abraçou e eu desmoronei abraçada com ela. — Eles mentiram para mim, me falaram que era um trabalho de modelo — falei respirando fundo, tentando controlar o choro — E para completar eu contrai uma dívida de R$ 20.000,00, que tipo de gente faz uma coisas dessas? Uma morena de cabelos longos
LUIZADepois que a gente acordou, fizemos nossa higiene, tomamos café da manhã e fizemos a faxina do local que também ficava por nossa conta. Fui até as gurias que estavam pintando as unhas e perguntei para a Nanda:— Nanda, tu pode me explicar agora como faz para se livrar da dívida daqui?— Sim minha Barbie, eu vou te explicar, se liga só — falou fechando o esmalte, e se virando para mim — A hora do programa aqui é R$500,00. 70% é da casa e 30% da garota. Caso você consiga fazer três programas por noite, a porcentagem passa a ser 40%, e se conseguir cinco clientes na noite a porcentagem vai pra 50%. Independente de quantos programas você fizer no dia, você precisa pagar para a casa R$200,00 por dia de hospedagem e alimentação. Então, se você fizer um único programa por dia, você vai estar aumentando a sua dívida com a casa, porque seu ganho de comissão por um único programa é de R$150,00., entendeu?Assenti com a cabeça, demostrando que estava entendendo.— A maioria das meninas dep
LUIZASai do quarto e sinceramente não sei como consegui andar por aquele corredor. Minhas pernas não paravam de tremer, e as lágrimas começaram a cair.Quando cheguei próximo ao palco, o Chefe viu que eu estava chorando e parece não ter gostado muito.— Alguém da um guardanapo pra essa garota limpar o rosto — falou com cara de desdém.A Bruna me entregou um guardanapo e me ajudou a limpar o rosto e a maquiagem.Respirei bem fundo algumas vezes, para controlar a vontade de chorar.Ele me puxou pelo braço e me levou para o meio do palco.Ele falou sussurrando:— Se inventar alguma gracinha, vai ter consequência! Coloca um sorriso nessa cara, que você não está indo para a forca não.Era exatamente assim que eu me sentia, como se eu estivesse indo para a forca.Confesso que quando estava no palco eu pensei em pegar o microfone e pedi ajuda, mas sabia que ali só tinham homens nojentos, que concordavam com toda aquela atrocidade.Eu sabia que se abrisse minha boca, eles me matariam e eu tin
LUIZAAquele leilão foi muito mais humilhante do que eu poderia imaginar.Escutar aquelas pessoas dando lances para tirar minha virgindade, fez eu me sentir um objeto. Eu só queria que aquilo acabasse. Só queria me trancar em algum lugar e chorar.De repente quando os lances terminaram, e vi uma mão estendida para mim. Eu nem resisti, só peguei a mão dele e fui junto com ele para o quarto. Assim que cheguei no quarto, acabei tendo uma outra crise de ansiedade. Não conseguia respirar, mi coração ficou acelerado, e a sensação era que eu ia morrer, e eu não conseguia parar de chorar. Se tinha uma coisa que eu não fazia ideia, era o que estava passando na cabeça daquele homem. Eu não sabia o que ele acabaria fazendo comigo ali, e aquilo era apavorante. Surpreendente ele pareceu está preocupado comigo, e me perguntou se eu queria ir ao hospital, e eu apenas balancei a cabeça que não, e ele ficou parado me observando. Depois de um tempo que parecia infinito, vi que aquele homem pediu