capítulo 5 – Virgindade Leiloada

LUIZA

Sai do quarto e sinceramente não sei como consegui andar por aquele corredor. Minhas pernas não paravam de tremer, e as lágrimas começaram a cair.

Quando cheguei próximo ao palco, o Chefe viu que eu estava chorando e parece não ter gostado muito.

— Alguém da um guardanapo pra essa garota limpar o rosto — falou com cara de desdém.

A Bruna me entregou um guardanapo e me ajudou a limpar o rosto e a maquiagem.

Respirei bem fundo algumas vezes, para controlar a vontade de chorar.

Ele me puxou pelo braço e me levou para o meio do palco.

Ele falou sussurrando:

— Se inventar alguma gracinha, vai ter consequência! Coloca um sorriso nessa cara, que você não está indo para a forca não.

Era exatamente assim que eu me sentia, como se eu estivesse indo para a forca.

Confesso que quando estava no palco eu pensei em pegar o microfone e pedi ajuda, mas sabia que ali só tinham homens nojentos, que concordavam com toda aquela atrocidade.

Eu sabia que se abrisse minha boca, eles me matariam e eu tinha que viver para tentar ser feliz como minha mãe pediu.

O Chefe pegou o microfone e começou o leilão.

— É com grande satisfação que vamos dar início ao nosso Leilão.

Essa é a nossa lindíssima Barbie, ela veio do Rio grande do Sul, tem 18 anos e é virgem, isso mesmo meus caros, virgem! Um verdadeiro bilhete premiado. Os lances começarão com R$1.000,00

Eu simplesmente não conseguia parar de tremer, minha boca estava seca, e eu me segurava com todas as minhas forças para não chorar.

FELIPE

Eu entrei naquela boate, e fiquei em uma mesa com um sofá lá no fundo, próximo ao bar como de costume. As vezes eu escolhia uma das garotas e levava para um dos quartos, e as vezes eu só fico ali bebendo meu uisque, torcendo para que ninguém me incomodasse.

Eu nunca repetia uma garota, não queria saber o nome delas e nem falava o meu nome. Não beijava na boca, mas sempre deixava um bom agrado em dinheiro além do pagamento do programa.

Hoje eu optei por não escolher nenhuma garota, preferi ficar na mesa só bebendo um bom uísque, e foi aí que comecei a perceber uma movimentação diferente no palco, parecia um leilão. Até que me dei conta do que se tratava. Como assim? Estavam leiloando a virgindade de uma mulher? A princípio achei meio tosco. Não dei muita atenção e continuei ali de cabeça baixa tomando meu uísque. Mas, logo que olhei para o palco, eu vi que a garota do lado do homem que anunciava, uma loira de cabelos bem compridos, com um vestido brilhoso claro, curto e colado no corpo, com um decote, parecia apavorada e tremendo. Foi quando começaram a dar os lances.

— R$1.100,00 — gritou um primeiro homem.

— R$1.100,00, quem dá mais? Quem dá mais? — falava o cara no microfone.

Então um segundo gritou:

— R$1.200,00

— R$1.200,00, quem dá mais? Quem dá mais?

Não sei o motivo, mas me senti na obrigação de não deixar que aquela mulher fosse parar na mão de nenhum daqueles homens.

— R$2.000,00 — gritei sentado na minha mesa e tomando meu uísque.

— R$2.000,00, quem dá mais? Quem dá mais?

Um outro homem que parecia bem disposto a ficar com aquela garota gritou:

— R$5.000,00

— R$5.000,00, quem dá mais? Quem dá mais?

Então o primeiro homem que deu o lance gritou:

— R$ 6.000,00

— R$6.000,00, quem dá mais? Quem dá mais?

Dessa vez mais um dos homens que havia dado lance gritou:

— R$8.000,00

— R$8.000,00, quem dá mais? Quem dá mais?

Eu queria acabar com aquilo, então gritei:

— R$ 20.000,00

Todos ficaram perplexo, e senti vários olhares em mim.

— Uau! R$ 20.000,00, o calhalheiro ali ofereceu R$ 20.000,00, quem dá mais? Quem dá mais?

Ele espera alguns segundos.

— Dôle uma, Dôle duas e Dôle três.

Ainda não sei bem porquê eu fiz isso, mas estou feliz por ter conseguido. Ela parecia muito apavorada.

— Cidadão de blazer ali atrás, é toda sua.

Fui até o palco buscar a garota.

Dei minha mão para que ela pudesse descer as escadas. Ela estava com as mãos suadas, geladas e tremendo muito.

Nós fomos andando em direção a um dos quartos.

Chegando no quarto me sentei, e falei pra ela se sentar também. De repente ela começou a ficar muito ofegante, parecia uma crise de asma.

— Posso fazer alguma coisa por você? Quer um pouco de água?

Ela só balançou a cabeça que não.

Parecia que aquela falta de ar estava se intensificando.

Logo depois ela começou a chorar, e eu fiquei sem saber o que fazer. Perguntei se ela queria que a levasse ao hospital e ela só balançou a cabeça negando. Fiquei ali parado próximo a ela e pude perceber que a respiração dela foi voltando ao normal após alguns minutos.

— Me desculpa, só estou um pouco nervosa, mas já vou me recompor — falou de cabeça baixa, sem olhar no meu olho.

— Não precisa se desculpar. Só quero que você fique bem. Eu não vou te fazer nenhum mal, eu prometo.

Pude perceber uma aflição no olhar dela, um pedido de socorro.

Mesmo com tudo aquilo, não pude deixar de notar o quanto aquela garota era linda. Seus olhos eram claros, não sei muito bem distinguir se azuis ou verdes, já que ela não me olhava nos olhos, os cabelos eram volumosos, grandes e levemente ondulados, o nariz parece que foi feito a mão, e a boca dela era bem desenhada.

Pude notar também uns pelinhos, fininhos e loiros em volta da testa dela.

Deixei que ela se acalmasse um pouco mais e perguntei:

— Pelo fato de você ser virgem e eu nunca ter te visto, posso presumir que você é nova aqui?

— Sim, hoje é o meu primeiro dia.

— Por que? — perguntei curioso.

— Por que o que?

— Você é virgem! Por que perder a virgindade em lugar desses? É pela grana?

— Você não sa.... Deixa pra lá. Melhor não falar sobre isso.

Acabei não querendo insistir na pergunta para não deixar ela mais aflita. Mas, sabia que aquela garota não estava ali por vontade própria. Isso era nítido nas expressões dela.

Liguei na recepção e falei que gostaria de ficar com ela a noite inteira e que pagaria pelo tempo adicional. Eles consentiram e eu desliguei o telefone.

Tirei meus sapatos, coloquei o celular e a carteira em cima de uma mesa. Coloquei meu blazer estendido na cadeira e me deitei na cama. Falei pra ela que iria dormir um pouco, e que seria bom ela descansar um pouco também, e ela apenas assentiu com a cabeça.

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