Introdução Nunca passou pela minha cabeça que minha vida mudaria completamente ao atravessar os portões daquela casa. Eu só queria um emprego, algo que me desse estabilidade e me permitisse respirar em paz depois de tudo o que enfrentei. Ser babá da filha de um homem rico, poderoso e aparentemente inacessível não parecia parte de nenhum conto de fadas — e de fato, não era. Alexandre Vasconcelos era tudo que eu jamais pensei que me atrairia: frio, distante, cheio de cicatrizes que ele se recusava a mostrar. Um CEO de uma das maiores empresas do país, com um passado guardado a sete chaves e uma filha pequena precisando de cuidado e amor. Eu fui contratada para cuidar de Sofia... mas, no fim, foi ela quem me apresentou ao amor que mudaria minha vida. O que começou como um trabalho se transformou em algo que nenhum de nós previu. Uma conexão silenciosa, um sentimento que cresceu entre fraldas e histórias de ninar, entre noites de silêncio e olhares carregados de tudo que não podíamos di
Emma e Lily estavam terminando o café da manhã quando o som da porta da frente se abrindo ecoou pela mansão. A garotinha, que até então estava sorrindo, ficou tensa. Alexander Carter entrou na cozinha com sua presença imponente. Vestia um terno impecável, e seu olhar frio passou por Emma antes de pousar em Lily. — Você comeu tudo, Lily? — Sua voz era séria, mas não dura. A menina assentiu lentamente, ainda segurando o ursinho. — Sim, papai. Emma fez panquecas. Alexander desviou o olhar para Emma. — Espero que não tenha colocado açúcar demais. Lily não pode comer doces em excesso. Emma manteve a postura firme. — Fiz questão de equilibrar bem os ingredientes, senhor Carter. Lily se alimentou de forma saudável. Ele arqueou uma sobrancelha, como se não esperasse uma resposta tão direta. — Ótimo. Houve um breve silêncio antes de ele se virar para sair. — Senhor Carter? — Emma o chamou, sem pensar. Ele parou e olhou para ela, intrigado. — Sim? — Sei que sua roti
Emma seguiu Alexander até a elegante sala de jantar, tentando esconder sua surpresa. A mesa era enorme, feita de madeira escura e impecavelmente organizada. Margaret serviu os pratos sem comentar nada, mas Emma percebeu seu olhar curioso. Alexander sentou-se à cabeceira, indicando para que Emma se acomodasse à sua direita. — Espero que goste de comida italiana — ele disse, pegando os talheres. — Adoro — respondeu, ainda um pouco desconcertada. O jantar começou em silêncio. O único som era o tilintar dos talheres contra os pratos. Emma sentia o olhar de Alexander sobre ela de tempos em tempos, como se a estudasse. — Lily gostou de você — ele disse, finalmente quebrando o silêncio. Emma sorriu. — Eu gosto dela também. É uma menina inteligente, mas parece carente. Alexander franziu a testa. — Carente? — Sim. Sinto que ela precisa de mais tempo com você. Ele largou os talheres e cruzou os braços. — Meu tempo é limitado, senhorita Miller. — Entendo. Mas mesmo cinco
Na manhã seguinte, Emma tentou agir normalmente, ignorando a mensagem perturbadora da noite anterior. Era só uma provocação. Ele não podia encontrá-la. Não aqui. Ela focou em Lily, ajudando-a com o café da manhã e lendo histórias para a menina no jardim. O sol brilhava, e a risada de Lily enchia o espaço com leveza. Então, Alexander apareceu. Vestindo um terno escuro impecável, ele parou na varanda, observando a cena por um momento antes de descer os degraus. — Vejo que Lily está bem — disse, com um tom neutro. Emma se levantou, ajeitando a saia. — Sim, ela está ótima. Passamos a manhã brincando. Alexander olhou para a filha, que corria atrás de uma borboleta, e depois voltou sua atenção para Emma. — Preciso falar com você. Ela assentiu, seguindo-o para um canto mais afastado do jardim. — O que foi? Alexander hesitou por um instante, cruzando os braços. — Sobre ontem à noite… Emma sentiu o coração acelerar. — O que tem ontem? — Você me desafiou — ele disse
Os dias seguintes se arrastaram em um turbilhão de emoções não resolvidas. Emma fez o possível para se concentrar em Lily e manter sua rotina intacta, mas, a cada olhar que trocava com Alexander, as lembranças do beijo vinham à tona, agitadas e intensas. A tensão entre os dois parecia palpável, mas ambos estavam tentando ignorá-la. Alexander, com sua postura fria e distante, continuava com suas responsabilidades empresariais, e Emma, com sua determinação, dedicava-se a cuidar de Lily da melhor forma possível. No entanto, havia algo inegável no ar — uma atração que não podia ser mais ignorada. Uma tarde, Emma estava no jardim com Lily quando o celular tocou. Era uma mensagem desconhecida. Ela hesitou antes de abrir, e, ao ler o conteúdo, o sangue lhe congelou nas veias. Número desconhecido: Não vai conseguir esconder por muito tempo, Emma. Eu sei o que você fez. Estou mais perto do que imagina. Seu corpo ficou gelado, e uma onda de pânico a invadiu. Ele estava de volta. O passad
O silêncio que se seguiu foi tão pesado que Emma sentiu que não conseguia respirar. A proximidade de Alexander a desconcertava, fazia com que seu corpo se rebelasse, mas ela sabia que não podia se deixar levar. Não agora. Ela deu um passo para trás, tentando recobrar sua compostura. — Senhor Carter, você está confundindo as coisas — disse, a voz firme, embora o tremor em suas mãos fosse difícil de esconder. — Eu sou apenas a babá de Lily. Meu trabalho é cuidar dela e garantir que ela tenha tudo o que precisa. Alexander a observou com um olhar calculista. Não havia raiva, mas uma curiosidade inquietante, como se ele estivesse vendo algo que ela ainda não sabia. — Está me dizendo que aquilo, ontem, não foi nada além de um erro? — Ele a desafiou, a voz suave, mas carregada de intensidade. Emma sentiu o peso da pergunta. Como responder a algo que, no fundo, ela mesma não conseguia explicar? — Foi um erro. — Ela finalmente falou, mas as palavras saíram mais frágeis do que gostar
Nos dias seguintes, Emma tentou manter a normalidade. Ela se concentrou em Lily, procurou manter a rotina o mais estável possível, mas a tensão com Alexander estava se tornando cada vez mais insuportável. Ela sentia que o peso de sua presença pairava sobre ela, e sempre que ele estava por perto, o ar ficava mais denso, mais carregado de uma energia que ela não sabia mais como controlar. Mas o que mais a incomodava era o dilema interno que a consumia. Ela não queria se envolver com Alexander. Sabia que isso era uma linha perigosa a cruzar, uma queda livre para um abismo do qual ela não sabia se conseguiria sair. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela ansiava por mais. Ele a desafiava de formas que ninguém jamais ousou, e essa atração era impossível de ignorar. Naquela tarde, enquanto cuidava de Lily, algo a fez parar. Lily estava no jardim, distraída com suas bonecas, quando Emma ouviu o som de um carro estacionando. Ela olhou pela janela e viu o carro de Alexander. Ela não sabia por
Emma passou a noite inteira revirando-se na cama, incapaz de afastar as palavras de Alexander da mente. "Se você não vai dar o primeiro passo, eu farei isso por nós." Ela sabia que deveria se afastar. Sabia que seu trabalho era apenas cuidar de Lily, mas algo nela já não conseguia ignorar a presença esmagadora de Alexander Carter. Ele a provocava de uma maneira que ninguém jamais fez, e o pior de tudo era que ela queria ceder. Na manhã seguinte, desceu para a cozinha determinada a manter as coisas profissionais. Serviria o café de Lily, manteria sua rotina e se recusaria a pensar nele. Mas sua determinação vacilou assim que entrou no cômodo e o encontrou ali, recostado no balcão, segurando uma xícara de café como se a estivesse esperando. — Bom dia, Emma. A voz dele soou rouca e grave, e ela odiou o quanto seu corpo reagiu a isso. — Bom dia, senhor Carter. — Ela respondeu formalmente, sem olhá-lo nos olhos, indo direto à geladeira. Ele Alexander Carter não era um homem qu