Início / Romance / O CEO E A BABÁ / Capítulo 3 – Segredos nos Olhos de Emma
Capítulo 3 – Segredos nos Olhos de Emma

Emma seguiu Alexander até a elegante sala de jantar, tentando esconder sua surpresa. A mesa era enorme, feita de madeira escura e impecavelmente organizada. Margaret serviu os pratos sem comentar nada, mas Emma percebeu seu olhar curioso.

Alexander sentou-se à cabeceira, indicando para que Emma se acomodasse à sua direita.

— Espero que goste de comida italiana — ele disse, pegando os talheres.

— Adoro — respondeu, ainda um pouco desconcertada.

O jantar começou em silêncio. O único som era o tilintar dos talheres contra os pratos. Emma sentia o olhar de Alexander sobre ela de tempos em tempos, como se a estudasse.

— Lily gostou de você — ele disse, finalmente quebrando o silêncio.

Emma sorriu.

— Eu gosto dela também. É uma menina inteligente, mas parece carente.

Alexander franziu a testa.

— Carente?

— Sim. Sinto que ela precisa de mais tempo com você.

Ele largou os talheres e cruzou os braços.

— Meu tempo é limitado, senhorita Miller.

— Entendo. Mas mesmo cinco minutos

— Entendo. Mas mesmo cinco minutos fazem diferença para uma criança — Emma completou, sustentando o olhar dele.

Alexander Carter não era um homem acostumado a ser questionado, especialmente dentro da própria casa. O silêncio entre eles se estendeu por alguns segundos, carregado de tensão.

— Você acha que entende minha rotina? — ele perguntou, a voz baixa, mas cortante.

Emma manteve a calma.

— Não completamente. Mas entendo que Lily sente sua falta, mesmo sem dizer isso em palavras.

Alexander apertou os lábios, como se estivesse processando aquela informação.

— Você fala como se soubesse o que é crescer sem um pai presente.

Emma sentiu um aperto no peito. Ele não sabia, mas havia tocado em uma ferida antiga.

— Talvez porque eu saiba — respondeu, desviando o olhar por um segundo.

Alexander percebeu a mudança sutil na expressão dela. Algo dentro dele se incomodou.

— E sua família?

Emma piscou, surpresa com a pergunta.

— Prefiro não falar sobre isso.

Ele arqueou a sobrancelha, claramente intrigado.

— Então espera que eu ouça suas opiniões sobre como devo criar minha filha, mas não quer compartilhar nada sobre si mesma?

Emma apertou o guardanapo no colo.

— Meu passado não afeta meu trabalho. O que importa aqui é Lily.

Alexander a analisou por um longo tempo. Havia algo na forma como ela falava que o instigava. Uma sinceridade crua, sem medo, que poucas pessoas tinham coragem de demonstrar diante dele.

— Interessante… — ele murmurou, pegando novamente os talheres.

Emma sentiu o coração bater mais rápido. O que isso significa?

Quando o jantar terminou, Margaret levou os pratos enquanto Alexander permaneceu sentado, observando Emma.

— Boa noite, senhor Carter — ela disse, pronta para se levantar.

Mas antes que pudesse sair, ele disse algo que a fez parar:

— Você é diferente das outras babás, senhorita Miller.

Emma virou-se para encará-lo.

— Isso é bom ou ruim?

Alexander inclinou a cabeça ligeiramente, um pequeno sorriso surgindo no canto dos lábios.

— Ainda não decidi.

Emma sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Algo lhe dizia que trabalhar ali seria muito mais complicado do que imaginava.

Emma subiu para o quarto sentindo o peso do olhar de Alexander ainda sobre ela. Fechou a porta e encostou-se nela, respirando fundo. O que foi isso? Desde quando CEOs arrogantes faziam comentários enigmáticos no fim do jantar?

Ela balançou a cabeça, tentando afastar o pensamento. Seu trabalho ali era cuidar de Lily, nada mais. Mas, no fundo, sabia que manter distância de Alexander Carter seria um desafio.

Depois de trocar de roupa e se deitar, pegou o celular. Uma mensagem não lida piscava na tela.

Número desconhecido: Até quando você acha que pode fugir do passado, Emma?

Seu coração disparou.

Ela sentou-se na cama, as mãos trêmulas. Não. Não pode ser ele.

Apagou a mensagem sem responder, mas o medo já se espalhava pelo seu peito. Ela estava começando uma nova vida. Não deixaria que fantasmas do passado a alcançassem.

Mas será que realmente poderia fugir para sempre?

Após colocar Lily para dormir, Emma dirigiu-se ao seu quarto. A mansão estava silenciosa, mas sua mente fervilhava. Sentou-se na beira da cama, pegou o celular e viu uma mensagem de um número desconhecido: "Você acha que pode escapar do passado?".

Seu coração disparou. Apagou a mensagem, mas o medo já se espalhava pelo peito. Ela estava determinada a começar uma nova vida e não permitiria que fantasmas antigos a alcançassem. Mas será que realmente poderia fugir para sempre?

Na manhã seguinte, Emma desceu para preparar o café da manhã. Encontrou Margaret na cozinha, que a observou com um olhar avaliador.

— Dormiu bem, senhorita Miller? — perguntou a governanta.

Emma forçou um sorriso.

— Sim, obrigada.

Enquanto preparava as panquecas, ouviu passos firmes se aproximando. Alexander Carter entrou na cozinha, impecável como sempre. Seu olhar pousou brevemente em Emma antes de se voltar para Lily, que brincava com seu ursinho.

— Bom dia, Lily. Comeu tudo? — Sua voz era séria, mas não dura.

A menina assentiu, segurando o ursinho com força.

— Emma fez panquecas.

Alexander lançou um olhar para Emma.

— Espero que não tenha exagerado no açúcar. Lily não deve comer doces em excesso.

Emma manteve a postura firme.

— Fiquei atenta às quantidades, senhor Carter. As panquecas estão saudáveis.

Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso com a resposta direta.

— Ótimo.

Houve um breve silêncio antes de ele se virar para sair. Emma, impetuosamente, chamou:

— Senhor Carter?

Ele parou e olhou para ela, intrigado.

— Sim?

— Sei que sua rotina é corrida, mas talvez Lily gostasse de passar um tempo com você antes de sair.

Alexander franziu a testa, visivelmente incomodado. Lily abaixou a cabeça, segurando o ursinho com mais força.

— Minha filha tem tudo o que precisa. E eu preciso trabalhar.

Sem mais uma palavra, ele saiu.

Emma suspirou. Aquele homem era uma verdadeira muralha de gelo. Depois que Alexander saiu, Emma percebeu que Lily estava mais silenciosa. A menina brincava distraidamente com o ursinho, evitando olhar para a porta por onde o pai havia saído.

— Ei, que tal fazermos algo divertido hoje? — sugeriu Emma, tentando animá-la.

Lily a encarou com um olhar desconfiado.

— Tipo o quê?

— Podemos brincar no jardim, desenhar ou assistir ao seu programa favorito.

A garotinha balançou a cabeça.

— Papai não gosta que eu assista muita TV.

Emma sorriu.

— Então vamos fazer algo diferente! Que tal um castelo de cobertores na sala?

Os olhos de Lily brilharam por um instante, mas logo sua expressão se fechou.

— Margaret não vai gostar.

Emma se abaixou na altura dela.

— Não estamos quebrando nenhuma regra, estamos?

Lily pensou por um momento e então sorriu.

— Acho que não…

Primeiro passo para conquistar a confiança dela: feito.

Depois de uma manhã de brincadeiras, Margaret chamou Emma para conversar.

— Senhorita Miller, preciso esclarecer algumas regras da casa.

Emma assentiu, cruzando os braços.

— Claro.

— O senhor Carter é um homem muito ocupado e gosta que as coisas sejam feitas de forma organizada. Você deve seguir os horários da Lily com precisão: café da manhã às 7h, almoço às 12h, cochilo às 14h e banho às 19h.

Emma anotou mentalmente.

— Entendido.

— Além disso, evite incomodar o senhor Carter com assuntos triviais. Ele não gosta de distrações.

Emma franziu a testa.

— Ele quase não passa tempo com a filha, percebeu isso?

Margaret suspirou.

— Essa não é uma questão que nos cabe discutir. Apenas siga as regras.

Emma não respondeu, mas algo dentro dela dizia que Lily precisava muito mais do que horários rígidos e regras. Precisava de amor. E Emma estava disposta a mostrar isso a Alexander Carter.

O dia passou rápido, e Emma conseguiu manter Lily ocupada com brincadeiras e leituras. A menina parecia estar se acostumando com sua presença, o que era um bom sinal.

Por volta das sete da noite, Emma ajudou Lily a tomar banho e vestiu-a com um pijama rosa com estampas de estrelas. Quando desceu as escadas com a menina no colo, encontrou Margaret organizando a mesa de jantar.

— A senhorita pode jantar na cozinha — informou a governanta. — O senhor Carter prefere comer sozinho.

Emma arqueou uma sobrancelha.

— Lily não janta com ele?

— Raramente.

Emma mordeu a língua para não responder algo impulsivo. Que tipo de pai jantava sozinho enquanto sua filha comia separada?

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a porta da frente se abriu. Alexander Carter estava de volta. Ele parecia exausto, a gravata frouxa e a expressão dura de sempre. Mas seu olhar suavizou por um segundo ao ver Lily correndo até ele.

— Papai!

Ele abaixou-se, permitindo que a filha o abraçasse.

— Como foi seu dia? — perguntou, com um leve sorriso.

— Foi legal! A Emma construiu um castelo de cobertores comigo.

Alexander ergueu o olhar para Emma.

— Um castelo de cobertores?

Ela cruzou os braços.

— Sim. Lily adorou.

Ele não respondeu de imediato, apenas analisou-a por um momento. Então, voltou sua atenção para Margaret.

— Sirva dois pratos no salão principal.

A governanta hesitou.

— Dois, senhor?

Alexander olhou para Emma.

— Você vai jantar comigo.

Emma piscou, surpresa.

O CEO frio e inacessível estava a convidando para jantar?

Lily bateu palminhas.

— Oba! O papai nunca janta com ninguém!

Emma engoliu em seco.

Aquilo com certeza seria interessante.

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